-O que houve com o Sr Tumnus?- quis saber Lúcia.

-É uma triste história.- disse o Sr Castor, e Ariel abaixa a cabeça, triste. Já sabia bem o que havia acontecido ao seu amigo Fauno. -Muito triste mesmo. Não há duvidas que foi levado pela polícia.

-Aquele lobo sarnento.- resmungou Ariel.

-Mas para onde foi que o levaram?

-Bem, iam em direção ao norte, quando os viram pela última vez; e, infelizmente, todos sabem o que isso significa.

-Nós não sabemos.- Disse Susana. -Bem, Ariel deve saber, mas nós, não.

-Isso significa que o levaram para a casa dela.- disse Ariel com uma voz sombria.

-Bem - disse o Castor olhando Ariel e engolindo um seco. A menina fechou os olhos. -, nunca se sabe exatamente. Mas poucos entram la e conseguem sair. Ela os transforma em estátuas de pedra. Dizem que esta cheio delas por seu pátio, escadaria, saguão. Seres que ela transformou... Transformou em pedra.

-Temos que fazer algo para salva-lo!

-Tenho certeza que se pudessemos, o fariamos. - disse Ariel tristemente. -Mas é isso que ela quer: que entremos em sua casa para ela poder nos transformar em pedras.

-Não tem como darmos um jeito?- perguntou Pedro. -Temos que achar um jeito! Ele salvou a vida da minha irmã. Não podemos abandona-lo assim, deixar que façam dele uma coisa dessas!

-Não vale a pena, Filho de Adão! - disse o castor. -Nem vale a pena experimentar. Agora que Aslam está a caminho...

-Oh! Eu sabia! Eu sabia que Aslam viria!- disse Ariel animada.

-Nos fale de Aslam!- disseram os Pevensie.

-Ariel! Não falou a eles sobre Aslam?- disse o castor incredulo.

-Não tive tempo! E, eles não acreditavam em Nárnia, iram acreditar em Aslam?- se defendeu ela.

-Pois bem. Aslam é o rei. O verdadeiro rei de Nárnia. Senhor do Bosques, mesmo estando ha muito tempo ausente. Mas agora está voltando. Ele dara um jeito na feiticeira branca. E ele, não vocês, há de salvar o Sr Tumnus.

-E se ela transformar ele em uma estátua?- pergunta Edmundo.

-Ha! Como se ela tivesse poder o suficiente para isso!- disse Ariel. O castor disse:

-Assim diz o velho poema que costumamos cantar:

O Mal será bem quando Aslam chegar,
Ao seu rugido, a dor fugira
Nos seus dentes, o inverno morrerá
Na sua juba, a flor há de voltar.

-Quando o virem, hão de entender tudo!

-E chegaremos a vê-lo um dia?- pergunta Susana.

-Claro! Foi para isso que os toruxe ate aqui. Os levarei a Aslam.

-E ele é um homem?-pergunta Lúcia. Ariel da uma risadinha.

-Ele é um leão! Um grande Leão.- disse Ariel.

-E ele é de confiança? Vou morrer de medo de ser apresentada a um leão -disse Susana.

-Vai morrer mesmo, Su.- disse Ariel e Susana arregalou os olhos. -Ver Aslam sem sentir medo é para os mais valentes ou os mais tolos!

-Ele é perigoso?- pergunta Lu.

-Ah, sim! Perigosíssimo.- disse Ariel, animada, confundido os Pevensie. Como ela pode estar animada se ele é tão perigoso? Pensou Pedro. -Mas acontece que Aslam é bom! Ele é REI!

-Recebi uma mensagem de que todos vocês devem encontra-lo amanhã, na mesa de pedra.

-Sr Castor. - chamou Ariel. -Espere um minuto. Pedro, Edmundo, Susana e Lúcia, eles são... São...

-Sim, minha filha, são eles.- disse a Sra Castor. Os olhos de Ariel brilham de alegria.

-O que é que tem nós? Não entendo nada!- disse Susana.

-Pois bem, ai vai mais uma de nossas canções.

Quando a carne de Adão,
Quando o osso de Adão,
Em Cair Paravel,
No trono sentar,
Então há de chegar
Ao fim a aflição.

-E agora que chegaram e ele chegou, tudo se encaixa. Vocês hão de salvar Nárnia da feiticeira junto a Aslam.

-Só não entendo o por que eu voltei.- disse Ariel. -Onde me encaixo nisso? Não sou, nem de perto, tão importante quanto eles. Nem sequer deveria ser uma princesa, não sou nem capaz de vencer a Feiticeira!

-Oh! Não diga bobagens, princesa!-disse a Sra Castor, bem trise.

-Como não é importante? Lógico que é importante!- disse o Sr Castor. -Sabe por que? A história que nunca contamos a você por medo de estragar tudo, mas, bem, quem era a única pessoa capaz de trazer eles a Nárnia, era você, princesa. Como também é você quem lutará na batalha e vencera a feiticeira ao lado de Aslam. Você é essencial para vencermos ela! E quando ela descobriu isso, ja era tarde demais, pois você ja estava a salvo longe de Nárnia. Passamos esses anos todos esperando o dia em que retornaria com os filhos e filhas de Adão que vão se sentar nos tronos de Cair Paravel, e olhe, você os trouxe! Temos até uma canção sobre você, ai vai:

A Princesa que trouxe a esperança
Há de voltar
Consigo trazendo
Os Reis e Rainhas
Que em Nárnia hão de reinar!
Para o bem retornar
A princesa deve se preparar
E na guerra lutar
Para que enfim possa
A paz reinar

            Ariel estava emocionada; sempre achava que não seria capaz de libertar seus amigos, mas agora sabia que ela era quem deveria traxer os filhos e filhas de Adão e Eva, ela lutaria na batalha! Ela cumpriria sua palavra.

-Por isso a Feiticeira esta sempre procurando humanos em Nárnia. Procura pelos cinco tem muitos anos, sem parar. Quer apanhar todos de uma vez!

-Mas o que isso tem de especial? O que temos de especial?- pergunta Pedro.

-Ha outra profecia. Dizem que, quando em Cair Paravel, o castelo que da ao mar, se sentarem nos tronos dois Filhos de Adão e Duas Filhas de Eva, como reis e Rainhas, e quando se sentasse a Filha de Eva como princesa, seria então, o fim do reinado da feiticeira e dela própria! Não ve? Os cinco que iram libertar Nárnia!

            Estavam tão concentrados nas palavras do castor, que mal repararam quando Edmundo saiu de fininho no meio da conversa, mas foi ao olhar ao redor a procura do garoto que ela percebeu a grande besteira que havia feito em ter deixado de o vigiar por alguns minutos.

-Espere! Cade o Edmundo?