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Capítulo bônus - Pais de Tandara

Como prometido aqui está! Muito obrigada pelos views, votos e comentários 😘😍

Espero que gostem

Após Tandara sair seu pai cai em lágrimas.

— Calma Petros. Tandara é esperta ela vai conseguir. — sua mulher tenta o acalmar.

— Mesmo se ela conseguir Flor. Nunca mais a veremos. — ele limpa as lágrimas tentando se recompor.

— Você não pode ter certeza, ela pode conseguir um marido daqui. — diz Flor sempre otimista.

Ele apenas acena.

— Vamos. O jantar está na mesa. — chama a mãe de Tandara.

Petros suspira.

— Não estou com fome.

— Ah Petros, vamos, você precisa comer. — ela pega sua mão delicadamente e o convence a ir até a cozinha.

Seu marido sempre foi duro na queda, mas Tandara é seu ponto fraco. Ela sempre temeu o dia em que sua filha fosse embora. Sabe que Petros nunca mais será o mesmo.

Flor o acomoda em sua cadeira e se senta também. O jantar como sempre nas noites de semana é sopa. Pelo menos é isso que o governo manda; já vem pronta só é necessário colocar água e esquentar.

— Petros. — Flor o chama. Mas ele permanece encarando o vazio, mal tocou em sua comida.

— Nós sabíamos que esse dia chegaria. — ela tenta o reconfortar.

— Saber é completamente diferente de viver. — ele resmunga.

Se Tandara alguma vez imaginou sua despedida, esse cenário nunca passou por sua mente. Flor tinha certeza de que sua filha sempre pensou que ela sofreria mais e seu pai permaneceria estóico como sempre. Mas as coisas nem sempre são do jeito que a gente imagina.

Depois do jantar os dois se retiraram para dormir, com Petros resmungando algo sobre não estar com sono e sua mulher o convencendo a pelo menos tentar. Mas a realidade é que nenhum deles conseguiu dormir.

Algumas horas depois Petros estava revirando na cama pela centésima vez quando ouviu um barulho.

— Você ouviu isso Flor? — ele pergunta a sua esposa.

— O que? — ela retruca também acordada.

— Não sei parece... Parece um carro. — anos trabalhando na segurança da fronteira de Aquarius o deixou familiarizado com o barulho dos automóveis do governo que cruzavam a fronteira.

Ele levanta de repente preocupado. O que um carro estaria fazendo perto de sua casa a essa hora? Carros só são usados para assuntos do governo e sua casa não ficava perto de nenhuma estrada.

— Não estou ouvindo nada Petros. — Flor resmunga também levantando. 

Ele se aproxima da janela e levanta a cortina observando o exterior. Mas a escuridão o impede de ver alguma coisa, a essa hora as luzes das casas já foram cortadas, mesmo se não fossem, a casa dos Brasil é bem distante das demais para aproveitar sua iluminação. Entretanto o barulho de carro continua agora bem mais perto.

— Eu tenho certeza Flor, um carro vem vindo ai. — ele tenta convencer a mulher.

— Petros por favor vamos tentar dormir. Amanhã você vai trabalhar. — ela pede.

Antes que ele possa retrucar uma batida forte se ouve.

— Espere aqui eu vou... — Petros nem chega a terminar a frase e a porta da sala é derrubada com o baque, logo seguida pela porta de trás.

— O que está acontecendo? — pergunta Flor em pânico.

Ele sai de perto da janela e corre em direção a sua mulher na cama, para a proteger de quem quer que esteja invadindo sua casa.

— SENHOR E SENHORA BRASIL, NÃO TENTEM FUGIR, VOCÊS ESTÃO CERCADOS! — uma grito se ouve.

Flor estremece nos braços de seu marido. Ela sabe que foram pegos. Só espera que o destino de sua filha seja diferente.

O quarto não tem porta, por isso eles entram direto. Vários homens do governo com lanternas na mão.

A luz forte os cega momentaneamente, mas Flor tem certeza de ter visto um rosto conhecido. Sua suspeita se confirma ao ouvir a voz da professora Ruth.

— Vocês acharam que esconderiam isso para sempre? — a mulher pergunta.

— Não sabemos do que está falando. — tenta Petros.

A mulher gargalha.

— Podem parar de fingir, nós já sabemos de tudo.

Flor aperta a mão de seu marido.

— Nós pegamos sua filha. — ela diz.

— Não. — Petros sussurra derrotado.

— O que vocês fizeram com ela? — pergunta Flor com medo.

— Nós a matamos e claro. — revela a professora.

— NÃO! — o grito escapa de Flor. Uma dor tão avassaladora como ela nunca sentira antes toma conta de seu corpo. Petros permanece parado ao seu lado ele apenas estremece o que a indica que ele está chorando silenciosamente.

— Por que? — um lamento sai de sua boca.

— Vocês não acharam que perdoariamos esse crime tão grave ao governo, não é? — professora Ruth responde.

— Nós não sabíamos! — exclama Flor.

— Então por que sua filha estava trocando o sangue? — ela se exalta.

Nenhuma resposta se ouve, então ela continua.

— Eu sempre soube que aquela menina traria problemas. Mas isso? — ela se aproxima dos dois. — Tenho que admitir, vocês conseguiram nos enganar direitinho. Mas como toda mentira, essa foi descoberta, e será devidamente punida.

Flor sabe o que irá acontecer, aperta a mão de seu marido. Entretanto não teme, sua filha se foi, nada mais a prende nesse mundo. Petros sempre soube o que os esperava, mas a ínfima esperança que ele conservava de que sua filha sobrevivesse se estilhaçou.

Dois homens se aproximam, um cano de metal frio é colocado tanto na cabeça de Flor quanto na de Petros.

Um clique. Escuridão.

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E então o que acharam?
Não me matem por favor, isso foi preciso para o desenvolvimento da história.
Lembrem-se da estrelinha ⤵
Beijos e até mais ❤

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