Sixteen
Andaram bastante, sem parar. Não tinham tempo a perder, se a Feiticeira os alcancace, seria o fim.
Os castores andavam na frente, sempre os apressando. Pedro e Lúcia andavam juntos, e Ariel estava ao lado de Susana.
-Isso tudo é tão maluco.- disse Susana a amiga. -Por que nunca me contou de Nárnia? Somos amigas a tanto tempo.- disse a menina, fazendo Arile dar uma risada fraca.
-O problema, Su, é que não me lembrava de Nárnia. De nada. Ainda é um mistério, mas parece que as minhas memórias foram se apagando. Eu fui começar a me lembrar das coisas um mês antes de Lúcia entrar no guarda roupa pela primeira vez. - disse ela e Susana a olha, prestando atenção em cada palavra. -Eu achava que eram só sonhos doidos, sabe? Mas eram flashes de memórias. Quando Lúcia mencionou o Sr Tumnus, foi como se algo estalasse na minha mente e a barreira fosse quebrada. Me lembrei de tudo. Cada detalhe.
-Isso é tão confuso.- diz Susana e ri. -Eu nunca teria acreditado mesmo se você tivesse me contado antes.
-É bem maluco mesmo. Acho que ninguém acreditaria. Pelo menos agora sabem que é real.- diz Ariel sorrindo.
-Não sei se é bom ou ruim. Tenho medo dessa guerra, Ari. Onde você e Pedro estão se metendo? Não devem nada a este lugar.- disse Susana aflita.
-Bem, eu devo, Su. Eles me protegeram muitas vezes.- diz Ariel com um suspiro. -E eu amo cada ser aqui de Nárnia. Faz parte. Eu quero ver eles livres dessa maldita feiticeira mais do que tudo no mundo! Mas quanto a Pedro e a Edmundo, fique tranquila. Aslam vai nos proteger, eu sei disso.
-Esse Aslam... Por que acreditam tanto nele? Digo, sei que ele é Rei, mas se ele ficou fora por tanto tempo...
-Bem, mesmo assim. Ele é a esperança, assim como vocês quatro.- diz Ariel.
-E você.- diz Susana sorrindo para a menina.
-É. Talvez.- diz ela sorrindo abobada. -Mesmo que não acreditem, eu vi Aslam uma vez. Tenho certeza, Su. Era ele. Me salvou da Feiticeira uma vez, sei que faria de novo. Ele é bom. Feroz, mas bom. Sei que estaremos seguros em suas mãos. Ou patas.- diz ela e Susana ri.
Andaram mais um pouco. E mais um pouco. E mais um pouco. E enfim chegaram ao grande lago congelado.
-Atravessaremos o lago e ai faltará pouco.- disse o castor. - Faltara somente a cachoeira congelada.
Estavam já na metade do lago, andando de vagar pelo cansaço, exeto pelo castor, que vivia os apressando.
-Vamos logo!- reclama o sr castor outra vez.
-Se ele reclamar de novo, vou transforma-lo em um chapéu.- diz Pedro fazendo as meninas rirem.
Estavam quase no final quando escutaram barulhos de sinos. Viram então um trenó se aproximar. O coração de Ariel dispara, seu rosto empalidece. A Feiticeira!
-Droga!- disse o castor. -É ela! Corram!
E começaram a correr o mais rápido que puderam.
-Vamos! Estamos quase chegando lá! - disse Ariel correndo na frente, afinal, era a mais rapida de todos.
Chegaram logo a margem, e enfim estavam dentro da floresta cheia de neve.
-Droga, e agora?- disse Ariel não vendo nenhum lugar bom para se esconderem.
-Ali!- disse o castor apontando para uma pedra.- vamos para baixo dela!
E os seis foram então, para debaixo dela. Ficaram bem em silêncio, ouvindo os sons ao redor. Ouviram o som dos sinos e do trenó, mas logo pararam.
-Sera que ja foi?- disse Ariel baixinho.
-Vou conferir.- disse Pedro.
-Não! - disse o castor. -Você de nada serve a Nárnia morto. Eu vou.
-Nem você meu velho!- disse a Sra Castor antes dele sair do esconderijo, se esgueirando pela pedra.
Fez se então um grande e longo silêncio. O coração de Ariel ainda estava acelerado, o corpo arrepiado.
-Sera que foi pego?- disse Lúcia baixinho.
Foi quando o Sr Castor colocou o rosto em suas frentes, os fazendo dar um grito de susto. O Castor sorria.
-Venham! Não é ela! Venham, terão uma bela surpresa!
Sairam então os outros cinco do esconderijo, e o que viram fez os olhos de todos brilharem. Era o papai noel.
-Eu disse que ele existia!- disse Lúcia animada.
-Aqui estou eu! Ela me impediu de vir por anos, mas acabei chegando. Aslam está a caminho. O poder mágico da Feiticeira já começou a declinar!
Ariel sentiu uma sensação boa lhe percorrer o corpo. Um calor bom, a alegria enchendo seu coração. Nárnia seria salva, ela sabia. Tinha que acreditar.
-Agora, vamos aos presentes! Para a Sra Castor, uma nova máquina de costura, ultimo modelo. Deixarei na casa quando passar por lá. - disse ele e os olhos da castor brilharam.
-Queria me desculpar, mas a casa esta fechada.-disse ela, o Papai Noel riu.
-Fechaduras nunca foram um problema pra mim. O presente do Sr Castor, quando voltar, vai ser encontrar o dique terminado.- Disse ele.
O castor ficou tão feliz que nada conseguiu dizer.
-Agora, Pedro, filho de Adão.-continuou.
-Presente!- disse Pedro.
-Presentes pra você. São ferramentas, não brinquedos. Talvez não esteja longe o dia em que precisarão usa-las. Com honra!
E entregou a Pedro um escudo e uma espada. O escudo era prata, com um leão rubro no centro, e bem lustroso. A espada tinha punho de ouro, bainha, cinto, tudo. Parecia ter sido feita sob medida. Pedro recebeu tudo em silêncio.
-Susana, Filha de Eva! Isto é pra você. - e a entregou um arco, uma aljava cheia de flechas e uma trompazinha de marfim. -Só use em caso de grande risco, não quero que tome parte ativa na luta. Raras vezes falha o alvo. Quanto a trompa, é só leva-la aos lábios e tocar: auxílio lhe virá de alguma parte.
Susana pegou tudo em um silêncio, admirando tudo.
-Lúcia, Filha de Eva!- chamou e lhe estendeu uma garrafinha que parecia de vidro e um punhal muito pequeno. -Esta garrafa contem um tônico feito do suco de uma flor de fogo que cresce nas montanhas do sol. O punhal é para sua defesa em caso de extrema necessidade. Você também não deve entrar na luta.
-Por que não, meu senhor?-perguntou ela. -Acho que... Bem, não sei... mas acho que eu era capaz de não ter medo!
-O problema não é esse. É que as batalhas são mais feias quando mulheres tomam parte delas. E bem, ja teremos nossa pequena princesa lá para representar vocês, Filhas de Eva. E já sabemos bem o que uma princesa enfurecida é capaz de fazer, ainda mais se tratando da nossa princesa aqui.- disse ele que sorriu a menina. -E por último, mas não menos importante, Ariel Haywood, Filha de Eva!
Ariel se aproximou dele, que retirou de dentro do saco um belo arco, bem maior que o da Susana, com alguns detalhes esculpidos em sua madeira.
-Espere um pouco, eu reconheço esse arco! É o arco que... Que...- ela não conseguia terminar sua frase; lembrar de Seth, o centauro que era tão seu amigo e foi transformado cruelmente em pedra, ainda doía.
-Sim, filha de Eva. É o arco que o centauro, Seth, fez a você quando você ainda era bem pequena. Ele te ensinou a usa-lo, mesmo você nunca o tendo de fato o usado. Chegou o momento.- disse ele e ela o pegou. -Use-o com sabedoria, assim como ele te ensinou.
Então estendeu a aljava cheia de flechas que também continham os mesmos desenhos contidos na madeira do arco.
-Espere, ainda tem mais coisa.- disse o Papai Noel tirando uma espada do saco. Ela era bem menos chamativa que a de Pedro, mas ainda sim, era uma espada. Tinha o punhal prata, também com os desenhos do arco e das flechas. Era bonita. Também a entregou um punhal, um pouco maior que o de Lúcia. -Acho que precisará aprender a usar a espada, mas tenho certeza que Oreius, filho de Lumar te ensinará com prazer.
-Ele ainda está vivo? Lumar?- disse Ariel se lembrando do centauro que sempre estava junto com ela em suas aventuras.
-Está vivo sim, mas é um centauro bem velhinho agora. Vinte e um anos se passaram! Bem, mas tenho certeza que seu filho é um companheiro tão bom quanto o pai.- disse o Papai Noel. -Bem, é agora que os deixo. Tenho muitos presentes para entregar antes que o gelo termine de vez de derreter!
Ele saiu em seu treno, deixando para trás os outros seis.
-Ele podia ter dado uma caroninha.- diz Ariel e os outros dão risada.
-Espere. Ele disse que o gelo estava começando a descongelar?- pergunta Pedro.
-Pela Juba!- diz o Sr castor. -Temos que nos apressar se quisermos atravessar!
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