Twister, mar e estrelas
Enquanto todos conversavam, Carol apareceu na minha frente com um sorriso enorme no rosto.
— Tia, vamos brincar de twister?
— Vamos tia? – Rafaela apareceu logo atrás com o mesmo sorriso.
— Diz que si-im! – Sarah sorriu banguela de um dos dentes da frente.
— O tio também pode brincar com a gente! – Pedro falou sorrindo com o olhar fixo em Christopher, que riu quando entendeu que o tio era ele, e quando eu estava prestes a dizer um simples não, eu escuto, saindo da linda boca do Chris, um sim.
O que eu fiz para merecer isso? Agora vou ter que jogar twister e vou acordar podre amanhã.
— O Pedro tá fora! – Rafa gritou no meu ouvido.
— Esse jogo não é legal! – ele cruzou os braços com cara de bravo.
— Tia, mão direita no azul! – Carol dava as ordens com a roleta na mão.
A situação estava bem... crítica. A Carol foi a primeira a sair, por isso ela estava girando! Eu estou 'de quatro', o Chris está com a cabeça nas minhas costas, a Rafa está com a bunda na minha perna e a Sarah está embaixo de mim, rindo.
— Rafa, pé esquerdo no vermelho! – Carol continuou.
E ela caiu e quase me levou junto, só que eu continuei firme e forte porque meus braços estão bem malhados graças aquelas aulas de pilates que eu fiz junto com a Annie um dia desses e...
— Eu quero girar uma vez! – Pedro falou ainda com a cara de bravo.
— Eu também! – a Rafa concordou.
— Mas não vão! – Carol falou sorrindo sapeca.
— Mas eu quero! – Pedro insistiu.
— Não.
— Vou contar para a minha mãe! – Rafa falou fazendo bico.
— O que está acontecendo aqui? – Cláudia apareceu pra colocar ordem em todos nós.
— Mãe, a Carol não deixa nós dois girarmos! – Rafa falou ainda fazendo bico, agora maior pra aumentar a manha.
— Amanhã vocês continuam essa brincadeira, pois já está tarde! Carolina e Rafaela, vamos! Vocês vão tomar banho porque as duas estão imundas e depois direto para a cama!
— AH NÃO MÃE! – Rafa e Carol falaram em uníssono.
— Sarah e Pedro, vocês também já vão dormir! Vamos... Até amanhã. – Blanca chamou os dous e Sarah saiu rastejando e começou a pular animada.
— Eu ganhei! Eu ganhei! – ela gritava.
— Ganhou nada! A tia e o tio ainda não caíram! – Pedro riu dela.
— MAMÃE! - ela gritou chorosa e eu sorri.
— Vamos os dois! - ela levou os dois filhos e a Cláudia nos encarou.
— Vocês vão continuar jogando? - ela perguntou e abriu um sorriso malicioso quando eu confirmei com a cabeça – Hm, então aproveitem!
— Cláudia, por Deus! Nossos pais estão debaixo do mesmo teto! Não dá para "aproveitar"! - eu olhei indignada para ela que somente riu e se despediu de nós com aquele mesmo sorriso e olhar malicioso, e finalmente nos deixou sozinhos.
Assim que ficamos somente nós dois na sala, ele não perdeu tempo e eu mal pisquei os olhos e ele já estava deitado sobre mim, e quando ele foi me beijar, eu sorri e esquivei.
Ele não queria jogar? Pois bem, vamos jogar, só que de outro jeito...
— O que pensa que está fazendo, Uckermann? Só ganha beijo se me vencer na próxima partida de twister, só você e eu... - ele soltou uma risada e me encarou nos olhos.
— Pensei que você não queria jogar mais... - eu me aproximei um pouco mais do rosto dele, sendo que nossos rostos já estavam praticamente colados, virei um pouco e com a voz mais sensual que eu consegui fazer, sussurrei no ouvido dele:
— Tente me vencer, Uckermann! E se você conseguir, garanto que o prêmio será muito bom... – e para provocar só mais um pouco, dei uma mordida no lóbulo da orelha dele entre um sorriso e percebi que ele se arrepiou, o que fez o meu sorriso se abrir ainda mais.
— Dulce, Dulce, você não sabe o que está fazendo... - ele sussurrou com a voz falha e eu passei meus lábios de leve por toda a bochecha dele.
— Sei sim... - eu sorri e me separei dele – Preparado para perder?
— Mão esquerda no azul.
— Pé direito no vermelho.
— Mão direita no amarelo.
— Mão direita no vermelho.
— Pé esquerdo no verde.
— Mão esquerda no amarelo.
Bem, deixe-me tentar explicar um pouco a cena... Não, não dá para explicar. Nós estávamos enroscados (no bom sentido, eu acho) um no outro e riamos que nem duas crianças. Minha perna esquerda estava no meio das pernas dele e eu ficava provocando, tentando fazê-lo cair, mas o ruim é que ele conseguiu ficar firme. Ele quase morreu, mas continuou firme.
