Four
A menina corria pela floresta, assustada. Sabia que havia prometido aos Castores ir direto para a casa, mas queria muito ver seus amigos texugos antes de partir. Mas agora, estava encrencada!
Era o trenó da feiticeira! Estava logo atrás dela, ela tinha certeza. Correu e correu, mas parecia que mal saia do lugar! Ela iria a alcançar, e ai seria o fim da Princesa de Nárnia. Se ao menos tivesse escutado os Castores e ido direto para o Lampião! Como era teimosa a princesinha!
Podia ouvir os sinos ficando mais perto, mais perto, e mais perto. Já podia sentir que era seu fim. Seria morta, ou pior! Transformada em Pedra pela varinha mágica da feiticeira!
O coração da menina acelerou, e seus olhos se encheram de lágrimas. Para! Pensou ela. Não é hora de chorar! É hora de arranjar uma solução. E foi ai que ela viu. Salva pelo buraco dos castores! Se agachou e entrou rasteijando pelo buraco, logo o cobrindo de folhas para que ninguém visse.
Não sabia ao certo quanto tempo tinha ficado ali, na escuridão e umidez, mas quando saiu se sentiu aliviada. A feiticeira ja tinha ido, afinal.
Voltou a correr, e por estar distraida, esbarrou em algo. Não algo, alguém. Ela deu um alto grito enquanto caia sentada no chão, pensando ser a feiticeira. Seu coração acelerou.
Mas ao levantar a cabeça, viu que nada havia de temer. Não era a Feiticeira, era alguém muito mais bondoso e feroz do que ela. E, mesmo sem nunca ter o visto, sabia que era ele. Aslam, de quem todos falavam. O verdadeiro Rei de Nárnia. O Leão.
-Minha criança, não quis lhe assustar.- disse o Leão calmamente, e a Princesa sentiu seu coração encher de alegria e euforia. Poderia ficar o dia todo ali, somente o olhando e o escutando falar.
A menina se levantou, tirando a neve se sua roupa, e sorriu docemente para o Leão.
-Tudo bem. Achei que fosse a Feiticeira.-ela disse risonha. O Leão esboçou algo parecido com um sorriso. -O senhor que é o Aslam, não é?
-Acho que você já sabe a resposta para essa pergunta, princesa.- disse o Leão rindo tranquilamente.
-Por que está aqui, Aslam? Os animais falaram que há anos você não aparece! Veio para salvar Nárnia das garras de Jadis?- perguntou a menina euforica.
-Acalme-se, criança. Tudo tem seu tempo. Nárnia vai ser salva, mas não hoje. Quando os filhos de Adão e Eva chegarem, Narnia há de ser salva.- disse o Leão com tranquilidade, como se soubesse de algo.
-Mas, Aslam, e se eles nunca aparecerem? Você não pode fazer nada?- perguntou ela aflita.
-Tudo em seu tempo, pequena Princesa. Você vera que tudo dara certo no final. Confie em mim.- e ela confiava. Confiava muito, mesmo mal o conhecendo. -Venha, se aproxime. Ponha a mão em minha juba para que eu não me sinta só. Há anos estou sozinho.
A garota se aproximou do grande Leão com sua permissão e encaixou as mãos em sua juba, o acariciando.
-Então você não veio para ficar?- perguntou tristemente.
-Não hoje, pequenina. Não hoje.- respondeu o Leão parecendo triste. -Mas o bem há de vencer o mal, com ou sem mim.
-Por que veio, Aslam?- perguntou ela curiosa.
-Ora! Não sabe? Você estava em perigo, alguém tinha que fazer algo.- disse o Leão.
-Você veio para me proteger?
-Sempre estarei te protegendo, princesa. Mesmo que eu não estaja por perto, olharei sempre por você. - disse o Leão e a garota sorriu, o abracando fortemente, sem medo. O Leão deu uma risada gostosa.
-Princesa! Princesa!-ela ouviu alguém gritar. Se soltou de Aslam e se virou. Eram o Sr e a Sra Castor junto com o Sr Texugo e o Sr Tumnus. -Princesa, ouvimos seu grito, esta bem?
-Não poderia estar melhor! Vejam, Aslam esta aqui, ele me salvou! Ele esta bem...- ela disse se virando para o Leão. Mas ao se virar, não o encontrou. - aqui.
Os animais a olharam confusos, mas nada disseram. Acharam que havia delirado por conta do frio ou algo assim.
-Venha, princesa, vamos tomar um chá quente e nos aquecer.- disse Sr Tumnus entrelaçando o braço no dela e a tirando dali.
Ariel é despertada gentilmente por um homem que trabalhava no trem. Ele sorri para ela.
-Acho que esta é sua parada, não?-disse ele olhando para o cartão preso a blusa da menina. Ela assentiu, ainda sonolenta. Tinha tido um sonho bom. Com pássaros e árvores, Castores e Texugos, neve e buracos, Feiticeiras e Faunos. E um Leão que falava.
O homem a entregou sua mala e Ariel o agradeceu, saindo da cabine, e logo depois, do trem.
A estação estava deserta, e Ariel fica confusa. Seu padrinho não sabia que ela chegaria naquele dia? Mas logo escutou os galopes de cavalo se aproximando, e logo viu Dona Marta aparecer na carroça.
Dona Marta era uma mulher peculiar. Odiava crianças e tinha varias manias irritantes. Odiava bagunças.
Mas, com Ariel, ela era diferente do jeito que era com outras crianças. Talvez pelo fato se conhecer a menina desde que era um bebê, Dona Marta a tratava muito bem. Era mais mimada pela mulher do que pelo próprio Padrinho. Mas isso não significava que não recebia belas broncas de vez em quando.
Ariel sorriu ao ver a mulher e se aproximou.
-Dona Marta!- ela disse e a mulher desceu da carroça, envolvendo a menina em um abraço apertado.
-Como você cresceu! Está tão bonita! Seu cabelo! Ah! Como está bela.- disse a mulher. Ariel da uma risadinha.
-Dona Marta, não faz nem um mês que nos vimos pela última vez!-disse a garota com um sorriso sapeca no rosto. Dona Marta a olha feio, mas logo sorri.
-Pessoas mudam muito em menos de um mês! Vamos, deve estar faminta!
Subiram as duas na carroça e seguiram de volta a mansão dos Kirke.
Demoraram pouco para chegar até a casa. Logo estavam diante da grande mansão, do campo, dos animais, do pequeno rio, ah! E as montanhas! Como Ariel tinha sentido falta daquele lugar que tanto gostava.
Logo que entraram na casa, Dona Marta apanhou a mala da menina, insistindo em leva-la até o quarto onde Ariel sempre se acomodava quando ia para lá.
-De jeito nenhum!- protestou Ariel. -Eu mesma levo minha mala, Dona Marta. Obrigada.
A mulher sorriu e se afastou, provavelmente indo avisar ao professor que a menina já havia chegado.
Ariel subiu as escadas e fez o caminho que tanto conhecia até o quarto.
O quarto continuava do mesmo jeito que ela havia o deixado da ultima vez. Se sentou na cama, tirou de dentro seu caderno e uma caneta, e começou a escrever sobre o sonho maluco que teve no trem.
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