One
Ariel havia acabado de tomar o seu banho quando escutou batidas em sua porta. Ela se enrolou na toalha, e foi até o quarto, onde encontrou sua mãe sentada sobre sua cama, a esperando. A mulher olhou para sua filha e deu um sorriso.
-Querida, ainda não se arrumou? O amigo que seu pai fez na guerra logo estará ai para o jantar junto com a família dele! E ele vai trazer os filhos.
-Prometo ser rápida. Quer ajuda na cozinha?- perguntou Ariel enquanto penteava seus cabelos molhados.
-Ah, não, não, seu irmão me ajudou antes de sair com a namorada.- diz a mulher com um sorriso. -Logo vai ser você namorando, ai ai.
-Mãe!- diz Ariel arregalando os olhos.
-O que? Você não está quase namorando com seu amigo, Edmundo?- perguntou a mulher e Ariel engasga.
-Somos só amigos, Mãe.- diz ela e a mulher sorri.
-Por enquanto. -disse a mulher om um sorriso.- Mas bem, se arrume. E seja legal com os filhos do amigo do seu pai!- diz a mulher antes de sair do quarto.
-Se eles forem legais.- murmura Ariel e se senta de frente para a penteiadeira, olhando seu reflexo no espelho.
Iria fazer um ano que esteve em Nárnia pela última vez, e saber que havia sido sua última vez para sempre lá, doía seu coração. Por mais que estivesse conformada com a ideia de nunca mais voltaria a ver aquele lugar magnífico ou poder estar junto a Aslam, pensar em Nárnia doía em seu coração. Mas ela ficava feliz em saber que um dia Edmundo e Lúcia ainda voltariam, e ai poderia vivenciar Nárnia mais uma vez, mesmo que fosse somente com as palavras ditas por eles de sua grande aventura.
Ariel terminou de pentear seu cabelo e se levantou, indo até seu guarda roupas e tirando um vestido azul com saia rodada e o vestindo.
Quando enfim terminou de se arrumar, ouviu a campainha tocar e correu escada abaixo para receber as visitas, afinal, se não estivesse lá sabia bem que seu pai ficaria furioso. Ao chegar na porta da sala, viu seu pai e sua mãe, ambos com roupas bonitas e muito bem arrumados.
-Como está linda!- disse o pai de Ariel com um sorriso. Ariel sorriu de volta e se juntou a sua família.
Ao abrir a porta, Ariel pode ver um senhor muito bonito e elegante, que deu um abraço no pai dela e os dois riram.
-Esse aqui é meu bom amigo, senhor Pevensie!- disse o pai de Ariel rindo, enquanto apresentava a mãe dela e ela a ele, e Ariel o comprimentou rapidamente. Pevensie? Pensou ela, mas não teve muito mais no que pensar, pois logo atrás do amigo de seu pai, estava Dona Helena, mãe de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia.
-Dona Helena!- disse Ariel com um sorriso que a mulher retribuiu antes de abraçar fortemente a menina. Os dois homens, que antes riam, pararam de rir para observarem, confusos, a cena.
-Oh, Clary! Quando meu marido me falou que iriamos jantar na casa do amigo dele, não imaginei que a casa do amigo dele seria a sua casa! Só fui reparar isso quando chegamos na calçada.- disse dona Helena com um risinho, e a mãe de Ariel riu antes de abraçar a amiga. Como Ariel vivia junto com Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, as duas acabaram virando muito amigas.
Ao se virar, Ariel pode ver Pedro, que ria da situação, Susana, que estava com um sorriso no rosto, Edmundo, que olhava pra Ariel e quando ela o olhou, fingiu estar olhando pra outro lugar, e Lúcia, que foi até a amiga e a deu um forte abraço.
-Ari, que saudades!- disse Lúcia e Ariel sorriu, apertando mais a amiga em seus braços.
-Lu, fazem só duas semanas que não te vejo!- diz Ariel e Lúcia ri.
-Pra mim parece uma eternidade.
Ariel se soltou de Lúcia e abraçou Pedro, Susana e Edmundo, que sorriu pra ela.
-Daniel, acho que nossa família já se conhece.- diz o Sr Pevensie e o pai de Ariel ri.
-Parece que sim.- diz o pai dela. -Então vocês devem ser os famosos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, presumo. Ariel fala muito de vocês.
-Então você é a famosa Ariel!- diz o Sr Pevensie a olhando com um sorriso. -A garota que conquistou o coração do meu filho, Edmundo!
Ariel escutou Edmundo engasgar, e ela sente suas bochechas pegarem fogo. Queria enfiar seu rosto em um buraco.
-Pedro!- escutou Edmundo reclamar. Pedro riu.
-O que, Ed? Não posso mentir para nosso pai, não é?- diz o garoto com um sorriso.
-Fique tranquilo, querido, Ariel também é apaixonadinha por você. - disse a mãe de Ariel, e Ariel teve certeza que iria desmaiar ali, há quaquer momento.
-Mãe!- ela diz e a mulher riu junto com Helena.
-Então, Edmundo, quais suas intenções com minha filha?- diz o pai de Ariel, e a garota se sentou na cadeira antes que tivesse um treco ali, na frente de todos.
-Pai!- diz ela implorando para acabarem de fazer com que ela passasse vergonha.
-As melhores, senhor.- disse Edmundo, muito vermelho, enquanto seus irmãos se seguravam pra não rir.
-Hm... Me convenceu.- disse o pai de Ariel e ela respira fundo. -E bem, você é filho do meu bom amigo aqui, então tenho certeza que deve ser um bom garoto pra minha filha.
-Nós somos amigos, pai, A M I G O S!- disse Ariel e o homem riu.
-Só até Edmundo criar coragem pra te pedir em namoro, ne Ari?- diz Pedro e Edmundo fuzila o irmão com o olhar.
-Vamos jantar antes que a comida esfrie e as crianças morram de tanta vergonha!-disse Clary rindo e indo para a sala de jantar acompanhada de Helena, e seguida por Daniel e o Sr Pevensie.
-Eu te odeio, Pedro.- disse Edmundo socando o braço do irmão, que riu mais ainda.
-Eu te odeio em dobro!- diz Ariel.
-Olha, a Ari ainda esta vermelhinha! Que fofa! Você está mesmo apaixonadinha pelo Ed, não é? - disse Susana dando uma risada, fazendo Pedro e Lucia rirem.
-Ah vocês três estão ferrados!- diz Ariel. -Vamos embora, Ed.
Ariel segurou a mão dele e o arrastou pra longe dos outros três.
-Awn, olha só que fofos, de mãos dadas!- ouviu Pedro zombar e revirou os olhos.
Enquanto todos os adultos conversavam no escritório do pai de Ariel após o jantar, ela levou os amigos até a sala para conversarem. Estavam sentados no sofá, diante da lareira, com a barriga cheia e o sono os atacando.
-Você vai passar quanto tempo no Estados Unidos, Su?- pergunta Ariel olhando para amiga.
-Alguns meses. Não sei quantos, mas vamos ficar um tempo lá.- disse a mais velha. -Estou muito animada por isso.
-Você tem sorte. - resmunga Edmundo. -Ter que aguentar Eustáquio vai ser um verdadeiro inferno na Terra.
-Ah, Ed, não fale assim! Coitado do menino. - diz Ariel e Edmundo a olha.
-Ah, você fala assim por que não o conhece!- se defende Edmundo.
-Bem, você se conhecia há dois anos atrás?- ela diz com um sorriso provocativo e Edmundo a olha bravo e encosta no sofá. -Ele ficou bravo!
-Eu não era um Eustáquio!- diz Edmundo.
-Era sim!- dizem os seus três irmãos ao mesmo tempo, e Edmundo bufa.
-Pelo menos eu mudei! Eu fui um grande Rei!
-O que Nárnia não faz com uma criança birrenta!- diz Ariel. -Deveria tentar leva-lo, vai que isso faz seu primo ser legal. Funcionou bem com você.
-Qual o problema de vocês e por que sou eu?- diz Edmundo e todos riem.
-Então, Pedro, quando você vai ir morar com meu padrinho?- pergunta Ariel para o amigo.
-Assim que meus pais e a Su forem pros Estados Unidos, vou ir pra lá.- disse Pedro.
-Enquanto isso, eu e Ed vamos ter que sofrer na casa da nossa tia!- diz Lúcia e suspira.
-Pelo menos eu ainda vou estar aqui na Inglaterra para fazer da vida de vocês mais alegre!- disse Ariel e todos riram. -Eu vou sentir a falta de vocês. - disse ela abraçando Susana e Pedro.
E assim eles passaram boa parte da noite, conversando e rindo, como sempre fizeram. Afinal, uma amizade que o próprio Aslam unio, ninguém jamais seria capaz de separar.
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