Peter e eu passado alguns meses conhecíamo-nos bem. Através da comparência em bailes principalmente. Ele era super atencioso e carinhoso. Ele era alto moreno bem cuidado e robusto.

Faltavam poucos meses para o nosso casamento e eu estava radiante.

No dia que íamos anunciar o nosso noivado tudo aconteceu de forma imprevisível.

Peter fez o inevitável, o imperdoável e impensável.

Apanhou-me sozinha com seu sorriso meio atrevido, agarrou-me com firmeza e tentou abusar-me à força, só eu sei o que eu gritei e lhe implorei para me largar e ele continuou sem se importar.

Consegui debater-me e fugir dele. Corri ofegante e passei por uma passagem do castelo que ele desconhecia ficando assim em segurança.

A partir daí tudo mudou, fiquei com medo dele e já não queria seguir em frente com o combinado. Não ia casar com um homem que me faltasse ao respeito.

Sei que falei com os meus pais sobre o que aconteceu mas eles não acreditaram no ocorrido.

Achavam que eu é que estava a ser insolente e egoísta de pôr tudo em causa quando Peter era um amor de pessoa e que só estava a exagerar.

Senti-me desamparada e sem apoio, completamente despedaçada. Os laços de sangue deveriam ser mais fortes que tudo mas aprendi na minha caminhada que a família às vezes são os que escolhemos na vida. Os que estão lá quando estamos destruídos para nos apoiar.

Como teria que cumprir o meu dever, num dia ao luar fugi do castelo com a minha capa vestida para não ser reconhecida bem como o essencial para minha sobrevivência.

Segui caminho pela floresta encantada com o meu arco às costas para me defender de possíveis criaturas místicas.

Acabei por me comportar na rua como uma plebeia normal e seguir a minha vida roubando um vestido que me encaixasse para ninguém perceber. De seguida sujei a cara bem como desgrenhei o meu cabelo para não ser descoberta.

Comecei a trabalhar numa taberna para ganhar uns troços e assim refazer a minha vida não voltando a olhar para o meu passado.