Eight
Ariel viu a noite chegar e a manhã começar, ali, acorrentada junto de Lúcia, Ashley e Eustáquio, e não havia nada que eles pudessem fazer.
Mas, assim que o sol raiou, as coisas começaram a desandar; uma carroça cheia de pessoas se aproximava, e umas gritavam em desespero. Ariel observou, mas não sabia o que eles fariam com aquelas pessoas.
-O que estão fazendo com eles? -perguntou Ariel para o fauno acorrentado ao seu lado quando levaram as pessoas para dentro de botes.
-Fique olhando.-disse ele e Ariel assim o fez.
Quando o bote chegou a uma distância razoavelmente grande da terra, o céu começou a escurecer, e uma névoa verde apareceu no meio do mar, indo em direção ao bote. As pessoas gritavam e algumas choravam. E Ariel logo entendeu o por que; quando a névoa chegou perto do bote, ela o engoliu, e assim que se dissipou e sumiu não havia mais bote e nem as pessoas que antes estavam lá.
-O que aconteceu com essas pessoas?- diz Ariel.
-Ninguém sabe. Mas se não é vendido no Mercado de Escravos, serve de sacrifício para névoa.- disse o fauno.
-Precisamos fugir daqui.- disse Ariel. -Rápido!
Lúcia estava sendo vendida pelos homens, mas Ariel mal conseguia prestar atenção; olhava para todos os lados, tentando buscar uma boa estratégia para dar o fora dali o mais rápido possível.
-E agora, por este pelo espécime, quem abre o leilão?- diz o homem apontando para Eustáquio. Ninguém se pronuncia. Vamos lá, pode não parecer, mas ele é forte.
-É forte mesmo, e fede como o trasseiro de um minotauro!- diz um homem e todos riem.
-Isso é uma mentira absurda!- diz Eustáquio. -Eu ganhei prêmio de higiene escolar durante dois anos seguidos!
-Vamos lá, algum lance?
-Eu alivio você dessa carga.-diz a voz de um homem encapuzado. Mas Ariel conhecia aquela voz, e não vinha do homem. Ripchip. -Eu alívio você de toda essa carga!- diz e o homem tira o capuz, revelando ser Drinian. Todos os outros homens fazem o mesmo e sacam suas espadas. -Por Nárnia!
Eles começam a luta e, aproveitando a confusão, Ariel corre e pega as chaves das algemas, conseguindo se soltar e soltando Ashley.
-Ashley, procure nossas armas! Devem estar ali!- diz Ariel e a garota concorda, correndo até o local onde haviam escondido suas armas.
O homem que havia comprado Lúcia tentava levala, mas ela se debatia. Ariel, furiosa, pula sobre o homem e usa as correntes que a prendiam para o sufocar. Assim que o homem perde a consciência, ela o solta, afinal, não queria mata-lo!
-Está bem, Lú?- pergunta Ariel e ela faz que sim. Ariel solta as algemas de Lúcia.
-Obrigada, Ari.
-Ariel, aqui!- diz Ashley segurando as cinco espadas e os punhais de Lúcia e de Ariel.
-Ashley, use minha espada!- diz Ariel e pega a espada de Pedro, passando para Lúcia a outra.
-Eu não sei usar isso!- diz Ashley. Ariel olha a prima e sorri.
-É como dançar. Você consegue. Vamos!- diz Ariel, e viu um homem se aproximando tentando a atacar. Ela luta contra ele. -Viu? Não é tão difícil.
Ariel e Lúcia lutavam lado a lado, enquanto Ashley mal conseguia manter a espada erguida. Mas Lúcia e Ariel formavam uma bela dupla e lutavam bem em conjunto.
E foi assim por um tempo, até renderem todos os mercadores de escravos. Deram uma boa surra em todos os homens, que se renderam e foram presos no final da batalha.
-Lú! Ari!- ouviram a voz de Edmundo e se viraram. Ali vinha ele junto de Caspian e Kyle. Lúcia correu até o irmão e o abraçou forte.
-Você está bem?- diz ela. -Fiquei preocupada.
-Eu também fiquei, Lú.- ele disse.
Kyle chegou até Ariel e Ashley sem dizer nada; puxou as duas para um abraço e suspirou.
-Grande aventura, né?- diz ele e Ariel ri.
-Eu realmente preciso dormir agora.- diz Ashley com um fraco sorriso. -Ainda mais depois disso tudo.
-Caspian! Está bem?- pergunta Ariel e ele sorri, concordando com a cabeça.
-Ei...- diz Edmundo puxando Ariel para perto dele. -Você está bem?
-Sim, Edmundo. Estou bem. - ela diz o olhando no olhos.
-A gente precisa conversar, não é?- ele diz baixinho e ela suspira.
-Não agora. - ela diz e se vira, caminhando até Caspian. -Aqui.- ela diz estendendo a espada de Pedro. -Espero que não se importe de eu te-la usado.
-Sei que Pedro não iria se importar, e muito menos eu. - diz Caspian com um sorriso pegando de volta a espada.
-Aqui está sua espada, Edmundo. - diz Ashley entregando a espada para Edmundo, que a pega meio desconfortável. Ariel revira os olhos e arranca sua própria espada que estava na outra mão de Ashley.
-Todos com suas armas de volta, vamos dar o fora daqui?- diz Ariel e Caspian concorda.
Quando estavam a caminho dos botes, todos os Narnianos das Ilhas Solitárias agora os aplaudiam, uma forma de agradecer de os terem livrados dos mercadores de escravos.
-Majestade!- diz um homem tentando se aproximar, mas Drinian o impede. -Minha esposa foi levada está manhã!
-Papai!- dizia uma garotinha atrás do homem.
-Está tudo bem, Drinian.-diz Caspian e Drinian solta o homem, que se aproxima do Rei.
-Imploro que me leve com você. Sou um bom marinheiro, passei minha vida toda nos mares!
-Eu quero ir!- disse a menininha ao lado do homem.
-Não, Gael, fique com sua tia!
-Claro, deve ir. - diz Caspian e o homem agradece.
Ariel continua seguindo Caspian e Edmundo, que andavam lado a lado, em silêncio. Não se sentia bem, e queria muito voltar para o navio e poder dormir em paz.
-Meu rei!- disse um homem de idade se aproximando de Caspian. Pelo que o garoto havia contado a ela pelo caminho, este deveria ser um dos sete Lordes de Telmar. Ele trazia consigo uma espada suja e velha, que mal dava para ver sua lamina e seu punhal. -Isso foi dado a mim por seu pai. Mantive-a em segurança por todos esses anos, em uma caverna.
-É uma espada narniana antiga.-diz Edmundo a observando.
-É da antiga Era de Ouro.- diz o homem e o coração de Ariel se enche de alegria, mas, ao mesmo tempo, tristeza ao lembrar dos bons tempos que viveu. -Há sete espadas como essa. Presentes de Aslam, para proteger Nárnia. Seu pai as confiou a nós. Tome. Pegue-a. E que ela o proteja. - disse o homem estendendo a espada para Caspian, que a segura.
-Obrigado, Milorde. E nos encontraremos seus cidadãos perdidos.- diz Caspian.
Voltaram a caminhar de volta para o bote, quando Caspian olha para espada e depois para Edmundo.
-Edmundo.-diz Caspian e o garoto o olha. Caspian da a espada para Edmundo, que a olha com um sorriso.
-Homens. -murmurou Ariel indo para o bote.
Logo estaria de volta ao navio; e ai sim Ariel poderia pensar com clareza em sua conversa com Caspian; pensar no que deveria fazer. E quais as decisões certas a se tomar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro