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Brasil?

Tudo parecia estar enlouquecendo pouco a pouco... Os dias foram se passando de uma maneira assustadora e quando percebi já estávamos no fim de setembro. Um mês passara voando e repleto de brigas entre Christopher e eu, pois com todos os turbilhões de novidades e trabalhos, mal conseguíamos parar em casa ou em qualquer lugar ao mesmo tempo e quando conseguíamos sempre acabávamos em briga... Briga porque não tínhamos mais tempo um para o outro.
Christopher sempre usava o argumento: "Agora você só fica nessa merda de trabalho. Se eu soubesse que esse novo emprego ia tirá-la totalmente de mim, preferiria que você trabalhasse com o meu irmão!". E eu sempre retribuía com: "Olha quem fala, Senhor-Queridinho-das-Celebridades! Não sou eu que fico 24 horas numa sala minúscula gravando o novo CD da Christina Aguilera ou da Madonna, lembre-se disso!", ai ele voltava: "Ah, mas também não sou eu que fico batendo altos papos com o Jude Law ou com o Justin Timberlake!", ai para finalizar vinha sempre o: "Ah, Christopher, me poupe!".
Um mês com aquele clima de guerra havia me deixado louca. Parecia que tudo o que nós não tínhamos brigado desde o começo da relação estava vindo à tona naquele momento e eu queria erguer a bandeira branca e me jogar nos braços dele, mas sempre que chegava com jeito de pedir desculpas perto dele, acabávamos brigando outra vez...
E o casamento? Como não conseguíamos nem parar em casa, a única coisa que tínhamos decidido era... Nada.
Eu estava odiando aquilo tudo. Cada briga, cada palavra dita, cada palavra não dita. Era a fase ruim do namoro (ou noivado, diga-se de passagem), porém tinha um único momento em que eu me sentia bem naqueles dias, que era de noite. Christopher sempre dormia primeiro e enquanto eu ficava folheando algum livro ou vendo algum canal na TV, ele me abraçava e continuava a dormir... Ai era nessa hora que eu caia no choro silencioso e dormia, me abraçando ainda mais nele.

Alguns dias antes da inauguração do prédio em que eu trabalharia fui liberada mais cedo e dando graças a Deus, voltei para casa, mesmo sabendo que a encontraria vazia. No caminho passei no supermercado e comprei algumas coisas que faltavam, liguei meu celular e escutei as mensagens que tinha na caixa de voz. Anahí também estava numa fase negra com Alfonso e eu sinceramente não estava com paciência para aguentar mais uma briga vinda deles, ainda mais quando tudo estava se acalmando. Maite estava cada dia mais in love com a Sophia, mas estava claro que a falta de sexo estava alterando o comportamento dela... Ainda mais a Maite, a ninfomaníaca do grupo. Eu nem sabia mais o que era sexo. Um mês em meio sem nem ao menos um beijinho também estava me deixando desesperada, mas o que eu mais sentia falta em ter uma relação sexual com Christopher não era nem o prazer, e sim o que ele fazia questão de me dizer antes, no meio e depois.
Entrei no carro e peguei o celular, discando o número de Christopher e encarando o objeto entre as minhas mãos, sem coragem de apertar o botão verde para discar. Joguei o celular no banco traseiro e procurei a chave do carro na bolsa. Eu não estava acostumada a ter um carro, muito menos a dirigir um e ainda menos ter que lembrar onde guardava a chave, o que piorava o meu estado de loucura.
Quando dei a partida, liguei o som e coloquei em qualquer rádio.

