T3 CAPÍTULO 🌈 -05-🌈
O frio havia chegado em Nova York, nas árvores restaram apenas os galhos secos. O céu na maioria dos dias estava nublado, deixando algumas ruas mais escuras e pouco movimentadas. Aos que tivessem o privilégio de ficar em casa, era o clima perfeito, o que não foi o caso de Jonnie e Sadie naquela manhã, os irmãos ficaram encarregados de levar Debbie ao trabalho, logo aproveitariam a oportunidade para fazer as compras de casa, já que uma tarefa exigida por Debbie, nunca poderia ser um tarefa negada.
— Uau mamãe, essa escola é só para ricos né?.- Sadie observava a estrutura do lado de fora da escola, enquanto Jonnie estacionava o carro.
— É sim filha, diferente de tudo que já vi.- Debbie comentou enquanto soltava seu cinto e descia do carro. Sadie a acompanhou, desceu para se colocar no banco da frente.
— Deixa eu te ajudar com isso mãe.- Jonnie que já estava fora do carro, foi até o banco de trás e segurou uma caixa que Debbie levaria com decorações para sua nova sala.
A mais velha vestiu seu grande casaco e encaixou sua bolsa no ombro em seguida, estava prestes a pegar a caixa das mãos de Jonnie, até que ouviu seu nome ser chamado por uma voz fina e adorável.
— Tia Debbie. Tia Debbie.
Theo correu até a mulher que se abaixou no mesmo instante, recebendo o abraço confortável do garoto. Retribuiu ao afeto acariciando os cachos castanhos.
— Bom dia meu garoto adorável. Como está?.- Se afastou um pouco conseguindo ver o grande sorriso nos lábios do pequeno.
Debbie fazia questão de conversar com Theo todos os dias após o acontecido em que conheceu o garoto. Ela não sabia o porque, mas havia um carinho enorme e especial por aquele serzinho tão lindo.
— Eu estou bem.
— Filho, eu disse para não correr com toda essa roupa.- Vanessa caminhou calmamente até o filho e sorriu para os três em sua volta. Jonnie e Sadie ainda estavam fora do carro, observando o afeto entre Theo e Debbie.— Olá, bom dia.
— Desculpa Mammy.- Theo se afastou completamente de Debbie e só então reparou nos outros dois em sua frente.— Eu já vi vocês no parque.- Completou o pequeno apontando o dedo em direção aos dois.
— Ei, verdade. Você é muito esperto e gostou dos nossos olhos iguais..- Respondeu Sadie enquanto acenava.
— E pelo jeito também tem uma memória incrível.- Completou Jonnie enquanto sorria.
— Pode apostar que sim.
Vanessa sorriu e logo recebeu Theo agarrado em suas pernas, antes de chegar até a escola e ver Debbie, o garoto estava manhoso, e implorando para faltar a aula, mas Vanessa sabia que era apenas pelo sono e o frio que fazia.
— Esses são meus filhos. Sadie e Jonnie.- Debbie se levantou e apontou para os mesmos, os apresentando para Vanessa.
— Eu sou Vanessa. Mãe desse pequeno furacãozinho..- Vanessa sorriu a eles.— É um prazer conhecê-los.
Os irmãos a cumprimentaram e em seguida seguiram para suas próximas obrigações. Debbie segurou a mão de Theo e o levou adentrando a escola, deixando Vanessa livre para enfim ir até a editora e conversar com Madelaine.
[...]
— Eu não sei porque não podemos contratar uma pessoa que possa fazer as compras de casa.- Sadie saiu do carro e caminhou para o lado do irmão.
— Não seja mimada Sady, você sabe que a situação da nossa família não está muito boa.- Jonnie pegou uma cesta de tamanho grande e encaixou em seu braço.— E só vai melhorar quando o papai conseguir a tal escritora.
Sadie deu de ombros e enfim abriu a lista que a mãe havia preparado para a compra dos dois. Queria que aquilo não durasse muito, para que enfim ela pudesse estar no conforto da sua casa, vendo sua série com o seu chocolate quente.
A mais nova se afastou de Jonnie indo em direção a outro corredor, memorizou o que precisaria pegar. Se dividir em dois foi o seu melhor plano. Seus olhos estavam presos sobre uma prateleira, até que ouviu um barulho alto de celular tocando, um pouco distante de sí, mas ainda alto, e como uma boa curiosa, girou seu corpo para observar de onde vinha.
Suas sobrancelhas se franziram automaticamente estreitando seus olhos. Os itens que havia memorizado logo fugiram de sua mente, e apenas a confusão se fez presente. Sadie correu até Jonnie que se assustou com a euforia da irmã.
— Jonnie Jonnie. Vem comigo.- Sadie segurou em seu braço, mas ele se manteve imóvel.— Anda logo.
— O que foi garota?.- Jonnie resmungou mas andou com a menor arrastando seu braço.
Pararam exatamente onde Sadie estava a segundos atrás. Ela apontou discretamente para a mulher na parte dos frios. A cesta em uma mão e o celular na outra. Falava algo impossível de ouvir enquanto observava os conteúdos.
— Você acha que...- O olhar de Sadie foi até Jonnie, que tinha os olhos arregalados.
—... Parece a Madelaine? Sim.
Madelaine finalizou a ligação e bloqueou o celular, o levando até o bolso em seguida. Pegou rapidamente os congelados que Vanessa havia pedido e saiu calmamente do local, alheia aos olhares sentimentais que recebia a poucos metros de onde estava.
— Jonnie eu quero falar com ela.- Sadie insistiu mas o irmão negou mais uma vez.
— Não é o momento certo Sady. Não sabemos se ela também odeia a gente por causa do Papai.- Jonnie pagou a conta e foi logo pegando as compras.
Sadie suspirou derrotada e logo ajudou o irmão.
— Ela tá tão linda..- Mais um suspiro da mais nova.
— Eu também sinto falta dela.
[...]
Madelaine ao seu ver estava em seu look mais casual. Vestia um conjunto de cor simples e seu sobretudo preto, nos pés um tênis comum acompanhava. No frio a ruiva odiava vestidos, por ter as pernas extremamente sensíveis ao clima.
Após a sua rápida ida ao mercado, a ruiva deixou suas compras em casa e seguiu seu caminho de todos os dias até a editora. Seu humor não estava ruim naquele dia.
— Bom dia Lauren.- Passou pela mesa da assistente e segurou algumas cartas que sabia ser para ela.— Vanessa já chegou?
— Bom dia Madelaine. Já sim, está na sua sala.
A ruiva agradeceu e caminhou até sua sala, logo pode ver Vanessa sentada sobre o sofá branco que ficava mais ao canto, procurava algo na bolsa que estava em seu colo.
— Oi amor.- Madelaine caminhou até Vanessa e se sentou ao seu lado, deixou a bolsa na pequena mesa de vidro e logo selou os lábios aos da morena.— Queria falar comigo?
— Oi linda. Sim eu quero.- Vanessa deixou as mãos pousarem sobre a bolsa, seus olhos foram fixados nos de Madelaine.— Lembra daquela vez que alguém me ligou querendo que eu mudasse de editora?
Madelaine suspirou pesado, sabia que coisa boa não viria.
— Sim eu lembro.- Seu olhar se desviou por alguns segundos, mas logo estavam de volta a Vanessa.— Continua..
— O dono me abordou aquele dia que fui palestrar na faculdade...
Vanessa contou com calma exatamente o que tinha conversado com o homem, explicou que parecia ser um homem sério, e que tinha um assistente que também estava por dentro de todas as propostas que fizeram a ela.
— Vanessa e porque não me disse isso antes? Tem alguém tentando roubar a minha mulher e eu fico sabendo disso depois de semanas?.- Madelaine se levantou e começou a andar pela sala, seus lábios torcidos como sempre fazia quando estava com raiva.
Vanessa acabou sorrindo com a cena. Ela era adorável até mesmo com raiva. Suas bochechas ficavam vermelhas e os lábios faziam questão de acompanhar o tom. Ela se levantou e caminhou até Madelaine, parou em sua frente à impedindo de andar, suas mãos se esticaram e pararam na cintura perfeita da ruiva. Seus olhares fixos novamente.
— Meu amor, não estão tentando roubar a sua mulher, e sim a sua escritora.- Vanessa riu e Madelaine mais uma vez torceu os lábios em insatisfação.— E eu não te disse antes porque estava pensando sobre isso. Não queria que se preocupasse com algo que era incerto para mim, mas agora eu acho que podemos saber mais sobre isso, né?
Madelaine deu de ombros mas ainda manteve as sobrancelhas juntas. Ela estava nitidamente irritada com essa situação toda. Vanessa era sua melhor escritora, e também sua esposa, quem teria a audácia de lhe fazer uma proposta dessa?
Vanessa acabou lhe dando o número que recebeu no cartão, entregue por Alexander no dia da palestra. Madelaine aceitou ouvir o que o homem tinha a dizer apenas para agradar Vanessa, mas seu plano era o assustar a ponto de ele nunca mais voltar a procurar Vanessa.
— "Alô."
— Com quem eu falo?
— "Louis Tomlinson, posso ajudar?"
Vanessa estava sentada de frente para Madelaine, do outro lado de sua mesa de vidro. A ligação estava no viva voz, e ao ouvir o nome de Louis, ela rapidamente concordou com um balançar de cabeça, confirmando que era o assistente do dono da editora.
— Sou dona e editora chefe da PRIDE. Vanessa é a minha escritora, acredito que já saiba o que quero.
— "Oh, claro. Podemos marcar uma reunião para breve. Pode me dizer o seu nome?"
— Sim, eu posso. Assim que me encontrarem no LAUGHING MAN COFFEE & TEA as três da tarde, procure pela mesa da Editora PRIDE.
Madelaine encerrou a ligação antes mesmo de Louis a respondesse, ela disse a Vanessa que daria apenas uma chance para aquela conversa, e se o homem do outro lado falhasse em aparecer, seria um favor que fariam para ela.
— Não precisava falar desse jeito..- Vanessa comentou e levantou do assento, indo em direção a sua bolsa.
— Preciso ser punho firme, não sei das intenções deles com você.- Madelaine seguiu a esposa até o sofá.— Theo não reclamou mais em ficar na escola?
Vanessa jogou sua bolsa sobre o ombro e se aproximou da ruiva selando seus lábios demoradamente.
— Não. Encontrou com a senhora que é a nova "tia" preferida dele e ficou feliz..- Comentou simples.— Agora eu preciso trabalhar, meu livro não vai se escrever sozinho. Passo aqui para irmos juntas a reunião.
Madelaine concordou e viu sua mulher sair. Voltou até sua mesa e se sentou, pensando em como seria a reunião com Vanessa junto, ela teria que realmente escutar as propostas, e no mínimo analisar, ou sua mulher ficaria muito irritada.
A ruiva pegou o telefone sobre a mesa, e discou o número do telefone que ficava na mesa de Harry. Ele não demorou a atender.
— "Sim Senhora Grobbelaar."
— Harry quero que você descubra tudo sobre essa editora que está atrás de Vanessa, use suas fontes, contrate novas, não sei. Apenas descubra tudo que puder.
— "Sim senhora, deixa comigo."
[...]
Vanessa ajeitou o grande casaco peludo que vestia e caminhou até o outro lado do carro, onde Madelaine estava, esticou a mão e entrelaçou os dedos aos da ruiva, recebendo um pequeno sorriso assim que começaram a caminhar para dentro do café.
— Senhora Grobbelaar, Senhorita.- Um rapaz já conhecido abordou as mulheres logo em sua entrada.— É um prazer recebê-las, a mesa de sempre?
Madelaine concordou e assim foram guiadas pelo jovem até a mesa que a ruiva sempre pedia. Se sentaram lado a lado, deixando o outro lado da mesa livre, e fizeram seus pedidos. Vanessa optando por um chocolate quente e Madelaine por um café simples.
