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Twelve

           Assim que os primeiros raios de sol começaram a surgir no céu, Ariel e Edmundo foram acordados por Caspian.

-Ed! Ariel! Acordem. Ed, acorde!- disse Caspian enquanto chacoalhava o menino.

-O que houve?- diz Ariel se levantando ao ver a expressão de preocupação no rosto do amigo.

-Veja.- diz Caspian e olharam para areia, onde haviam grandes pegadas. Edmundo olhou ao redor.

-Onde está a Lúcia?-diz ele e o coração de Ariel dispara. Kyle também não estava ali;

-Lúcia? Lúcia!- gritou Edmundo.

-Kyle!-gritou Ariel.

-Todos acordem!- diz Drinian. -Levantem! Eu disse levantem!

          Edmundo e Ariel se apressaram para pegarem suas armas e começarem a correr, seguindo as pegadas.

-Por aqui!- diz Caspian.

-Movam-se!- diz Drinian aos seus homens. -Depressa, seus molengas!

            Correram pela floresta em busca de Lúcia e Kyle. O coração de Ariel estava batendo rapidamente, o desespero percorrendo cada parte de seu corpo. Estavam em um lugar desconhecido e não faziam ideia do tipo de criaturas que poderiam viver naquela ilha.

            Chegaram a uma parte onde não haviam muitas árvores, mas havia alguns arbustos e flores. Era como um jardim de uma casa.

-Caspian, a adaga de Lúcia!- diz Edmundo a pegando do chão.

-Kyle?- diz Ariel ao avistar o garoto de cabelos claros, a alguns metros deles, parado e com os olhos arregalados. -Por que está parado ai?

          Kyle parecia tentar a todo custo falar algo, mas parecia que uma força invisível o impedia de fazer qualquer coisa. Ariel se move para ir até seu primo. Precisava saber o que estava acontecendo.

-Ariel, espere!- grita Edmundo, mas já era tarde; foi como se uma força invisível a jogasse para trás, e o que impediu que Ariel caisse no chão foi Edmundo atrás dela, a segurando em seus braços.

-Você está bem?- perguntou ele preocupado e ela balançou a cabeça em concordância.

           E então, lanças começaram a ser jogadas ao redor deles e eles pararam de se mexer.

-Parem ai mesmo ou morreram!- disse uma voz. Não sabiam de onde vinha, pois não conseguiam ver e não tinha ninguém ali além deles.

          E eles começaram a ser atacados por uma força invisível que arranca suas espadas e os socavam. Ariel e Edmundo estenderam suas espadas, mas foi inútil, e elas logo foram jogadas para o outro lado do jardim.

-Que tipo de criaturas são vocês?- perguntou Caspian, no chão.

-Grandes. Com cabeça de tigre e corpo de um...- disse a voz

-Tigre diferente!- disse outra voz.

-Não vão querer mexer conosco!

-Senão o que?- disse Edmundo e Ariel apertou sua mão, silenciosamente o pedindo para não provoca-los. Não sabiam com o que lutavam, afinal.

-Senão os estracalharemos com nossas garras!

-Atravessaremos vocês com nossas pressas!

-Rasgarei vocês com meus dentes!

-E eu os morderei com os meus caninos!

           E enquanto eles iam falando, o feitiço que os mantinha invisíveis ia se desfazendo, dando a visão de criaturas pequenas com um grande pé em uma única perna.

-Ou melhor, nos esmagaram com seus barrigoes. - disse Edmundo.

-Barrigões?- disse uma das criaturas.

-Ou vão fazer cócegas com seus dedos dos pés?- todos começam a rir, desconcentrando as criaturas.

         Eles começaram a sair um de cima dos outros, e então, um deles caiu no chão de espanto.

-O que fizeram com minha irmã, seus pestinhas?- disse Edmundo indo até ele e apontando sua espada.

-Acalme-se. - disse ele. Ariel parou ao lado de Edmundo.

-Ed, fique calmo.-pediu ela colocando a mão em seu ombro. -Eu não acho que eles a tenham machucado.

-Edmundo, Lúcia está bem.- disse Kyle, que agora estava livre. -Eles a mandaram pra mansão.

-Que mansão?- disse Edmundo confuso.

           E então, uma mansão começou a surgir bem a frente deles, deixando de ser invisível e passando a ser visível a todos.

-Ah, essa mansão!- disse Edmundo e Ariel segurou sia risada pela expressão boba do amigo.

-Estou ficando cansado de me deixarem pra trás!- disse Eustáquio aparecendo acompanhado de Ashley.

-Eu digo o mesmo!- disse ela emburrada, passando as mãos desesperadamente nos cabelos claros, tentando tirar os nós que se formaram e arrancando as plantas que ficaram ali no meio. Ariel se sugarava pra não rir do estado do cabelo da prima.

-O porco! O porco está de volta.- gritaram as criaturas.

-Este lugar está cada vez mais esquisito.- disse Eustáquio.

-Que coisas mais feias!- disse Ashley.

-Que? Ele nos chamou de esquisitos?

-Ela nos chamou de feios?

        Foi ai que viram Lúcia, saindo de dentro da mansão acompanhada de um homem alto e de barba, que vestia uma capa azulada magnífica. Todos se viraram para eles.

-O opressor! O opressor!- gritavam as criaturas em prantos, como se o homem fosse o maior mal da ilha toda.

-Lucia!- disse Edmundo aliviado de ver a irmã sã e salva.

-Majestade e alteza.- disse o homem se curvando para Caspian, Edmundo e Ariel.

-Edmundo, Caspian, Ariel, este é Coriakin. Está é a ilha dele.-disse Lúcia com um sorriso.

-Isto é o que ele pensa!- disse uma das criaturas atrás deles. -Você nos enganou, mago.

-Eu não os enganei. - disse Coriakin. -Eu os tornei invisiveis para sua própria proteção.

-Proteção? Isso é opressão!- diziam as criaturas enquanto pulavam para trás a medida que Coriakin ia se aproximando deles.

-Opressor!

-Não os oprimi.

-Mas poderia! Se quisesse.

-Vão embora!- diz ele jogando um pó branco sobre eles e eles gritaram, se viraram e sairam correndo dali.

-Corram! É um feitiço!

-O que era isso?- perguntou Lúcia.

-Algodão. Mas não conte para eles.- diz o homem e Lúcia sorri.

-O que eram essas coisas?- pergunta Eustáquio.

-Tontopódes.- disse.

-Ah claro. Que idiota eu fui!- murmurou Eustáquio.

-Vamos, me acompanhem.- disse Coriakin se virando e seguindo em direção a mansão, não os dando outra escolha a não ser segui-lo.

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