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Capítulo 9

                                                       O corpo e suas emoções brigando com a razão e suas verdades lúcidas. Esse é um duelo que não desejo a ninguém.
Fernanda Magalhães.

            Até onde uma mentira pode nos levar? Ou uma meia verdade? Deveras esconder fatos e acontecimentos importantes dos últimos dias da vida de alguém é no mínimo suspeito, minha mente estava vagando em uma velocidade extrema, meu coração pulsava descompassado, minhas mãos fechadas com força mostravam o quanto eu tentava me controlar diante daquela situação. Parte em mim queria que fosse verdade, tal verdade mostraria que meu pai teve bons momentos com os seres humanos, que nem todos são os monstros que a guarda real relatou durante todos esses anos alimentando o meu ódio. Mas não poderia ser, como aqueles homens do meu povo explicariam tais acontecimentos nunca revelados por tantos anos?

            Mesmo contrariado o homem manteve sua postura elegante enquanto caminhava em direção às portas da sala do trono. O rei Artin se dirigiu a mim novamente, retirou sua capa vermelha exuberante deixando-a cair no chão, subiu o tecido do seu braço esquerdo revelando parte do seu antebraço e o estendeu para mim com a palma da mão para cima. Encarei seus olhos por um momento, sua energia era leve e seus batimentos estáveis, deixei minha energia transparecer como uma luz forte em minha mão direita e a estendi diante da sua pele negra, a águia de asas aberta sob sua carne provara que suas palavras eram verdadeiras. Encarei seus olhos novamente, minhas vistas estavam embaçadas, mas eu não podia demonstrar fraqueza, por mais que naquele momento o que eu mais desejava era desabar. Fechei minha mão inibindo o tom escarlate e fiz um movimento leve confirmando que ele estava certo.

            Me afastei enquanto ele ajeitava seus trajes, as palavras não saíam, sentia que a qualquer momento eu iria desabar, haviam muitas perguntas, duvidas, mas eu precisava me recompor, se pudesse correria para os meus aposentos em Zaygonn o único lugar que podia ser eu mesma.

            — Princesa, acho que precisa descansar um pouco. — sua voz calma soou depois do silêncio perturbador que pairou sobre o grande salão. Mesmo de costas podia sentir seus olhos fixados em mim.

            — Deveras preciso ficar um pouco sozinha. — declarei me virando para ele.

            — Vou ordenar que levem-na ao aposento que seu pai se instalou quando passou por aqui. — Ele sorriu levemente. — Como disse antes, é bem vinda ao reino de Agá.

           — Obrigada, majestade.

           — Solícito a presença do comandante Slow! — ordenou em voz alta.

           As portas se abriram imediatamente, e os guardas deram passagem para o comandante ultrapassar.

           Slow caminhou lentamente de forma elegante, seu olhar era desconfiado, suas grossas sobrancelhas estavam franzidas, e sua mandíbula coberta pela barba clara, marcava uma leve curva em suas bochechas, seus lábios se comprimindo um contra o outro demonstrava o quanto ele estava apreensivo.

           — Majestade. — fez uma reverência perante ao trono. — Alteza. — se dirigiu a mim.

            — Comandante Slow, ficarão no reino está noite. — O rei sorriu olhando para mim. — Convido a Princesa e o comandante, juntamente com seus soldados para o banquete que será servido a algumas horas.

            — Será uma honra Majestade, — declarei sem cerimônia. — Mas prefiro manter nossa conversa fora do conhecimento dos soldados, por precaução, ainda não sei em quem realmente posso confiar.

             — Como desejar alteza, providenciarei que seus soldados sejam instalados em uma das hospedaria do reino, e que não tenham acesso ao palácio, — ele sorriu. — E para que fique mais tranquila, também vou ordenar que um dos meus soldados fique de olho neles.

           — Isso é mesmo necessário? — o comandante interferiu.

          — Tem total confiança neles? — encarei seu rosto com pesar.

          — Confio em dois deles, Alteza.

          — Nesse caso, não posso considerar. — dirigi minha atenção ao rei. — Pode ordenar que sejam vigiados.

            Seguimos pelos corredores do palácio, nossos passos ecoavam pelo ambiente conforme adentrávamos, janelas cobertas por cortinas brancas e finas se estendiam por todo o corredor deixando um ambiente agradável e iluminado pela luz do sol. Os exuberantes vasos de flores também faziam parte do cenário exalando seu perfume suave.

           O soldado trajado com uma camisa de manga longa branca e uma calça preta, sob uma armadura dourada que cobria seu peitoral e seus braços, nos guiava cordialmente para os aposentos ordenados pelo rei Artin.

