Pizza
— Mi hermosa hija! – minha mãe colocou a Carol no chão e correu ao meu encontro, me dando um beijo na testa, dois na bochecha e em seguida, a benção - Cada dia mais linda! – sorri para ela e logo ela estava abraçando e fazendo o mesmo com Christopher - Mi niño! Perfeito como sempre! – deu mais um beijo na testa dele - Está cuidando bem da minha menina?
— Na medida do possível! – ele a abraçou pelos ombros e ela sorria encantada, olhando para mim com... Inveja?
— Meu homem, mamãe! Eu vi primeiro! – resmunguei, escutando uma gargalhada dos dois – Oi, bonecas! – falei me abaixando para receber um abraço de Carol e de Rafa que corriam para os meus braços sorridentes – Vocês estão lindas! – as abracei e fiquei de pé logo em seguida para abraçar meu pai - Papai, como o senhor está? – ele sorriu – Como foi a viagem?
— Estou muito bem. A viagem foi ótima, mariquita. Sua irmã teve uma viagem a trabalho. É um problema termos trazido as meninas?
— Claro que não, papai!
— São sempre muito bem vindas! – agora Christopher estava com Carolina em um braço e Rafaela em outro, brincando de... Não sei, algo referente a um balanço nos braços.
— Vamos? Vocês devem estar com fome e ainda não decidimos aonde ir...
— Quero pizza! – disse Carol.
— De chocolate! – gritou Rafaela.
— Queridas, nós não vamos comer pizza. Provavelmente Dulce e Christopher querem ir a algum restaurante específico...
— Eu e a Dulce estamos por conta do que vocês quiserem fazer... Se quiserem comer pizza, nós vamos comer pizza.
— Mas eu estou de dieta! – choraminguei, mesmo sabendo que não adiantaria nada.
— Como assim? Já está magra demais, nena! – repreendeu minha mãe.
— Mãe! – fiz manha, mas senti os braços de Christopher na minha cintura, me aproximando dele.
— Você é muito manhosa, amor... – ele deu um beijo na ponta da minha orelha e continuou – Sem contar que você não precisa emagrecer. Você é linda, sensual e perfeita.
— Tá, vamos comer pizza! – me rendi ao suborno e dei uma mão para Carol e outra para Rafa, que saíram em disparada na frente me levando junto.
Acabou que fomos a uma pizzaria que eu nunca tinha ouvido falar em minha vida, mas que o Christopher garantia que era ótima. Big Al's Chicago Style Pizza. Ele realmente não mentiu quando disse que as pizzas eram deliciosas e o odiei por um minuto por ter nos levado a um lugar onde tudo era tão... Delicioso. A minha dieta havia ido por ladeira abaixo a cada pizza que eles pediam. As crianças que pareciam se divertir, ainda mais quando meu pai e Christopher se juntaram para fazer um teatro de fantoche com pizzas. Eu e minha mãe somente riamos das besteiras que eles falavam para arrancar gargalhadas das crianças e, assim que eu dava um gole em meu refrigerante, minha mãe lançou a bomba.
— Christopher será um excelente pai... Quando pensam em encomendar um neto Saviñón Uckermann, para mim? – quase que expeli o refrigerante e arregalei os olhos, não acreditando que ela estava comentando aquilo.
— Mamãe! – limpei as pontas da boca com guardanapo e encarei meu pai e Christopher, para ver se eles não estavam escutando nada – Pensei que você não apoiasse filhos antes do casamento.
— Ora essa, era só o que me faltava! – ela gargalhou – Até parece que você não sabe que engravidei antes do casamento... Sem contar que Blanca engravidou de Pedro antes de se casar, nem por isso deserdei-a! – corei bruscamente e pedi mentalmente para ela falar mais baixo, porque não queria que Christopher escutasse a conversa – E está meio evidente que o noivado dos dois não demorara muito! – ela sorria cheia de orgulho e felicidade, o que me fez corar ainda mais – Christopher é o genro que pedi a Deus para pelo menos uma de minhas filhas.
— Mamãe, os maridos das minhas irmãs são ótimos, também!
— Mas nenhum é como o Christopher!
