Culpado
''— Café gelado, puro, sem gelo.
— Igual o seu coração?
— Ginny & Georgia.''
Cole
Havia recebido uma ligação do meu pai avisando o que havia acontecido, imediatamente interrompi a minha viagem indo até o hospital.
Me sentia um monstro por ter esquecido ela trancada no meu quarto durante tantos dias, mas foi uma loucura com a Vanessa que me fez esquecer de tudo.
O médico havia passado algumas vitaminas para fortalecer-la.
Eu e minha mãe estávamos sentados num sofá ao lado da cama da Cami.
Minha mãe estava com olheiras horríveis no rosto, usava um vestido laranja bem clarinho e uma sandália bege.
Quem a visse, dava pra ver que a sombra da mulher que sempre estava tão bem arrumada, havia sumido.
— Filho, porque queria matar a Camila? — Minha mãe perguntou irritada.
— Não precisa brigar com o Cole, madrinha — Camila pediu.
Ela havia acabado de acordar, estava com a sua pele muito pálida, até mesmo seus lábios que sempre foram tão vermelhos quanto os morangos se encontravam brancos.
— Foi minha culpa sim — admiti — Mãe, poderia deixar eu falar com ela? — pedi.
Ela nada respondeu, apenas saiu do quarto nos deixando sozinhos.
— Peço perdão por ter te esquecido trancada em meu quarto — pedi.
— Está tudo bem, não tem problema não — falou forçando um sorriso.
— Não está tudo bem — neguei irritado — A partir de hoje irei cuidar de ti, é uma promessa — falei colocando a mão na sua testa — Eu preciso te contar uma coisa, sei que vai ficar irritada comigo, mas tem que saber da verdade — falei.
— Pode falar — falou se sentando na cama.
— Eu e a Vanessa, passamos a noite juntos — contei.
— Eu presumi isso mesmo — falou — Não me importo com isso já sei que não posso cobrar amor de você já que não sente o mesmo por mim, sou apenas a sua prometida e nada mais — cuspiu as palavras, se segurando pra não chorar.
— Cam....— Comecei a dizer, mas não conseguia formular uma frase que pudesse consolá-la.
— Me deixe sozinha um pouco — pediu.
Ela tinha razão de me tratar com essa frieza eu já lhe fiz muito mal.
Saiu de lá, indo até às cadeiras que haviam na recepção, me sentei ao lado do meu irmão.
—Se ela tivesse morrido, viveria com remorso no resto de sua miserável vida — Meu gêmeo sem me encarar.
— Eu sei disso — concordei com ele.
— Cuida bem dela, dá pra ver de longe que sentem algo pelo outro — aconselhou.
— Obrigado — agradeci saindo de perto dele.
Peguei o meu celular e coloquei no número do meu amigo KJ precisava falar com ele sobre tudo que estava acontecendo, era o único que não iria me julgar.
— Eae parça, está ocupado?
— Não, porquê? — KJ.
— Precisava falar com alguém apenas.
— Aconteceu algo grave? — KJ.
— Um pouco, não quero falar por telefone.
— Vem aqui em casa então — KJ.
— Tá bom.
Concordei finalizando a ligação, avisei ao meu irmão que iria sair e pra ele me avisar qualquer coisa que acontecesse com a Camila e fui dirigindo de moto até a casa do meu amigo.
Camila
Por sorte a minha madrinha havia trazido o porta retrato com a foto minha e da minha mãe, resolvi tirar pra dar uma acertada na foto, havia uma carta lá dentro.
''Oie minha filha.
Sabe que te amo muito né?
É tão nobre por sempre ter cuidado de mim, te agradeço muito por isso.
Sei que logo irá se encontrar com sua irmã, tenho certeza que ainda te culpa pela morte do pai de vocês.
Queria estar te contando pessoalmente isso, mas infelizmente Deus não irá me permitir.
Seu pai havia feito uma enorme dívida com um mafioso, na época você estava precisando fazer às pressas uma cirurgia que custava em tornos 2 mil reais, como o serviço estava difícil de conseguir ele se atrasou com o pagamento, um dia que levou a Debby pra passear apareceu um homem armado e lhe deram um tiro na frente dela.
A única coisa que disseram era que a dívida da filha mais nova havia sido paga.''
Comecei a chorar, agora entendo o motivo da minha irmã me culpar, fiquei olhando para uma foto dos meus pais juntos eles faziam um casal tão lindo.
Cole
Em poucos minutos haviam chegado na casa do meu amigo, como tinha a chave já fui entrando.
Ele estava deitado esparramado no sofá assistindo ''Todo mundo odeia o Chris'' e dando algumas risadas exageradas.
— Oie Cole — falou desligando a TV.
Me sentei ao lado dele no sofá e expliquei tudo que estava acontecendo.
— No que realmente precisa da minha ajuda? — perguntou indo direto ao ponto.
— Me ajude a reconquistar a Camila — implorei.
— Nunca pensei em ouvir um dia me pedindo ajuda pra conquistar uma garota — debocha — Apenas compre algo que mostre o quanto a ama — sugeriu.
— Não tenho a menor ideia — falei — Poderia me ajudar a comprar? — pedi.
— Não conheço suficientemente, mas minha namorada conhece — sugeriu.
— Tenho certeza que ela está brava comigo — contei.
— Vai ter que falar com ela e se resolver já que ela é minha namorada e você meu melhor amigo — mandou.
— Irei agora mesmo tentar resolver esse problema — avisei — Obrigado — agradeci saindo de lá.
Dirigi confiantemente até a casa da Lilih precisava da sua ajuda se quisesse ser feliz com a Cami. Quando cheguei lá ela estava regando as flores do seu jardim.
— Me ajude por favor? — falei indo direto ao ponto, chamando a sua atenção.
Ela nada disse, apenas me guiou até uma cadeira que havia em sua varanda.
Expliquei tudo que sentia em relação a Cami enquanto ela me encarava pensativa, até que finalmente concordou em me ajudar, lhe agradeci lhe dando um abraço.
— Tem alguma ideia em mente? — perguntei.
— Já que são noivos, mas não oficialmente, que tal oficializar esse compromisso? — sugeriu.
— É uma boa ideia — concordei animado.
Começamos a combinar como seria a festa de noivado, é bom ter o apoio da Lilih.
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