Twenty - One
Já havia amanhecido quando chegaram perta da Ilha Negra, e Ariel sentia cada parte de seu corpo se enrijecer. Afinal, não era como uma guerra. Não sabia pelo que esperar e o que estavam enfrentando. Não havia como plabejar estratégias. Estavam no escuro total ali, e Ariel só podia esperar pelo melhor.
-Então, o que acham que tem lá dentro?- perguntou o minotauro, tentando quebrar a tensão entre eles.
-Nossos piores pesadelos.- respondeu Edmundo.
-Os desejos mais sombrios.- disse Caspian.
-Maldade pura. - disse Drinian.
-Eu acho que vou vomitar. - disse Kyle e Ariel passou o braço ao redor dos ombros do primo.
-Não se assuste, Kyle. Você é corajoso.
-Eu sei. Mas esse papo animador me da nauseas.- disse ele e Ariel sorriu levemente.
-Eu te cubro.- disse Lúcia com um sorriso, que Kyle retribuiu.
-Travos, abra o arsenal.- disse Drinian ao minotauro.
-Sim, senhor.- ele respondeu.
-Arqueiros, preparem-se!
-Sim, capitão!
-Ash.- chamou Ariel e a garota a olhou. Ariel podia ver a tensão no olhar de Ashley, e seu rosto estava mais pálido do que nunca. Ariel tirou o punhal que havia ganho do papai noel de seu cinto e colocou o cabo nas mãos da garota. -Esse é meu presente pra você. Use-o.
-Ariel, eu não posso aceitar isso!- disse ela. -É muito importante!
-E é exatamente por isso que você deve aceitar. Ele nunca falha. Vamos vencer esse mal!- disse Ariel e Ashley sorriu.
-Vamos nos preparar.- disse Caspian e Edmundo e Kyle o seguiram. Ariel, Ashley e Lúcia foram para os aposentos do rei, e Ariel colocou sua armadura.
Quando todos estava prontos, se uniram para ouvir o discurso de Caspian antes de entrarem na Ilha.
-Não importa o que haja, cada homem aqui merece seu lugar no Peregrino da Alvorada. Juntos, viajamos longe. E enfrentamos perigos. Juntos, podemos enfrentar novamente. Agora não é hora de cair na tentação do medo. Sejam fortes! Não se rendam. Nosso mundo, nossa vida em Nárnia, depende disso. Pensem nas almas perdidas que viemos salvar. Pensem em Aslam. Pensem em Nárnia.
-Por Nárnia!- gritaram os homens.
-Bem, não podia faltar essa frase, certo?- disse Ariel pra Edmundo, que riu. E se olharam antes de gritarem, junto:
-Por Nárnia!
Mas logo o clima de festa e adrenalina morreu, dando lugar ao modo apreensivo. Pois assim que o Peregrino da Alvorada entrou dentro da Ilha Negra, bolas verdes de fumaça começaram a passar entre eles. Ariel tinha seu arco preparado, e ela estava alerta.
Ariel podia ouvir vozes, vozes de todos os lados.
Você achou mesmo que aquele era meu fim? Eu estou aqui! era a voz de Jadis, no ouvido de Ariel. Ela fechou os olhos com força.
-Você não é real.- disse Ariel para si mesma.
Ariel caminhou até Edmundo e Lúcia, que estavam com expressões tão ruins quanto a dela deveria estar.
-Eu odeio este lugar.- disse ela. E foi quando ouviram uma voz.
-Fiquem longe!- todos olharam ao redor, tentando achar o dono daquela voz, mas havia muita fumaça e escuridão.
-Quem está ai?- indagou Edmundo.
-Não temos medo de você!- gritou Caspian
-Nem eu de vocês!- disse a voz. Edmundo pegou sua lanterna e iluminou em direção a voz, e ali, em uma das rochas, havia um homem. -Fiquem longe!
-Não iremos embora. - disse Caspian.
-Não irão me derrotar!- disse o homem. E, levantando em suas mão, havia uma espada. A espada que queriam. Aquele homem era o último lorde.
-Caspian, a espada dele!- exclamou Edmundo.
-Lorde Rupe.- disse Caspian se aproximando do parapeito do navio.
-Vocês não mandam em mim!- gritou o homem.
-Não ataquem!- disse Caspian. -Vamos traze-lo a bordo, rápido!
-Ajudem!
