- O Respeitado Rei de Vordia -
Não era sábio que assuntos políticos fossem tratados na presença de cidadãos comuns, mesmo que fosse improvável que eles compreendessem completamente o assunto. Sendo assim, uma reunião foi solicitada onde dois dos principais membros da corte real deveriam dirigir-se para a sala de debates.
Sendo acompanhado por seus dois fiéis guardas, o rei tratou de caminhar em direção à sala.
Valandir era um homem alto, de postura ereta e movimentos padronizados de tal forma que o som de seus passos era mais audível que o dos guardas. A cor de seu cabelo curto não escondia sua idade, cinquenta anos que eram evidenciados por alguns fios grisalhos. Sua voz era firme, assim como suas atitudes costumavam ser.
Seu traje militar preto era único pois possuía uma elegante ceda como matéria-prima, além de alguns pequenos adornos metálicos em seus ombros e acima do peito. Mangas justas cobriam seus braços e uma calça ajustava-se até abaixo do joelho onde botas de couro fino evidenciavam o som de seus passos. Por mais único que fosse, não era seu traje que identificava sua posição mas sim sua coroa; sua coroa de prata em forma de aro rodeado por finas pontas de espadas para cima.
Era inegável que por onde for que o rei passasse por aquela cidade ele esbanjava autoridade vendo que os guardas e os funcionários do castelo apressavam-se em fugir para as paredes na intenção de abrir espaço para o monarca e seus guardas passarem.
Os vordianos em sua maioria eram pessoas hierárquicas. A ideia de um homem estar acima dos demais certamente era algo que merecia respeito tendo em vista os critérios que um homem deve ter para assumir uma elevada posição de poder. E Valandir possuía esses critérios na opinião da maior parte da população. Ora, o que porventura um homem há de ter para assumir uma elevada posição de poder? Autoridade. Essa era a resposta que Valandir dera no dia de sua coroação.
No momento em que chegou diante da alta porta negra que dava entrada para a sala fechada, o rei ordenou que seus guardas permanecessem na frente da porta e não permitissem que ninguém entrasse sem autorização.
A sala era em forma de pentágono e um leve tom azulado a caracterizava como única naquele castelo. Talvez fosse causada pela luz que as esferas luminosas refletiam no vidro das janelas. O chão era completamente liso assim como o teto. Em cada lado do pentágono havia altas portas que se dividiam em duas sendo que cada uma era o acesso particular de somente um dos membros. Uma mesa negra de cinco lados era destinada às importantes discussões dos membros da corte e cada uma das cinco cadeiras pertenciam respectivamente ao Andor Conselheiro, à Contadora dos Lucros, à Rainha de Vordia e ao Comandante do Exército sendo que a mais alta era ocupada pelo rei. Mas desta vez nem todos estavam ali, era apenas um que havia comparecido no local até então.
Omiran fez questão de afastar sua cadeira e colocar-se de pé quando o monarca atravessou a alta porta. Seu bastão preto estava apoiado na borda da mesa ao seu lado e, colocando as pontas dos dedos sobre o móvel, ele fez uma leve reverência.
— Admito que eu estava na expectativa de que o Comandante Norben já estivesse aqui — disse Valandir puxando sua alta cadeira para sentar-se.
— Eu já me dei ao trabalho de chamá-lo, Majestade. — Omiran esperou que o rei sentasse para em seguida ocupar seu lugar.
— Hoje o meu filho estava em um treinamento com mais alguns rapazes que estão na idade de tomar a espada. Tive de lhes relembrar o dever determinado aos vassalos sobre assumir posição de guarda quando um nobre estiver prestes a fazer um pronunciamento.
— Um dever importantíssimo esse, de fato — acrescentou o velho andor.
— Não vi necessidade de aplicar-lhes atividades extras como punição para fazê-los aprender de uma vez por todas esse dever, tendo em vista que ainda estão no início de seu aprendizado.
— Há certos ensinamentos que são aprendidos somente após muita insistência e punições.
— Então concorda que deverei aplicar uma punição em você e ao Comandante Norben para que não se esqueçam de comparecer à sala de debates antes da chegada de seu rei?
Omiran demonstrou-se estar confuso com as palavras de seu senhor. Ele o observou com a boca aberta por alguns segundos procurando as palavras adequadas.
— Desculpe-me, Majestade, mas reafirmo que eu convoquei o comandante logo após que lhe notifiquei da mensagem que recebi.
— Pois então trate de convocá-lo antes de me notificar da próxima vez.
Recuar o olhar e concordar com a cabeça foi o que o velho achou propício a fazer diante daquela repreensão.
— Não vim aqui no intuito de repreendê-lo, Omiran — o rei continuou. — Esclareça o que o levou até mim.
— Bom, eu estava em uma assembleia com os outros andors da cidade nesta manhã; estávamos debatendo um assunto impertinente sobre a publicação de livros não relacionados diretamente com a cultura de nossa Sagrada Crença Alial. — Omiran costumava ser exageradamente detalhista em seus relatos, especialmente quando o assunto envolvia ele mesmo; provavelmente sua intenção era garantir que o rei não encontrasse divergências nos fatos. — Foi em um momento de profunda reflexão que uma avalanche de palavras deselegantes adentrou minha mente e me impediu de continuar meu raciocínio sobre o tal assunto.
— E sobre o que especificamente essa mensagem se trata? Veio de Asmabel você disse?
— É a resposta oficial do Vilarejo Erban sobre a ordenança que o senhor lhes empregou.
— Responderam hoje a ordem que lhes dei ontem? Mais rápido do que eu esperava que seria. Se tratando de Asmabel, meu conhecimento é escasso sobre a identidade de cada governante de vilarejo e seu respectivo andor. Isso não é bom para um rei. Conhecer a personalidade do inimigo é de suma importância para prevenir seus movimentos.
Antes do andor formular sua opinião, uma porta no interior esquerdo foi aberta e o comandante enfim atendeu a convocação. O homem de grande porte e ombros largos não aparentava cansaço ou fadiga, essas eram as evidências que Valandir esperava encontrar em sua aparência para que justificasse sua ausência.
O Comandante do Exército trajava sua robusta armadura escura com adornos brancos no peito, essa era a cor predominante em todos os demais militares. Suas ombreiras eram largas e sua cota de malha negra estava explícita entre os vãos das peças metálicas. Em seus dois cintos estava a espada na bainha e em seus ombros as fivelas que prendiam seu manto preto; este era destinado somente ao seu cargo.
— Fui convocado em sua presença, Majestade?
— Eu esperava encontrá-lo aqui na minha chegada.
— Peço suas desculpas, estive averiguando um problema na sala de armas.
— E que problema seria esse?
— Nosso mais antigo ferreiro abandonou seu ofício nesta última semana. Seus parentes tentaram pegar de nossos salões algumas das armas de guerra que ele fabricou e eu me dei ao trabalho de ir pessoalmente alertá-los a não ousarem invadir nenhum salão do castelo novamente.
— Essa história chama minha atenção, comandante, pois foi me dito há exatamente uma quinzena que o ferreiro Magon encontra-se atualmente morto.
A expressão séria do oficial lentamente se transformou até tornar-se uma expressão de incredulidade.
— Morto? — perguntou o homem surpreso.
— Foi assassinado por alguém cuja identidade ainda é um mistério — Omiran esclareceu. — Seus familiares acreditam que os fornecedores de minério não estavam satisfeitos com a conduta do ferreiro em relação a questões de pagamento.
— Isso é... trágico. — Foram as únicas palavras que o homem conseguiu encontrar.
— Não se atrase da próxima vez que uma reunião for solicitada. A menos que esteja defendendo nossos muros de uma investida inimiga. E pelo o que me parece esse não foi o motivo de sua ausência. Sente-se.
