Eight
Andaram bastante no meio do mato, atravessaram para o outro lado do rio, e enfim estavam no lugar onde Lúcia disse que havia visto Aslam.
-Onde acha que viu Aslam mesmo?- pergunta Pedro e Lúcia o olha irritada.
-Queria que parassem de falar como adultos! Eu não acho que vi, realmente o vi.- diz a menina.
-Eu já sou um adulto.- murmurou Trumpkin e Ariel o olho com um olhar de "Sério NCA? Sério?", fazendo o anão se calar.
Lucia andou um pouco para a frente, observando o lugar.
-Foi bem...- mas ela não completou sua frase, pois o solo cedeu, e Lúcia caiu com um grito.
-Lúcia!- gritaram os outros e correram para ver. O coração de Ariel ainda estava disparado, mesmo ao ver Lúcia bem a alguns metros abaixo, sentada. Ela olhou pra cima e sorriu. -aqui.
Lúcia havia descoberto uma passagem de pedras por onde poderiam descer tranquilamente sem ter que pular.
-Obrigada por achar essa bela passagem, Lu, mas nunca mais me assuste desse jeito!- disse Ariel e a menina deu uma risada. -Quase morri do coração.
-Quase morremos todos do coração.- corrige Edmundo. -Vem, vamos descer.
Pedro segurou a mão de Susana e Lucia e foi descendo com elas, Trumpkin ia logo atrás.
-Você vem ou não?- disse Edmundo para Ariel, que olhava para baixo, ainda com o coração acelerado. -Ah, certo. Você tem medo de altura. Vamos, Ariel, você não vai cair.
-Ed... - ela diz. -Eu não consigo descer isso ai.
-Ora! Lógico que consegue, você é a princesa de Nárnia que lutou contra a feiticeira branca e seu exército. Ariel, isso aqui não é nada. Vem.- ele diz e estendeu a mão pra ela, que segurou com força. -É só não olhar pra baixo. Vai ficar tudo bem.
E de fato parecia que tudo ficaria bem ali, junto a Edmundo. Ele fazia com que ela se sentisse segura, e por alguns minutos, se concentrou em suas mãos juntas e não nos metros abaixo dela e no rio correndo logo abaixo deles.
Demorou um pouco para terminarem de descerem e enfim estarem seguros no chão, sem o perigo de cair metros. Mas quando o fizeram, Ariel suspirou aliviada. Agora só teriam que atravessar o Veloz pelo caminho de pedras.
-Viu? Eu disse que ia ficar tudo bem.-diz ele com um sorriso. Ariel esperava que, agora que estavam na parte de baixo, Edmundo soltaria sua mão; mas ele não soltou, e não seria ela que iria fazer isso. Aliás, ela não queria fazer isso.
Seguiram então os outros que já estavam atravessando as pedras, sem dizer mais nada.
-Deveriamos arranjar um lugar para passar a noite.- disse Trumpkin. -Já está começando a escurecer.
-Concordo com o NCA.- disse Edmundo. -Precisamos ir mais rápido e sairmos daqui antes que fique escuro.
E andaram todos mais rápido e em silêncio. O cansaço os dominava por completo. Haviam sido muitas emoções para um dia, e Ariel não tinhas mais forças nem para andar, quem dira falar algo.
Meia hora de caminhada depois, arranjaram um bom lugar na floresta para passar a noite.
-Vamos ascender uma fogueira. - diz Pedro. -Ed, me ajude a arranjar lenha.
Foi só ai que Edmundo soltou a mão de Ariel e seguiu Pedro e Trumpkin para dentro da floresta. Ela se virou e se deparou com Lúcia a olhando sorrindo e Susana de braços cruzados, um sorrisinho no rosto e a sombrancelha arqueada. Ariel sente as bochechas queimarem.
-O que foi?- pergunta ela. Susana e Lúcia dão risada.
-Olhe, ela está vermelha, Lu.- diz Susana.
-Igualzinha quando peguei ela e Edmundo dormindo abracadinhos.- diz Lúcia e Ariel arregala os olhos, engasgando com a própria saliva.
-Lúcia!- diz Ariel com um gritinho esganicado. Susana olha de boca aberta pra Ariel.
-Você e Ed estão namorando e não me contaram?- diz Susana.
-Não estamos namorando!- diz Ariel rapidamente. -Estava frio! Edmundo só estava tentando me esquentar e acabamos dormindo! Nada demais nisso. Somos melhores amigos, pelo amor de Deus! Vocês sabem disso.- diz ela balançando as mãos impacientemente.
-A única pessoa que você engana com essas desculpas é a si mesma.- diz Susana, rindo. -Todo mundo sabe que vocês vão acabar ficando juntos. Só estão adiando o inevitável.
-Susana, pare de falar besteira.- diz a menina revirando os olhos. -De onde tiraram essa de que Edmundo e eu vamos namorar?
-Ari, você é apaixonadinha por ele.- diz Susana e Lúcia concorda.
-Nos seus sonhos, Pevensie, nos seus sonhos!- diz Ariel se virando e indo se sentar enquanto Susana e Lúcia riam.
Logo Pedro, Edmundo e Trumpkin voltam com a lenha e acendem a fogueira.
-Por que está vermelha?- perguntou Edmundo se sentando ao lado dela e Ariel lança um olhar mortal a Susana e Lúcia, que deram um sorriso.
-Problemas que já resolvi.- diz Ariel.
-Bem, não resolveu coisa nenhuma.- diz Susana. -Você não falou a verdade.
-Que verdade?- pergunta Pedro.
-Eu falei a verdade, vocês que não querem aceitar que essa é a verdade!- diz Ariel nervosa.
-Ela fica tão fofa vermelhinha!- diz Lúcia e ri.
-Do que estão falando?- pergunta Edmundo confuso.
-Sobre Ariel ser apai...- começa Susana mas Ariel a corta.
-Mais uma palavra e eu digo seus segredos, Susana Pevensie!- diz Ariel com um olhar mortal pra amiga, que arregalou os olhos e se calou. Ariel sorriu. -Viu? Assim que é uma boa amizade.
Susana revirou os olhos e sorriu, enquanto Ariel comia sua maçã com carne de urso.
Depois de todos comerem, Ariel se deitou na grama ao lado de Edmundo e Susana e ficou pensando. Estava exausta e confusa.
Gostava tanto de Edmundo. Se sentia tão bem ao lado do amigo. Confiava tanto nele. Ele era seu melhor amigo! Mas toda vez que ele a abraçava, toda vez que sorria... Ariel se sentia diferente. Sentia um calor percorrer seu corpo, um calafrio bom em seu estômago. Afinal, será que estava apaixonada mesmo por Edmundo?
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