Nine
-Não é brincadeira, Pedro!- disse Ariel indo até Lúcia. -Nárnia realmente existe! - e sorrindo para a menina disse: -Como está Sr Tumnus? Ah, você conheceu os castores? Eles são adoraveis!
-Você acredita em mim?- perguntou Lúcia, os olhos brilhando de alegria.
-Claro que...-começou Ariel, mas foi cortada por Edmundo.
-Claro que não! Ela está dizendo isso por que é sua amiga e não quer que achemos que está louca!
-Parem com essa brincadeira, pessoal. Não tem graça.- disse Susana.
-Ariel, você acredita em mim, não é?- disse Lúcia abraçando a menina forte.
-Chega, Lúcia! Vamos!- disse Susana irritada saindo da sala. Pedro e Edmundo saem logo em seguida, deixando apenas Ariel e Lúcia.
-Vem comigo, Lúcia. Temos muito o que conversar.
Ariel levou Lúcia até seu quarto depois do jantar. Ficaram todos em silêncio durante a refeição, e subiram em silêncio, cada um indo para seu quarto.
-Ariel, você realmente disse aquilo só pra me fazer sentir melhor? -perguntou Lúcia tristemente.
-O que? Não, Lu. Afinal, como eu saberia que o nome do lugar é Nárnia. Você ainda não tinha dito nada.- disse Ariel docemente.
Depois da briga na sala vazia, Lúcia foi para seu quarto com Susana e Ariel foi pensar sobre tudo o que havia descoberto. Então, Nárnia existia e ia muito além de seus sonhos.
-Eu já estive lá. Em Nárnia.- disse Ariel, e os olhos de Lúcia brilham. Lúcia se senta ao lado de Ariel. -Eu devia ter uns seis, sete anos quando descobri o mundo dentro do guarda roupa.- disse sorrindo, se lembrando agora com clareza de todos os detalhes, e sabendo que tudo era verdade. -Essa memória tinha ficado apagada até você mencionar o Sr Tumnus. Foi como um clic na minha mente, e eu me lembrei de tudo. Até então, tive só alguns flashes de memória em meus sonhos, mas achava que eram só sonhos malucos.- disse dando uma risasa. -Mas você ter mencionado ele me fez lembrar tudo, fez encaixar as peças que faltavam. Sim, estive em Nárnia, muitos anos atrás. Eu amava lá, mesmo a feiticeira querendo me matar. Mas sabia que eu estava em segurança. Eles me coroaram princesa de Nárnia. - Ariel sorriu largamente. -Mas tive que ir embora, por causa da feiticeira. Ela disse que se eu voltasse, mataria meus amigos. Então eu nunca mais voltei. Não sei ao certo o por que, mas minhas memórias foram se apagando. Como se eu ficasse mais segura sem elas. Mas, Lúcia, eu tive um sonho tão estranho antes de começar a ter flashes. Aslam, ele me dizia que eu iria me lembrar de tudo na hora certa. Por que agora é a hora certa?
-Não sei.- disse Lúcia, parando para pensar. -Será que você deve voltar a Nárnia? Por que não teria outro motivo para suas memórias voltarem que não fosse esse. - respondeu a menina.
-Mas, Jadis... Eu tenho medo, Lu. Não quero causar mortes.- disse Ariel com lagrimas em seus olhos.
-Acho que se você fosse causar algum mal, sua memória não teria voltado.-disse Lúcia gentilmente. -Talvez eles precisem de você.
Batidas na porta atrapalharam a conversa.
-Lu, venha dormir.- era voz cansada de Susana.
-Conversaremos mais depois.- disse Ariel baixinho. -Qualquer coisa, venha me chamar.
-Ok.- disse Lúcia dando um rápido abraço na menina antes de partir.
Ariel se revirou várias e várias vezes na cama tentando em vão adormecer. Quando percebeu que não conseguiria de jeito nenhum, jogou para o lado as cobertas e saiu da cama. Colocou seu roupão vermelho escuro, colocou suas pantufas e se dirigiu a porta do quarto.
Ao abrir, se segurou para não gritar. Lúcia estava parada ali, prestes a bater na porta. O coração de Ariel bate forte.
-Lu, que susto!- disse ela num sussurro. -O que faz acordada?
-Não consegui dormir!- ela sussurrou. -Pensei que você também não fosse conseguir. O que acha de irmos a Nárnia?
-Será que eu conseguirei atravessar?- perguntou Ariel num suspiro.
-Deixe de bobeira! Vamos, venha.- Lúcia não deu tempo para Ariel pensar se isso era ou não boa ideia, já a arrastava para a sala vazia.
Entraram lá, e Lúcia abriu a porta do guarda roupa. O vento logo bateu no rosto das duas, jogando seus cabelos para trás e apagando a luz da vela.
-Eata aberta, a passagem...- disse Ariel.
-Ora, lógico que está. Não podem impedir que sua princesa entre, não acha?- disse Lúcia sorrindo. Ariel sorriu e entrou de mãos dadas a Lúcia.
O frio foi a primeira coisa que Ariel sentiu ao entrar. Tinha se esquecido de com era gelado ali, um gelo de fazer doer as pernas.
Depois, sentiu as folhas das árvores pinicando seu corpo. Levantou o braço e as asfastou, logo passando e pisando na neve.
Nárnia continuava a mesma desde a última vez que Ariel havia ido ali. E, em anos Nárnianos, isso havia sido a muitos, muitos e muuitos anos atrás, não somente sete.
Ariel sente lágrimas de alegria em seus olhos.
-Achei que nunca mais pisaria aqui.- disse ela num sussurro.
-Aqui é tão magnifico!- disse Lúcia admirada. -Venha! Vamos ver Sr Tumnus!
-Ah! Por favor!- disse Ariel animada, puxando Lúcia.
-Parece que você se lembra o caminho.- disse a pequena rindo.
-Foram muitas vezes que fiz esse caminho, Lu.- disse Ariel também rindo. -Vamos logo antes que a bruxa má descubra que estamos aqui.
E andaram o mais rápido que puderam, Ariel agarrada a mão de Lúcia, com medo de que a Feiticeira aparecesse.
Logo chegaram em frente a caverna de Sr Tumnus e Lúcia deu três batidinhas na porta. Ariel começa a balançar as pernas, nervosa.
E se não se lembrasse mais dela? E se os Nárnianos agora a odiassem por te-los deixado? E se Jadis tivesse destruido todos eles?
A porta é aberta, e Ariel logo pode ver o Fauno com seu típico cachecol vermelho enrolado no pescoço. Havia mudado muito do que Ariel se lembrava. Não era mais um fauno adolescente, era adulto. Mas ainda assim, continuava com o mesmo rosto de sempre. Ele viu Lúcia e deu um sorriso.
-Olá Sr Tumnus. Trouxe alguém que queria muito ver o senhor.- disse Lúcia e os olhos do fauno caem sobre Ariel.
A boca de Sr Tumnus se abre formando um O, e ele a cobre com as mãos. Seus olhos se arregalam, e ele a olha, surpreso e admirado.
-Não pode ser! Princesa Ariel?
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