Norben não demorou em obedecer, puxou sua cadeira e sentou-se de frente para Omiran. O velho seguia com seus olhos orgulhosos os movimentos do homem alto que juntou as mãos sobre a mesa. Este não ousou continuar a conversa com suas palavras, apenas viu-se sendo observado pelos olhos frios do rei e pelos olhos orgulhosos do andor.
— Omiran — Valandir continuou. —, revele o conteúdo da mensagem que lhe foi enviada.
— Sim, Majestade.
O velho andor uniu as duas mãos sobre a mesa e afundou-se em uma profunda concentração, fechou os olhos evidenciando suas pálpebras enrugadas e em um instante seu corpo tornou-se imóvel.
Este que vos fala é Malfen, Andor Conselheiro do governante do Vilarejo Erban e vassalo do Rei Grival de Asmabel. Eu destino esta mensagem para a corte do Rei Valandir de Vordia sendo esta a resposta oficial do Senhor Erban à última ordenança que foi lhe empregada. Foi decidido que, o governante em seu total direito não cederá às ordens lhe impostas tendo em vista que nenhuma vantagem será atribuída ao vilarejo por essa negociação. Por outro lado, o Senhor Erban afirma que está disposto a trocar mercadoria por prata de acordo com o valor honesto de cada produto. Esta é uma demonstração da generosidade e benevolência de meu senhor para com o povo vordiano.
Valandir ouviu atentamente cada palavra pronunciada. Não dirigia o olhar inexpressivo diretamente para o andor mas sim para a porta além da mesa em sua frente. Em poucos segundos Omiran retomou sua consciência.
— O que tira dessa mensagem, Comandante Norben? — perguntou o rei.
O homem viu-se desorientado.
— Eu? Bom... foram palavras de afronta, Majestade. Uma clara afronta.
— Afronta... — analisou Valandir consigo mesmo. — Não observou o medo existente nessas palavras?
Por um momento o homem não sabia se deveria negar para ser sincero ou confirmar para diminuir sua falta de esperteza.
— Esse governante se mostrou ousado em lhe afrontar, Majestade. Mas concordo que...
— O andor emissor fez questão de evidenciar e generosidade e benevolência de seu senhor no final da oferta, como se estivessem em condições de estabelecer termos sobre nós. Isso revela o quão desesperado esse governante está para encontrar outra solução para seu problema que não seja um conflito direto.
O comandante ouviu a declaração de seu rei atenciosamente e por um momento fingiu analisar o que lhe foi dito.
— E... estamos dispostos a aceitar essa oferta? — o oficial perguntou cuidadosamente.
— Mas que pergunta ridícula! — Omiran adiantou-se. — Caso não tenha percebido, comandante, o reino não está disposto a comprar mercadoria vinda de Asmabel. Se fosse por isso todo esse conselho não seria necessário.
— Há uma certa verdade em suas palavras, Omiran — afirmou o rei. — Como o andor emissor deixou claro na mensagem, foi lhes empregado uma ordem de minha parte, e não uma oferta. Sendo assim, comandante — ele virou-se para o oficial. — , torna-se claro a resposta para sua dúvida, não?
— Perdoe-me por não estar ciente de todos os assuntos políticos do reino, Majestade, minha atenção como Comandante do Exército deve ser apenas relacionada à defesa e à ordem do reino. Mas, se me permite perguntá-lo, qual seria o motivo de impor tal ordenança a esse vilarejo asmabeliano?
— Não me admira que não esteja ciente de todos os assuntos políticos do reino tendo em vista que não se esforça para estar presente em todos os debates.
O oficial permaneceu em silêncio após sua repreensão. Valandir virou-se para Omiran e este logo entendeu que seria seu dever esclarecer as coisas.
— Nossa grandiosa cidade está passando por uma infeliz falta de abastecimento nos armazéns. Não somente no castelo mas muitos cidadãos têm se queixado de passarem dias sem refeições pois o pouco que possuem na dispensa é dado às suas crianças e idosos.
