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♤ VINTE E CINCO ♤

Quero ser como as árvores de eucalipto, sempre verdes e em todo caminho.

Quando Derek pousa suas mãos nas minhas para a nossa primeira dança, sinto uma certa frieza. Encaro seus olhos dourados, mas ele tem sucesso em desviá-los de mim.

Depois do que Dara me disse, ouvi o anúncio da rainha de que o jantar seria servido um pouco mais tarde e ela desejou que apreciássemos um pouco de dança e bebida. Solicitei a presença de Derek que não me beijou como sempre fazia ao me ver ou sorriu para me receber, apenas pegou a minha mão e me guiou pelo salão. A decoração é uma mistura de tons escuros, cinza e preto, flores brancas e quadros sombrios, música fúnebre e milhares de pessoas desavisadas.

— Não vai falar nada, príncipe Derek?

Sua mão torna-se mais firme em minha cintura e só agora sinto falta de seu óculos. Ele veste um fraque azul escuro com detalhes dourados, o balançar dos enfeites me incomoda e sinto que talvez eu não suporte mais alguma notícia tão pesada.

— Não consigo dizer o que devo, talvez jamais me perdoe se lhe contar.

Meu coração tem uma batida descompassada, uma leve incerteza das emoções que sinto.

— Saiba que não começarei uma história com mentiras, sabe que abomino tudo e qualquer palavra que não seja verdadeira. — A minha certeza o espanta.

Percebo sua confusão, sua briga interna em busca de saber se deve ser verdadeiro ou me decepcionar mais uma vez.

— Eu sinto muito, saiu do controle. Pensei que poderia fazê-la mudar e não concretizar o que planejava, mas agora sei que não fui forte o suficiente. Ela destruirá tudo e qualquer pessoa que passe por seu caminho. Ela quer você ao lado dela, jamais permitirei que a tirem de mim. —O modo como fala é como se ele possuísse uma nota constando que sou seu objeto pessoal.

— Tornou-se um tolo! Não sei o que fizeram com você para achar que pode controlar uma rainha. Derek, você poderia ter agido diferente, procurado ajuda, poderia ter dito a mim!

Nesse momento não sei se falo alto o bastante, olhando ao redor ninguém nos observa, a música cobre o som da minha voz.

— Eu sei, mas isso só a teria feito piorar as coisas. Eu dei tempo para que deixassem as tropas prontas — alega e sorrio com deboche, mais um que se sente capaz de comandar algo.

— Que tropa, Príncipe Derek? — Seu nome soa totalmente diferente, não tem amor carregado nela. Ele me olha, tentando enxergar o fundo da minha alma, mas o que ele encontra é um muro de Jade.

— Eu me aliei aos príncipes da coroa e os outros de sangue para um combate contra a minha mãe. Nós estamos prontos para enfrentá-la e derrubá-la.

Meu riso se torna ainda mais incrédulo, uma coisa é tentar ajudar um reino outra coisa é combater uma rainha que ainda por cima é a mãe do dito cujo.

— Não pense que irei te perdoar depois disso, você perdeu toda a credibilidade que tinha comigo. Se alguém morrer nessa maldita guerra pode se sentir inteiramente culpado! Cuide para que quando isso tudo acabar eu fique livre do nosso trato.

Deixo Derek, no meio do salão, sozinho e procuro Cefeida. A vejo dançar com Ângelo, mas sua feição não é tão amistosa, ótimo!

— Cefeida, preciso que me ajude com o vestido. Acho que soltou alguma coisa.

Ângelo sorri e a liberta para que venha me ajudar. Andamos até o toalete, ao entrar fecho a porta e verifico se ficamos só nos duas.

— O que ocorreu para estar assim tão aflita? — A íris de minha irmã brilha como se estivesse diante de duas velas. Minha menina, tão pequena, envolvida nessa grande confusão.

— Prepare-se, junte todas as garotas e fiquem próximas uma das outras. A batalha nos espera e devemos estar prontas para o que vier.

Ouço um barulho, algo faz tremer o chão e as luzes se apagarem. Ouço gritos, mas não reconheço quem seja o dono das vozes. Tateio a parede e início minha busca por alguém conhecido, me choco com algo e sinto o aroma amadeirado do perfume de Lucas.

— Lucas, é você? — Ouço um ai contido.

— Sim, onde estamos? Sai andando sem direção, estou perdido.

Tento em vão tatear alguma coisa. Nesse escuro não enxergo nada, nenhuma persiana foi deixada aberta e o calor está tornando-se incômodo.

— A última vez que pude enxergar estava indo para a sala de jantar — digo.

Busco me recordar a quantos passos eu estava no salão, talvez assim eu saiba onde estou.

— Então já está começando... — Lucas fala um tanto alheio.

