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- Uma Proposta Tentadora -

Até o final daquela aula, Derion permaneceu em silêncio apenas ouvindo e refletindo os acontecimentos históricos transmitidos pelo Mestre Redilon. Já havia tomado muitas reprimendas para voltar a questionar a matéria. Quando o tempo da ampulheta se esgotou, o mestre dispensou os alunos e todos dirigiram-se para o salão do refeitório onde comeriam e retornariam para suas aulas.

O refeitório era um salão sem paredes, possuía apenas pilastras brancas que sustentavam o teto. Dessa forma, os estudantes tinham a oportunidade de apreciar a vista dos montes e colinas pelas proximidades. Havia fileiras de mesas retangulares cuja madeira era bem trabalhada. Os alunos passavam pela extremidade do salão onde uma extensa mesa fornecia várias opções de comida como frutas, pães, bolos e tortas. Após encher seu prato com um pedaço de mamão, queijo e bolinhos, Derion caminhou em direção à mesa onde somente Morren estava sentado.

— Eu falei que ele ia se aborrecer com aquelas suas perguntas — iniciou Morren quando o amigo se sentou em sua frente. — O que foi aquilo, cara?

— Eu só queria que ele respondesse minhas dúvidas, ora! Eu sei que o que ele ensinou lá não é de fato tudo que aconteceu.

— Você não pode desafiar os mestres andors, seu maluco! Já pensou no que pode acontecer se ele te manda para a sala do Grimbor por desobediência.

— Isso seria um grande exagero da parte dele. Não é justo que um aluno seja punido por fazer questionamentos.

— Eu também acho, mas você sabe como esses caras são rígidos sobre disciplina e essas coisas.

— Você viu como ele ficou quando eu falei que existem divergências nos fatos? Pareceu até que ele ficou com medo de rebater minhas palavras.

— Ele é o mestre e você é o aluno. Um dos alunos, quer dizer. Ele não tem a obrigação de provar que você está errado.

— É claro que ele tem! A gente está aqui para nos tornarmos andors, nós temos que saber se o que está sendo nos ensinado é o que aconteceu de verdade.

— Eu tenho a impressão que você é o único aqui preocupado com isso. Eu vim para cá porque quero me tornar um baita de um andor poderoso e famoso. Eu é que não quero passar toda a minha vida lendo livros de filosofia ou aconselhando nobres.

— Então você só vai focar nas suas habilidades mágicas? O que é te ensinado sobre o mundo não faz diferença se é verdade ou mentira?

— Isso mesmo, meu amigo. Não estou interessado no que aconteceu milhares de anos atrás. — O rapaz apanhou seu pão com salame e deu uma boa mordida.

Por mais que possuíssem opiniões opostas, Morren foi o único amigo que Derion conseguiu fazer desde que chegou em Nerendor aos dezoito anos de idade. Talvez tenha conseguido facilmente esse feito por Morren também pertencer ao seu dormitório.

Derion nunca despertou o interesse da amizade dos outros estudantes que ele convivia. Isso deve-se talvez por ele estar sempre focado nos estudos e evitar participar com os outros jovens de ações incorretas durante seus horários de diversão. Morren inicialmente demonstrava um comportamento antissocial com os que estavam ao seu redor. Não demorou que os dois começassem a se ajudar nas atividades acadêmicas e logo ambos tornaram-se amigos inseparáveis.

Derion era um asmabeliano magro de pele negra. Seus lábios eram avantajados e seus olhos exibiam um castanho tão claro que por muitas vezes poderia ser considerado dourado. No início, seu cabelo crespo foi motivo de deboche dos estudantes vordianos mas esses comentários nunca foram capazes de fazer Derion rebaixar sua autoestima de forma alguma.

Morren, por sua vez, era um asmabeliano de pele parda. Seu cabelo possuía um tom castanho que assemelhava-se a um vermelho escuro; sempre penteado para o lado. O menino franzino usava óculos redondos e seus dentes protuberantes podiam ser facilmente vistos quando ele falava.

— E aí? Como está se sentindo sobre ser um dos escolhidos? — perguntou Morren.

— Meio ansioso pelos testes que eu vou ter que passar.

— Ah, relaxa. Pense que quando você se tornar membro da Ordem dos Ejions vai poder fazer o que quiser. Tipo construir um palácio só para você!

— Está brincando, não é? Imagina o tanto de compromissos que eu teria se assumisse esse cargo. Fora que eu não tenho muitas esperanças de conseguir passar em todos os testes. Testes que eu ainda nem sei quais são.

— Você nunca confiou no seu potencial. Fala sério, Derion, não existe ninguém nesse templo que estuda mais do que você. Se você não for capaz de conseguir esse cargo, eu não sei quem mais seria.

Derion sentiu um leve orgulho de si mesmo quando ouviu as palavras do rapaz. De fato, era justo que seu comprometimento com os estudos lhe rendesse frutos, e talvez agora esta seria sua grande recompensa.

