O sol já se punha quando chegaram a Ilha, e Ariel conseguia sentir o nervosismo percorrer por todo seu corpo.

                        Mas quando chegaram em terra firme, Ariel se deu conta que ainda teriam que andar muito até conseguirem chegar ao topo da montanha, o destino que eles procuravam. E já era noite quando enfim conseguiram se aproximar de uma especie de castelo

-Eu não aguento mais andar!- reclamou Ashley.

-Ashley, lembra aquele papo sobre mudar e tals?- disse Kyle para a irmã. -Isso vale para as reclamações também. 

-Ah, me desculpe por sentir cansaço e fome!- disse ela levantando o tom de voz.

-Vocês dois! - reclamou Ariel e eles a olharam. -Parem de brigar. Estamos quase lá. Certo, Ed?

-Não faço ideia. -disse ele e Ariel o cutucou. -Quero dizer, claro, quase lá.

             Ariel e Edmundo se afastaram dos gêmeos que estavam emburrados, indo para o lado de Caspian.

-Eu realmente não entendo sua relação com sua prima.- disse Edmundo e Ariel riu.

-Como se eu entendesse, Ed.- diz ela e suspira. -Eu não entendo nem a nossa.

-Ai. Senti as farpas de longe, vou até sair de perto. - disse Caspian e se afastou, fazendo Ariel segurar a vontade de rir da reação do amigo.

-Não foram farpas!- se defendeu ela.

-De uma certa forma, foram sim. - disse Edmundo com um sorriso. -Eu não ligo mais. Sei que sou enrolado.

-Enrolado? Edmundo, você está enrolando pra pedir Ariel em namoro tem vinte anos! Pretende pedi-la logo em casamento? Por que é o que parece com tanta enrolação! - disse Lúcia.

-Da licença, intrometida! - reclamou ele e Lúcia se afastou, rindo. -O que eu quero dizer é que eu esperei pelo momento certo. Eu até falei com seu pai, Ariel.

-Falando nisso, o que você falou com meu pai, Edmundo Pevensie?- disse ela e ele riu. 

-Isso não é da sua conta, curiosa! Mas, em resumo, seu pai aprova que a gente namore. Eu só estava esperando o melhor momento pra te pedir em namoro, Cris. Mas, como você mesma já disse, milhares de vezes, não existe momento perfeito. Então, Ariel Cristal Haywood, depois de vinte anos de espera, você aceita ser minha namorada?

-Realmente, Ed, não existe momento perfeito, mas você escolheu logo o pior possivel!- disse ela rindo e segurando a mão dele. -Eu não posso nem te beijar agora, já que, né, estamos andando. Mas, sim, Ed, eu quero namorar com você. É literalmente tudo o que eu mais quero.

-Glória a Aslam, décadas depois, finalmente esse namoro saiu!- disse Lúcia.

-Lúcia...- disse Edmundo e ela riu, se calando.

                 E assim, chegaram a um lugar diferente, com estátuas cheias de raizes e envelhecidas e plantas por todo o lugas, o que indicava que ninguém vinha ali fazia muito tempo

                     Logo entraram em um lugar com uma mesa gigante com comida o suficiente para alimentar 600 homens famintos. Com cuidado eles observavam tudo sob a luz da lanterna de Edmundo. Ariel tinha sua espada em mãos, caso fosse necessário. Afinal, estavam no escuro e em um lugar completamente desconhecido.

                 Ao se aproximarem do fim da mesa, se assustaram; haviam três homens sentados, raizes e galhos os cobrindo quase que completamente. Todos puxaram suas espadas e ficaram alertas. Edmundo e Caspian, cada um de um lado da mesa.

-Lorde Revellian. - Disse Caspian apontando para o anel na mão do lorde que sentava na ponta da mesa. -Lorde Mavraron. - disse ele apontando para o Lorde sentado ao lado de onde Caspian estava. -E lorde Argos.

           Lúcia se aproximou do Lorde, tirando o cabelo branco da frente de seus olhos, e foi quando o lorde respirou, fazendo com que ela se assustasse e desse um passo pra trás. Caspian se aproximou mais para análisar o lorde.

-Ele está respirando! - exclamou Caspian.