— Bem, isso é verdade! – nós duas rimos juntas, totalmente cúmplices.
— A maneira como ele olha para você, Dulce, chega a me dar arrepios! Seu pai mesmo não me olhava daquela forma quando nos casamos... Ele olha para você como se... Não sei, querida, como se... Você fosse o resumo do motivo da existência dele. Como se... Ele só precisasse de você.
— Não quero que você se ofenda, madre, mas a única coisa que eu preciso é ele, e mais nada... – sorri apaixonada, olhando de relance para ele e engolindo um suspiro.
— Christopher foi um anjo, tanto em sua vida, quanto na minha... Eu, como sua mãe, reparei o quanto você mudou desde que o conheceu... Quando que eu pensaria que sentaria em uma mesa de uma pizzaria simples ao seu lado? A minha filhinha que sempre falou: "Quando eu crescer, só comerei em restaurantes com estrelas".
— Mamãe! – corei outra vez, me relembrando do passado – Mas acho que você está certa... Quer dizer, quando estou com ele me transformo em outra pessoa. Até o mais simples se torna maravilhoso... – suspirei – Porém tenho medo que aconteça alguma coisa, mãe... Que, não sei, no futuro ele pare de me amar ou a magia se perca... Eu tenho certeza que o amarei até o fim, mas falo só por mim.
— E você ainda tem dúvida que ele a amará, minha filha? – ela me perguntou praticamente afirmando, com os olhos me desafiando a falar o contrário – Esse brilho que ele tem no olhar quando a vê não se perde tão fácil, meu amor! É algo único, algo eterno. Não falo que a vida de vocês sempre será um mar de rosas, em que vocês sempre concordaram e sairão sem briga, claro que não. Um relacionamento firme envolve compreensão nos momentos bons e nos momentos ruins, e pelo que você me conta, vocês se apoiam demais. Vocês brigarão, terão dias que não se suportarão, mas tenho certeza, querida, que no fim do dia voltarão um para o abraço do outro, não se importando com mais nada.
— Você ainda é assim com o meu pai? Quer dizer, a magia não se perdeu?
— Como disse, tem dias que seu pai me tira do sério. Fernando é explosivo e muitas vezes egoísta... Mas eu o amo, Dulce. Ele esteve ao meu lado nos piores momentos da vida e foi como uma luz, que me ajudou a chegar onde estou hoje. Nós temos os nossos dias ruins, mas os dias bons compensam qualquer coisa. Uma briga se termina com um carinho, um abraço, um beijo...
— Como vocês se conheceram, mamãe? Você sempre falava que me contaria quando eu crescesse e nunca me contou! – a mirava diretamente, sem querer desviar o olhar do dela. Ela sorria para mim bondosa, colocando uma mão sobre a minha e a apertando suavemente.
— Pode parecer cena de filme, mas... Não sei se você acredita em amor à primeira vista, querida, porém foi o que aconteceu. Eu estava fazendo um cruzeiro com minha família e havia acabado de ter uma discussão com a sua avó, falando que não queria noivar com o homem que meu pai havia escolhido para mim. Sua avó criou um escândalo, falando que eu tinha que seguir o que eles queriam e essas coisas de velho... Nesse mesmo dia, o barco aportou em uma das cidades do México e eu, para fugir da minha mãe, resolvi passear um pouco pela cidade. Estava andando por uma feira que tinha perto do porto quando me esbarrei com o seu pai.
— E ele estava no cruzeiro?
— Não... Ele trabalhava na grande loja do pai dele que era ali por perto. Quando nos esbarramos, querida, não trocamos uma palavra, mas parecia que eu sabia que ele seria o homem da minha vida... Depois voltamos a nos encontrar algumas vezes mais naquele dia e ao anoitecer estávamos juntos, com a certeza de que queríamos ficar daquela maneira até o fim.
Era tudo chocante... Absurdo. Procurei o olhar de Christopher e percebi que ele também escutara a história, estando igualmente indignado. Minha mãe havia acabado de contar o que acontecera conosco. A nossa história, em outro lugar, outro ano, com algumas coisas diferentes... Mas fora aqueles pequenos detalhes, era uma incrível coincidência.
