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Capítulo 37-Revelação.

-Escritório da rainha de Wenésia :

Sophia :
Por favor, mãe!
Me diga o que está acontecendo!?
Por favor me explique.
O que aconteceu com o meu pai?
Por que a foto da minha avó está completamente rabiscada no livro e por que tem várias páginas arrancadas?

-Lira respirou fundo.

Sophia :
Mãe...

Lira :
Eu vou lhe explicar tudo, eu prometo, apenas se acalme.
E se prepare, porque você vai ter que escutar muita coisa.

-Como dito, Lira disse toda a verdade sobre os Ivory para Sophia, ela não escondeu nenhum detalhe. Sophia ficou escutando cada palavra que saia dos lábios de sua mãe.

Lira :
.....Então o seu pai acabou se casando comigo.

Sophia :
E-Então......depois que meu pai subiu ao poder.......o que aconteceu com todas aquelas pessoas presas nas masmorras?

Lira :
A maioria foi liberta.
Foi considerado injusto todas aquelas pessoas serem presas pelos assuntos mesquinhos e malignos dos Ivory.
Seu pai deu apoio a toda e qualquer pessoa que tinha sofrido na mão de sua familia.
A minoria para ser mais exato.

Sophia :
E a maioria?

Lira :
Não sabemos.
Provavelmente fugiram para bem longe daqui.
Antes que nos pudéssemos ajudá-los, eles haviam fugido.
Por causa do medo que eles tinham pelos Ivory.

Sophia :
Mas o meu pai não é um rei tão ruim assim, não é?

Lira :
Claro que não, minha filha.
Mas naquela época todos tinham medo dos Ivory.
Provavelmente os prisioneiros pensavam que seriam executados.
Eles não teriam como saber que seu pai seria completamente diferente dos outros Ivory.
Então eles fugiram com medo de morrer.
Até os dias atuais nós continuamos fazendo buscas incessantes para encontra-los, mas temo que eles estejam em um lugar que até mesmo nosso poder monárquico não possa chegar.

Sophia :
Como por exemplo?

Lira :
Hortwall.
Os antigos rumores dizem que os prisioneiros que conseguiram escapar fugiaram para Hortwall.

Sophia :
Mas Hortwall não tem nada.
É apenas um monte de geleiras repletas de barbaros.

Lira :
Por isso mesmo,
Como é uma terra de barbaros a nossa jurisdição não chega até lá. O que se torna um perfeito lugar para se refugiarem.

Sophia :
Mas nós não queremos machucá-los.
Meu pai só quer ajudar, não é mãe?

Lira :
Claro filha.
Mas um contato com os refugiados dentro de Hortwall é praticamente impossível com todos aqueles barbaros.
Nós apenas podemos rezar e esperar que todos estejam bem.

Sophia :
(Mesmo em um momento tão delicado como esse minha mãe ainda se preocupa com seu povo, ela é uma rainha incrível.)
-Sophia olhava sua mãe com uma expressão de felicidade no rosto.

Lira :
O que foi?

Sophia :
Nada.- Falou timida.
Mãe!

Lira :
Sim?

Sophia :
E quanto a foto da minha avó rabiscada no livro e as folhas arrancadas?

Lira :
Hmmm.
Provavelmente deve ter sido o seu pai.- Falou pensativa.
Os livros da família ainda não foram rescritos, para falar a verdade, pouca dessas enciclopédias ainda existem.
A maioria delas fica com os próprios membros da família.
Esse livro que você trouxe era do seu pai.
Ele recebeu do seu avô Benjamin quando ele era criança, seu avô recebeu isso do seu bisavô e assim segue a tradição.
É um ato que é passado de geração em geração.

Sophia :
Um ato bem antiquado e horrível.
Ficar dando esse livro cheio de coisas horríveis sobre a própia família.

Lira :
Hmpf.- Lira deu um pequeno sorriso.
Como você pode ver seu pai pensa a mesma coisa que você, já que estragou o livro da própria família.

Sophia :
Hmmm.
Espera aí..........se isso é passado de geração em geração, isso significa que meu pai iria me dar esse livro também?- Perguntou assustada.

Lira :
Não.- Falou rindo, enquanto admirava a expressão assustada de sua filha.
Para falar verdade seu pai queria queimar esse livro, mas ele o mantinha como uma lembrança para que ele sempre se lembre dos horrores que sua família causou.
Um jeito de ele nunca se tornar como os outros Ivorys.

Sophia :
Isso nunca vai acontecer!
Eu e você sempre vamos estar do lado do papai, não é mãe?

Lira :
Para sempre, minha filha.

Sophia :
Mesmo assim, por que o meu pai rabiscou a foto da própria mãe?
Isso não é uma coisa horrível de se fazer?

Lira :
Seria se a pessoa que estivesse nesse livro fosse a mãe dele.