Engulo em seco e sinto a respiração acelerada vindo do colega a frente.

— O que? — questiono ao tocar em seu braço.

— Venha comigo!

Sinto as mãos de Lucas segurando as minhas e apertando para que eu o siga. Não sei por qual caminho estou indo, mas por um instante tudo fica claro por causa de um vão aberto. A luz da lua ilumina o cômodo, um lugar repleto de pilhas de pergaminhos e livros.

— Biblioteca? — pergunto ao ver a bagunça de papéis jogados ao chão.

— Não, uma saída forjada. Assim que minha mãe terminar de abaixar os muros de ferro ninguém conseguirá sair daqui. Fuja enquanto a tempo, joia rara!

Minhas mãos suam e tento limpá-las no vestido de tafetá.

— Lucas, não posso deixar as outras aqui. Tenho que encontrar minha irmã e as promessas.

Suas mãos pousam em minha face me fazendo olhar bem para ele, talvez ele esteja tentando me fazer enxergar algo que não entendo. Nunca vi Lucas tão exasperado em toda a minha existência.

— Não entende? Ela quer sua família e tudo que a rainha Mallory ama, o que inclui você. Por favor, não posso ser como meu irmão, mas tenho que de alguma forma protegê-la. Falta pouco, ouça. Derrube a última pilha de pergaminhos, uma porta vai se abrir e a passagem te levará para um córrego depois dos muros.

As explosões ficam cada vez mais constantes, caso eu saia agora todas as garotas ficarão presas e meu plano arruinado. Antes que tenha tempo de me impedir, corro em direção onde vejo ser a porta e início a procura pelas garotas, chamo por seus nomes e questiono as pessoas que encontro no caminho.

— Jade! — ouço um sussurro. — Aqui, estamos todas aqui! — Seguro as mãos de Diana que está próximo do corrimão da escada.

— Sei de uma saída, mas temos que ser rápidas. As armas estão com vocês? — Desejo saber. Não vejo o que Diana faz, mas ela checa algo em silêncio.

— Sim, trouxemos debaixo das saias bufantes.

Tateio a parede e encontro a linha divisória desenhada sobre ela.

— Vamos, todas me sigam.

Tento voltar o mesmo caminho que percorri até encontrá-las. Não é tão difícil já que bastava seguir as linhas das paredes. Ao chegar no local o príncipe Lucas já não está, procuro os pergaminhos e os derrubo com ajuda das garotas, a porta se abre e adentramos apressadamente.

Estranhamente, todo o caminho está claro por velas, como se tudo houvesse sido planejado antes. Ao fecharmos a porta rasgamos a costura que segura a parte superior da saia, passamos os últimos dias descosturando e fazendo novas costuras à mão para facilitar na hora de separá-las. Conseguimos armas menores, com Dárcio e o meu pai, e por isso foi mais fácil esconder por baixo da roupa.

Fazemos o trajeto em silêncio, o momento é difícil para todas que não sabem o que acontecerá com seus entes queridos ou com nós mesmas. O corredor é simples, sem tantas direções como em Prylea e ao chegarmos no final do corredor podemos ver o muro de ferro cortando a passagem e impedindo que outros possam sair. A nossa frente há apenas um pequeno córrego, felizmente limpo, que não sei onde chegará, não temos saída e pulamos antes que a coragem nos falte. Nadamos até chegarmos a uma vegetação próxima de um pequeno bosque.

— As armas estão molhadas? — questiono ao sair do córrego, tremendo até os ossos.

— Tiramos a munição antes e colocamos em sacos. Não sabíamos como seria nossa trajetória e nossa líder nos ensinou bem nos últimos dias.

Sorrio para mim mesma, orgulhosa do trabalho que fiz e de como as garotas mudaram em tão pouco tempo. 

— Não se preocupem, andaremos tanto que nossas roupas e armas ficarão secas.

Percebo o olhar de algumas das garotas, umas encarando as outras, como se estivessem aprontando algo.

— Olha, não sei você, eu prefiro ir de automóvel. — Diana diz empolgada.

Estamos longe da entrada do castelo. Contudo, infelizmente, posso ver as tropas se encaminhando para ir a alguns dos reinos. Roubar nunca foi meu forte, mas há uma primeira vez para tudo.

— Preciso de mais três que saibam dirigir. Automóveis não andam sozinhos.

Diana, Melissa e Leandra me dão sorrisos sugestivos, observo o horizonte e as mil possibilidades que tenho pela frente, ser ladra me parece uma delas.

Ao chegar em Ralind vejo que a situação é favorável, a cidade central está quieta com algumas residências confiscadas pelos guardas reais para formarem guarida. A marcha dos soldados do reino de Dorinlea faz tremer o chão, seus escudos são reluzentes e de um material tão resistente quanto ferro forjado. Minha entrada é confiscada, mas Diana — filha dessas terras — interfere-se no assunto.

— Sou Diana Hansen, sobrinha de sua Majestade que Reina Serena Dorothy Hansen e o Rei Élan Hansen. Estamos unidas para juntarmos as tropas, vimos quando a guarda de Limbell saiu dos muros para um confronto.

Assim como eu, todas as jovens ficaram espantadas com a ideia de Diana ser uma princesa, o mais incrível disso tudo foi que não notei em momento algum que ela não era quem aparentava ser. O guarda faz uma reverência e nos da passagem para entrar sem nenhum questionamento.

As meninas que estão no meu automóvel e eu aguardamos a princesa Diana nos guiar para o Palácio, sei que antes de tudo precisamos conversar com o rei Élan e saber qual a situação dos outros reinos. Depois, quero ouvir da princesa o porquê de se esconder todo esse tempo.

Chegamos ao Palácio de Verano, verdejante como a relva do solo da região, como as pedras que provavelmente estão sob meus pés. O lugar é lindo, majestoso, tão belo quando todos os outros e incrivelmente decorado com as características de seu povo, não há um canto sem um pomar ou alguma plantação distinta. Como estamos no topo, no local mais alto do reino, posso ver ao longe as tropas se aproximando para destruir toda essa beleza.

— Vossa Majestade que Reina Serena, me apresento como filha de Ulyere pronta para servi-lo. — Faço uma pequena reverência, minhas armas não me deixam curvar-me tanto.

O rei é a imagem e semelhança da moça ao meu lado, sua sobrinha, não sei como não fui capaz de juntar as peças. No entanto, não me recordo da última vez que estive em suas terras e por isso não irei culpar minha vaga memória.

— Agradeço sua coragem e lealdade para com meu povo, seremos eternamente gratos a sua graça e a de seus pais que organizaram o batalhão em pouco tempo. Somos fazendeiros, cuidamos de plantas e gados, não sabemos manusear armas e escudos.

Observo enquanto Dorothy põe a mão sobre o ombro de seu esposo em compreensão. O rei Élan é forte tanto em aparência como fisicamente, seus traços são de um guerreiro. Vejo em seus olhos a mesma garra e determinação que sua sobrinha possui e, perante a tudo isso, surge em meus lábios um sorriso casto.

— Solicito que nos deixe as sós enquanto há tempo. Preciso falar com Jade, existe certas pendências que precisamos resolver.

Todos se retiram do aposento nos deixando a sós, observo o cômodo todo cravejado por pedras esverdeadas e azuladas. Desenhos de árvores e flores estão em todo o espaço, até no teto  dourado. Apoio-me na mesa de mogno e por pouco não ponho minha mão no tinteiro azul.

— O que deseja falar comigo, Alteza Serena?

Observo enquanto Diana revira os olhos e cruzam suas mãos, me encarando com seus olhos amendoados.

— Às vezes querem usurpar o reino e às vezes o reino quer estripar alguém como resposta. Não tinha intenção de esconder a verdade, mas minha tia me enviou para Prylea como filha de um fazendeiro, uma simples promessa, para que eu fosse seus olhos e ouvidos. Tudo que lhe disse, Jade, foi real e não menti em uma só parte, nunca disse quem era porque jamais me perguntou, teve conclusões pelo que foi dito a todos e fico grata por sua lealdade a uma total desconhecida. Tudo o que fiz e faço é pelo meu povo, não serei coroada a menos que me case com meu primo Cássio ou um dos dois príncipes de Haffínit.

Entendi o que ela desejava me dizer e algo me incomodou em saber a verdade, mesmo que eu não tivesse nada com isso ou algum motivo para me sentir desse modo.

— Tem que casar-se com Valentin ou Maël. Como Maël tem como sua amada a sua prima Maëlys, só lhe resta Valentin para propôr o matrimônio.

O central problema é que o rei e a rainha não tiveram filhos, príncipes ou princesas de sangue. Diana é uma princesa da coroa e por sua raridade será a próxima na linha de sucessão, a única sobrinha real na idade adulta.

— Creio que sim, Valentin sabe de tudo, mas... — antes que ela terminasse, ouvimos a primeira bomba, uma explosão que fizeram dos meus ouvidos surdos por um instante.

— É melhor irmos ou não teremos como finalizar esse diálogo algum dia.

Contra vontade, Diana busca uma escarcina e me entrega, não tenho tempo para analisar a beleza do metal que está nas minhas mãos.

— No caso das armas falharem. — Ela diz alheia ao que observo, aceno com a cabeça para que olhe além da janela e vemos que os reforços chegaram. A guarda dos príncipes está do nosso lado e não é o príncipe Derek quem os lidera.

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