Aproveitei o tempo que me restava e no fim do dia antes de dar o último sopro decidi agarrar numa pena e escrever todas as minhas emoções e senti-me curada. Como de um milagre se tratasse.

Percebi então que tudo o que escrevi dissipou a escuridão e a dor que sentia em mim. A minha autoaceitação.

Passado uns dias voltei a ver Will, inicialmente ele nem me reconheceu no meu estado normal.

Nunca mais voltei para o castelo e descobri o que era o amor de verdade com Will que me cuidava com amor e aceitação e não me criticava por aquilo que eu era de verdade.

O meu erro tinha sido caber em expectativas e viver a vida que queriam que eu vivesse em vez de viver a vida da forma que sempre quis.

Nunca tive mais notícias do meu reino mas foi melhor assim pra mim. Deixei muitas coisas para trás mas valeu a pena para poder finalmente ser feliz. Onde não posso ser eu prefiro não estar.

De facto não sei o que o futuro me reserva mas tenho a certeza que o melhor que faço é viver um dia de cada vez. Como se o hoje fosse o último dia da minha vida.

Agradeço as desavenças da minha vida elas é que permitiram com que me tornasse a pessoa que sou hoje, uma guerreira.

A minha própria transformação foi a chave para a minha própria felicidade porque só quando descobrimos quem somos de verdade e nós amamos a nós próprios é que conseguimos amar o próximo.

A vida ao lado de Will tornou-se numa aventura a cada dia. Acredito que os nossos destinos se cruzaram num momento inesperado, reacendendo a esperança e despertando o amor. É a mais evidente prova de que duas almas não se encontram por acaso.