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- A Princesa e o Plebeu -

Adilan estava repleto de dúvidas. O fato de uma princesa real desejar passear e conversar com ele era algo no mínimo inusitado. Fenuella seguiu diretamente para fora do salão, desviou dos convidados que insistiam em cumprimentá-la. Ela mantinha a esperança de não ter seu destino questionado por ninguém naquele momento.

Mas para o seu desagrado, um punhado de nobres senhoras caminhavam distraidamente em sua direção. Fenuella não pensou duas vezes, pegou a mão de Adilan e o obrigou a seguí-la apressadamente por corredores furtivos. Adilan tentou contestar a inesperada atitude da princesa, mas ela apenas repetiu que sabia perfeitamente o que estava fazendo.

Os dois seguiram em passos apressados desviando de nobres e criados. Ela parou de puxá-lo apenas quando ambos chegaram em um extenso corredor pertencente ao alto de uma torre no castelo. O corredor estava vazio e pouco iluminado, a luz que impedia a escuridão de prevalecer era apenas a que adentrava por grandes aberturas na parede de blocos. Fenuella diminuiu seus passos somente quando chegou até uma dessas diversas aberturas na base da parede.

— Isso era nescessário? — Adilan estava ofegante e curvou a coluna para apoiar-se em seus joelhos.

— Para alguém da sua idade você é muito lento. Mas sim, era necessário. Não quero ter que ficar acenando para um monte de pessoas a todo momento.

— Acho que eu também detestaria isso.

A princesa se sentou na elevação de blocos na base da parede, a abertura agora lhe proporcionava uma vista extraordinária sobre tudo o que constituía a Cidade de Asmabel. Milhares de casas e centenas de estabelecimentos, tudo amontoado atrás de uma muralha e dividido entre ruas e vielas. Não tendo nenhuma opção, Adilan sentou-se ao seu lado cautelosamente e lembrou-se de manter uma certa distância em respeito à garota.

— O que você acha da cidade? — Fenuella contemplava fixamente as construções em meio ao escuro da noite. Parecia estar perdida na mesma vista que observava todos os dias desde que nascera.

— Não tenho dúvidas de que é o melhor lugar para se viver neste reino.

Ela se virou para ele.

— Por que?

— A cidade fornece proteção e diversas oportunidades de trabalho, além de uma extensa área de plantio e um rio farto de peixes.

— Você já esteve aqui antes?

— Não.

— Então é por isso que está tão maravilhado.

Ela virou-se para a vista novamente. Adilan tentou decifrar o que a princesa quis dizer com sua fala.

— Você não concorda com o que eu disse? — ele perguntou.

— Na verdade eu concordo. Mas essas são coisas que você deixa de notar depois de passar tanto tempo por aqui.

— Imagino que a senhorita nasceu aqui, sim?

— Nossa, se tornar a me chamar de senhorita eu vou ser obrigada a quebrar um dos seus ossos.

Adilan pôde perceber a seriedade nos belos olhos da garota.

— Não te chamarei mais assim.

— E nem pense em dizer "alteza". Você não é meu súdito para ficar repetindo isso a todo momento.

— Bom... na verdade eu sou, sim, já que você pertence à família real.

— Mas não precisa ficar lembrando disso a todo momento. — ela virou-se para a vista novamente. Adilan observou seu rosto em silêncio por alguns segundos.

— Tenho a impressão de que você não gosta de ser uma princesa.

— Ah, eu não digo que ser princesa é algo ruim. Mas não sei se eu gostaria de me tornar rainha um dia. Não consigo me imaginar sentada em um trono por dias olhando para um salão vazio.

— Que curioso.

— Você vai dizer que eu sou a primeira princesa na história que não quer ser uma rainha, não é?

— Na verdade não. Logo no início do Tempo da Renovação, a filha primogênita do Rei Solenell desejava abdicar-se do seu direito ao trono pois não se via como uma futura rainha adequada para tomar o lugar de seu pai. Resultado: seu irmão mais novo assumiu o trono e levou o reino à uma miséria. Mesmo que não acreditasse ser boa o suficiente, ela lutou para recuperar o trono e quando conseguiu, recebeu o título de Vicelia, a Rainha de Ferro. A melhor rainha que esse reino já teve. O que ela teria que você não tem?

Após as palavras do rapaz, Fenuella esboçou um pequeno sorriso.

— Agora eu tenho certeza que você é o garoto mais inteligente que eu já conheci.

— Você não conhecia essa história?

— Claro que sim, eu cresci em um castelo repleto de livros. Mas o que me surpreende é você saber dela assim tão bem. Infelizmente, livros não são um bem que os vilarejos desfrutam abundantemente.

— Isso é uma realidade que não está certa — disse ele. — Livros são uma dádiva que todos mereciam desfrutar, afinal todos têm direito ao conhecimento. Bom, isso é o que eu acredito.

— Não crie expectativas, mas se um dia eu vier a ser rainha, vou me esforçar para que os livros sejam bem compartilhados. Isso é uma promessa. — sinceridade acompanhou suas palavras, Adilan pôde perceber.

— Você não precisa me prometer essas coisas.

— É bom, pelo menos assim eu não vou me esquecer.

Ela o deu um leve sorriso e virou-se para vista novamente. Adilan tentou buscar meios de prosseguir o diálogo.

— No dia em que você veio até nós lá na estalagem, o Idarcio se referiu a você como Princesa dos Cervos, inspiração para canções e detentora de vários feitos em seu nome.

— Você tem uma boa memória, hein?

— Por que ele disse isso?

— Ah, por causa de umas coisas que eu fiz há alguns anos atrás. Coisas que, para o meu azar, tornaram-se muito conhecidas.

— Eu adoraria saber que coisas são essas.

Fenuella abaixou a cabeça e analisou o pedido lhe feito.

— Quatro anos atrás — ela iniciou — , o governante do Vilarejo Cimonell resolveu organizar um golpe contra a Coroa. Ele reuniu um grande número de seguidores e capturou o governante do Vilarejo Sedaflor, o usou como refém para fazer exigências aos vilarejos vizinhos e posteriormente à família real. O meu pai ficou de mãos atadas, afinal não seria sábio enviar tropas para atacá-lo diretamente, isso poderia causar muitas mortes de pessoas inocentes no vilarejo. As negociações levaram dias e mais dias, mas mesmo assim o inimigo sempre parecia estar na vantagem. Quando isso aconteceu, eu tinha dezesseis anos. Eu entendia perfeitamente a gravidade da situação e como nós estávamos perdendo. Eu cheguei à conclusão de que se eu não fizesse alguma coisa, ninguém iria fazer.

— E o que você fez?

— Reuni vinte soldados para que fossem comigo deter esse governante. Claro que eles recusaram me acompanhar até lá, mas eu disse que iria com ou sem a ajuda deles, e quando eu retornasse, iria contar ao rei como eles foram covardes por deixarem uma princesa indefesa deixar o castelo sozinha. Assim, quando nós chegamos lá, preparamos um plano para nos infiltrar e eliminarmos os guardas em pontos estratégicos. Houve um confronto, mas nós acabamos com eles. No fim, libertamos o governante sequestrado e trouxemos o causador dos problemas direto para o rei. Acho que até hoje ele pensa nas melhores formas de me matar enquanto permanece trancado nos calabouços lá embaixo.

O fato de uma princesa ter realizado tais feitos, surpreendeu Adilan grandemente.

— E o que o seu pai achou depois que você retornou? Ele te parabenizou?

— Não mesmo. Meu pai quase enlouqueceu quando soube que sua herdeira havia partido para enfrentar assassinos em um vilarejo. Mas depois de uma longa discussão ele percebeu que eu tomei a atitude certa, já que todas as anteriores haviam fracassado. Quando nós estávamos retornando para a cidade com os prisioneiros, eu encontrei um cervo que estranhamente se afeiçoou à mim. Ele insistia em me seguir e eu insistia em afastá-lo. No fim, percebi que montar em um cervo não é muito diferente do que em um cavalo. Foi assim que passei a ser chamada de Princesa dos Cervos. Ah, e sobre a canção, veio de um músico irritante que conheci naquele vilarejo. Ele quis vir conosco para a cidade e encheu nossas cabeças com tantas canções que eu já me esqueci o nome de todas elas.

Assumindo que o relato fosse completamente verídico, as ações daquela garota realmente era algo único e pouco visto pelos habitantes de Aradus. Adilan enfim reconheceu que aquela não era uma princesa qualquer. De alguma forma ela era especial.

— É uma grande história.

— Não acho que seja tanto. Na verdade, não entendo porquê as pessoas insistem em fazer caso por algo tão pequeno. Quantos  acontecimentos históricos que não receberam suas devidas canções? Muitos, eu diria.

— Há histórias que as pessoas gostam mais. Geralmente são as mais difíceis de acreditar.

— Como assim?

— Monstros gigantes e princesas guerreiras não são coisas muito comuns de serem vistas, são?

— É, de fato não são.

O leve sarcasmo do rapaz pareceu agradar o gosto da princesa.

— Mas e você? — ela perguntou — Não quer me contar a sua história?

— Ah, você pode se decepcionar.

— Não seja bobo. Quero saber mais sobre você.

— Eu pareço uma pessoa tão interessante assim aos seus olhos?

— É um dos poucos que já conversaram longamente comigo sem ser apenas por interesse em alcançar uma excelente posição na nobreza.

— Nossa, essa é a companhia que você anda tendo por aqui?

— Pois é. E ninguém acredita quando digo que ser princesa traz uma certa solidão. Por mais que eu esteja rodeada de pessoas, muitas vezes me sinto como se estivesse sozinha.

— Isso é horrível.

Por um momento, o rumo da conversa incomodou Fenuella.

— Mas chega de falar de mim. Quero que me diga sobre você. Isso é uma ordem real.

— Você não tinha me dito para não te considerar uma princesa enquanto estivermos aqui?

— Eu não disse isso, não tente me enganar. Pare de enrolar e me conte logo sobre você.

Não haveria escapatória para Adilan.

— Está bem. O que você quer saber de mim?

— Tudo. Onde você nasceu? Qual a sua idade? Por que veio para a cidade? Qual a sua comida preferida?

— Mas para quê todas essas perguntas?

— Pelo visto você tem um péssimo humor.

— Bom... — ele revirou os olhos. — Não há muito o que dizer sobre mim. Eu nasci no Vilarejo Armorell numa época em que estava ocorrendo alguns conflitos políticos. A minha mãe fugiu de lá com um grupo de moradores levando eu e o meu irmão mais velho. Eu era apenas um bebê. Ela nos conta que caminhou por dois anos pelas Pradarias Verdejantes, foram os dias mais difíceis que ela enfrentou. Passou dias e noites acordada buscando comida para nos alimentar e esforçando-se para seguir os passos do grupo. Ser deixada para trás era o pior que poderia lhe acontecer. No fim ela chegou ao Vilarejo Ossoris onde conseguiu uma casa velha para morarmos. Não conseguiu sustentar a casa e acabamos indo morar em um moinho velho.

— Um moinho de grãos? E dá para morar dentro de um?

— Até que dá mas eu não te aconselho a tal. São um pouco mais confortáveis do que tocas de coelhos.

Fenuella quis rir, mas assumiu que não seria um momento adequado.

— E o seu pai? — ela perguntou.

— Não o conheci. Minha mãe diz que quando eu nasci, ele já tinha a abandonado. Meu irmão o conheceu quando era criança mas não se lembra mais de seu rosto. Por mais que nós insistíssemos em perguntá-la, ela não nos contaria nada sobre ele ou o porquê de ele ter partido. É melhor assim, pelo menos evita discussões.

— A sua mãe me parece uma grande mulher. Eu a conheci na estalagem, e ela me tratou com grande gentileza. Eu ficaria chateada se um dia souber que ela agiu assim somente por eu ser uma princesa.

— Não se preocupe, minha mãe age assim com todos que conhece. Na maioria das vezes, pelo menos. Bom, isso é tudo o que eu tenho para te contar sobre mim.

— Só isso? Ainda não estou satisfeita.

— Mas o que mais você quer saber?

— Quero mais profundidade nessa conversa.

— Que tipo de profundidade?

— Do tipo perguntas mais íntimas.

De forma inexplicável, Adilan começou a sentir um calor tomar o ambiente fazendo com que suas mãos começassem a transpirar.

— Que tipo de perguntas?

— Perguntas do tipo... o que você gosta em uma garota?

Adilan ainda mostrou-se estar confuso. Ou receoso em responder.

— Bom... eu não sei. Acho que tudo.

— Não, seu bobo. Quais atributos uma garota deve ter para te conquistar?

— Eu não sei, ora.

— Como não sabe? Você não gosta de garotas?

— Claro que eu gosto de garotas. Mas eu não sei responder essa pergunta porque eu nunca me apaixonei.

— Nossa, não havia belas garotas no vilarejo em que morava?

— Sim, havia algumas. Mas essa não é a questão.

— Então explique qual é a questão.

— Eu sinto que... o que me atrai em uma garota não é a aparência, mas sim a inteligência, as qualidades emocionais e as coisas em que ela acredita ou gosta.

— Que curioso. É o primeiro rapaz que eu ouço dizer isso. Todos os rapazes que eu já conheci casam com mulheres pela posição social, pela beleza, ou, na minoria dos casos, pelo amor.

— Nunca conheci um casal que se casou por amor, geralmente sempre é por algum interesse. Nem que seja para herdar uma mera propriedade.

— Você não acredita que as pessoas se apaixonam?

— Sim, as pessoas se apaixonam, mas certamente após meses ou anos de convivência. Ninguém se apaixona assim logo quando vê alguém pela primeira vez.

— Que estranho. Então acho que sou a primeira em que isso acontece.

A fala da garota pegou Adilan de surpresa. Um receio surgiu dentro de si sobre o que ela realmente quis dizer com tais palavras.

— O que... o que você quer dizer com...?

Fenuella não perdeu mais tempo, inclinou seu corpo para frente e levou seus lábios aos de Adilan. O rapaz recuou minimamente pelo espanto mas não ousou evitar, deixou que a garota conduzisse o beijo, e ela o fez com um tremendo vigor.

Fenuella voltou ao seu lugar de antes. Olhou para Adilan e o rapaz ainda exibia uma expressão de surpresa. Talvez ele não tenha gostado, sua expressão era difícil de decifrar. Ambos permaneceram calados. Para ela, pareciam ser os segundos mais longos de sua vida. O que dizer em um momento desses?

A sua resposta foi um contido sorriso que o rapaz abriu em sua boca. Já era o suficiente para ela entender. Desta vez foram os dois que avançaram e beijaram-se sem os limites da timidez. Adilan levou sua mão no rosto da garota e pôde perceber o quanto sua pele era macia e seus cabelos cheirosos. Aos beijos e aos sorrisos eles permaneceram pelas horas seguintes, sem interrupções e sem nenhuma vontade de parar.

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