— E até hoje estamos juntos, e até hoje o seu pai é o único homem que consegue me fazer feliz apenas com um olhar... – ela parecia tão sonhadora que eu fiquei feliz por ela, sem saber o que dizer para Christopher e incrivelmente pasma – E é isso, querida... – ela se levantou e foi até o meu pai, lhe dando um beijo surpresa e vendo como ele sorria como resposta.
Olhei para o Christopher mais uma vez e ele moveu os lábios, sem precisar dizer em voz alta, a frase certa... Como sempre. "Você me faz mais do que feliz apenas com um olhar... A menina dos meus olhos".
Chegamos em casa e as duas pequenas ainda estavam com um fogo inapagável, ainda mais depois que viram os três cachorros e eles deram total atenção para elas, brincando de um pique-pega louco que era capaz de destruir minha casa inteira em questão de segundos... Porém não estava ligando para a destruição em massa. Fui para uma das salas do andar debaixo e enquanto mostrava a casa para os meus pais, Christopher descarregava as malas do carro e levava-as para o quarto. Por fim, ele apareceu com quatro copos de vinho tinto e ligou o som em uma das músicas favoritas do meu pai somente para puxar um pouco o saco e sentou no sofá, ao meu lado. Conversamos um pouco sobre aspirações, realizações e é claro, sobre o nosso namoro. Nem eu, nem Christopher, achamos melhor comentar sobre a adoção naquele dia. Meus pais deveriam estar cansados da viagem e sabíamos que aquele assunto levaria um tempo e várias perguntas, tipo: "por quê?" ou "como?" ou até mesmo "quando?", então seria melhor tratar do assunto com calma e muita paciência. Rafa e Carol pareciam dispostas a brincar pelo resto da noite, e quando minha mãe disse que tinham que subir, as duas fizeram birra e ficaram chorosas... Christopher, como o homem maravilhoso que é, prometeu que as levaria para passear no Central Park de manhã e compraria algodão-doce para ambas... Depois disso, não precisou de muito para elas voltarem a se comportar como dois anjinhos e darem boa noite para os cachorros e para nós dois. Minha mãe me deu a benção (outra vez!) e para o Christopher também, que sorriu encabulado assim que a recebeu. Meu pai meu deu um beijo estralado na testa e deu alguns tapinhas nas costas do Christopher, desejando boa noite como se também dissesse: "nada de manter relações sexuais com a minha filha enquanto eu estiver aqui"... Mas é claro que eu não precisava obedecê-lo, afinal, eu estava em minha casa e quem manda nela sou eu.
Depois de levar tudo para a cozinha, prender os cachorros e fechar a casa, subimos as escadas abraçados e estava eminente que estávamos exaustos depois daquele dia... Christopher foi apagando as luzes e eu tropeçando na barra da calça jeans dele. Tomamos um banho relaxante de banheira e enquanto ele fazia a barba e tudo mais, voltei para o quarto, entrando debaixo das colchas e o esperando voltar para o quarto. Fechei os olhos por alguns segundos quando senti o colchão se movendo e assim que abri os olhos notei que tudo estava escuro, e foi ai que senti a mão dele deslizando pelas minhas costas e um beijo cheio de malicia sendo postado na minha nuca.
— Seu pai me proibiu implicitamente de ter algum contato mais intimo com você enquanto ele estiver aqui...
— Não precisamos fazer muito barulho... – sorri ao notar que uma mão dele já passeava pela minha coxa.
— Hum... – ele murmurou – Ou você queria facilitar o meu trabalho, ou me provocar... – falou devido ao fato de eu ter ido deitar sem nenhuma roupa.
— Para que colocar se você iria tirar? – me virei para ficar de frente para ele e escutei uma gargalhada meiga vinda dele.
— Você está certa... – ele sussurrou – Que mulher maravilhosa que eu fui arrumar.
— Que homem perfeito que eu fui arrumar... – revidei, lhe beijando nos lábios sem conseguir esperar mais.
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Por hora é isso, tenho outras coisinhas pra fazer hoje! Porém a noite pretendo vir aqui postar mais um tiquinho...
Bom feriado pra vocês!!
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