Foi quando Eustáquio surgiu, segurando o homem em suas patas e o levando a bordo do navio. Mas, quando o lorde foi colocado no chão, ele se levantou, apontando com a espada para afastar todos dele.
-Acalme-se, milorde.- pediu Caspian, mas de nada adiantou.
-Afastem-se, demônios!- gritou.
-Não, milorde. Não vamos machuca-lo.- garantiu Caspian. -Sou seu Rei. Caspian.
-Caspian?- murmurou o lorde, se virando para o mesmo. -Milorde. Você não deveria ter vindo. Não há como sair daqui. Rápido. Deem meia volta antes que seja tarde demais.
-Já temos a espada, vamos!- disse Edmundo.
-Dê meia volta, Drinian. - pediu Caspian.
-Sim, Majestade.
-Não pensem! Não deixem que saiba de seus medos, ou se transformam neles.- disse o lorde.
-Ah não.- exclamou Edmundo.
-Edmundo! No que acabou de pensar?- disse Lúcia.
-Ah, me desculpem!- disse ele correndo para o parapeito e olhando para a água. E foi quando o navio começou a virar e a chacoalhar. Ariel deu um grito e caiu, deslizando até a outra ponta do navio.
Kyle puxa Ariel e ela se levanta, indo até Caspian e olhando para a água, onde um bicho gigante se mexia.
-O que é isso?- disse ele.
-É tarde demais. É tarde demais! - gritava o lorde sem parar.
-Está em baixo do barco!
E, assim que olharam para tras, viram Gael sentada na outra extremidade, exatamente de onde uma Serpente Marinha Gigante surgia.
-Gael!!- gritou Lúcia, o desespero evidente em sua voz.
Ashley correu até a garotinha, a pegando em seu colo e correndo para longe de onde estava a serpente. A serpente abriu a boca, prestes a atacar, mas nesse exato momento Eustáqui apareceu, cuspindo fogo nela, que rugiu de dor. Eustáquio a atacava com suas garras enquanto RipChip a espetava com sua espada. Mas, a serpente o jogou para longe, e quando ele voltou para ataca-la novamente, ela o agarrou com sua boca e o chacoalhou para todos os lado. Quando ela o soltou, Eustáquio caiu deitado numa rocha. Ela abriu a boca para o atacar, mas Eustáquio se virou e cuspiu fogo antes que ela chegasse mais perto dele. Ela queimou e voltou para o mar.
E foi quando o lorde empurrou todos, e gritou:
-Vá embora, criatura!- logo em seguida jogando sua espada na direção de Eustáquio, a acertando nas costas.
-Não, a espada!
-Eustáquio!- gritou Lúcia. Ele levantou voo e voou para longe dali. -Não, volte! - pediu Lúcia, mas já era tarde; Eustáqui estava longe dali e a batalha longe de ter um fim. Estavam presos ali.
-Estamos todos perdidos. Perdidos! De meia-volta!- dizia o lorde. Ele começou a conduzir o navio, fazendo com que todos caissem mais uma vez no chão. Mas, logo Drinian voltou ao comando, logo após apagar o lorde, para o bem de todos.
-Todos em posição!- gritou Drinian.
Aslam, nos ajude. Pensou Ariel
A serpente marinha voltava, nadando em direção deles. E ela os atacou, enrolando seu corpo ao redor de todo o navio e espremendo. Ariel correu, mas em meio a tanta água, escorregou e caiu.
-Ah, você não ouse morrer hoje, priminha!- disse a voz de Ashley a puxando e continuando a correr para um lugar mais seguro.
-Está tudo quebrando! - gritou Kyle. Ariel puxou sua espada.
-Vamos fazer picadinho de serpente!- gritou Ariel e bateu com a espada no corpo dela, que rugiu de dor e se movou, tentando atacar Ariel. Kyle a empurrou antes que isso acontecesse.
-Péssima ideia!- gritou ele. Mas a serpente não havia desistido, e havia voltado mais uma vez, agora prestes a atacar Kyle. Ela abriu a boca, e estava prestes a engoli-lo quando Ashley se pos na frente e perfurou o céu da boca da serpente com o punhal, fazendo era rugir de dor e se afastar. Ashley deixou o punhal cair e caiu sentada no chão, sangue escorrendo pelo braço.
-Ashley!- exclamou Ariel e foi até a prima. os dentes da serpente haviam perfurado o braço da garota durante o ataque.
-Eu to bem!- disse ela -Argh, isso dói!
-Eu sei. - disse Ariel rindo e rasgando um pedaço de sua camiseta para enrolar o braço de Ashley. Ela apertou com força e a garota reclamou de dor. -Isso deve bastar por ora. Vamos! Não podemos continuar aqui!
Edmundo atraia a serpente enquanto Caspian navegava em direção as rochas para que ali pudessem esmaga-la. E ali, ela tentava a todo custo mata-lo, e a cada golpe que ela tentava, Ariel sentia o grito preso em sua garganta e o desespero percorrer-lhe o corpo.
Edmundo se levantou e correu, e a serpente tentou ataca-lo outra vez. E, antes que ela o acertasse, uma flecha com penas vermelhar cruzou o ar e acerou em cheio o olho da serpente. Havia sido Lúcia a dispara-lá. E, neste momento, Edmundo pulou, caindo nas costas da serpente e escorregando para o conves do navio, e a Sepente foi prensada contra a rocha.
-Edmundo!- gritou Ariel e correu até ele, se abaixando.
-Eu estou bem.- disse ele e ela o ajudou a se levantar.
A serpente se levantou e se abriu, mostrando varios dentes. Edmundo e Ariel ficaram parados, chocados.
-Se mexam!- gritou Caspian e a serpente atacou no exato momento que Caspian os empurrou e cairam os três no chão. Caspian pegou a faca que estava no chão e atacou a serpente, que gritou de dor e o pedaço que foi cortado se desfez em fumaça verde. -Podemos vencer isso!
-Temos que chegar mais perto!- disse Edmundo, e começou a subir as cordas que prendiam a vela.
-Preparem os azarpões!- gritou Caspian.
Ariel puxou seu arco e preparou sua fecha, mirando na garganta da serpente.
-Agora!- gritou Caspian e todos atiraram. Ariel viu sua flecha acertar em cheio a garganta do bicho, que rugiu de dor com tantos golpes vindos de uma só vez.
-Puxem a cabeça pra baixo!- gritou Caspian e começaram a puxar cada vez mais, abaixando a serpente para que Edmundo pudesse ataca-la e mata-la.
-Edmundo! Mate-a!- gritou Ariel, mas ele nada fez. Estava parado.
E foi quando a serpente puxou com força, os homens soltando as cordas que a prendiam e sendo puxados por ela. Tudo foi indo por água abaixo, e Ariel temeu a morte.
Mas, de repente, a espada de Edmundo começou a brilhar em azul, e ele a apontou para a serpente, que correu até ele. Edmundo empunhou a espada e a enfiou no céu da boca da serpente, o atravessando. Raios azuis começaram a soltar da serpente e ela tremeu e caiu sem vida dentro do mar.
A luz começou a surgir aos poucos e logo a camada preta e verde que cobria a ilha foi desaparecendo. Ariel olhou para Caspian e sorriu. Tinham conseguido.
-Nárnianos!- gritaram, e, ao se aproximar da beirada do navio, conseguiu ver. Os botes com as pessoas que haviam sido oferecidas como sacrificios. Estavam de volta. Todos eles.
-Tragam todos a bordo!- ordenou Caspian. Ariel foi até Edmundo e Lúcia junto com Ashley e Kyle e logo Caspian se juntou a eles.
-Conseguimos. Eu sabia que conseguiriamos.- disse Lúcia.
-Mas não fomos só nós. - disse Edmundo.
-Você quer dizer que...- começou Caspian, mas foram interrompidos por uma voz que um dia Ariel já havia achado irritante, mas que agora estava aliviada por ouvir.
-Ei! Aqui em baixo! Lúcia! Edmundo! Ariel!- gritava Eustáquio nadando.
-Eustáquio!
-Sou um garoto de novo!
-Eustáquio!- disse RipChip. -Vejo que suas asas foram cortadas!- e com isso, pulou na água em direção do amigo.
RipChip começou a cantar, e logo exclamou sobre a água ser doce, o que, a principio, ninguém entendeu. Mas logo as peças se encaixaram quando olharam para esquerda.
-O pais de Aslam.- disse Caspian. -Deve estar próximo.
-Bem, já viemos até aqui.. - disse Edmundo e nada mais precisou ser dito.
É gente, agora só falta o capítulo final e o Epílogo!
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