Domingo Britânico
Ficamos conversando e rindo até escutarmos o anuncio de que o Pólo começaria. Não consegui deixar de sorrir ao imaginar Christopher vestido numa roupa branca apertada. Eu já tinha até começado a ter algumas fantasias quando Christian me agarrou por um braço e Anahí me agarrou pelo outro, me conduzindo até o gramado.
Chegamos e pegamos um ótimo lugar e antes do jogo ter início peguei mais uma bebida. Me apoiei na cerca de madeira, conversando com os três, quando uma loira muito elegante se aproximou, distribuindo sorrisos para nós.
— Olá, me chamo Angelique. Sei que vocês não devem me conhecer, mas...
— Claro que conhecemos! – eu rapidamente respondi.
— Angelique Boyer, grande crítica da moda. – Anahí completou.
— Seus comentários são os melhores. Só compro roupas de estilistas que você aconselha! – Mai continuou.
— Uau! – ela pareceu realmente surpresa e abriu um sorriso tímido – Não pensei que era tão conhecida aqui nos Estados Unidos.
— Ah, é verdade! Você é de Londres! – retribui o sorriso e ela confirmou com a cabeça, divertida.
— Sou sim, mas vim morar em NY. Surgiu uma ótima oportunidade e não poderia jogar para o alto...
— Desculpa as minhas garotas! Já aprenderam a se apresentar? – Christian deu um sermão em nós com as mãos na cintura e rimos abobadas – Prazer. Sou...
— O famoso Christian Chávez, dono de um dos melhores salões de beleza de NY! – foi a vez de Angelique se antecipar. Ela falou como se tudo aquilo fosse óbvio e olhou em direção a Anahí – E você, a delicada Anahí Portilla, gerente de uma grande linha de lojas de roupa, com marcas variando de Dolce&Gabanna à Louis Vitton em seu grande estoque... – ela riu com simplicidade e olhou para Maite – A grande editora Maite. Que escreve maravilhosos textos sobre moda e dirige uma das maiores revistas de moda do país... – e olhou para mim, me analisando – E a maravilhosa Dulce María. Anjo da guarda das grandes estrelas, conhecida por trabalhos impecáveis e por transformar tudo o que toca em ouro...
— Se queria nos envergonhar e aumentar nosso ego, conseguiu e muito bem! – eu ri.
— Minhas bochechas estão queimando! – Maite colocou as mãos nas bochechas ruborizadas.
— Vocês deveriam ser elogiados pelo trabalho que fazem todos os dias... – Angelique reafirmou seu ponto de vista.
— Obrigada por todos os elogios, mas... O que você veio fazer aqui? – Anahí questionou – Quer dizer, não quero ser mal educada, mas estou interessada e levemente curiosa, pois sinto que há algo mais aqui do que uma elevação de moral... – Angelique sorriu e confirmou com a cabeça, despertando também a minha curiosidade.
— Como eu disse, recebi uma proposta ótima de trabalho aqui. Daqui a algum tempo será aberto um grande estabelecimento, que não posso contar muitos detalhes agora, e creio eu que seria muito bom ter pelo menos um de vocês na equipe...
— Mas podemos pelo menos ter algum detalhe do que se trata? – Anahí perguntou novamente.
— Sim, poderão... Mas não viemos aqui a trabalho, não é mesmo? – Angelique balançou a cabeça, fazendo os cabelos louros caírem em cascata sobre seus ombros – Por favor, liguem nesse número caso estejam interessados. Não será nada que atrapalhe o trabalho que vocês possuem, e me perdoem por manter o mistério, mas queremos que seja tudo em segredo... Vocês sabem, quanto mais a mídia fica curiosa...
— Mais atenção chama. – eu completei.
— Isso mesmo, garota! – nós duas rimos e peguei um cartão, guardando-o em minha bolsa.
— Entraremos em contato se nos for viável... – afirmei a ela.
— Posso pegar um cartão, mas não garanto... Em breve terei que pensar por dois! – Maite apontou para a barriga.
— Mas quando você quiser, as portas permanecerão abertas... – muitas pessoas se aglomeraram ao nosso redor, demonstrando que a partida iria começar – Tenho que ir. Um bom jogo para vocês, foi um prazer e espero uma resposta! – ela deu um beijo em cada um e se afastou, radiante.
— E ai? – perguntou Christian.
— Não sei... Ela me parecia muito desesperada. – Anahí opinou.
— Mas que os sapatos dela eram lindos, eles eram... – concluí.
No time de Christopher estava ele, Guido e mais dois amigos que fui apresentada rapidamente, o Alex e o Tom. Estavam todos vestidos com uma blusa pólo azul-marinho, calças brancas e botas pretas. E acredite, no campo, o mais feio era o Guido, então dá para entender a situação, não?
Christopher me viu e mandou um beijo, eu sorri que nem boba, acenando para ele e mandando outro. Não entendia muito de pólo, mesmo tendo visto aquele jogo milhares de vezes, mas não estava muito interessada no jogo em si, mas sim no meu jogador.
O jogo começou bem para o time de Christopher. Dos cinco tempos que o jogo teria, dois haviam sido vencidos pela equipe dele e isso me deixava radiante. Ele marcou três pontos e os "dedicou" para mim, não tendo a menor noção do quanto aquilo me deixava feliz. No terceiro chukka (período do jogo), a equipe adversária ganhou, e na quarta, dois cavalos colidiram... Sendo um deles, o do Christopher.
Quase cai para trás. Teria caído se Maite não tivesse segurando os meus braços. Senti o ar fugindo dos meus pulmões assim que Christopher caiu na grama e fechei os olhos, não querendo ver nada.
— Dulce, abra os olhos, o Christopher já está de pé... – Maite afirmou.
— Ele está bem, Mai?
— No máximo quebrou algumas costelas e rachou a cabeça... Mas isso é no máximo.
— Maite, estou falando sério!
— Dulce, ele está bem! Abra os olhos, pelo amor de Deus!
Assim que abri, vi que ele estava saindo do campo acompanhado do outro jogador que havia caído também e todos os olhares os acompanhavam. Os jogadores reservas entraram em campo e eu sai dali, indo à enfermaria que nem uma desgovernada, querendo saber novidades.
— Christopher Uckermann está ai dentro? - perguntei a um segurança.
— E quem é a senhorita? – o segurança me perguntou.
— A namorada dele. – respondi rapidamente.
— Senhorita, sem querer ofender, mas já vieram umas cinco senhoritas aqui dizendo ser a namorada do senhor Uckermann.
— O QUÊ? – gritei totalmente irritada – Olha aqui, moço, não quero nem saber se vieram cinco biscates aqui dizendo serem namoradas do MEU namorado! Quero entrar para ver como ele está! – senti a raiva transbordando e tentei me acalmar, porém estava um pouco difícil.
— Senhorita, não posso deixá-la entrar. Tem que ser alguém da família para...
— Namorada é praticamente da família, meu senhor! – eu o cortei – Ele passa mais tempo comigo do que com os pais! –inspira, expira, inspira, expira.
— Mas não sou autorizado, senhorita.
— Pelo menos me diga se ele está bem! – choraminguei.
— Espere ele sair, senhorita. Creio que não há nenhum problema grave, pois senão teriam chamado uma ambulância...
— Moço, por favor, eu preciso entrar! – deveria ter ido à aula de defesa pessoal com Maite. Se tivesse ido, esse homem estaria no chão agora.
— Espere só um pouco, senhorita...
— Merda! – murmurei e me sentei na mureta que havia ali.
Estava impaciente. Queria saber como Christopher estava e, pelo visto, ninguém me daria informações. As solas dos meus sapatos deveriam estar gastas de tanto que eu as arrastava no chão, tentando aliviar a ansiedade. Parecia que eu já estava sentada ali há horas quando finalmente a porta da enfermaria abriu e o vi saindo de lá com um braço enfaixado.
— Christopher! – quase me joguei nele, mas fiquei com medo de machucar ainda mais seu braço e me contive somente com um abraço de leve – Você está bem?
— Estou ótimo, amor... – lhe dei um selinho, não conseguindo esconder a preocupação – Só o meu orgulho que está ferido! – ele riu sem graça, segurando o meu rosto com sua mão não machucada.
— Orgulho à parte! Oque aconteceu com o seu braço? – olhei desesperada para o gesso e vi um levesorriso se abrir em seus lábios, como se estivesse rindo da minha afobação.
— Uma fratura no antebraço, amor. Cai sobre meubraço direito e dois ossos se deslocaram do lugar, mas daqui três semanasretiro o gesso...
—COMO ASSIM SAIRAM DO LUGAR?
— María! – ele riu e me deu um beijo na testa –Acredite, já sofri coisas muito piores do que isso.
—Christopher, isso não é engraçado! Você estámachucado! – fiz biquinho e encostei nossas testas, ainda olhando para o seubraço.
— Mas se você cuidar de mim, tenho certeza que nemirei ligar para a dor... – a voz dele saiu extremamente manhosa e ele tambémfez biquinho – Cuida de mim? – ele falou com aquela voz de bebê fofa e me olhoucom cara de cachorrinho sem dono. Abri um sorriso radiante e lhe dei um levebeijo nos lábios.
— Mesmo se você não quisesse, eu cuidaria de você... –beijei-o outra vez – Quer ir embora ou quer ir tomar o chá das três? –perguntei e ele pegou uma de minhas mãos, dando um beijo ali.
— Vamos ficar mais um pouco... Não será um braçoque me impedirá de tomar chá! – ri e senti seus lábios nos meus, esquecendooutra vez da realidade.
Voltamos para as mesas, comemos, conversamos e rimos, mas não ficamos muito tempo. Estava cheia de cuidados com o braço de Christopher e quis voltar para casa mais cedo, mesmo com os contradizeres dele.
— Se machucou, agora aguenta! – disse assim que entravamos em casa e ele suspirou.
— Meu amor, fraturar um braço é diferente de pegar uma doença ou alguma coisa do tipo! – ele se encostou na porta e eu revirei os olhos, indignada com a comparação.
— Não brinca com isso, Christopher!
— Desculpe... – ele se aproximou de mim e sorriu maliciosamente – Me ajuda a tomar banho?
Eu tentava não me preocupar muito, mas toda vez que via o gesso no braço de Christopher, meu coração amolecia e a preocupação me cegava. Quando deitei, fiquei afofando os travesseiros dele por mais de dez minutos, enquanto ele acabava de fazer a barba no banheiro. Queria que tudo ficasse muito confortável e sabia que ele me censuraria se me visse amassando os travesseiros que nem uma louca... E acertei.
— Meu amor, o que você está fazendo?
— Afofando os seus travesseiros...
— Por quê? – ele arqueou uma sobrancelha e eu olhei para os lados, procurando uma saída de emergência.
— Para ficar mais confortável para você... – suspirei – Você quer que eu durma do outro lado? Ou se quiser, durmo no outro quarto... Estou com medo de me mexer de noite e machucá-lo.
— Você só pode estar brincando! – ele abriu um sorriso sarcástico e apagou a luz do quarto e deitando na cama de barriga para cima – María, estou apenas com um braço enfaixado! Não precisa se preocupar tanto assim, é sério! – deitei na cama também, distante dele – Você por acaso está com nojo de mim?
— Quê? – encarei-o como se estivesse louco... E ele deveria estar mesmo, por ter pensado em algo como aquilo – Você está louco, Christopher? Claro que não! – protestei – Já disse que estou com medo de machucá-lo ainda mais!
— A única maneira que você pode me machucar é dormindo afastada dessa maneira por causa de um gesso. Você não ira me machucar, meu anjo.
— Tem certeza? – perguntei ainda receosa.
— Tenho – ele sorriu e sua mão esquerda tocou meu braço com certa urgência, me puxando agilmente para o seu abraço.
— Se amanhã o seu braço amanhecer pior do que agora, a culpa é toda sua!
— Shhh... - os lábios dele tocaram os meus suavemente e percebi que ele sorria entre o beijo, satisfeito.
— Você é maravilhoso. – sorri assim que me afastei, pousando a cabeça devagar sob seu peito.
— Sou? – ele beijou minha nuca e com o braço esquerdo me abraçou.
— Até demais... – falei docemente e bocejei, me ajeitando ainda mais ao corpo dele.
— Está tarde, meu amor. Temos que dormir. Amanhã a sua rotina volta...
— A sua também volta... – o lembrei, sem nenhuma ansiedade na voz – Por mim ficaria aqui nessa cama com você para sempre.
— Por mim também ficaríamos aqui... – sua voz saiu mais baixa e de repente eu sentei na cama, o observando.
— Você tomou o analgésico que o médico deu, Christopher? Ai de você se não tiver tomado!
— Tomei, amor! – ele balançou a cabeça – Se você continuar assim, o sono não vem e amanhã você irá trabalhar com olheiras. Você quer isso?
— Não. – fiz uma careta, fiquei horrorizada só de pensar – Canta alguma coisa para eu dormir?
— Cantar? – ele perguntou surpreso.
— Sim. Adoro quando durmo ouvindo sua voz... – sorri meigamente e lhe dei um selinho, observando os seus olhos por alguns segundos.
— Seu pedido é uma ordem... – ele brincou e eu ri, me acomodando ali e fechando os olhos, esperando-o começar - Picture yourself in a boat on a river with tangerine trees and marmalade skies. Somebody calls you, you answer quite slowly. A girl with kaleidoscope eyes... – sorri ao perceber que música era - Cellophane flowers of yellow and green towering over your head. Look for the girl with the sun in her eyes and she's gone... - sua voz era tão doce que tentei resistir ao sono que chegava aos poucos, mas aquela voz me acalentava cada vez mais - Lucy in the sky with diamonds. Lucy in the sky with diamonds... - suspirei mais uma vez e antes de dormir profundamente, escutei: - Dulce in the sky with diamonds...
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Preparem seus corações para as cenas dos próximos capítulos! E digo mais: só digo isso! rs
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