Uckermann & RP 2
Pelo resto do dia a única palavra que eu escutei não soava muito bem aos meus ouvidos: Uckermann. Uckermann isso, Uckermann aquilo, etc, etc e etc. O que aquele homem tinha de tão bom para fazer todas as mulheres - e alguns homens - do prédio inteiro suspirarem apenas por pronunciar o seu nome? Um bando de patéticos! E eu, a única consciente da vergonha, estava no meu escritório, sentada, em silêncio, navegando em alguns jornais online.
Uou, então o comentarista do rádio estava certo! A Parker está mesmo precisando ir para a rehab...
— Querida, bom dia! – Paula entrou tão sorrateiramente pela minha sala que não percebi. – Você viu quem está aqui? – ah, não, mais uma não! Como se não bastasse ter que escutar o mundo falando daquele maldito homem, até a minha chefa estava disposta a ficar babando por ele?
— O Uckermann Junior. – cruzei os dedos para que ela não tivesse notado o desinteresse em minha voz.
— E isso não é ma-ra-vi-lho-so? – como eu poderia falar: "não, nem um pouco!" e manter o meu emprego?
— Não tenho nem palavras para descrever. – palavras nas entrelinhas: "não tenho palavras para descrever o quanto estou enojada".
— Eu jurava que você ficaria revoltada e tudo mais. – por acaso eu era previsível daquele jeito?
— Não Paula, eu estou muito bem, obrigada. – mantive o tom de voz o mais normal possível para tentar esconder a minha frustração e voltei a minha atenção a tela do meu computador, desejando que ela (e todos os outros do prédio, inclusive e principalmente o tal do Uckermann Júnior) desaparecessem!
— Eu sei que está, mas eu fiquei preocupada com você... – silêncio. – E então, você já foi cumprimentá-lo?
— Cumprimentar quem? – perguntei enquanto desviava a minha atenção da notícia mais uma vez.
— O... Christopher? – ah, claro que já! Saímos para tomar um café e trocar umas ideias. Acorda!
— Bem, ainda não... Eu terei muito tempo para cumprimentá-lo, Paula, mas antes tenho que fazer o meu trabalho. – e terminar de ler a matéria sobre a Sarah, um beijo. A minha chefa concordou com a cabeça e suspirou devagar.
— Sim, você terá. E Dulce... – desisti da matéria de uma vez por todas e bufei, cruzando os braços e arrastando um pouco a minha cadeira pelo chão da sala, causando um barulho chato e um olhar enfezado de Paula. – Por favor, lembre-se que o Christopher é filho do seu chefe. Tente não ser desagradável com ele...
— Eu farei o possível. – murmurei ainda emburrada. – Eu prometo.
Entre meu emprego e a minha honra, eu escolho o primeiro.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro