Prólogo
Quinhentos anos atrás...
Tentava controlar meus poderes, mas o nervosismo me deixava tensa, meus batimentos ficaram acelerados e minha respiração descontrolada. Minhas mãos já estavam acesas em um vermelho intenso que parecia estar vivo, levei-as ao pescoço retirando o colar e depositando-o em cima da penteadeira. Meu cristal se apagou, então respirei fundo aliviada ao ver que minhas mãos voltaram ao tom normal da minha pele clara. Era véspera do grande dia em que todo o reino de Zaygonn esperou por longos anos, a minha coroação o dia em que iria assumir o trono.
Estava sofrendo alguns descontroles talvez pelo nervosismo ou pela ansiedade, na verdade, não me sentia preparada para governar, pelo menos não naquele momento.
Já havia nascido com o propósito de herdar o trono de Zaygonn. Não tive opção de escolha, já que fui a única descendência do rei Dalibor e da Rainha Kayla.
Certamente o meu povo esperava que o trono fosse assumido por um homem, tão poderoso quanto o rei. O portador do cristal azul. Era conhecido como o mais poderoso, por ser o único que conseguia controlar os elementos, água e ar. Mais ninguém era capaz de controlar outro poder além da sua própria energia que era potencializada pelo cristal.
Apesar de não ter nascido o homem que todos esperavam, sempre fui respeitada e amada. Ser órfã de pai me fez amadurecer cedo e mesmo rodeadas por um povo fiel. No fundo, eu sabia que eu e a Rainha, só tínhamos uma à outra e meu dever era protege-la, tomar a frente do reino e honrar a memória do meu pai.
Faltavam poucas horas para o meu vigésimo primeiro aniversário, o momento de assumir minhas responsabilidades estava cada vez mais próximo. Mas eu sentia que deveria fazer algo antes.
Como eu ocuparia o trono? Como governaria Zaygonn com esse sentimento de impotência? A verdade é que eu queria vingança, destruir os humanos, não só honraria a memória do meu pai, mas também acabaria com a profecia para sempre. A maldita profecia que deu início a tudo. A promessa de um meio sangue, fruto da união entre um humano e um portador.
Não ver mais o meu povo ser ameaçado era o meu maior desejo. Mesmo que para isso eu tivesse que quebrar algumas regras e desobedecer às leis da minha própria mãe.
Eu sabia que a consequência seria ser banida para sempre de Zaygonn, ou ser acusada de traição caso fosse pega tentando atravessar o portal, mesmo sendo a princesa. Mas meu desejo de vingança estava incontrolável. Eu tinha certeza, que depois que eu exterminasse essa raça vingando o meu pai, todos seriam gratos me aceitando de volta, retomando o que era meu por direito.
Já estava decidida, peguei todos os livros que continham informações que eu precisaria e estudei durante várias luas, antes de pensar em colocar o meu plano em prática. Encontrei um mapa do mundo dos mortais que havia com os livros e escolhi exatamente o local onde o meu pai abriu um portal.
Senti um certo receio após ler que a primeira passagem pelo portal não era muito agradável e em alguns causavam um efeito colateral, também descobri que nossa travessia provocava catástrofes no mundo dos mortais como terremotos; "tsunamis"; furacões entre outros.
Meu tempo estava acabando, eu precisava fazer isso antes de assumir o trono. Respirei fundo e decidida fixei meu pensamento no portal que eu escolhi. Fiquei maravilhada com o anel brilhante que crescia em minha frente, então antes que eu pudesse ser impedida o atravessei.
Senti meu estomago dar um nó e queimar, não conseguia enxergar nada tudo que passava por mim era rápido e borrado o que me deixava meio tonta, até que tudo se apagou...
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