O rapaz não demorou muito para voltar com as canecas, deixando frente às mulheres.
— Connor. Um homem irá chegar e perguntar sobre a mesa da PRIDE, pode o trazer até aqui, por favor?.- Madelaine pediu.
— Claro Senhora Grobbelaar.
Vanessa e Madelaine bebiam de sua bebida enquanto estavam em uma conversa animada, haviam chegado um pouco adiantadas.
— Vou ao banheiro, já volto.- Vanessa avisou, recebendo um sinal de ok da esposa.
Fez suas necessidades e ao sair em direção a sua mesa novamente, viu Alexander e Louis se aproximarem do balcão. Andou rapidamente até eles.
— Olá.- Cumprimentou os mesmos e logo se virou ao jovem que lhe atendeu.— Pode deixar que acompanho eles até a mesa.
— Olá Vanessa, como vai?.- O mais velhos devolveu o cumprimento e seguiu Vanessa pelo caminho.
Madelaine estava de cabeça baixa atenta a algo escrito em seu celular, sua mão contrária dedilhava a alça da caneca em que estava seu café. Totalmente alheia a Vanessa e os dois homens parados em sua frente.
— Madelaine esse é Alexander, dono da editora em questão.- Se virou para o homem que tinha o olhar fixo na mulher em sua frente, seus olhos um pouco arregalados.— E Alexander, essa é Madelaine Grobbelaar, dona da minha editora atual, a PRIDE.
Madelaine soltou um longo suspiro e trincou seu maxilar, seus olhos estavam fixos no rosto do homem em sua frente. A ruiva imediatamente se levantou, deixou seu celular sobre a mesa junto à caneca e arrumou sua postura perfeita.
— Eu não acredito nisso...
Alexander se mantinha imóvel, não deixou que seu olhar frio de sempre passasse outra impressão. Fazia anos que não sabia de Madelaine, mas sabia que ela ainda o odiava pela forma em que a tratava. Ele não se arrependia, era para a tornar forte.
— Posso ver que cresceu Madelaine.- Comentou Alexander quebrando o silêncio.
Vanessa juntou as sobrancelhas em confusão e olhou para Louis, afim de entender o que estava acontecendo. O jovem a olhou assustado, como se quisesse dizer que algo ruim viria.
— Vocês se conhecem?.- Vanessa caminhou para o lado de Madelaine, percebeu o olhar furioso da esposa.
— É eu cresci Alexander, e não foi graças a você.- Madelaine soltou uma risada sem nem um pingo de humor.— E é hilário ver que é você quem está atrás de algo que é meu.
Alexander tinha o rosto em um tom um pouco mais vermelho, era nítido que Madelaine conseguiu lhe atingir com aquelas falas. Vanessa ainda não conseguia entender o que estava acontecendo, mas assim como Louis ela só esperou para ver o rumo que aquela conversa tomaria.
— Você me deve respeito garota, eu ainda sou seu Pai.- O tom do mais velho aumentou um pouco.— Ela tem apenas um contrato com você, pode se decidir pelo melhor, não ache que tudo está ao seu poder.
Madelaine repetiu mais uma vez sua risada irônica.
— Eu não te devo nada, e não se refira a mim como pai... Nunca mais.- Madelaine caminhou para o lado e deu um passo à frente, ficando ainda mais perto do pai.— E isso está ao meu poder sim, ela não é só minha escritora, é minha esposa. E não pense nem por um segundo que vou deixar ela cair nessas suas mãos que só pensam em dinheiro e poder.
Madelaine praticamente cuspiu as palavras. Se virou pegando seu celular, em seguida a mão de Vanessa.
— Vem, vamos.
Vanessa parecia tentar assimilar o que acabou de presenciar. O cara interessado em suas escritas, era na verdade seu sogro, o qual a sua esposa odiava. Ela apenas firmou os dedos entrelaçados aos de Madelaine e saiu com a ruiva dali, ela não poderia imaginar o que se passava pela cabeça de sua esposa naquele momento, mas a apoiaria e estaria ao seu lado para com certeza receber suas lágrimas em seu ombro.
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