— Mas faz tempo que sabemos a origem desse problema. Os vilarejos Morondor e Termosus caíram nas mãos de traidores que trouxeram essa desgraça sobre o nosso povo. Medidas adequadas já foram tomadas.
— Sim, mas eliminar os traidores e vingar o assassinato dos dois generais não resolveu nosso problema. Enquanto esses dois vilarejos permanecerem incapacitados de produzir, nossos estoques reduzirão até restar um único mísero grão — afirmou o andor.
— Eu lhe asseguro, Majestade, que cerca de duzentos construtores estão empenhados em reconstruir os vilarejos Morondor e Termosus neste momento. Os confrontos travados por conta dessa maldita rebelião trouxe graves consequências para nossa cidade mas as coisas voltarão ao normal em breve.
— Venelia, a Contadora dos Lucros — iniciou Valandir. —, me informou que por conta do ritmo que os materiais solicitados estão sendo enviados para os construtores nos vilarejos, é provável que todo o trabalho seja terminado no fim da próxima estação. Sem as carruagens de alimentos que chegavam desses vilarejos, o estoque dos armazéns despencou para a metade durante esta estação de primavera. Os cidadãos desta cidade se queixam da fome, muitos já têm deixado de comer durante o dia para guardar para o dia seguinte. Agora responda-me, comandante, na situação em que nos encontramos, acredita que as pessoas suportarão até as coisas voltarem ao normal em breve?
O homem viu-se forçado a não responder adequadamente a pergunta. Decerto temia outra repreensão.
— É preciso ter esperança, Majestade. A batalha só está perdida quando o último guerreiro cai.
— Creio que metáforas de guerra não terão muita utilidade nessa situação, comandante — disse o orgulhoso andor inclinando-se sobre a mesa.
— Eu aprecio seu otimismo, Norben. Mas são ações que trarão a solução para esse problema, não sentimentos.
O oficial viu-se sem mais argumentos pois havia sido claramente derrotado. Por um momento Valandir teve a impressão de vê-lo suspirar.
— Quais ações Vossa Majestade julga necessárias a serem tomadas? Quais que já não estamos empenhados em realizar?
— Se não somos capazes de produzir nosso próprio recurso, então não há outra alternativa senão tomar dos que possuem em excesso. É uma justificável e simples medida.
— Antes de tudo peço que não me tome como um admirador dos asmabelianos — o comandante alertou. — Mas Vossa Majestade julga que Asmabel possui recursos em excesso capazes de sustentar nossa cidade e a deles?
— O sustento da cidade deles não é de meu interesse.
— Certamente que não, mas os recursos pertencem a eles.
— O que é isso?! — A revolta estava evidente na expressão de Omiran. — Suas palavras são uma afronta a autoridade do...
— Cale-se, Omiran. Não preciso de suas bajulações.
O velho não ousou desculpar-se tendo em vista o humor de seu rei.
— Ora, qual seria o motivo de seu incômodo sobre o assunto, comandante? Esta não é a primeira vez que lidamos com a questão de saque de recursos.
— Não sei se Vossa Majestade se recorda, mas eu estive incapacitado de discutir esse problema nos últimos conselhos por causa de meu ferimento causado pelos confrontos no Vilarejo Morondor. Não fui consultado sobre o envio de tropas para o Vilarejo Esmerion em Asmabel e muito menos sobre o massacre de seus moradores.
— Sente a necessidade de eu justificar minha decisão, comandante? Não me diga que é ingênuo o bastante para pensar que os moradores do tal vilarejo iriam entregar seus estoques de alimentos de bom grado?
— Certamente que não. — Não estava claro se essa era sua opinião verdadeira ou se estava concordando apenas para não gerar conflito com a maior autoridade entre eles.
— Por acaso duvida dos benefícios que essa ação trouxe para o nosso povo? Foi lhe informado quantos armazéns foram preenchidos pelos produtos que as carruagens trouxeram desse último saque?
— Sim... digo, não. Não fui informado.