           Não conseguia pensar em nada, apenas desejava chegar logo ao aposento e ficar sozinha; porém o silêncio do Slow me intrigava, conseguia sentir que não estava tudo bem, sua energia soava estranha, ele parecia sentir raiva? Apesar das poucas horas de convívio pude perceber que silêncio não era sua maior qualidade, e no mínimo ele teria feito umas três perguntas após sairmos da sala do trono. Porém o mesmo se manteve calado, com sua postura rígida, ele se quer dirigia seu olhar a mim.

            O soldado parou entre duas portas em lados opostos uma de frente para a outra, indicando que o aposento da direita era o meu e o da esquerda do comandante. Ambas as portas tinham o brasão real esculpido nelas, mostrando que eram aposentos reais. Agradeci com movimento conciso e sem delongas entrei no cômodo fechando a porta.

           O espaço era aconchegante, as cores claras em harmonia com o dourado deixava a decoração majestosa. Sobre a cama havia uma estrutura de madeira bege, sustentando um tecido fino quase que transparente que envolvia o móvel como uma proteção durante o sono. Uma penteadeira no mesmo tom sustentava um espelho em formato oval, alguns livros em uma prateleira também decoravam o ambiente. Mas o que mais me encantou foi a varanda, abri as portas de vidro e a vista eram as plantações e flores do reino, estar no reino de Agá era de certa forma reconfortante, não sabia ainda o porque, mas algo naquele lugar era familiar.

            Tirei as botas, me desvencilhei do espartilho preto e apertado sobre meu vestido azul e me deitei na cama. Fechei os olhos por um momento, e a imagem da águia no braço do rei me veio a mente. O que estava acontecendo? Não conseguia entender o porque a guarda real escondeu informações, mas respirei aliviada ao perceber que aquela descoberta provara que eu estava no caminho certo, para descobri o que realmente aconteceu com o meu pai. Segurei meu cristal com a lembrança da rainha, como será que ela estava? Tentava imaginar qual seria sua reação ao tomar conhecimento das informações que eu descobri.

           Rolei para o lado abraçando um travesseiro, estalei os dedos trancando as portas e deixei as lágrimas amargas tocar a pele do meu rosto.

            Por mais que o rei Artin tivesse provado que  falava a verdade, ainda não podia confiar cegamente nele, deveras jamais confiaria cegamente em alguém. Mas ao contrário do Dmitre ele me passava segurança, sentia que conseguiria ter uma conversa honesta e verdadeira com ele.

            Só precisava de um tempo, respirar um ar puro e colocar os pensamentos em ordem. Tudo que eu não estava conseguindo fazer naquele momento, outro assunto tomava minha mente, estava incomodada com o comportamento do Slow, como ele ousava não dirigir a palavra a mim? Quanta petulância!

            Me levantei determinada a ir até o seu aposento, não me importei em colocar as botas ou vestir o espartilho, a ansiedade tomara conta de mim, e por um impulso já estava na porta girando a maçaneta. Mas quando abri a mesma me deparei com uma figura elegante, aqueles olhos amendoados me encaravam enquanto os fios lisos dos seus cabelos loiros acinzentados caíam sobre seu rosto. Por um momento as palavras me faltaram, pela primeira vez um homem conseguiu me deixar paralisada sem dizer uma só palavra.

            — Alteza. — Slow proferiu com sua voz rouca, não sei por quanto tempo ficamos parados.

           — Comandante! — tentava me recompor, jamais demonstraria como fiquei diante dele.

           — Sentiu minha presença, suponho. — ele percorreu seus olhos até os meus pés descalços causando-me um leve formigamento. — Sinto muito, vossa graça.

          — Não sinta! — mantive uma postura severa. — O que te trouxe aos meus aposentos? — precisava saber o por que ele estava ali, não queria alimentar os meus pensamentos profanos imaginando inúmeros motivos banais.

          — Por um instante na sala do trono pensei...

          — Que eu fosse executar o rei?! — o interrompi.

          — O que pretende Alteza? — uma ruga se formou entre suas grossas sobrancelhas. — Não entendo o que a senhora é, mas por um momento durante a viagem pensei que pudesse ser melhor que o Dmitre, mas...

          — Mas? — interroguei. — Prossiga!

          — Estou confuso, não sei se posso ser leal a senhora.

         — Diga o que você quer Slow, diga em alto e bom som. — cada parte do meu corpo temia a sua resposta, não conseguia entender por que estava reagindo daquele jeito a ele.

         — Quero ficar no reino Agá, Alteza!

         O QUE?

         Encarei seus olhos por tempo indeterminado, tentava digerir suas palavras, por fim apenas meneei em afirmação com a cabeça antes de fechar a porta.

        Deveras eu havia me simpatizado com o Slow, gostei da sua companhia durante nossa viagem, e ouvir dos seus lábios que ele não queria voltar comigo para Agábi me feriu, uma estranha sensação de abandono me envolveu. Por que logo o único humano que eu gostava de ter por perto não podia ser leal a mim?

         Poderia obriga-lo a voltar comigo, mas desejava que ele quisesse ser leal a mim.

         O que estava acontecendo comigo?
Quando comecei a ficar tão melancólica?
Se o Slow queria ficar em Agá, então que assim fosse.

           Duas criadas me preparavam para o banquete, enquanto uma enchia a banheira, outra colocava vestidos sobre a cama para que eu escolhesse. Minha mente estava longe, a cor do vestido menos me importava. Entrei na banheira ficando com o corpo submerso na água morna, estava exausta, as horas de viagem montada no cavalo deixaram minhas pernas doloridas na parte interna da coxa; se pudesse não sairia daquela banheira tão cedo. Meus cabelos foram lavados com um aroma adocicado de flores, a sensação era relaxante, com a ajuda das duas mulheres de pele negra sai da banheira me enrolando em um tecido macio. Elas pareciam se divertir em me arrumar, estavam sempre com um sorriso estampado no rosto, não tinham medo de mim, estavam ali com alegria.

          Me sentei em frente a penteadeira, enquanto uma penteava os meus cabelos a outra passava um pó incolor na minha pele, depois aplicou com as pontas dos dedos um pigmento rosado com aroma de morango nos meus lábios, deixando-os mais bonitos. A outra moça terminava de fazer uma trança lateral no meu cabelo que se estendiam até o meio das minhas costas, finalizando com algumas flores amarelas e rosas na extensão dos fios, um sorriso escapou dos meus lábios involuntariamente.

           Dentre os vestidos, escolhi o amarelo, os meus ombros ficavam expostos, as mangas iam até a metade o ante braço, um corpete dourado modelava minha cintura por cima do vestido e várias camadas de saias fofas davam um volume exuberante, coloquei o sapato dourado que me deram ficando pronta para o banquete que se aproximava a cada segundo.

            Estava ansiosa, queria ouvir mais sobre o meu pai, saber como exatamente ele salvou Agá. Mesmo depois de morto meu pai deixara um legado digno, seu nome era imponente, sua fama jamais foi esquecida mesmo anos após a sua morte, o rei Dalibor marcou Zaygonn assim como seu antepassado, o primeiro a possuir o poder do cristal.

           Aguardava ansiosamente, enquanto folhava as páginas amareladas dos livros da prateleira. O livro de capa verde retratava uma história de amor proibida, fiquei fascinada, em Zaygonn tínhamos livros e pergaminhos, porém todos eram relatos e acontecimentos de gerações, estratégias de guerras, informações de outras tribos e outros reinos. Somente pessoas autorizadas podiam ter acesso a esses arquivos, pois eram guardados no palácio por uma sala vigiada por soldados reais, todas as horas do dia. Consegui chegar nesses arquivos por ser a futura rainha, deveria saber tudo sobre nosso passado, nossos costumes.

           Jamais existiu histórias de amor relatadas em livros, ou qualquer outro assunto que fugisse da realidade em Zaygonn.

"Alguns anos antes, no reino de Zaygonn”

             — Quando eu for a rainha vou atravessar o portal e matar todos eles.

             — Nunca mais repita isso, não somos assassinos, jamais tiraremos vidas. — a Rainha se abaixou ficando com seu rosto de frente ao meu. — O seu pai jamais iria querer isso, você é uma águia azul minha querida, deve agir como tal.

             — Eles começaram, eles mataram o nosso rei! — gritei inconformada. — Por que é errado eu querer justiça? — bradei entre dentes.

            — Você não quer justiça, está buscando vingança. — seus olhos azuis me encaravam de forma calma. — Minha querida, não temos escolha, nascemos com o propósito de governar, o povo vem antes de tudo.

           — Sério? Não tem curiosidade de saber o que realmente aconteceu? Como ele morreu? Se sentiu dor? Se sofreu? Se foi decapitado ou não? — disparei as perguntas.

          — Basta! Não quero mais tocar nesse assunto, o rei está morto Íris, mas seu legado continua aqui, seu nome é tão imponente como antes. Então se esforce em esquecer esses pensamentos e aja como uma verdadeira princesa.

         — Sim, majestade!

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