A cada cinco anos, uma série de testes teóricos é aplicado para todos os alunos em Nerendor. O objetivo de tais exames é selecionar os indivíduos que possuem os mais altos níveis de conhecimento em todas as matérias. Desta vez, quatro estudantes atingiram a pontuação máxima e assim, serão eles que deverão disputar o cargo mais prestigiado em Aradus, um lugar na Ordem dos Ejions. O prêmio é tentador, mas poucos estudantes sabiam ao certo o que isso significava.

Ejions são, ou eram, os primeiros seres que habitaram o continente de Aradus. Foram eles os responsáveis por criar os seres vivos racionais e irracionais. Moldaram os humanos à sua semelhança física e deram-lhe a sabedoria de construírem sociedades e civilizações. Através de sua luz, criaram os andors e alguns destes evoluíram ao ponto de poderem alcançar um poder comparável com o dos próprios criadores. Sendo assim, Grimbor, o Chefe da Ordem dos Ejions, decidiu que o estudante que possuir maior conhecimento, sabedoria e habilidades mágicas, seria presenteado com um lugar na Ordem, tendo em vista que Grimbor é o único que restou vivo entre todos os Ejions.

Derion por vezes indagou a si mesmo o motivo de nenhum dos mestres andors serem requeridos para integrarem a Ordem, vendo que eles decerto seriam os andors mais sábios e possivelmente poderosos que existem. Ora, foi dito que o maior poder é uma dádiva dado àqueles que o merecem. Ou seja, o merecedor já o possui dentro de si desde o dia que veio ao mundo, basta despertá-lo e desenvolvê-lo. Mas até então, não coube aos mestres de Nerendor possuí-lo.

— Olha lá — disse Morren apontando para Joron — Como aquele imbecil conseguiu passar em todos os testes? Ele tem a inteligência de uma pulga.

— Essa é uma das minhas maiores dúvidas no momento.

Joron estava de pé diante de seus amigos que estavam sentados numa das grandes mesas. Ele contava alguma história extremamente engraçada pois seus colegas davam gargalhadas de deboche.

Joron era um rapaz vordiano de vinte e dois anos. Estava em Nerendor antes de Derion e Morren chegarem e seu tempo lhe rendeu vários amigos semelhantes a si. Seu temperamento por vezes mostrava-se imaturo e irritante e embora fossem da mesma sala de aula, poucas vezes havia trocado palavras com Derion ou Morren.

— Será que ele usou algum feitiço para passar nos testes?

— Certeza que sim. Estudando é que não foi.

— Bom, se ele foi capaz de enganar os mestres, então talvez seja digno de se tornar o próprio Chefe da Ordem mesmo.

Derion virou-se para ele, pegou um pedaço do queijo em seu prato e deu uma mordida.

— Mmm... essas senhoras fazem uma comida extraordinária, não é?

— É só um queijo, nem deve ter sido elas quem fizeram. Eu acho que toda essa comida vem com os viajantes que chegam em carroças na vila lá embaixo.

— Não, aqueles viajantes devem trazer só os produtos necessários. Não há nada perto de Nerendor, Morren. O vilarejo gandaliano mais próximo está à dias de viagem, não daria tempo de trazerem toda essa comida sem elas estragarem.

— Droga.

— O que?

A expressão de receio estampou-se no rosto de Morren. Quando Derion virou-se para trás, viu que Joron vinha na direção de sua mesa.

— E aí, meus amigos?! — O rapaz sentou-se na mesa e estendeu a mão para cumprimentar Derion. Morren esperou para também apertar sua mão mas isso não aconteceu. — Olha, eu fiquei impressionado com a sua ousadia, Derion. Você encarou o Redilon sem medo nenhum.

— Eu não o encarei, apenas contestei sua explicação. Para mim estava claro que ele estava escondendo algumas coisas.

— É, eu sempre desconfiei que existe umas coisas escondidas nesse lugar aqui. Coisas secretas que os alunos não devem saber.

— Tipo o quê? — perguntou Morren.

— Ah, sei lá. Mas diz aí, está pronto para enfrentar os cinco testes? Os testes que poderão te levar à Ordem dos Ejions?

— Cinco? — Derion mostrou-se surpreso com a informação. — Eu não sabia que eram cinco.

— Ah, tu não estava aqui quando aconteceu da última vez, não é? Há cinco anos atrás?

— Não, estou em Nerendor há três anos.

— São cinco testes, os quatro primeiros testarão seus conhecimentos sobre História, Símbolos, Criaturas e a Crença Alial.

— E o quinto teste?

— O quinto teste costuma ser o que os inteligentes perdem. — Joron esboçou um sorriso misterioso. — Tem uma arena gigante no outro lado do templo, nenhum aluno tem autorização de chegar perto dela. É lá que será avaliado as habilidades mágicas de cada participante.

— Nós teremos que lutar um contra o outro?

— Não. Na última vez que aconteceu, os cinco participantes tiveram que lutar contra um monte de tarfos.

— O que são tarfos? — perguntou Morren atônito.

— São umas criaturas sombrias — Derion explicou. — Eu já li sobre eles no livro de Classe de Criaturas.

