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- O Jardim das Rosas Brancas -

As tardes em Vordia costumavam sofrer com o esquecimento do sol, talvez o adorado astro não gostasse de presentear o reino vordiano com o calor de seus raios amarelos. Aos olhos de outros povos, o Castelo Cinza poderia se mostrar um ambiente lúgubre e ausente de vida. Mas por outros olhos, isso também era motivo de simpatia.

Para amenizar a sensação de prisão causada pelas inúmeras paredes no interior do castelo, foi construído um jardim no lado oeste da imensa fortaleza. O Jardim das Rosas Brancas. Considerado um ambiente agradável, o local era visitado diariamente pelas damas e senhoras nobres que gostavam de passar horas conversando enquanto apreciavam a beleza exalada pelas formosas flores. E elas não podiam ser contadas, em cada canto do extenso jardim havia punhados de diversas flores, porém, todas possuíam a cor branca em suas pétalas.

Um caminho formado por blocos e cascalhos guiava os visitantes através de chafarizes e pequenas estátuas decorativas. A única estátua grandemente notável por ali era a escultura da formosa ejion Vardelis, a mesma que ajudou na construção da cidade há milhares de anos atrás. Mas esta já tinha sua base sendo consumida por minúsculos musgos e fezes de passarinhos.

No extremo do jardim, após cadeiras e mesinhas ao longo do caminho, havia uma cobertura octogonal que mantinha um ambiente agradável para as nobres senhoras que trocavam causos e davam risos enquanto saboreavam suas xícaras de chá.  Havia quatro mulheres ao todo; uma senhora de idade avançada, uma mulher de meia idade e duas garotas com sorrisos tímidos. Todas permaneciam sentadas ao redor de uma mesa e diante de uma bela vista para os campos da Planície Cinzenta.

— Estou muito grata pelo convite, Majestade — disse uma das adoráveis meninas enquanto levava um xícara à boca.

— Não há pelo o que agradecer, Adonella. Eu é que aprecio a companhia de vocês duas aqui conosco.

— Bom, a ideia foi minha — disse a Senhora Ebelia. — Eu não estava aguentando mais ter que conversar com aquelas velhas todos os dias.

— Não diga essas coisas, mamãe. As senhoras da sua idade são boas companhias para passar o tempo.

— Claro que são. Ficam tanto tempo paradas que nos fazem pensar que já estão mortas. Mas eu não sou como elas. Posso ser velha mas não sou chata, meninas.

As duas damas trocaram olhares, pareciam estar se divertindo com as recentes falas da rainha e sua mãe.

— Nós apreciamos a companhia de mulheres mais velhas — disse a bela Geonna. — Elas tem muito a nos ensinar.

— Ah, isso depende — Ebelia adiantou-se. — Mulheres como nós, que passamos todos os dias enfiadas dentro de um castelo como este, não possuem muitas histórias para contar, tampouco ensinamentos.

— Não é bem assim, mamãe. Cada pessoa possui histórias a serem contadas, problemas que foram superados e felicidades a serem transmitidas. E todos nós aprendemos coisas ao longo da vida, coisas a serem transmitidas, mesmo que na maior parte do tempo fiquemos dentro da monotonia de um castelo.

— A senhora fala muito bem, Majestade — Uma delas elogiou.

— É por isso que ela é uma boa rainha, menina. — A idosa completou com desdém.

— Ah, como seria bom se governar fosse apenas falar bem, querida. Não, ocupar uma posição assim requer mais do que falar. Requer determinação, solidariedade e principalmente sabedoria. Não posso dizer que possuo todos esses atributos mas posso dizer que me esforço em alcançá-los. — Com um sutil sorriso, ela terminou de mexer a colher em seu chá e pôs-se a tomá-lo.

Apesar de nobre, Cilina não transmitia exagerados requintes de realeza. A mulher possuía uma beleza inquestionável, sim, mas nada que não pudesse ser superado por mulheres com tratamentos mais sofisticados. Cilina possuía uma pele clara e as maçãs de seu rosto lhe davam uma aparência agradável aos olhos. Seus cabelos eram lisos longos e completamente pretos, caíam por seus ombros. A rainha usava um longo vestido de cetim negro com mangas compridas e justas. Não ostentava nenhuma jóia de destaque, nem mesmo a comum tiara de prata estava em sua cabeça. Preferia usá-la apenas em ocasiões formais e necessárias.

Já as outras três, trajavam vestidos negros com detalhes mais exuberantes, pareciam sentir o prazer de exibir seus lugares pertencentes à nobreza.

— Como a senhora se tornou rainha, Majestade?

— Geonna! — Adonella repreendeu sua irmã. — Nossa mãe disse para não fazermos perguntas impertinentes.

— Não há problema em perguntar, querida. Afinal nós a convidamos aqui para conversarmos, não? — Ela as deu um gentil sorriso. — Bom, a minha história não é nenhum conto surpreendente, talvez possam se decepcionar em não ser uma história longa ou envolvente.

— Não, de maneira nenhuma. — Adonella esforçava-se para não desagradar a anfitriã.

— Antes da nobreza, eu morava no Vilarejo Mermenos com a mamãe e meu falecido pai. Eu a ajudava no ofício de costura.

— Ah, que época boa foi aquela — comentou a idosa. — Me lembro de como eu adorava aqueles dias atarefados.

— Meu pai era o próprio general do vilarejo e portanto, possuía certa aproximação com a família real. Após toda a guerra contra Asmabel, o então recém nomeado Rei Valandir solicitou que todos os generais trouxessem suas filhas para o baile em que ele escolheria uma esposa, sua rainha.

— E foi assim que nós passamos de dias atarefados para dias entediantes — concluiu a velha.

— Mas como a senhora conseguiu conquistar o rei? — Geonna mostrava-se grandemente interessada.

— Ah, sem dúvida não foi por minha beleza. Certamente havia muitas outras mulheres mais belas do que eu naquele baile.

— E com certeza não foi pelo vestido — adiantou-se Ebelia. — Me lembro que naquele dia nós não tínhamos feito nenhum vestido exuberante o suficiente. Foi tudo ajeitado às pressas.

— Mas se vocês querem mesmo saber, posso afirmar que foi pelos longos diálogos que eu e Valandir tivemos durante toda a festa. Meu ânimo em conversar foi o que o levou a me considerar uma futura boa rainha.

— Mas, a senhora parece querer dizer que ele se casou apenas por a querer como rainha e não porque a ama, Majestade.

— Ah, minha querida, eu aprendi que quando se trata de nobreza, o que vem primeiro são os deveres e não o amor. O amor raramente vem depois. Ou, na maioria dos casos, ele nem mesmo vem.

Cilina permaneceu alguns segundos aprofundada em suas palavras.

— Está tudo bem, Majestade?

— Sim, é claro. Oh, e não é que no fim houve algo que nós, mulheres mais velhas pudemos vos ensinar. — Ela retomou sua personalidade jovial.

— Qualquer ensinamento sempre deve ser aproveitado, nossa mãe sempre nos diz isso.

— Vocês duas me parecem muito interessadas em histórias e ensinamentos sobre amor — Ebelia desconfiou.

— Bom... na verdade, tem uma coisa que eu e Adonella estamos interessadas em perguntar para a senhora, Majestade.

— Sintam-se livres para perguntar o que quiserem.

— Nós gostaríamos de saber se o Príncipe Finnan possui alguma pretendente.

Cilina não omitiu a surpresa com a pergunta inesperada. Ebelia por sua vez, deleitou-se com alguns risos contidos.

— Eu tenho que admitir que não esperava tal pergunta, meninas.

— É que essa é a primeira vez que estamos na presença de alguém tão próximo ao príncipe. E não podíamos perder essa chance.

— Realmente não podiam, essa é uma ótima oportunidade para vocês duas mostrarem seus interesses — disse Ebelia.

— Mamãe, pare com isso — A rainha suspirou e virou-se para as meninas em sua frente. — Não, Finnan não possui nenhuma pretendente no momento. Mas serei honesta com vocês, meninas, eu acredito que os dias de agora não são os mais propícios para vocês demonstrarem indícios de interesse em relação ao meu filho.

— A senhora não quer que uma de nós se case com ele?

— Eu te disse, Geonna — A irmã virou-se para ela com um olhar severo. — Há várias outras garotas mais nobres que nós duas para se casar com o príncipe.

— Oh, não, não é isso que eu quero dizer — Em seus olhos, a má interpretação das duas verdadeiramente incomodou a rainha. — Meninas, pela conversa que tivemos até então, vocês já deveriam ter compreendido que nascimento não é o maior pilar que podem levá-las a possuir uma coroa. A minha história comprova isso. Mas quando eu digo que agora não é o melhor momento para demonstrarem interesse, quero dizer que Finnan não possui intenções de arranjar uma companheira. Pelo menos por enquanto.

— O príncipe não gosta de garotas? — perguntou uma delas.

— Sim, ele gosta de garotas. — A rainha esforçou-se para não soltar um riso.

— Pelo menos, isso é que nós achamos — salientou a velha.

— Finnan está mais interessado em adquirir experiência em combate e aperfeiçoamento em estratégias políticas, meninas. Ele não vai puxar conversa com as moças que lhe der sorrisos e demonstrações de sensualidade.

— O príncipe é virgem, Majestade?

— Ah, pode apostar que sim. — respondeu a velha.

— Geonna! Que pergunta é essa? Você está sendo muito intrometida! — Adonella parecia realmente enfurecida com a ousadia da irmã desta vez.

— Por que a curiosidade, minha cara? — perguntou a rainha. — Por acaso passa em sua cabeça intenções de guardar sua virgindade para uma futura noite de núpcias com o príncipe?

— Bom... talvez eu tenha a chance de me casar com ele um dia.

— E se tornar a próxima rainha de Vordia. — a velha completou.

— Sim, mas... é o príncipe que me interessa mais. Ele é muito bonito. — Ela quase deu suspiros de paixão.

— Ah... raros foram os homens que conheci cuja beleza acompanhava o caráter — Ebelia cortou um pedaço de queijo branco e o mastigou com uma xícara de chá. — Cuidado em se apaixonar demais por pessoas que não conhecem. Quando não há nenhuma afinidade, a decepção costumava vir em seguida.

— A senhora quer nos dizer algo sobre o príncipe?

— Não é nada, meninas. — A rainha interferiu. — Mamãe costuma falar mal das pessoas.

— Só dos que merecem.

Nesse momento, uma silenciosa dama de companhia aproximou-se da cobertura e anunciou sua presença.

— Com licença, Majestade, mas Sua Alteza Real o Príncipe deseja ver a senhora.

— Finnan quer me ver? Que inesperado.

— Parece que alguém resolveu valorizar a mãe que tem.

— Bom, acho que por hoje nossa conversa termina por aqui, meninas, foi um imenso prazer para mim. Agora, se me dão licença, tenho deveres de mãe a cumprir.

A rainha afastou a cadeira da mesa e saiu pelo lado da cobertura, mas não antes de dar um beijo na testa de sua afiada mãe e despedir-se com um sorriso para as jovens donzelas.

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