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- Uma Fagulha de Esperança -

Mesmo após dias vagando pelas pradarias de Asmabel, a angústia de Laurelia não havia sido apaziguada pois a situação em que seu filho Adilan se encontrava não mostrava-se nem um pouco animadora. O rapaz permanecia desacordado por seis dias tendo dado apenas alguns murmúrios raras vezes, o que acendia a esperança de Laurelia. 

Durante todas as paradas que o grupo fazia ao longo da viagem, a mulher certificava-se de fazer o rapaz beber uma pouca quantidade de água, mesmo que este não tivesse ciência de tal ação. Na curta parada pelo Vilarejo Sedaflor, ela comprou algumas frutas de longa conservação como damascos e castanhas, prática que até então trazia bom resultado já que mantinha todos os membros do grupo vivos. 

Apesar do estado de Adilan, os quatro cavaleiros mantinham o mesmo ritmo de cavalgada. Laurelia e Talion por vezes trocavam de companheiros de montaria, sugestão dada por Roren pois, segundo ele, isso tornaria a viagem menos monótona. Currais, estábulos e celeiros dos nobres proprietários de terras eram os locais que os cavaleiros escolhiam como abrigo durante a noite, vendo que seria perigoso deixar Adilan deitado sobre um solo propício a presença de animas peçonhentos. Quando avistavam um desses locais para passar a noite, não hesitavam em descansar e para compensar o tempo de avanço perdido, acordavam mais cedo e seguiam pela madrugada. Dessa forma, as horas de repouso não tomavam as de viagem. Certas vezes via-se necessário a quebra de cadeados das portas dos celeiros para que pudessem entrar e, a fim de não causarem prejuízos, uma moeda de ouro era deixada no local para que o estrago fosse pago. 

Em plena metade do dia, Adamor julgou necessário uma parada próximo à afluente do Rio Florin e todos sentaram-se para comer debaixo de um carvalho. Comeram frutas e alguns pães que o líder trazia em um pequeno cesto na lateral de seu cavalo, cesto que adquiriram de comerciantes.

Enquanto os outros descansavam, Mercel ajudou Laurelia a levar Adilan na beira do rio, o cavaleiro o carregou nos braços e ambos caminharam pelo gramado camposo. Com Adilan sentado e escorado em uma pedra, Laurelia retirou o manto vermelho da cabeça do rapaz e pôde ver o estado do ferimento. O corte estava aberto com as bordas cobertas por sangue seco, a carne ainda estava exposta e seu cabelo permanecia úmido e grudado pelo líquido vermelho. 

— Não se preocupe — disse Mercel. — , tenho certeza que o rapaz vai sobreviver. 

O cavaleiro sentiu a necessidade de dizer palavras reconfortantes para a mãe que exibiu uma feição de prantos ao ver o estado do filho. Laurelia ajoelhou-se e molhou uma parte do manto nas águas correntes. 

— Todos os dias eu vejo ele dormindo assim — iniciou Laurelia. — , como se já estivesse morto, logo eu sinto uma tristeza me tomar. E com essa tristeza vem os pensamentos de que estou fazendo mais mal à ele por fazê-lo andar todo esse caminho sem fim debaixo do sol. Não vou mentir para você, Senhor Mercel, mas às vezes penso em desistir e cavar um túmulo para enterrá-lo. Para dar a ele descanso. 

Ela enxugou o manto molhado e passou delicadamente na testa do filho a fim de limpar todo o sangue em excesso. Mercel permanecia em pé atrás da pedra e observava em silêncio a ação da mulher. 

— Seu filho não está morto, Laurelia, e ele não morrerá. Não aqui. Ele ainda luta para se manter vivo. Eu ouço seus baixos murmúrios e sua respiração. Sabe o que é isso? Isso, é ele lhe falando que não desistiu de viver, portanto, seja justa e também não desista. 

A mulher ergueu a cabeça para o homem que lhe observava, lhe deu um tristonho sorriso como resposta. 

— Obrigada. Não sabe como eu sou grata por você e seus amigos se esforçarem tanto por mim e meus filhos. Quando Talion e Adilan eram crianças, eu viajei com eles por dois anos até encontrar um vilarejo para morar. E, posso dizer que são poucos os homens que fariam tanto por uma mulher pobre e um filho doente. 

— Somos cavaleiros, lutamos por justiça para aqueles que sofrem pela perversidade de muitos. Pelo o que sei, você sofria humilhação e desavença pelas pessoas daquele vilarejo, logo, ajudá-la não é nada além dos nossos valores e deveres. 

— Eu agradeço muito por isso. Não sei se um dia poderei pegá-los por tudo. 

— Não ocupe sua mente com isso. — Mercel agachou-se ao lado dela e começou a molhar seu rosto com a água corrente. — Serei honesto, é verdade sim que muitas vezes cobramos um valor justo pelo serviço que prestamos, mas apenas daqueles que podem e estão dispostos a pagar. Nada será lhe cobrado, eu prometo. 

— De qualquer jeito, eu espero que um dia possa pagar a vocês por tudo que estão fazendo. O que estou tendo é um favor que poucos podem desfrutar, Senhor Mercel. 

O cavaleiro exibiu um quase imperceptível sorriso em sua face, seus cabelos lisos caíam por seu pescoço e pingavam por estarem molhados. Ele levantou-se em um pulo e observou ao redor. 

— Me diga quando julgar ser a melhor hora para partirmos, eu carregarei Adilan em meu cavalo hoje. 

— Ele já está limpo, vou enrolar a cabeça dele de novo e já poderemos ir. Espero que o Senhor Adamor não esteja chateado por sua capa. 

— Adamor jamais entristeceria o coração de uma mãe por causa de um manto, ainda mais sendo que esta cuida de seu filho. Além do mais, ele poderá arranjar outro em uma boa costureira na Cidade de Asmabel. Por outro lado, eu não garanto que ele esconda seu descontentamento por você insistir em nos chamar de senhores. 

Laurelia imediatamente parou seu movimento ao escutar a fala do cavaleiro. Olhou para ele e após alguns segundos percebeu a brincadeira que o sereno homem lhe pregava. 

— Ora, deviam ter me dito antes! — Ela riu. — Nada de senhor a partir de agora então, Sen... Mercel. 

Com alguns leves sorrisos, Laurelia enfaixou a cabeça de Adilan novamente e o cavaleiro o tirou do chão com todo o cuidado possível. O grupo não demorou em seguir viagem, seguiram pelas pradarias e em poucas horas afastaram-se da afluente do Rio Florin, não antes de encher todos os cantis e se refrescarem pela última vez. 

Ao longo do caminho, Talion e Roren eram os que mais passavam horas conversando. O cavaleiro não demonstrava cansaço em contar as aventuras das andanças de seu grupo e o interesse de Talion apenas lhe dava mais ânimo para contá-las. 

— Quarenta... quarenta foi o número de bandidos que cercaram a gente! — relatava Roren para o rapaz que caminhava ao seu lado, o cavaleiro seguia puxando seu animal pelas rédeas enquanto Talion andava ao seu lado. 

— Uau... e conseguiram acabar com todos eles?

— Mas é claro que sim! Com a liderança de Adamor, a força do Borbon, as estratégias de Mercel e a minha agilidade, não há bandidos que nos vençam! 

Talion esboçou sua admiração pelo o que o cavaleiro lhe contava. De fato, vendo o que ocorreu na taverna dias atrás, aqueles eram homens cuja bravura e destreza eram inquestionáveis. 

— Pare de encher a cabeça do rapaz com suas aventuras, Roren — repreendeu Borbon cavalgando ao lado deles. — Você sabe que na maioria das vezes eles desistiram de continuar lutando. 

— O Borbon sempre foi um pé no saco, como você pode ver. 

— Acho que o grupo precisa dele tanto quanto precisa de qualquer um dos outros. Quero dizer, ele é tão valoroso quanto você, não? 

Roren por um momento pareceu buscar uma resposta adequada. 

— Ouviu isso, Mercel?! Estou quase levantando uma votação para trocar o Roren por este rapaz aqui na equipe! 

— Tenho que admitir, suas palavras foram mais inspiradoras do que as minhas costumam ser — Roren admitiu. 

— Ora, deixe disso. Mas não nego que eu gostaria de aprender a lutar tão bem quanto você. 

— Opa! Pois então prepare-se, meu amigo, a partir de hoje eu serei seu treinador e te ensinarei tudo o que eu sei sobre combate com a espada. E sem ela também, é claro. 

— Pegou o mais inexperiente entre nós para te treinar, rapaz — comentou Borbon. 

— Ora essa... quando chegarmos na cidade eu te mostrarei, meu amigo Talion, quem de nós aqui é o melhor para ser seu treinador. Borbon não consegue ensinar nem uma folha a cair da árvore. 

Talion soltou um riso pela fala do jovem cavaleiro. 

— Nós vamos ver então — Borbon jurou. — Quando a gente duelar, Roren, você vai terminar desarmado e pedirá ao garoto para que eu o treine. Lembre-se de minhas palavras. 

E entre promessas e desafios, os cavaleiros seguiram adiante pelo resto do dia e a cada hora estavam mais perto de chegar aos portões da fabulosa Cidade de Asmabel. 

O esplêndido pôr do sol cujas cores variavam entre um céu rosado atravessado por raios solares trazia o fim do segundo dia em que os irmãos Eurene e Devin permaneciam na cidade de Asmabel. Ao redor das vigiadas muralhas, não se via o mítico berionte, mas os rastros de sua passagem estava evidente pelo céu; nuvens recém formadas formavam um belo rastro naquele fim de tarde. 

Aquele era o comum horário em que a reconhecida Estalagem de Emelia fornecia os primeiros pratos e bebidas para os clientes que passavam seus dias nos alugados quartos. Devido à refeição ser disponível apenas para os que pagam um valor a mais em suas estadias, poucos eram os que frequentavam as mesas durante os almoços e jantas pois muitos preferiam ter suas refeições em ambulantes com valores mais brandos. 

Eurene acabara de se lavar no banheiro do quarto, vestia as mesmas roupas surradas e sujas que usava por tantos dias. Não podia desfrutar de um cheiroso perfume pois a estalagem não se preocupava com detalhes tão vaidosos, por esse motivo, ela exagerava no uso do sabão na banheira para remover qualquer sujeira e mau odor de sua pele. Apesar de nunca ter se considerada vaidosa como as demais garotas de seu antigo vilarejo, ela jamais gostaria de causar má impressão em quem estivesse ao seu redor, virtude essa certamente herdada por sua mãe. 

Devin terminara seu banho, o menino não demorou na banheira de madeira e apareceu no quarto com algumas partes ainda molhadas do corpo. Vestindo sua suja calça marrom, ele andou até a cama onde vestiu sua camisa amarela e agitou seus cabelos encaracolados a fim de secá-los. Eurene estava sentada diante de uma cômoda na frente de um espelho e permanecia concentrada em pentear seu cabelo cacheado. 

— Por que está arrumando tanto o cabelo? Você nunca quis ficar muito bonita lá no vilarejo.

A menina parou seus movimentos e virou-se para o menino ao lado da cama. 

— Primeiro, eu não estou tentando ficar bonita, só estou tentando ficar bem limpa já que vamos comer perto de mais pessoas. E segundo, não é da sua conta, seu enxerido. 

Devin partiu para atacá-la, pegou a toalha úmida que havia se secado e arremessou em direção à irmã que se esquivou pulando para o lado. 

— Seu bobão! 

Eurene avançou para pegar o menino mas este foi rápido em pular e rolar em cima da cama. Antes da irmã correr atrás dele, batidas na porta chamou-lhes a atenção. 

— Crianças! Peço desculpas por incomodá-los mas eu gostaria de avisá-los que Filo e eu estamos indo desfrutar de uma ótima refeição nas mesas lá embaixo! Se quiserem nos acompanhar, são mais que bem-vindos! 

— A gente já vai! — Eurene gritou. — Na próxima você não me escapa, Devin. 

Os dois não demoraram em sair do cômodo e descer as escadas para o andar de baixo. O local possuía apenas dois casais e um trio, estavam sentados em mesas diferentes, decerto também esperavam o vinda da desejada refeição. Idarcio terminava de puxar uma cadeira para sentar-se numa mesa e Filo pulou em cima da mesma. O andor deixou seu bastão escorado no móvel quadrado e já havia colocado duas cadeiras para os irmãos se juntarem a ele. 

— Você tá diferente — disse Devin. 

— É impressão minha ou você está mais arrumado? — indagou Eurene ao se aproximar. 

— Eu? Ora, não sei a que vocês se referem, meus caros. Está certo que uma noite bem dormida pode contribuir para uma boa aparência física mas eu diria que possuo a mesma feição da de quando nós nos conhecemos. 

Eurene semicerrou os olhos e permaneceu alguns segundos observando-o sentado em sua frente na mesa.

— Você penteou o cabelo?

— Oh, isso?! Uma grande observadora você é, Eurene. Eu sei que inicialmente pode parecer estranho já que não estão acostumados em me ver assim mas, vocês devem concordar que é adequado manter uma higiene na valorosa hora de comermos. 

— Fala a verdade, por que está se arrumando tanto? Por acaso está tentando conquistar o coração da atendente? 

— O que?! Ora, não seja infantil, moça. Oh, não se sinta ofendido, Devin, considero sua infantilidade muito agradável. — O menino pareceu não entender a fala do andor pois continuou acariciando Filo em cima da mesa. — Mas digam-me, o que acharam da proposta daquele gentil senhor sobre dar-lhes um trabalho? Como que era o nome dele mesmo? 

— Senhor Sermius. 

— Isso! Obrigado por me lembrar. E então? Pretendem aceitar a proposta de trabalhar no restaurante dele? 

Na manhã deste mesmo dia, Idarcio guiou os irmãos pelas ruas da cidade a fim de os ajudar a encontrar um senhor ou senhora que estaria disposto a dar-lhes um emprego em troca de pagamento justo. Receberam muitos nãos ocultos em desculpas educadas. Mas quando já estavam prestes a desistir, um proprietário de um humilde restaurante mostrou-se disposto a admití-los. 

— Sim, eu acho que sim. Nós já trabalhávamos na padaria dos nossos pais lá no vilarejo, então acho que não vai ser muito diferente. 

— Isso é muito bom, realmente muito bom. Eu espero profundamente que vocês alcancem sucesso nessa nova empreitada. Afinal, sinto que esta é a última vez que passamos uma noite juntos.

Devin parou de acariciar Filo e levou seu olhar para o homem sentado em sua frente. 

— Você vai embora?!

— Ora, não precisa evidenciar tão alto sua pergunta, meu querido Devin — O andor lhe deu um tristonho sorriso. — Mas sim, é com tristeza que digo que vou embora. Mas não hoje, hoje é dia de comermos e nos alegrarmos pela nova oportunidade que vocês conquistaram! 

— Não pode ficar mais alguns dias com a gente? 

— Você sabe que isso me deixaria muito contente, Eurene. A companhia de vocês dois agrada tanto a mim quanto ao Filo, ainda mais agora que ele está tão apegado ao seu irmão. Mas como eu havia dito dias atrás, esta cidade não tem nada a me oferecer nesse momento. Filo e eu temos planos, lugares a explorar, conhecimento a ser adquirido e riquezas a serem conquistadas. Eu vago por essas terras há uns cinco anos e ainda não encontrei um propósito para minha vida. Eu sei que ainda deixarei minha marca na história deste continente, meus amigos. Sou um andarilho, por isso não posso ficar muito tempo parado por aqui. 

— E quando você vai? 

— Amanhã mesmo no amanhecer. Mas não se preocupem, irei me despedir adequadamente. — Os irmãos se entreolharam. Não precisavam de palavras, seus olhares denunciavam seus sentimentos. — Mas que caras são essas? Tirem essas expressões tristonhas agora mesmo! Vejam, parece que nossa tão merecida refeição está vindo em nosso encontro.

Uma funcionária se aproximava da mesa trazendo uma grande bandeja de metal. Ao depositá-la sobre a mesa, revelou estar trazendo três pratos com talheres ao lado. A comida nos pratos se tratava de arroz, feijão, batatas assadas, costela de vorgo, brócolis e couve-flor. Todos preparados com a mesma proporção e ajeitados no prato na mesma forma. 

— Mas vejam só, que maravilha! Esse delicioso cheiro está me dando mais fome ainda! 

— Ahhh... eu não gosto de verduras! — Devin queixou-se ao pegar seu prato. 

— Mas você vai comer elas assim mesmo — disse Eurene.

— Mas eu não quero! 

— Você é a criança aqui, vai comer verduras para poder crescer! 

— Nossa, me lembro de quando meus pais também me obrigavam a comer legumes — comentou Idarcio. — Eu nunca gostei de comê-los, mas eles diziam que as verduras e legumes me fariam crescer forte e saudável... até hoje não acredito nisso. 

— Eu também não acredito — disse Eurene. — Mas nossa mãe fazia isso e dizia que faz bem a ele. Então ele vai ter que comer verduras sim. 

— Mmm... essa comida está tão saborosa quanto o cheiro. Não sei se digo isso pelo tempo que estou sem comer uma refeição completa. O que acha desta costela de vorgo, Filo? — O andor tirou um pedaço da carne e entregou ao amigo peludo no pé de sua cadeira. — Um tempero magnífico, não? 

O prato de comida era apenas a primeira das refeições que o trio de companheiros iriam desfrutar nessa noite. Como nas palavras de Idarcio, essa noite seria em comemoração à nova vida que os irmãos estavam prestes a conhecer. 





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