Seventeen
Andaram o mais rápido que puderam, até chegarem a cachoreira. Ela já havia começado a derreter, e agora só havia pouco gelo pelo qual poderiam atravessar. Precisavam descer rápido se quisesem atravessar a tempo.
-Precisamos atravessar... Agora!- disse Pedro segurando a mão de Lúcia.
-Castores não constroem diques?- disse Lúcia e o Sr Castor a olhou.
-Não somos tão rápidos.- disse ele. Pedro começou a andar.
-Vamos!
-Espere!-disse Susana e todos param. -Pense nisso por um minuto.
-Não temos um minuto!- disse Pedro irritado.
-Só estava tentando ser realista!- disse ela.
-Não, estava tentando ser inteligente. Como sempre. - disse o menino se virando para voltar a andar.
Começaram a descer pelas grandes pedras, Ariel ia encostada nelas, descendo aos poucos. Não conseguia olhar pra baixo. Altura sempre havia sido seu maior medo.
Ouviram um uivo ali perto, e o coração dela acelera. Maugrim estava perto. Iria os alcançar.
-Precisamos ir, agora!- ela disse saltando pela última pedra, chegando na margem do rio.
Pedro pisa no gelo, que afunda.
-Espere, talvez eu deva ir primeiro.- disse o castor.
-Talvez deva.- disse Pedro, engolindo um seco.
O castor começou a andar, batendo sua cauda no gelo para se certificar que estava firme. Quando um pedaço de gelo racha, a Castor se vira para o marido.
-Você andou comendo fora de hora, não é mesmo?
-Nunca se sabe quando vai ser sua ultima refeição, ainda mais quando é a sua comida.- disse ele. A castor começou a andar pelo gelo também.
Logo Ariel passou a frente de Pedro e começou a andar com cuidado. Os Pevensie vieram logo atrás dela.
-Ah se mamãe soubesse o que estamos fazendo.- disse Susana. Pedro se virou pra ela, irritado.
-Mamãe não está aqui!- ele disse antes de voltar a andar.
Pequenos pedaços de gelo cairam em suas cabeças, e ao olharem pra cima, viram os lobos atravessando o topo da cachoeira congelada.
-Ah não!- disse Lúcia.
-Corram!-gritou Pedro antes de começarem a correr.
Ariel pisou sobre um pedaço de gelo solto, que afundou, mas antes que ela pudesse afundar tambem, duas mãos a puxam.
-Está bem?-pergunta Pedro precoupado.
-Estou bem. Obrigada.- disse ela com o coração acelerado.
Estavam quase na margem quando Maugrim pulou na frente deles. O castor tentou espanta-lo, mas um lobo avançou nele, o mordendo e prendendo contra o gelo.
-Não!
-Pedro!-gritou Lúcia e Pedro sacou sua espada.
-Abaixe isso, menino. - disse Maugrim se aproximando. -Alguém pode se ferir.
-Não se preocupe comigo!- disse o Castor. -Acerta ele!
-Saia agora e seu irmão vai com você.- disse Maugrim.
-E por que deveriamos te ouvir, seu cachorro pulguento?- disse Ariel ficando ao lado de Pedro. Maugrim deu uma risadinha.
-Princesa Ariel. Não achei que teria coragem de voltar a Nárnia um dia. Saiba que minha rainha cumprirá a palavra e transformará em pedra todos os seus amigos.- disse Maugrim e Ariel deu um grito de raiva, pronta para ataca-lo, se não fosse por Pedro a segurando pelo casaco.
-Pare Pedro!- disse Susana. -Vamos ouvi-lo!
-Garota esperta.- disse Maugrim.
-Não o de ouvidos, Pedro. Mate-o! Mate-o agora!- disse o Castor.
-Está não é sua guerra.- disse o lobo cada vez mais perto. -Tudo o que a Rainha quer, é que pegue sua família é va embora.
-Não é por que um homem de vermelho te deu uma espada que isso te torna um herói! Largue-a!- grita Susana.
-Não, Pedro!- grita Ariel. -Acabe agora com esse desgraçado antes que ele acabe com a gente!
-Nárnia precisa de você, Pedro!- grita o Castor.
-O que decidiu, Filho de Adão? Não vou esperar para sempre.- disse o lobo. -Nem o rio.
-Pedro!- gritou Lúcia e olharam todos para cima.
Uma rachadura foi feita na cachoeira, água começou a vazar.
-Se segurem em mim!- grita Pedro antes de vincar a espada no gelo. Ariel agarra o casaco de Pedro com força, a tempo de ver a água vencer o gelo e começar a cair com um grande volume e força.
-Puta mer...- começou Ariel, mas não teve tempo de terminar sua frase, pois a água os engoloiu, e o gelo afundou.
Quando emergiram, Ariel arfou em busca de ar. Ainda estava agarrada a Pedro, assim como Susana e Lúcia, enquanto Pedro segurava com força a espada.
A correnteza da água os levou, e Ariel sentia a adrenalina correndo por seu corpo. Por um momento, achou que seria o fim. Agora, esperava profundamente que Maugrim, seu velho inimigo, tivesse morrido afogado. Será que desejar a morte desse desgraçado faz de mim uma má pessoa? Pensou ela, mas no fim das contas, constatou que não. Afinal, não tinha como não odiar o chefe da polícia secreta da Feiticeira.
Quando o gelo bateu na borda do rio, sairam todos. Ariel se arrastou até estar enfim sã e salva na margem, e deitou sobre a neve, arfando.
-Cade a Lúcia?- disse Susana desesperada e Ariel levantou num pulo.
Todos estavam lá, exceto por Lúcia. Tudo o que tinham dela, era o casaco.
-O que você fez?- diz Susana para Pedro, que tinha um olhar de preocupação e desespero no rosto.
-Lúcia! Lúcia!- gritaram todos, olhando para todos os lados. O coração de Ariel acelera mais uma vez, como havia acontecido várias vezes ao longo do dia.
-Alguém viu meu casaco?- disse a voz da menina mais nova, e Ariel se virou, vendo ela se aproximar, tão ensopada quanto os demais, ajeitando sua blusinha. Ariel suspira de tranquilidade e Pedro coloca o casaco ao redor dos ombros de Lúcia, que tremia.
-Isso foi tão... Wow.- disse Ariel com um suspiro fazendo os amigos rirem.
-Acho que não iram mais precisar desses casacos.- disse a sra castor com um risinho.
Ariel olhou para frente, e um sorriso nasceu em seus lábios. O gelo estava derrentendo; as folhas das árvores já haviam começado a florecer. O fim da Feiticeira estava chegado.
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