— Eles são fracos. Mas quando se juntam, aí não é fácil de matá-los, pode acreditar.

— E quantos sobreviveram a essa prova?

— Dos cinco participantes? Nenhum. Os tarfos comeram eles vivos.

Os dois amigos trocaram olhares de receio.

— Mas relaxa — continuou Joron. — Os mestres disseram que a gente vai ter mais aulas de Habilidades Mágicas antes do início dos testes. Então a chance de sobrevivermos é muito maior. De qualquer jeito, o prêmio vale a pena.

— Eu já estou preocupado com esse quinto teste mas nem tenho certeza se passarei nos quatro testes anteriores. Por acaso você sabe quem são os outros três participantes?

— Mercilio, um sabichão asmabeliano e Donerton, um sabichão vordiano.

— Dois sabichões, pelo menos você não é o único, Derion — Morren comentou.

— Dois asmabelianos e dois vordianos, parece que você e eu vamos mesmo ser rivais nessa.

— Mas é claro que não vamos! É por isso que eu vim até aqui. Quero te fazer um convite. Sabe os meus amigos ali? Enerius e Virmon — Ele apontou para a mesa onde seus dois amigos vordianos estavam comendo e conversando. — Amanhã a noite nós vamos tentar ir na vila, e quero que você venha com a gente.

— Na vila lá embaixo? No pé do monte? Onde as funcionárias do templo moram?

— Essa mesma. É a única vila que tem por aqui, não?!

— Mas... é proibido ir lá.

— E você achou que a gente ia pedir permissão?

— Então como pretendem sair do templo? Tem uns seis guardas aliais lá fora.

— Tem uns trenós perto daqui, numa área mais baixa do monte. Eles já estão amarrados nos norséis, devem ser para alguma viagem importante dos mestres, sei lá. Nós vamos pegar um daqueles trenós e sair voando para a vila.

— Mas não foi ensinado a nenhum estudante como domar um norsel. São criaturas muito desconfiadas — Derion insistiu.

— Eu já vi como se doma um norsel. Não é difícil, é só ser gentil.

— E você consegue ser gentil?

Joron julgou a pergunta de Morren ser retórica. Apenas deu uma leve risada.

— Mas e aí? Vai vir com a gente?

— Você não disse o que pretendem fazer lá.

— Nada na verdade. Queremos ir só para dar uma volta no trenó. Além do mais, essa será minha chance de aprender a domar o norsel antes do teste de Criaturas. Se você não sabe, o teste é exatamente esse, domar um norsel.

— Isso é trapaça — disse Morren.

— Isso é garantia de sucesso. E aí, Derion? Vai querer aprender a domar o norsel para não correr o risco de falhar no teste? Sua chance é essa.

Derion afundou-se em seus pensamentos. Por um momento esqueceu a estranheza de justamente Joron estar lhe fazendo tal convite já que ele nunca fez questão de trocar palavras consigo ou com Morren.

— Eu não sei. É muito arriscado. Isso pode levar à nossa expulsão do templo.

— Eles não podem nos expulsar. No momento, nós que fomos escolhidos para os testes somos os únicos com chances de fazer parte da Ordem dos Ejions. O Grimbor é o último ejion vivo. Se ele morrer, quem vai assumir o seu lugar? Até mesmo os imortais um dia deixam de existir.

— Nisso você está certo — Derion refletiu por alguns segundos. — Ele precisa de um sucessor. Não irá nos expulsar.

— Você vai mesmo com eles? — indagou Morren incrédulo. — Derion, é proibido sair do templo. Você vai arrumar problemas.

— Se a gente for pego, podemos até ir parar na sala do Grimbor, mas expulso nós não seremos. Isso eu tenho certeza — Joron garantiu.

— Quando vocês vão? Amanhã a noite?

— Isso aí! Amanhã no anoitecer. Esteja pronto. Nós vamos bater na porta do seu dormitório e vamos juntos para o pátio. Você é inteligente, vai aprender a domar o norsel fácil fácil. Nos vemos amanhã, Derion.

Sendo assim, Joron os deixou com um sorriso no rosto e voltou para a companhia de seus dois amigos. Derion se virou para trás para seguí-lo com seus olhos e enfim retomou a posição.

— Cara, você entrou numa furada tão grande que vai acabar se arrependendo feio.

— Olha, se isso vai me garantir uma chance de passar em um dos testes, então vale a pena. Além do mais, o Grimbor não pode me expulsar, ele precisa de mim. Ele só não sabe disso ainda.

— Você acha que te expulsar é a única coisa que ele pode fazer contigo? Ele é o homem mais poderoso do mundo, pode acabar com a sua raça tão rápido que você nem vai perceber.

— Eu preciso arriscar.

— Não precisa, não. Mas você sempre foi teimoso desde que eu te conheci. Lembre-se, quando a coisa ficar feia para o seu lado, não venha dizer que eu não avisei.

Após ter dito, Morren pegou seu pão com salame e deu-lhe outra feroz mordida.





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