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Ten

-Levante a espada, Kyle!- diz Ariel batendo de leve na espada dele.

-Sabe, você é muito dura comigo!- reclama o garoto. -Não vê o quanto estou sofrendo aqui?

-Para de ser um bebê chorão e lute!- ela diz investindo com sua espada, mas Kyle defende. Ariel sorriu. -Nada mal.

-Talvez você não seja uma professora tão ruim assim. - diz seu primo com um sorriso. Ariel ri.

-Ah é assim?- e Ariel atacou Kyle. Por um tempo, foi só ouvido o som do metal se chocando contra metal, e Kyle realmente estava melhorando. Mas, ele não era tão experiente quanto Ariel, e assim que ele se distraiu, Ariel fez seu movimento e arrancou a espada de suas mãos. -E é assim que você morre.

-Você é muito boa nisso. -resmunga o garoto e Ariel ri.

-São anos de prática. Um dia, quem sabe, você chega lá.- diz ela e os dois se sentaram sobre os barris para descansar. Ariel passou os olhos pelo navio; via Lúcia lendo um livro em um canto, Ashley lendo o livro de Caspian no outro; Edmundo limpava a espada, em silêncio e sozinho; estava tudo calmo. Bem, até Eustáquio aparecer carregando um facão enquanto corria, sendo seguido por Ripchip.

-Está tentando fugir?- disse Ripchip. -Estamos em um barco, sabia? - diz o rato ficando em frente ao garoto.

-Olhe, não podemos apenas conversar?- disse Eustáquio nervoso.

-Essa é por roubar!- disse Ripchip rasgando a camiseta do garoto com sua espada. Ariel conseguir ver então o por que brigavam: Eustáquio havia roubado uma laranja. -Essa é por mentir!- diz ele pegando a laranja que ficou presa na ponta de sua espada. Em seguida, ele bateu com ela no rosto do menino. -E essa pra você aprender!

          Eustáquio, enfurecido, tenta acertar Ripchip, que pula por cima da cabeça do menino, desviando de seu ataque.

-Teremos um duelo!- diz o rato. -Pegue!- e ele lança a laranja para fora de sua espada, que Drinian pega com facilidade. -Vamos, venha!

          E Eustáquio e Ripchip começaram a duelar, fazendo Ariel sorrir. Mas ela não chegou a ver o final da luta, pois alguém colocou a mão no ombro dela e ela se virou. Era Lúcia.

-Ari, podemos conversar?- ela diz, e algo na expressão de Lúcia dizia que o assunto não podia esperar.

-Claro.

             Lúcia foi com Ariel até o quarto onde estavam dormindo, e assim que entraram, fecharam as portas.

-O que aconteceu, Lú? Você parece preocupada. - diz Ariel.

-E eu estou. Eu vi você com Caspian ontem de noite. - diz Lúcia.

-Lúcia, não aconteceu...- começou ela, mas Lúcia a corta.

-Eu sei que não. Eu te vi chorando, Ariel. E eu sei o motivo das suas lágrimas, por que é exatamente o mesmo motivo pro meu irmão estar tão calado esses dias. - diz a menina com um suspiro. -Vocês dois não acham que estão exagerando? Ari, você está com ciúmes da sua prima, e ele está com ciúmes do Caspian! Mas vão mesmo parar de conversar por causa disso?

-Não sei do que está falando, Lúcia.- diz Ariel querendo fugir do assunto.

-Você nunca mentiu pra mim, Ariel, não comece agora. - diz a garota seriamente. -Se digo o que digo agora é por que amo os dois e eu quero ver vocês felizes de novo. Não acha que já foram longe demais com isso? Estava tudo tão bem em Finchley.

-Até Ed ficar estranho!- diz Ariel e Lúcia respira fundo.

-Ariel, você é muito ingênua as vezes, sabia?- diz Lúcia. -Olhe, vou te contar, mas se dizer ao Ed que eu disse algo...

-Não vou falar nada, Lú!- diz Ariel se sentando na cama. Lúcia respira fundo.

-Edmundo vai me matar. - murmurou ela antes de olhar para Ariel e suspirar.  -Edmundo estava "estranho" - disse fazendo aspas com os dedos. -Por que ultimamente ele vinha pensando tanto em algo e não conseguia tirar ela da cabeça, e meio que isso fez ele parecer afastado.

-No que ele pensava tanto que precisava me afastar dele?- diz Ariel.

-Ele não estava te afastando dele, Ari, ele só não queria que você soubesse antes da hora. - diz Lúcia.

-Saber o que?- diz Ariel.

-Ari, Edmundo foi pedir pro seu pai pra namorar com você. - diz Lúcia e Ariel arregala os olhos. Como assim ele havia ido falar com o pai dela? E como ela não sabia disso?

-O que? Quando?- diz Ariel se levantando. Lúcia abre a boca para falar algo, mas nada sai. -Lúcia!

-Calma!- diz a menina e ri. -Fazia umas duas semanas quando viemos pra cá.

-O meu pai disse?- disse Ariel, temendo o que quer que o pai dela havia falado.

-Isso quem tem que te falar é o Edmundo, não eu!- diz Lúcia. -Só saiba que, ele te ama, Ariel. Ele quer ficar com você. Então, não fique fugindo dele. E não deixe que ele fuja de você.

-Lúcia, eu preciso de respostas!- diz Ariel e Lúcia ri do desespero e ansiedade da amiga para saber o que o pai havia dito para Edmundo.

-Você sabe onde encontra-las.-diz a menina.

-Com você me falando tudo...?- diz Ariel e Lúcia cruza os braços.

-Com Edmundo, Ariel!- diz ela.

-Ah, claro!- diz Ariel e Lúcia ri. -Mas eu não sei se ele vai querer falar comigo.

-Ari, por favor ne. Ele pode até se fazer de durão, mas é só ouvir o som da sua voz que ele se derrete todo. - diz Lúcia fazendo Ariel rir. -Sério, Ari, eu nunca vi meu irmão amar tanto alguém, estar tão apaixonado por alguém.

-Eu também o amo, Lú. Mais do que você imagina.

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