Ser princesa é um quebra cabeças talvez o melhor seja que temos o direito a educação.

Sempre adorei ler, escrever, adquirir conhecimentos não exigidos para o meu estatuto. Passear na floresta e sentir a brisa do vento me levar, cavalgando ou correndo. 

Estar em relação com a fauna e a flora. Ter a minha independência e ter as minhas aulas de tiro ao arco às escondidas, já que uma mulher não é digna de o fazer.

Face a esta condição das aulas de etiqueta, os meus pais ficavam extremamente preocupados e chateados.

Uma mulher ousada e indomável como eu era rebelde, inatingível e mesmo se tratando de um casamento arranjado, quem quereria uma princesa com hábitos que vai contra todos os princípios? Como garantir a sucessão da linhagem face a esse obstáculo?

Como eu desejava fugir dos dias normais e construir um mundo só meu onde tudo o que eu faria ou sonhasse não seria mau. Um mundo onde as minhas responsabilidades fossem reduzidas como as de uma pessoa de outro estatuto social.

Sair a rua era um desafio constante, em que tinha que me esconder cada vez que saísse para não ser reconhecida perante todos.

Tudo o que eu achava ou pensava era criticado constantemente. É como se tudo o que eu quisesse viver estivesse completamente errado e fugisse à perfeição do mundo real.

Sei quantas vezes me tentei encaixar no mundo que todos diziam ser o normal, mas cada vez que o fazia perdia-me de quem eu era de verdade.

Até ao dia em que o meu mundo caiu.
Até ao dia que todos os pensamentos que faziam parte de mim e os que não eram meus fizeram com que ficasse em plena escuridão.

Talvez parte dessa escuridão tenha sido desenvolvida por estar a viver uma vida que não era minha.

Talvez quisesse agradar mais aos outros.

Talvez quisesse corresponder às expectativas dos meus pais para que não ficassem envergonhados com as minhas escolhas e se orgulhassem de mim.

Eu só queria ser livre e viver o que me vai no coração.

Eu só queria compreensão e apoio de quem eu mais amava.