-Eles também. - disse Edmundo e iluminou os outros lordes com a lanterna. -  Estão sob um feitiço.

-É a comida! - gritou Caspian para os homens antes que alguém comesse algo.

-É a faca de pedra. - disse Edmundo apontando para uma faca sobre a mesa. -Está é a...

-Mesa de Aslam! - exclamaram ele e Ariel juntos.

-As espadas. - disse Caspian e começou a tirar as espadas dos lordes do meio das raizes e plantas. -Ponha-as na mesa.

                   E então eles foram colocando todas as espadas que já tinham e que haviam acabado de encontrar, entrelaçadas, em cima da mesa.

-Temos seis. - disse Edmundo.

-Ainda falta uma.

                            As espadas começaram a brilhar em um forte tom de azul. E tudo começou a se iluminar.

-Vejam. - exclamou Lúcia, e todos olharam para o céu, onde podiam ver a Estrela Azul cada vez mais próxima, até descer até eles, assumindo a forma de uma mulher magnifica 

-Viajantes de Nárnia, bem-vindos!- disse ela com um sorriso. Todos se ajoelharam diante dela. -Levantem-se! Não estão com fome?

-Quem é você? - perguntou Edmundo. Sempre o mais atrasado, pensou Ariel.

-Sou Lilliandil, filha de Ramandu. Sou sua guia. - disse ela andando em direção de onde se encontravam eles, no fim da mesa.

-Você é uma estrela. - disse Caspian que caminhava na direção dela.

-Não sei por que estão tão encantados. Sou muito mais bonita que ela. - resmungou Ashley.

-Ash.- repreendeu Ariel olhando pra prima antes de se voltar para Lilliandil.

-Você é muito bonita.- disse Caspian e Ariel engasgou, tentando segurar sua risada diante do amigo a olhando abobado.

-Se é uma distração para vocês, posso mudar de forma.

-Não!- disseram Caspian, Edmundo e Kyle juntos. Lúcia e Ariel se olham, segurando a risada.

-Por favor. A comida é pra vocês. - e dizendo isso, Lilliandil acendeu as velas que estavam na mesa, tornando o lugar bem iluminado. -Há o suficiente para todos que são bem-vindos a mesa de Aslam. Sempre. Sirvam-se.

-Esperem!- disse Edmundo antes que alguém pegasse algo. -O que houve com eles?- e apontou para os lordes.

-Esses coitados já estavam meio loucos quando chegaram aqui. Estavam ficando violentos e ameaçando uns aos outros. Violência é proibida na mesa de Aslam. Por isso foram postos para dormir.

-Acordarão um dia?- perguntou Lúcia.

-Quando tudo se resolver. - respondeu a estrela. -Venham. Temos pouco tempo.

                          Ela andou para um lugar mais afastado, e Caspian, Edmundo, Lúcia, Ariel, Kyle e Ashley a seguiram. Chegaram a uma parte aberta, onde tinham ampla visão do mar.

-O Mago Coriakin lhes falou sobre a Ilha Negra? - perguntou Lilliandil.

-Sim. - disse Caspian.

                  Eles olharam para onde a Estrela olhava e puderam ver, não muito longe dali, uma ilha escura com fumaça verde. Uma ilha sombria, e que, mesmo de longe, trazia calafrios ao corpo de Ariel.

-Em breve, nada deterá o mal.- continuou ela. -

-Coriakin disse que para quebrarmos o feitiço temos que colocar as sete espadas na mesa de Aslam. - disse Caspian.

-É verdade. - disse ela.

-Mas só achamos seis. - disse Edmundo. -Sabe onde está a setima? - perguntou ele e ela apontou na direção da Ilha Negra.

-Lá dentro.

-Ah, ótimo. E tem como isso piorar?- disse Ashley e todos a olharam, fazendo com que ela se encolhesse.

-A sorte realmente não está do nosso lado. - disse Ariel.

-Irão precisar de muita coragem. Não percam mais tempo.

-Espero vê-lá de novo.- disse Caspian e ela sorriu.

-Adeus. - e então, Lilliandil voltou a ser uma bola azul, voando de volta para o céu. E assim, Ariel disse:

-Vamos. Temos uma batalha pela frente.

Só passando pra avisar que estamos nos últimos capítulos de A Princesa Perdida :c