Quando estava me aproximando de casa, com o rosto já coberto de lágrimas, avistei o carro de Christopher de longe na garagem e quando estacionei o meu carro, prendi a respiração. A pequena possibilidade de que ele estivesse me traindo passou na minha cabeça e escutei meus soluços ressonando pelo carro. Por mais que eu não acreditasse, ainda era estranho ele ter voltado para casa aquela hora e não ter pelo menos me mandado uma mensagem. Peguei as sacolas no porta-malas e fui andando em passos miúdos até a porta, abrindo-a em silêncio e indo direto para a cozinha, tentando escutar uma voz feminina ou sentir o cheiro de perfume barato, mas não parecia ter nada de errado ali. Quando me encontrei livre das sacolas, subi as escadas como um raio, abrindo a porta do quarto sem estar nem um pouco preparada para o que eu poderia ver, porém só encontrei um monte de roupas jogadas em cima da cama e a porta do banheiro encostada, saindo um pouco de vapor dela. Na ponta dos pés fui até o banheiro, colocando meu olho na brecha que tinha e tentando enxergar algo, mas o vapor não me permitia ver nenhum vestígio de nada... E eu até continuaria tentando avistar qualquer coisa, mas de repente a porta se abriu e eu, como estava apoiando meu corpo inteiramente ali, fui direto ao chão, caindo nos pés dele.

O que você está fazendo aqui, Dulce?

— Que? – me levantei rapidamente do chão e, como reflexo, mordi os lábios, vendo que ele só estava com uma toalha cobrindo o corpo – Eu que pergunto... O que você está fazendo aqui? O escritório ficou muito apertado e você trouxe alguma das suas cantorinhas para fazer um tour aqui em casa? – aquelas palavras saíram automaticamente da minha boca e escutei uma risada de deboche saindo da boca dele.
Claro. Quis apresentar à Rihanna a banheira daqui de casa, mas como ela estava ocupada, trouxe a Shakira mesmo...
— Há. Há. Há. Que engraçado, Uckermann. E então? Hips Don't Lie, mesmo?
Não, mas me duele tanto que no creas más en mis promesas... – ele recitou uma parte de La Tortura, da própria Shakira e eu revirei os olhos.
— Então volte para o banho com a sua latina...
Não antes de você me dizer o que está fazendo aqui essa hora...
— A casa também é minha e eu posso vir aqui a hora que eu quiser, não posso?
Mas eu lhe dei satisfações, então não posso querer ter algumas também?
— Não, você não me deu. Ainda não sei por que você está aqui, Christopher... – falei entre dentes – E estou aqui porque pude sair mais cedo hoje... Não que isso o interesse, já que nem uma mensagem você me mandou para falar que chegaria em casa mais cedo.
Olha quem esta falando, Dulce. Não recebi nenhuma mensagem sua falando que estava vindo para casa também.
— Não tente me colocar como a vilã da história, Uckermann! – enfiei um dedo na ponta do nariz dele e depois apontei para as roupas em cima da cama – E que desordem toda é essa?
Não se preocupe que já irei arrumar, Saviñón. Essas são as roupas que vou colocar na mala...
— Mala? – murmurei, já sem entender mais nada – Como? Para onde você vai?

Quando eu percebi estava me afogando em lágrimas e o abraçando desesperada, literalmente implorando para que ele não fosse a nenhum lugar... Pelo menos não sem mim.

