A PROPOSTA TERCEIRA TEMPORADA
TORONTO, CANADÁ.
Algumas batidas na porta.
— Pode entrar.
— Com licença Senhor Grobbelaar .- A ruiva de aproximadamente trinta anos entra pela sala não muito grande, se aproximando do chefe.
— Conseguiu o que eu te pedi?.- O homem tinha a mesma cara de poucos amigos como todos os dias.
— Ainda não. A escritora que me pediu não é de fácil acesso porque já tem um contrato com uma editora.
— Eu preciso disso. Só vou conseguir os investidores caso ela faça parte do nosso pacote de escritores.
O homem se levantou de sua grande cadeira e caminhou pela sua sala enquanto tinha uma das mãos deslizando pelos cabelos. Sua secretária o acompanhou ficando também em pé ao lado da cadeira.
— Tudo se torna um pouco difícil como o Senhor me pediu para ir atrás dela sem revelar a nossa identidade, algumas pessoas negam dar informações.
— Mas eu quero que continue assim, não pare de tentar contato, eu conversarei com algumas fontes. Pode se retirar.
A ruiva não pensou duas vezes antes de concordar e se retirar.
Alexander Grobbelaar ao longo dos anos continuava tocando sua pequena editora como sempre fez. Com seu orgulho gigantesco, sempre evitou que outras pessoas interferissem ou tentassem se meter em seu negócio. Em sua mente, ele prepararia seu filho que mais se mostrasse competente para assumir o negócio da família.
Foi o que ele tentou fazer com Madelaine.
Mas como a mulher sempre se mostrou firme em querer tomar as rédeas de sua vida, ela não aceitou que seu pai controlasse sua vida, e acabou indo embora. Sendo assim o homem acabou ficando com todo o trabalho, já que seus outros dois filhos, não mostravam interesse algum pelo que herdariam junto à Madelaine, por mais que ele não tivesse mais contato com a filha a anos, ela ainda era uma Grobbelaar.
O homem voltou até sua mesa após ponderar por toda a sala, alcançou o telefone e discou rapidamente um número que parecia estar gravado em sua mente.
— Louis? Alexander Grobbelaar, como está?
— "Olá senhor Grobbelaar, vou bem e você?"
— Tudo certo por enquanto. Te liguei porque necessito dos seus serviços.
— "Ok. Pode dizer."
— Eu preciso encontrar uma escritora e convencê-la a assinar comigo. Mas quero contatá-la sem precisar revirar sua vida pessoal, não quero ser abusivo.
— "Certo. E eu presumo que ela já tenha um contrato né?"
— Exatamente. Por isso quero fazer isso no sigilo, sem expor meu sobrenome e a minha editora, afinal eu estou querendo roubar a escritora de alguém.
— " Tudo bem senhor Grobbelaar, me passe todas as informações que o senhor já possui."
Assim a conversa se estendeu até que Alexander passasse tudo que sabia para Louis. Ele era um ótimo "caça-talentos" e já trabalhava a algum tempo na procura de autores escondido para a Grobbelaar Publisher.
O fato de Alexander estar atrás da escritora badalada, era porque os negócios não iam tão bem o quanto ele planejava. Os anos foram se passando e ele viu algumas concorrentes correrem em sua frente. Mas nem tudo estava acabado, ele acabou conhecendo alguns empresários que estavam dispostos a investir para o crescimento de sua editora. Mas para isso se concretizar, eles fizeram duas exigências.
Alexander Grobbelaar teria que se mudar para New York e convencer Vanessa Morgan a assinar com sua editora. Vendo que isso seria quase impossível na mente do homem, porque a única coisa que ele sabia sobre a mulher, era que ela estava badalada no mundo dos livros nos EUA, e nada mais.
NAQUELE DIA MAIS TARDE...
Debbie arrumava a mesa para o jantar não com o mesmo ânimo de todos os dias, suas mãos carregavam as travessas e os pratos preguiçosamente. A partir dos acontecimentos recentes, seus pensamentos voltaram a alguém que ela já havia se convencido que não a amava mais, sua filha do meio, Madelaine. Saber que talvez poderia ir morar na mesma cidade que a filha, a assustava de uma forma gigantesca, ela não sabia nada da vida de Madelaine desde que a filha abandonou todos e foi embora.
— Tá tudo bem mãe?.- Debbie não havia percebido que Jonnie já tinha decido e a observava atento.
— Tá filho. Só me ajuda com os pratos, minha cabeça está longe hoje.- A mulher separava calmamente os talheres.
— Você está triste por causa de Madelaine mamãe?.- Sadie se juntou a eles em volta da mesa.
Os dois observaram a mãe enquanto ela deixava apenas uma lágrima molhar sua bochecha direita.
— Eu sinto falta dela..- Comentou a mais velha.
Jonnie e Sadie prontamente correram para abraçar a mãe, tentando de alguma forma amenizar a saudade da mulher.
— Nós também sentimos. Mas quem sabe não encontramos ela lá em NY...- Jonnie acrescentou enquanto se sentava na mesa.
— Talvez descobrimos se ela odeia só o pai de vocês ou a nós também..- A frase saiu fraca e totalmente triste.
O barulho da porta da frente se fez presente e logo eles se olharam para sessar o assunto. Alexander nunca aceitou o fato de Madelaine apenas ter ido embora, ele nunca superou aquilo, e como era controlador de tudo a sua volta, ele nunca quis que a família tocasse nesse assunto quando estivessem juntos.
[...]
A família Grobbelaar caminhavam juntos pela grande casa amadeirada que haviam escolhido para morar em NY. Por mais que estivessem passando por alguns problemas na editora, acreditavam que tudo iria começar a melhorar, e não fizeram questão em economizar na casa. Algumas caixas estavam espalhadas pelo piso de madeira e a maioria dos móveis embalados por plásticos. Eles teriam muito trabalho pela frente.
Alexander a alguns meses havia acertado tudo com os investidores interessados no investimento. Se certificando de que eles adiantariam o processo enquanto ele ainda procurava a escritora que eles queriam. Para no fim, não ir à falência de uma só vez.
— Vamos começar a arrumar essa bagunça, temos muito o que fazer.- Debbie se prontificou a chamar todos enquanto mantinha um sorriso fraco no rosto.
Os filhos resmungaram um pouco, se dizendo cansados com a diferença das horas de Toronto para NY. Mas nada que um olhar da mais velha não resolvesse.
— Comecem vocês, tenho que me encontrar com Louis, é sobre trabalho.- A voz de Alexander sobressaiu sobre as risadas dos outros três, seu humor negro nítido como todas as vezes.
Assim o homem se colocou fora de casa e pediu um táxi até o endereço que Louis o mandou, ele ainda não fazia ideia de como dirigir pela grande NY.
Após chegarem e se cumprimentarem, Louis tinha alguns papéis em suas mãos, ao qual olhava vez ou outra.
— Não vou negar Alexander, é muito difícil entrar em contato com uma pessoa sem poder dar informação alguma de quem eu sou.
— Eu sei. Mas não posso correr o risco de receber um processo agora, isso acabaria de vez com a Grobbelaar Publisher.- O homem tomou um gole de seu café quente.
— Mesmo assim eu consegui um número de celular, me afirmaram que é dela, mas sem uma garantia fiel. Quer que eu ligue e me certifique?
O mais velho observou a janela, algumas pessoas passavam apressadas.
— Eu cuido disso. Mas e se não conseguirmos? Eu dependo disso Louis.- Seu olhar gélido e furioso se fez presente.
— Eu tenho uma sugestão, mas você não vai gosta nada dela.- O moreno desliza a mão sobre os cabelos castanhos lisos enquanto toma também de seu café.
— Fale de uma vez.
— Me deixe procurar sua filha Madelaine, e então pedimos sua ajuda. Ela mora aqui há bastante tempo e deve saber sobre essa escritora.
O olhar furioso de Alexander poderia ser visto a quilômetros. Ele nunca pediria ajuda para Madelaine, era orgulhos demais para isso, e não sabia sobre a mulher a anos, o que não o fazia cogitar nem por um segundo.
— Sem chances.
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