Reconciliação
E enquanto ele envolvia seus braços em meu corpo, cada segundo mais me sentia aconchegada e relaxada. A respiração delicada dele batia em minha nunca e em meus olhos se encontravam uma grande quantidade de lágrimas. Me sentia tão bem ali que a emoção acabou sendo enorme, e as lágrimas brotavam uma atrás da outra, irrigando meu rosto.
— Não quero te ver chorando... Ainda mais por ele.
— Que bobo! – abri um sorriso – Não estou chorando por ele! – sussurrei e afaguei seu rosto – Estou chorando por você. Que dizer, não exatamente por você, mas...
— Por mim? – ele perguntou totalmente surpreso.
— É que... Christopher, não sei lhe dizer o que estou sentindo agora. É um alívio alucinante que, não sei... Quando vi Marco, senti um ódio avassalador e sentia que poderia matar alguém a qualquer minuto, de preferência ele. Mas quando você me abraçou, me trouxe uma calma e uma serenidade. Quando senti o calor de seu corpo subindo pelo meu, compreendi que você é a melhor coisa da minha vida. Todos os outros namorados, ficantes e rolos que eu já tive, nunca chegaram a ser nada perto de você... Choro porque estava com tantas saudades. Você pode falar: "Mas só fazem quatro dias que não nos falamos, Dulce...", mas não tenho culpa se você me acostumou pessimamente mal! Se eu passo um dia sem teu beijo já sou capaz de subir pelas paredes, bebê! De nada serve o seu ciúme exagerado porque não tenho olhos, muito menos nem coração, para qualquer outro. Não quero perder meu tempo com outras coisas, só ao seu lado. Não me importaria se não tivesse emprego, apartamento, nem nada, se tivesse você ao meu lado, porque você me mostrou as coisas mais simples da vida e me mostrou o que é o amor e como é se sentir amada. Te quero como a ninguém. Nunca me deixe, Christopher, porque você é necessário...
— Nunca te deixarei, mi dulce angel.
— Diz que me ama, Christopher...
— Olhe em meus olhos, amor... – ergui o olhar acanhada – Diga o que você vê quando olha em meus olhos... É amor, Dulce, porque quando estou com você, por Deus... me fogem as palavras. Te quero, te deseho, te amo.
— Para sempre?
— Você sabe que sim, bebê.
A boca dele foi ao encontro da minha com precisão, com ânsia. Tomou meus lábios de uma forma prazerosa. Senti meu corpo tremendo graças ao frenesi intenso e rodeei o seu pescoço com meus braços. Graças aquela intimidade básica no qual nos encontrávamos, já sentia minha excitação à flor da pele e mal podia conter os gemidos entre os beijos. Ergui minha perna direita, contornando-a em suas costas, com a intenção de reduzir a distância de nossos corpos e dar mais liberdade ao contato de nossas intimidades. Quando escutei um gemido de Christopher escapando de seus lábios entre um beijo, senti meus lábios ressecando. Não sei como, mas me vi sentada em um móvel que nem sabia que tinha ali, enquanto os lábios dele atreviam-se cada vez mais. Cerrei os olhos enquanto tragava a saliva e pendia a cabeça para trás, procurando o cós de sua calça, mas não conseguia raciocinar a ponto de conseguir abri-la. As mãos de Christopher foram mais ágeis, notei que meu vestido se encontrava na altura de minha cintura e que minha roupa intima inferior roçava em meus joelhos. Tentei em vão tirar o cinto de sua calça, mas minha tremedeira não cooperava em nada, por isso novamente ele se deu ao trabalho, deixando aquela peça de roupa cair sob seus pés. Depois, tudo foi como um delírio. A boca dele sob minha pele, aquela conexão, os suspiros, palavras desconexas...
— Olhe em meus olhos...
Neguei com a cabeça. Não conseguiria fazer nada, a não ser tentar respirar. Comprimi minha boca em seus ombros, evitando gritar, mas ele reduziu a urgência dos movimentos, até sentir meu corpo protestando por aquela mudança.
— Olhe em meus olhos, Dulce.
Com todos os esforços que consegui reunir, abri meus olhos e por segundos seguidos só conseguia ver feixes de luz e alguns borrões translúcidos. Quando recuperei um pouco o sentido, procurei o olhar de Christopher para acabar logo com toda aquela tortura, e o encontrei sorrindo. Quis amaldiçoá-lo por alguns segundos por me deixar naquele estado, mas notei que o mesmo não se encontrava diferente. Levei minhas mãos aos seus ombros e trouxe-o cada vez mais perto. Gemi sentindo aquele roçar de nossas intimidades novamente.
— O que você sente agora, María?
— Sinto que estou... Que estou... Por Deus, Christopher, não posso nem respirar direito, muito menos pensar.
— O que você sente?
— Sinto que quero te matar. Quero te matar porque você me deixa em uma situação assim. Quero te matar por me dar tanto prazer ao ponto que não consigo nem lembrar meu nome. Quero te matar porque quero te beijar e você está falando, então, por favor, cala a boca!
E depressa, tomei seus lábios novamente em um beijo ousando e implorando para que ele continuasse. E ele continuou. Suas mãos pousaram em minhas coxas, prensando seus dedos ali. Recomeçou tudo outra vez, redobrando o número de espasmos que já haviamos sentido. Ele era cruel. Ah, ele era... Mas sabia que tudo aquilo havia sido um jogo de provocação. E foi quando senti.
— Oh, Christopher!
Fora tudo tão avassalador que sentia meu corpo queimando e meu coração atingindo uma velocidade inimaginável. A cabeça de Christopher encontrava-se aninhada em meu ombro, distribuindo poucos beijos pelo meu pescoço, mas percebi que seus lábios se encontravam secos. Sorri.
— Ainda quer me matar?
— Por um momento – comecei a rir – até esqueci que estávamos na casa dos seus pais. – Ele ainda permanecia entre minhas pernas, e quando se separou de mim, arqueei as costas, odiando aquela separação. Mas sabia que mais tarde teria mais, por isso, nem me queixei. Arrumei meu vestido e o ajudei a se ajeitar. Limpei seus lábios, pois meu batom se encontrava impregnado ali, e ajeitei os cabelos. Christopher sorriu e me abraçou por trás, sussurrando na beirada de meu ouvido.
— Eu te amo, você percebe? – o coração dele, que se encontrava disparado, bailava na mesma velocidade que o meu.
— Meu coração está igual... – sorri, recebendo um beijo na nuca.
— Mas somos loucos, bebê! Não trancamos a porta e corríamos o risco de sermos pegos.
— Se alguém nos visse, a única coisa que poderia sentir seria inveja, porque sua mãe que me desculpe, mas nós nos divertimos bem mais aqui do que na festa, não é, bebê? – ele riu e beijou minha mão, confirmando com o olhar.
— Queria passar a noite toda aqui com você, sem mais ninguém...
— Eu também queria.
— Mas vamos voltar para a festa e mostrar o que ainda não demonstramos e todos querem ver...
— O que? Que somos o casal mais bonito, bem vestido, apaixonado e sexualmente ativo do local? – escutei uma gargalhada vinda dele e recebi mais um abraço.
— Exatamente.
— Então vamos. Estou louca para mostrar para as piranhas das suas primas a sua etiqueta...
— Etiqueta?
— Ownership of Dulce María*... – ele riu outra vez e saímos dali.
— Ok, então vamos, amor.
*Ownership of Dulce María = Propriedade de Dulce María.
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