Sophia :
Tiraram a foto da rainha do própio livro da família?

Lira :
Pelo contrário minha filha.
Ao invés de botar a foto da sua avó, os Ivory colocaram a foto da rainha em seu lugar.

Sophia :
Minha avó paterna não é a rainha?
Então isso significa que meu pai não é um.....

Lira :
Puro sangue.
Seu pai não é de uma linhagem pura.
Talvez seja por isso que seu pai não seja um monstro como o resto dos Ivory.

Sophia :
Mas os livros da escola dizem que meu pai é filho de uma linhagem de sangue azul, um rei e uma rainha.

Lira :
A maior parte da verdade é escondida da sociedade.
Seria um tremendo alarde se as pessoas descobrissem que seu rei não tem sangue puro.
Isso acabaria citando a desgraça e uma nova guerra poderia acontecer.

Sophia :
Mas isso faria do meu pai um rei impuro que trouxe desgraça a sua família.
Isso também me faz uma princesa de sangue impuro?

Lira :
Filha deixe eu lhe fazer uma pergunta.
O seu pai, ele por acaso é um bom rei?

Sophia :
Meu pai?
Sim claro!
Meu pai é um rei justo, bondoso, corajoso, amável, respeitoso e o melhor de tudo, ele é o melhor pai que alguem poderia pedir.
Então sim.
Meu pai é o melhor rei que poderia existir.

Lira :
E por ele ter sangue impuro, ele é um rei ruim?

Sophia :
Não.

Lira :
Então minha filha.
O sangue não tem nada a ver, se a pessoa vai ser destinada a ser boa ou ruim, o mais importante de tudo minha querida é o coração.
Seu pai e eu lutamos para criar um futuro melhor não só para o nosso povo, mas também para você minha filha.
E saiba disso, não importando a linhagem real sua ou do nosso sangue, seu pai vai sempre amar você.
Não importa o que aconteça.

-Sophia estava com um belo sorriso no rosto, ela estava admirada com as carinhosas palavras de sua mãe.

Sophia :
Um dia eu vou querer ser uma rainha igual a você e o papai.

Lira :
Ohhhh...- Lira se levantou e abraçou a sua filha por dizer palavras tão fofas.
Obrigada meu amor, eu queria que seu pai tivesse aqui para escutar você dizendo isso.
Mas não se preocupe com o futuro minha filha eu tenho certeza que você vai ser uma rainha melhor que nós.
Por enquanto a senhorita tem que se preocupar em viver sua vida e aproveitar o máximo que puder.

Sophia :
Tá bom mãe.- Falou, enquanto aproveitava o abraço de sua mãe.

Lira :
Agora vai.- Lira soltou Sophia.
Eu preciso voltar ao trabalho e você mocinha, precisa ir domir.
Já que manhã tem escola e as suas provas finais estão chegando.
Eu quero notas boas, me escutou senhorita Sophia?

Sophia :
Tá bom, mãe.
Mas você também precisa dormir.
E estou falando sério.

Lira :
Tudo bem.
Daqui a pouco eu vou.
Agora vai.

Sophia :
Certo.- Sophia pegou o livro sobre a mesa.
Tchau mãe!
Boa noite!- Sophia começou a se retirar.

Lira :
Boa noite, minha filha.

Sophia :
Tchau tio Levy!

Levy :
Tchau senhorita Sophia!
Tenha uma boa noite de sono.

Sophia :
Você também.
Cuide da minha mãe por favor.

Levy :
Entendido.

-Sophia se retirou do escritório, mas ao passar pelo salão real para poder subir e ir ao seu quarto, Sophia encontrou Jeanne no caminho, ela parecia preocupada.

Jeanne :
Senhorita Sophia!
Está tudo bem com a senhorita?
Vossa majestade passou por aqui rapidamente e eu não entendi nada.

Sophia :
Ahhhh sim.
Me perdoe Jeanne, eu não queria ser mal educada com você.
Eu tinha um assunto muito importante para conversar com a minha mãe que acabei me esquecendo da educação.

Jeanne :
Tudo bem, mas está tudo certo com a senhorita e vossa majestade?
A algo que eu possa fazer?

Sophia :
Não se preocupe.
Está tudo a mil maravilhas.

Jeanne :
Entendo.

Sophia :
Mas para dizer a verdade.
Há algo que você possa fazer por mim.

Jeanne :
Diga.

Sophia :
Toma.- Sophia entregou o livro para Jeanne.
Eu quero que você leve esse livro devolta para a biblioteca do palácio.

Jeanne :
Mas senhorita Sophia...
A senhorita não estava utilizando esse livro para o vosso trabalho?
- Perguntou confusa.

Sophia :
Está tudo bem.
É bem melhor escutar a história vindo de uma profissional como minha mãe.- Falou rindo.
Tchau Jeanne!
Boa noite!- Sophia subiu correndo as escadas.

Jeanne :
Como a senhorita desejar.
Ahhh.....Tenha uma boa noite senhorita Sophia!
-Falou surpresa ao ver Sophia correndo em direção ao seu quarto.

-Depois de uma boa conversa com sua mãe, Sophia voltou para seu quarto e foi dormir em sua bela cama. Deixando a preocupação de lado e deixando sua mente de esvair em belos sonhos.

-Dia seguinte :

-O dia começou como qualquer outro, com a jovem princesa de Wenésia e Sálem indo para escola, no caminho até lá Sophia ficava pensando em como deveria reagir na frente de seu amigo enfurecido.

Sophia :
Hmmmm.
(O que será que eu digo pra ele?)
(Será que devo dizer um "Ola", ou talvez um "bom dia"?)
-Pensou perdida em dúvidas.
Hmmmmmmmmmmm.- Sophia continuava pensando, mas apenas mais dúvidas surgiam em sua cabeça.

Levy :
Algum problema senhorita Sophia?- Perguntou enquanto dirigia.

Sophia :
Nada de mais.

Levy :
Entendo.

Sophia :
Tio Levy!

Levy :
Sim?

Sophia :
Se dois melhores amigos acabam brigando por um assunto sério e os dois ficam com raiva e param de se falar, o que se deve fazer?

Levy :
Por acaso a senhorita e o jovem Issac, estão brigando?

Sophia :
N-Não!
É-É um amigo meu que brigou com o melhor amigo dele.

Levy :
Sei, "amigo".
Bom, se como você disse que seus "amigos" estavam brigando por um assunto sério e pararam de se falar o melhor a se fazer é deixar os dois se acalmarem, para que então os dois tenham uma conversa civilizada para então se entender.

Sophia :
Conversa civilizada?

Levy :
Sim, significa sentar e conversar.

Sophia :
Hmm.
Entendo.
Mas e se essa pessoa estiver com muita raiva e não quiser conversar?

Levy :
Bom, aí você tem duas opções.
Ou o seu "amigo" espera novamente ele se acalmar ou o seu "outro amigo" vai ter que fazer uma abordagem mais séria para tentar resolver as coisas de uma maneira mais dura.
Mas eu sugiro não tentar essa opção já que pode piorar as coisas.

Sophia :
Hmmmm.
(Eu acho que vou tentar a segunda opção, já que eu não consigo fazer a primeira.)
(Eu não tenho paciência para esperar.)
Tudo bem.
Obrigada tio Levy!

Levy :
De nada.
Mas lembre o seu "amigo" para tomar cuidado com o que fala e dizer as coisas com a razão ao invés da emoção.

Sophia :
Nossa, você realmente conhece esse tipo de assunto.- Falou com surpresa.

Levy :
Digamos que eu já trabalhei vários anos com "esses" tipos de amigos.- Falou com sarcasmo.

Sophia :
Hmmmm?
Você está querendo falar dos meus.......

Levy :
Olha!
Chegamos.- Levy interrompeu abruptamente Sophia.

-Quando menos perceberam eles já haviam chegado na escola.

Levy :
Tenha um bom dia senhorita Sophia!

Sophia :
Hmmmmm!- Quando Sophia menos esperava ela viu Issac entando na escola.
(Essa é a minha chance )
Tchau tio Levy!
Tenha um bom dia!
- Rapidamente Sophia pegou a mochila e saiu do carro e correu em direção de seu amigo.

Levy :
Hmpf.- Levy riu da situação.
Parece que minha dica foi pelo ralo.- Logo em seguida Levy se retirou para voltar ao palácio de Wenésia.

Sophia :
Issac!- Gritou.

-Sophia gritava várias vezes o nome de seu amigo, mas Issac estava com um olhar de poucos amigos.

Sophia :
Issac!- Sophia gritou mais uma vez, mas foi em vão.
(Ele está fingindo que não está me escutando? )
-Sophia correu em direção a seu amigo, que não parava por nada.
Issac! Ei!- Sophia agarrou o ombro de Issac que imediatamente se virou com um olhar serio.
Eu estou falando com você!
Dá pra parar de me ignorar.

Issac :
Eu não estou te ignorando é que eu tenho mais coisa pra fazer.
-Issac ia se retirar, mas Sophia entrou no caminho.

Sophia :
Qual é, Issac!
Eu só estou tentando conversar.

Issac :
Nós não temos nada para conversar e você sabe disso.

Sophia :
Dá pra você parar de ser um cavalo e conversar como uma pessoa civilizada pelo menos?
Poxa eu só estou tentando conversar, mas você chega com sete pedras na mão!- Falou indignada.

Issac :
Hmpf.- Resmungou.
Tá bom, fala logo.

-Nesse momento a felicidade chegou ao rosto de Sophia em forma de sorriso. Será que ela conseguiria reatar a amizade com Issac?........




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