E depois nós perdemos o controle e a cabeça. Esquecemos que estávamos na sala de estar da casa dos meus pais, aonde qualquer um poderia nos ver muito bem, e se alguém nos visse, ia presenciar uma cena nada educativa já que o amasso estava bem intenso. Nossas roupas se encontravam em todos os lugares, menos em nossos corpos e nós estávamos somente com as roupas íntimas de baixo. As carícias também estavam intensas, igual aos beijos... Ou seja, estava quase rolando algo a mais ali...
Só que tipo, fazer sexo em cima do tapete de twister dos meus sobrinhos é tão fim de carreira...
Bem, pode até ser fim de carreira, mas quem sou eu para perder essa oportunidade e...
— Está vindo alguém ai, Dul! - ele me encarou com os olhos levemente assustados e eu percebi que a luz do corredor do andar de cima tinha acendido.
Droga.
— Corre, pega suas roupas! - eu sussurrei e nós nos levantamos em um pulo e começamos a pegar as peças de roupas que estavam espalhadas apressadamente. Ai meu Deus, eu estou só de calcinha! Caray! Eu vesti minha blusa correndo enquanto ele vestiu a calça, nós pegamos as outras coisas e eu abri a porta da varanda correndo, tentando não fazer barulho... – Vem cá! – eu sussurrei e nós dois saímos correndo em direção ao mar ou sei lá como aquela grande quantidade de água congelante pode ser chamada...
Assim que nós já estávamos "vestidos", nós nos deitamos na areia e eu acabei deitando nos braços do Christopher para não sujar o meu cabelo... E por outros motivos, é claro.
Lua, estrelas, mar... Só faltava um champagne para ser mais romântico ainda... Né?
O tempo foi passando enquanto nós continuávamos deitados, conversando e rindo sobre os assuntos mais variados, só que enquanto ele continuava falando, eu ficava abraçada a ele, pensando no quanto aquele momento estava bom.
A noite estava fria e a brisa do mar batia nos nossos corpos, arrepiando-os. O céu está mergulhado em estrelas e a lua estava cheia... Tudo está parecendo uma história de romance, não é mesmo? Parece que tudo isso saiu de algum livro e às vezes eu demoro para acreditar que tudo é real. Ficar nos braços do Christopher dessa maneira me deixa tão segura, confortável e aquecida.
Ok, eu sei que tudo o que eu estou falando pega super piegas, mas é que... Ah, sei lá. Eu já disse que quando estou com ele eu não sou eu mesma...
— Vem cá... – ele se levantou e me ajudou a levantar também. Ele estendeu uma mão para mim e nós começamos a andar um pouco pela praia de mãos dadas.
— Aonde nós vamos, Chris? – eu perguntei enquanto apoiava minha cabeça no ombro dele.
— Até as estrelas... – ele sorriu e eu não entendi. Fiquei quieta enquanto nós continuávamos andando até que chegamos perto dos rochedos. Eu entendi o que ele queria dizer e sorri. Com um pouco de dificuldade nós conseguimos subir em cima de uma das rochas e assim que conseguimos, todo o esforço valeu à pena.
— Uau... – eu sussurrei admirada e ele passou um braço sobre os meus ombros.
— Te disse que te levaria até as estrelas... – e eu entendi o que ele falou, porque estávamos tão perto do céu que parecia que eu poderia tocar nas estrelas mesmo. Eu abri um sorriso e fitei-os nos olhos.
— Obrigada por isso... - eu falei timidamente – Por isso e por tudo o que você faz, Christopher. Acho que só depois que você entrou na minha vida eu percebi o quanto as coisas e os momentos mais simples podem ser os melhores... – eu abri um pequeno sorriso, morrendo de vergonha, e apertei delicadamente a mão dele – Você não precisava ter me trazido até aqui para me levar as estrelas, porque quando eu estou com você eu já, hm, meio que estou no céu... – só depois que eu terminei de falar eu percebi o quanto a minha frase tinha ficado brega – Ai, que vergonha. Desculpa por ter falado uma coisa tão piegas assim... – eu enterrei meu rosto entre minhas mãos e ouvi a risada dele.
— Dulce... - ele pegou minhas mãos e as retirou do meu rosto, me deixando mais envergonhada ainda quando ele olhou nos meus olhos e abriu um sorriso – Tudo o que eu estou vivendo com você é novo, diferente e inesperado. Não sei o que acontece comigo quando estou do seu lado, só sei que eu sinto que preciso te deixar feliz, e quando vejo o seu sorriso é como se algo fervesse dentro de mim. O que está acontecendo aqui, entre nós dois, eu não sei explicar, nem sei muito bem ao certo o que é, mas só sei que tudo isso está muito bom e eu espero que não acabe nunca...
— Eu também não quero que acabe, Christopher...
— Eu procurei uma pessoa que me deixasse assim por tantos anos, Dulce, e finalmente encontrei. Eu sabia desde o primeiro momento que iria ser você somente pelo seu sorriso. Não sou bom com as palavras, mas eu não queria estar em nenhum lugar nesse mundo que não fosse aqui, com você, agora... – eu abri um sorriso doce enquanto meu coração acelerava e meus olhos se enchiam de lágrimas. Juntei meus lábios com os dele e sem dizer mais nada, ficamos ali por um bom tempo, abraçados.
Tudo estava perfeito e eu pensei que não poderia melhorar, mas como sempre, eu me enganei.
— Eu te amo, Dulce.
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