— Christopher, não vá! Quer dizer... – tentei parar de soluçar – Eu sei que nós estamos brigando e em uma fase péssima, mas não quero que você me abandone. Por favor, não vá embora. Eu prometo tentar melhorar o meu humor e fazer com que tudo volte a ser como antes... Eu sinto saudades de antes! Não quero que você vá embora! Me desculpe! Prometo nunca mais duvidar de você, ainda mais achar que você está com a Shakira no banheiro!
Dulce – ele me olhava espantado e eu engoli o choro por um segundo para mirá-lo nos olhos sem soltá-lo – Eu estou indo para o Brasil a trabalho, você não se lembra que eu falei para você já tem umas quatro semanas? Estou indo ver uma filial com a minha gravadora lá...
— NÃO! – apertei-o ainda mais em meus braços – Não quero que você vá! Você conhece a fama das brasileiras! Elas têm... Bunda! E... Curvas! E... São bronzeadas! Não quero que você vá! Você vai se apaixonar por uma brasileira e nunca mais vai voltar! Não vá, Christopher! – voltei a chorar mais uma vez e escutei uma risada abafada dele em meus cabelos – Não ria, isso é sério!
Eu não terei tempo para ficar olhando para bundas, curvas e bronzeados, Dulce. Ficarei no Rio por três dias...
— RIO? DE JANEIRO? VOCÊ ESTÁ LOUCO, CHRISTOPHER? LÁ É CONSIDERADO A CIDADE MARAVILHOSA, E SE É CONSIDERADA MARAVILHOSA, DEVE SER GRANDE PARTE POR CAUSA DAS MULHERES!
Dulce! – ele riu mais uma vez – Passarei três dias lá. Somente três.
— E nunca mais vai voltar! – voltei a chorar que nem um bebê.
Eu prometo que volto, ok? Eu sempre volto para você.

~~~

— Co-mo as-sim VO-CÊ deixou o CHRIS-TO-PHER ir SO-ZI-NHO para o RIO, Dulce María! – escutei os gritos de Anahí na linha enquanto tentava me concentrar em outra coisa que não fosse pensar nele – Você endoidou de vez? A tinta afetou o seu cérebro? O que te passa?
— Anahí, do jeito que você está gritando vai conseguir acordar a Sophia mesmo a quilômetros de distância! – a voz de Maite saiu perversa e Anahí se calou, mas logo em seguida escutamos uma porta batendo e ai começou – VOCÊ ESTÁ LOUCA? Eu tive que me trancar no banheiro para poder gritar com você, Dulce! O que está passando na sua cabeça, mulher? É o Brasil! Não é a China ou o Peru! É o Brasil! Caipirinha, sol, mar, areia, mulheres gostosas e... Já disse caipirinha?
— Eu que ia acordar a Sophia, não é? – Anahí disse irônica e voltou a gritar – DULCE, você vai perder o seu homem! Noivou para perder o homem! Que tipo de anta você é? Entra num avião agora e vai atrás do que é seu!
— A não ser que você queira ver nos próximos meses uma manchete anunciando o noivado do Christopher com algum tipo de Grazi Massafera ou Anitta, entra no primeiro avião que tiver e vai! – Maite também gritava. Além das olheiras que esse choro vai deixar, vou ficar surda também.
— Christopher Uckermann e Paolla Oliveira convidam você, Dulce Maria, para a cerimônia de casamento que será realizada...
— AAAAAAAAAAAAAH! – gritei e elas se calaram – OK, OK, OK! EU VOU PARA O BRASIL, CARAMBA! – escutei risadas orgulhosas delas, mas não parei por ai – E vocês vão comigo! Maite, pegue Sophia e Guido! Anahí, ligue para o Christian, BJ e chame o Poncho! Ah, e alguém tem o telefone de um padre ou um padre que esteja disposto a voar milhões de quilômetros para realizar uma cerimônia?

~~~

— Alguém – bocejo – pode me explicar – bocejo – o que estamos indo – bocejo – fazer no Brasil – bocejo – assim do nada? – mais um bocejo. Guidp boceja bastante.
— Eu – bocejo – também gostaria – bocejo – de saber – Alfonso concordou.
— MORO NUM PAÍS TROPICAL ABENÇOADO POR DEUS E BONITO POR NATUREZA, MAS QUE BELEZA! – Christian com certeza era o mais animado.

Já nos encontrávamos no avião, em plena madrugada, e por sorte pegamos um vôo vazio. Por mais que estivesse vazio, Christian e Anahí tornavam tudo uma zona, cantando músicas como se estivessem em um show de funk. Sophia dormia tranquilamente nos braços de Maite e até o momento não sabia como tinham autorizado uma criança de dois meses a viajar de avião, mas não me importava nem um pouco no momento, porque estávamos mesmo indo para o Brasil.

— ABALOU, ABALOU, SACUDIU, BALANÇOU, CORAÇÃO É SÓ FELICIDADE! – Anahí cantava de um lado.
— TRAGO ESSA ROSAAA, PARA TE DAR! TRAGO ESSA ROSAAA, PARA TE DAR! – Christian cantava do outro.
— Os dois querem fazer o favor de calar a boca, pelo amor de Deus? – e Maite reclamava logo a frente – O português de vocês é péssimo, sem contar que vocês dois cantando dessa maneira está deixando todo mundo louco!
— TÔ NEM AI, TÔ NEM AI... NÃO VEM FALAR DE SEUS PROBLEMAS QUE EU NÃO VOU OUVIR! – respondeu Anahí.
— Calem a boca! – Mai falou entre dentes.
— CALA A BOCA, JÁ MORREU. QUEM MANDA AQUI SOU EU – foi a vez de Christian responder.
— Dulce... – Maite me puxou e vi que em breve ela explodiria em nervos – Mande os dois pararem de me responderem com canções de sabe-se lá quem, pelo amor!
— Acho que já chega, não é mesmo? – falei para os dois.
— VAMÔ PULÁ, VAMÔ PULÁ, VAMÔ PULÁ, VAMÔ PULÁ! – ambos continuaram cantando sem ao menos nos dar ouvidos.
— Eu desisto! – Maite falou jogando um dos braços pra cima, em sinal de rendição.

E o resto da viagem foi assim, com Anahí e Christian cantando desde Ivete Sangalo a Mc sei lá quem. Maite dormiu. BJ dormiu. Guido dormiu. Poncho dormiu. O padre dormiu. Sophia continuava dormindo e, graças a Deus, uma hora Anahí e Christian dormiram também.

Quando chegamos ao Aeroporto do Galeão, já no Rio de Janeiro, estava amanhecendo e assim que olhei através da janela vi um sol brilhante surgindo no céu, tornando inevitável abrir um sorriso. Acordei Anahí que fez questão de acordar a todos cantando.

— BOM DIA, AMIGUINHO, COMO VAI? A NOSSA AMIZADE NUNCA SAI. SEREMOS BONS AMIGOS, PARA SEMPRE BONS AMIGOS. BOM DIA, AMIGUINHO, COMO VAI?
— Puta merda, essa mulher sabe cantar de tudo? – Maite acordou já reclamando.

Christian acordou e aquilo tudo se transformou – outra vez – em um dueto.

— E depois vocês ainda dizem que nós somos os mais burros! – Christian comentou, parando de cantar por alguns instantes.
— Os mais burros e os mais escandalosos! – Mai reclamou enquanto Sophia começava a chorar devido aquela agitação toda – Vamos sair logo do avião porque tenho que amamentar a minha filha.
— Vamos cantar Ursinho Pimpão para acalmar a Soph, Chris? – Anahí e suas brilhantes ideias, só que não.
— Nem ousem abrir essas bocas perto da minha filha! – ela disse entre os dentes, mas nenhum dos dois se intimidou e começaram:
— VEM MEU URSINHO QUERIDO MEU COMPANHEIRINHO, URSINHO PIMPÃO...
— VAMOS SONHAR AVENTURAS, VOAR NAS ALTURAS DA IMAGINAÇÃO...
— AI CARALHO, CALEM A PORRA DESSAS BOCAS!

E foi assim o caminho inteiro até o Hotel. Ficaríamos no mesmo Hotel que o Christopher, o Rio Othon Palace em Copacabana. O dia tinha raiado quando chegamos ao saguão para confirmar as reservas e logo que entregaram os cartões, todos foram para o quarto, menos eu, que fiquei tentando subornar os funcionários do Hotel para tentar descobrir qual era o quarto de Christopher... Mas não consegui nada.

Desisti de tentar pagar por informações e resolvi esperar. Fui tomar café da manhã e pelas minhas conclusões, Christopher desceria para tomar café também dentre meia hora. Tomei um suco de laranja e comi algumas frutas tropicais. Era uma delicia o gosto de tudo o que eu comia! A laranja tinha um gosto... Natural. A banana tinha um gosto... Natural. A melancia tinha um gosto... Natural! Eu poderia virar uma frutífera maníaca se morasse no Brasil, e por incrível que parecesse, pensando nas frutas e nos sabores, tinha me esquecido de pensar no que seria dali para frente.
Como eu chegaria no Christopher e falaria que tinha voado sei lá quantos quilômetros para casar com ele em um momento inesperado com medo de que aquela distância entre nós afetasse o nosso relacionamento e com mais medo ainda de que ele se casasse com uma brasileira? ...?
"Ah, oi amor! Então, eu peguei um avião ontem de noite e trouxe todo mundo que coube no avião, incluindo um padre. Porque um padre? Ah, não te contei? Vamos casar aqui! É, eu sei que estamos tomando café da manhã e tudo mais, e que nada foi planejado, mas e daí? Você aceita? Eu te amo!"
Bem, eu acho que não seria exatamente assim. Christopher provavelmente me lançaria um olhar de "Dulce, você pirou?" e eu acabaria o obrigando a falar "eu aceito", mas não estava nem ai, contanto que eu saísse dali casada.
Gente, quem vê acha que eu sou alguma personagem de um filme do Tim Burton, como aquele A noiva cadáver. Mas, primeiro, eu não estou morta. Segundo, não sou uma animação. E terceiro, não estou desesperada para casar com ele... Ok, talvez esteja um pouco.
Contudo o tempo foi passando, passando, passando, e nada de Christopher aparecer. Estava nervosa e ansiosa, e era a milésima maçã que eu comia naquela manhã e nada. Eu não esperava desistir, mas estava sentada fazia horas. Literalmente. Tive que me levantar e ir sentar em outro lugar, pois os empregados tinham que começar a arrumar as coisas... PARA O ALMOÇO!
E NADA DE CHRISTOPHER!

Eu tinha certeza que ele estava naquele Hotel. Absoluta. Ele tinha deixado um papel perto do telefone lá em casa com o nome e telefone do Hotel para qualquer emergência, então ele tinha que estar ali!
Pouco a pouco os outros foram acordando e quando vi, estava sentada com Christian, Anahí, Maite, Alfonso, BJ e o padre! Guido estava passeando com Sophia no carrinho, por isso não estava reunido com a gente... E NADA DE CHRISTOPHER.
Minhas unhas já tinham ido por água abaixo, Maite e Christian tentavam me acalmar, falando que logo ele deveria aparecer, porém nada me acalmava. Eu queria encontrá-lo naquele momento, mas não sabia como! Tentei ligar no celular dele, mas ai me esqueci que não sabia qual era o código do Rio, muito menos como realizar uma ligação ali, no Brasil! Até tentei pedir informação para uma pessoa que trabalhava no Hotel, mas o individuo não sabia falar nem espanhol, nem inglês, muito menos suéco, o que resultou em uma bela bosta de nada.
Já estávamos sentados para almoçar, minhas unhas estavam no toco, eu queria chorar e, adivinhem! NADA DE CHRISTOPHER!
Não consegui comer nada e cada segundo mais queria derramar milhares de lágrimas, mas não faria isso na frente de todo mundo... Quando todos terminaram de comer, resolvemos ir tomar um café na cafeteria do Hotel e, assim que atravessávamos o salão, escutei um Uckermann e, em seguida, um Saviñón.
Virei à cabeça imediatamente e vi Christopher na recepção, conversando com a recepcionista em português e confirmando com a cabeça. A recepcionista entregou o bilhete que eu deixara lá na hora que chegara e não me surpreendi quando vi a reação de Christopher quando leu o pedaço de papel.
Eu havia escrito: ESTOU AQUI. NÃO ME PERGUNTE O PORQUÊ. SÓ DIGA QUE SIM!

Quando chegou isso? – escutei ele falar, mas não entendi nada.
— Essa manhã. A Srta. Saviñón que escreveu – a recepcionista respondeu.
Escreveu... Aqui?

— Sim, senhor. Estava presente quando ela escreveu.
Tem certeza que era a Srta. Saviñón? Ruiva, maravilhosa, baixinha, elegante...
— Essa mesma, senhor.
Mas...

E foi ai que Anahí o viu.

— CHRISTOPHER! CHRISTOPHERZINHO! OLÁ! SR. NADEGÁS! AQUI! OLHA PARA TRÁS!

Não era daquele jeito que eu esperava que ele me visse, mas como Anahí sempre adorava "ajudar", não falei nada, só dei um tapa no braço dela e balancei a cabeça, sentindo o olhar dele totalmente curioso sobre mim.

O que... Todos vocês estão fazendo aqui?
— PEGANDO UM BRONZE! – acho que o botão de falar baixo da Anahí estragou – Quero voltar para NY a.r.r.a.s.a.n.d.o! Imagina como as meninas do meu trabalho vão ficar com inveja quando virem o meu bronzeado natural? ME-NI-NA, estou louca para ver a cara delas.
— Anahí, cala a bola pela primeira vez na sua vida! – Maite a repreendeu.
— Dessa vez eu concordo, amor – Poncho lançou um sorriso torto para a namorada.
— Somos três – concordou Guido.
— Quatro – acrescentou BJ.
— Cinco – por fim, disse Christian.
— ATÉ TU, BRUTUS? – ela gritou direcionada para Christian, que deu de ombros e me deu um empurrão de leve.
— Ao ataque, tigresa! Peito para frente, bunda para trás, barriga para dentro e cabeça erguida!
— Meu Deus, vocês realmente são uns idiotas... – Maite murmurou e eu revirei os olhos, mandando todos se calarem. Christopher continuava me olhando torto, tentando arrancar alguma informação que prestasse.
Vocês vieram... Tomar sol? – Christopher perguntou – E quem é aquele ali, Dulce? – ele apontou para o padre e eu corei, abaixando a cabeça para mirar o chão.
— Não, a Anahí veio... E... Surpresa?

Ops, acho que minha surpresa desceu pelo esgoto, outch.

Ok, era a hora da verdade.
Desabafaria tudo, choraria que nem uma louca e pediria perdão por todos os meus pecados (?) naquele exato momento... Ah, e o pediria em casamento também, claro.

Inspirei. Expirei. Inspirei. Expirei. Quase desmaiei. E respirei mais um pouco.

— Eu... E todos os outros estamos aqui porque...
— Ela estava com medo de que você se casasse com uma brasileira e... – Anahí me cortou. Por que eu trouxe ela mesmo?
— CALA A BOCA, ANAHÍ! – todos gritaram em coro.
— Ai, desculpinha. Só queria ajudar.
— Ajuda ficando quieta! – revirei os olhos e respirei mais uma vez bem fundo – Vim aqui propor uma coisa a você, Christopher. Não quero mais brigar, não quero mais ter que passar por essa fase horrível em que estamos passando. Até umas semanas atrás éramos, não sei, o casal mais feliz do mundo, e claro que não podemos ser sempre daquela maneira, mas também não quero ficar assim com você. Não quero que o nosso amor se desgaste em brigas, como não quero um dia ter que perdê-lo. É meio bobo o que estou falando, eu sei, e pode parecer clichê, como tudo o que eu sempre falo para demonstrar o quanto eu amo você, mas acredite que é de coração. Quando nós brigamos é como se alguma coisa estivesse corroendo o meu interior, arranhando e destroçando cada parte de mim. Não tem graça um dia longe de você, como é impossível um sorriso meu ser mais sincero do que quando é você que me faz rir. Você sabe exatamente as palavras que eu quero ouvir, as palavras que eu tenho que escutar. Você sabe como mudar o meu humor, o meu dia, a minha vida. Você é minha luz... Uma magia envolvente que somente me fascina... E eu não quero que essa magia acabe nunca, Christopher. Quero, de verdade, passar todas as minhas manhãs, tardes, noites e madrugadas ao seu lado, sabendo que sou sua e que você é meu. Quero viver o hoje, o amanhã e o tão distante somente com você, e quero, você não sabe o quanto eu quero, amá-lo até o meu último segundo... Por isso eu pergunto: Quer se casar comigo aqui e agora?

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