— Posso lhe garantir que sua família ainda continua tendo suas refeições diárias somente por conta dos produtos desse saque, comandante.
— Eu... estou de acordo com a necessidade de mantermos os armazéns sempre cheios, Majestade, mas não seria justo se...
— É o temor pelo inimigo ou é o seu senso de justiça que ouço aqui agora?
— Meus anos de servidão provam minha falta de temor por qualquer inimigo. Estou apenas apresentando minha opinião sobre o assunto.
— Não é sua opinião que me incomoda, Norben, é sua desobediência.
— Eu lhe juro, assim como jurei no dia em que assumi o cargo militar mais alto do reino, que farei no campo de batalha o que for me ordenado. Mas pelos direitos que é me permitido ter, deixo claro meu ponto de vista.
— Desde que seu ponto de vista não interfira na obediência de minhas ordens, você tem a permissão de expressá-lo.
Norben não demonstrou satisfação no que lhe foi dito, mas de certa forma sentiu-se aliviado por não ter gerado um conflito com o rei.
— Quais ordens deverei obedecer então, Majestade?
— Pela primeira vez durante o meu reinado, a Cidade de Vordia está sofrendo pela fome. — Valandir levantou-se de sua alta cadeira e começou a caminhar lentamente pelo lado direito da mesa. — Eu me questiono, há de existir um rei que anseia pelo conflito? Se sim, um tolo certamente. No entanto, posso afirmar a vocês que o conflito tem sido nossa única solução para esse problema. Por que eu não envio um pedido de ajuda para a Cidade de Asmabel, você deve se questionar, comandante? Um pedido de ajuda foi enviado, e a resposta que recebemos foi o silêncio de Asmabel. Enquanto nossos vilarejos não estiverem em condições de abastecer a cidade, não há outra alternativa senão saquear os vilarejos inimigos mais próximos. Faremos isso quantas vezes for necessário até que os nossos dois vilarejos estejam com sua reconstrução concluída.
— E como é de seu desejo que isso aconteça? Eu deverei preparar e conduzir esse saque?
— Não. Te dou a tarefa de preparar as carruagens e selecionar os soldados que irão fazê-la. Quero uma viagem direta com o mínimo de interrupções possíveis por isso escolha seus cavalos mais fortes para que possam puxar as carroças por mais tempo. Nenhum armamento além do necessário pois estamos lidando com aldeões e não com um exército armado.
— E se meus homens forem encurralados por soldados asmabelianos?
— Isso não vai acontecer, Omiran estará acompanhando seu caminho.
— Ele também irá com eles?
— Deixe-me esclarecer o que o rei quis dizer, comandante — Omiran adiantou-se. — Por eu ser um dos poucos andors cujas habilidades estão altamente desenvolvidas, sou capaz de observar através de minha mente o caminho que seus soldados percorrerão. Um andor de minha confiança irá com seus homens nessa viagem, se eu avistar alguma tropa inimiga se aproximando eu o alertarei.
— E seus homens deverão recuar e evitar um conflito direto a todo custo — Valandir concluiu. — Se os Seres Aliais nos ajudarem, essas carroças chegarão intactas e teremos recursos para possivelmente mais uma estação.
— Entendido — o homem afirmou, não demonstrando muito contentamento.
— Agora não é nossa supremacia que está em jogo, comandante, mas sim nossa sobrevivência.
O oficial afastou sua cadeira da mesa e pôs-se de pé, caminhou até estar à três passos de distância e parou diante do ereto monarca. Valandir era mais alto, talvez por causa da coroa, mas Norben com certeza era mais corpulento. Com uma leve reverência ele garantiu:
— Será como ordena, Majestade.
Sem mais palavras, o comandante virou-se e dirigiu-se para a alta porta na qual havia entrado momentos antes. Seus passos eram pesados por conta do peso da armadura e causavam um eco pelo interior da sala. Seu manto preto foi a última coisa que Omiran pôde acompanhar atravessando pela porta antes desta se fechar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro