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- A Partida da Cidade de Asmabel -

Quando os Cavaleiros Irmãos foram até o príncipe Finnan para lhe contar as decisões que haviam tomado a seu respeito, o rapaz esbanjou insatisfação, como de costume.

— Não vou vestir esses farrapos! — ele esbravejou arremessando a roupa velha que havia recebido.

O rapaz estava mais do que disposto a lutar para que não tivesse que despir-se por completo das últimas partes de sua armadura. Desde que havia sido amordaçado na cama do quarto na estalagem, viu-se que cada vez era mais nescessário retirar as peças metálicas para manter um mínimo conforto na posição que ele mantinha durante o dia e a noite. Mas agora que havia chegado a hora de deixar a cidade de Asmabel, um menino inteiramente armado não era uma opção a ser considerada.

Roren havia lhe arranjado uma camisa velha e com alguns furos, certamente pertencera a um pirralho plebeu qualquer que havia cruzado seu caminho pelas vielas ao longo da manhã. Talvez ele também teve que trocar alguns pães por ela, mas os trapos seriam necessários. Quando Mercel revelou ao príncipe que ele iria viajar com eles à cavalo, o rapaz enfureceu-se.

— Acredite, garoto, cavalgar por dias usando uma armadura vai ser doloroso para você — disse Roren apanhando os trapos de volta.

— Vocês são uns tolos imbecis. Acham que trocar a minha roupa vai fazer com que ninguém me reconheça?

— Neste reino, a aparência da família real asmabeliana é pouco conhecida pelos plebeus, quem dirá os da corte vordiana — disse Mercel com um certo resquício de impaciência. — Ninguém vai reconhecê-lo aqui, garoto.

— Estão muito enganados se pensam que eu vou contribuir com os meus captores.

— Vista isto — Borbon jogou as roupas na cara do rapaz. —, ou nós vamos obrigá-lo. E pode ter certeza que você não vai gostar.

Antes mesmo que o rapaz contestasse, o homem virou-se e saiu pela porta do quarto. Seus passos pesados podiam ser facilmente escutados mesmo que já estivesse no andar de baixo.

— Para onde vão me levar? — Finnan os indagou esforçando-se para não demonstrar resquícios de receio.

— Gandalar — Mercel respondeu.

— Vão me usar como moeda de troca para ter o apoio daquele rei porco, não é?

— Talvez sim, talvez não. Você não precisa saber. Voltaremos para te buscar em menos de uma hora, é melhor que já esteja pronto, jovem príncipe.

Quando os dois homens retiraram-se do quarto, o rapaz praguejou. Mas não havia o que fazer, Finnan tinha o entendimento de que desafiá-los não iria melhorar a sua situação. Sendo assim, contorceu os membros do corpo e começou a retirar as fivelas e as peças metálicas que o cobriam.

No restaurante da estalagem, Laurelia ajudava os jovens a preparar tudo o que eles seriam capazes de carregar para se abastecer ao longo da jornada. A mulher havia lhes arranjado quatro bornais escuros que poderiam armazenar uma boa quantidade de comida, pelo menos para os primeiros dias da viagem. Provavelmente a Senhora Emelia não tinha conhecimento dos alimentos furtados da dispensa, mas Laurelia daria um jeito de recompensá-la posteriormente por isso.

— Pronto, este é o quarto e último bornal que eu poderei lhes dar — disse ela entregando-o nas mãos de Adilan. O rapaz o segurou com um pouco de dificuldade no início, mas logo ajeitou-se.

Cada bornal estava pesado e repleto de coisas como potes de grãos, batatas, nabos, cenouras, cebolas e cabeças de repolhos. Além de uma única panela de ferro e concha para que eles fossem cozidos onde quer que desejassem se alimentar. Decerto os cavalos levariam um pouco mais de peso desta vez, mas a viagem não estava sujeita a nenhuma pressa ou correria. Cada passo poderia levar o tempo que lhe fosse necessário.

— E se a comida acabar? — Devin os questionou.

— Então morreremos de fome — Eurene respondeu.

O menino arregalou os olhos pela resposta lhe dada. Mas Laurelia, percebendo seu receio, adiantou-se em explicar-lhe:

— Sua irmã está brincando, querido. Ao longo dos dias vocês vão ter que pegar ou comprar todo alimento que encontrarem. Tudo o que der para comer, peguem e guardem.

— Que bom seria se fôssemos vorgos agora — disse Talion, que estava quieto entre eles. — Não passaríamos fome nunca com o tanto de capim que há lá fora.

— Não, vorgos são fedidos — disse Devin. Talion achou graça da fala do menino.

— É, realmente são.

Talion ainda mostrava-se meio descontente em estar na presença dos demais. A falta de seu braço esquerdo lhe causava uma péssima sensação, como se estivesse sendo observado e julgado a todo momento por sua anomalia. A princípio pode-se dizer que realmente seus companheiros não ocultavam a curiosidade de questioná-lo como é perder um membro do corpo, mas nenhum deles ousou fazer insinuações maldosas. Mesmo que estivesse entre eles apenas por algumas horas, o seu desconforto apaziguava-se lentamente, e isso já era uma grande conquista.

— Me ajudem a levar os bornais lá para fora? — Laurelia os pediu. — O Borbon já está trazendo os cavalos até aqui.

Adilan e Devin adiantaram-se em pegar os sacos pela alça e os levaram para fora do restaurante. Talion também se moveu para acompanhá-los, mas sem oferecer-lhes ajuda, mesmo que quisesse. Quando Eurene viu que por um breve momento haviam restado apenas ela e o rapaz na estalagem, aproveitou para dizer o que seu coração ansiava.

— Ei, espere — ela o chamou, e ele imediatamente se virou. — Eu queria... eu gostaria de te agradecer por ter salvado a vida do meu irmão lá na batalha. Se você não tivesse matado aquele soldado, Devin com certeza não estaria aqui agora.

Talion escutou e nada falou. Sentiu-se contente por aquilo, mas conteve seu entusiasmo.

— Bom, eu... eu só fiz o que achei que seria o certo. Eu não poderia ter deixado ele machucar o seu irmão.

— Eu agradeço por isso. — Ela tentou abrir um pequeno sorriso, mas estava evidentemente constrangida.

— Você também foi extraordinária lá — disse ele. — Eu vi quando derrotou aquele soldado. Lutou como uma guerreira de verdade.

— Não... eu quase fui morta. — Ela cruzou os braços. — Mas me contento por estar viva. Tive certeza que ele acabaria comigo.

— Pois foi muito pelo contrário.

Houve um momento de silêncio, e nenhum conseguiu manter os olhos fixos no outro por muito tempo. Quando ouviram o relinchar de um cavalo, perceberam que já estava na hora de partir. Roren, Borbon, Mercel e Idarcio vinham trazendo cinco cavalos consigo. Puxavam os animais pelas rédeas e estes causavam um nítido barulho pelas pisadas de seus cascos.

— São aqueles mesmos de quando viemos para cá? — Laurelia os indagou, decerto a aparência dos animais a agradava.

— São. Aparentemente receberam um ótimo trato nas baias dos estábulos. — Mercel massageava o pelo do equino ao seu lado. — Borbon, poderia ir buscar o nosso convidado de honra? Creio que ele já teve o seu tempo para se arrumar.

O grande cavaleiro entregou as rédeas do animal nas mãos de Adilan e passou pelos demais. O cavalo bufou, e Adilan levemente assustou-se.

— Aquele príncipe vai mesmo viajar com a gente? — perguntou Eurene.

— Sim, ele poderá ser muito útil para nós. Mas não se preocupem, ele não apresenta nenhuma ameaça para vocês.

— Não estou nem um pouco preocupada. Quem deve ficar preocupado é ele.

— Realmente — Roren complementou.

Sem anúncios formais, a princesa Fenuella surgiu na rua da estalagem montada em seu cervo castanho. Tinha retornado ao castelo momentos atrás para avisar o rei da partida dos Cavaleiros Irmãos, o convidou a ir até os portões para se despedir deles, mas o monarca recusou alegando estar com dores nas pernas. O que visivelmente poderia ser considerado verdade.

— Avisei meu pai sobre a partida de vocês. — Ela aproximou-se após desmontar do animal. Fenuella nunca dava-se ao trabalho de manter seu cervo por perto segurando-o pelas rédeas, o próprio animal tinha a inteligência de não se afastar. — Ele preferiu não vir despedir-se pessoalmente, mas espera que tenham êxito e aguardará o retorno de vocês.

— Ficamos contentes em saber disso, princesa — disse Mercel. — Envie nossos agradecimentos ao senhor seu pai mais uma vez depois que não estivermos mais aqui. A confiança que ele depositou em nós já é uma valorosa conquista.

— Enviarei. E tratem de retornar logo, eu não vejo a hora de marchar para tomar a cidade de Valandir.

— Tenho fé que em breve estaremos lutando lado a lado.

Foi nesse momento que Borbon atravessou a porta do estabelecimento empurrando o descontente príncipe Finnan em sua frente. O rapaz franzino agora usava os trapos velhos que Roren havia adquirido de um pobre plebeu, o que serviu apenas para aborrecer ainda mais o nobre rapaz. Todos viraram-se para ele, e o encararam com desprezo em suas faces.

— Espero que as roupas tenham ficado confortáveis, Príncipe de Vordia — disse Roren na intenção de irritá-lo. Porém Finnan não o respondeu, apenas assumiu um semblante sério e carrancudo.

— Nosso convidado de honra prefere ficar calado no momento, amigos. Respeitaremos sua escolha.

— Se deleitam em me humilhar, não é mesmo, seus malditos? Pois saibam que o último riso será meu.

— Por acaso isso é um ditado em Vordia? Eu não faço ideia do que você quis dizer.

— Quis dizer que no fim as coisas vão virar ao meu favor! Eu é que vou estar rindo da desgraça de vocês!

— Ótimo — disse Mercel. — Agora trate de montar neste cavalo, você viajará na companhia do Borbon.

— Ah, vai ser a melhor viagem da sua vida — Borbon lhe deu um sorriso maldoso. Subiu em sua montaria e aguardou o menino fazer o mesmo.

Mas este hesitou.

— Monte — Mercel ordenou.

Finnan não poderia estar mais insatisfeito, mas não havia o que fazer. Resistir como uma criança birrenta não lhe ajudaria em nada. Caminhou até o cavalo, segurou no ombro daquele homem, firmou o pé no estribo e com um único impulso subiu no animal.

— Eu estou prestes a decidir ir com vocês só para irritar esse garoto no meio do caminho — disse Fenuella. — O que pretende fazer com ele?

— Não tenho nada definido em mente, mas por ele ser o herdeiro de Valandir, poderá ser útil em algum momento.

— Pensei em usá-lo como moeda de troca pela lealdade de Gandalar.

— Tudo dependerá das circunstâncias. Bom, creio que chegou a hora de partirmos, princesa.

— Aguardarei o seu retorno, Mercel. — Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo, e assim ele fez com toda convicção.

Mesmo que Adilan e Talion não se agradassem de receber o carinho de sua mãe perto de tantas pessoas, Laurelia não se importava com isso. Deu um beijo na testa dos dois sem se preocupar se eles estavam de acordo ou não.

— Adeus, meus queridos — disse ela abrindo um sorriso tristonho. — Não demorem em voltar.

— Não vamos, mãe. Logo estaremos aqui de volta.

— E por favor, não briguem um com o outro. Não importa quem estiver certo, quero que fiquem juntos. E sempre tentem se alimentar bem, sim?

— Tentaremos não brigar, mas dificilmente Talion estará certo e eu errado em uma discussão.

— Muito engraçado — disse Talion aborrecido.

— É melhor irem antes que comecem a brigar aqui agora. Vão, podem ir.

Os dois enfim afastaram-se de sua mãe. Adilan já havia concordado de cavalgar com Mercel, por isso caminhou diretamente para o corcel do mesmo. Já Talion, optara por viajar com Roren pois este se mostrou mais adequado devido sua paciência, o cavaleiro precisaria redobrar a atenção com o rapaz de um braço só. Quando Talion aproximou-se do animal, parou para pensar no que teria que fazer.

— Consegue montar só com uma mão? — perguntou Roren, e depois deu-se conta que deveria ter repensado o tom de suas palavras. — Desculpe, não quis ser grosseiro, Talion.

— Não tem problema. Sim, acho que consigo — disse ele, mas sem transmitir grande confiança.

Talion segurou na sela com a mão direita e firmou o pé no estribo. Quando deu a primeira tentativa, não teve a força necessária para subir e o cavalo deu alguns passos para o lado. Tentou outra vez e Roren levemente empurrou seu traseiro para ajudar-lhe a chegar lá. O rapaz não pôde deixar de ouvir suaves risos de Devin que o observava.

— Não se preocupe, logo logo você pega o jeito — disse Roren sorrindo. O cavaleiro montou em seguida atrás dele, sendo a único de seus companheiros que não iria conduzir a montaria. Seria bom oferecer tal oportunidade para Talion ir praticando.

— Nos despedimos aqui, senhora Laurelia — Idarcio apanhou a mão da mulher dando-lhe um beijo de cortesia. — Foi uma gentileza estar em sua companhia nos últimos dias.

— Ora, para quê tantos requintes assim? Parece até que sou uma rainha. — Ela corou as bochechas por ser agraciada.

— Até mais, Senhora Laurelia. — disse Eurene abrindo um gentil sorriso. Receber um abraço não era a intenção inicial dela, mas a mulher não pensou duas vezes em fazer isso. E Eurene também não resistiu, a abraçou de bom grado.

— Seja forte, querida. Espero que encontre o que você deseja em seu coração.

— Obrigada.

— Tchau, Senhora Laurelia. — Devin foi até a mulher na intenção de abraçá-la, o que a pegou de surpresa.

— Foi uma prazer te conhecer, meu menino. Tenho certeza que encontrará muitas aventuras lá fora.

Após o caloroso abraço entre os dois, Devin enfim virou-se e seguiu a irmã para montar um dos cavalos que os cavaleiros trouxeram. Eurene subiu primeiro e o menino teve dificuldade em fazer o mesmo, sua baixa estatura o atrapalhava, mas Idarcio foi ligeiro em ajudar-lhe. Por último, o andor e seu amigo Filo também montaram em seu corcel estando assim todos prontos para partir.

Após uma última despedida, Borbon foi o primeiro a dar ordem para seu cavalo deixar a rua da estalagem, levando Finnan consigo. O rapaz não se desfazia da cara emburrada. Eurene fez o mesmo em seguida, assim como Idarcio. Talion deu o comando segurando as rédeas com sua única mão, e o cavalo obedeceu.

— Até, Laurelia. Foi um enorme prazer — disse Mercel por fim, onde acabou recebendo um aceno de despedida da mulher. — Até, princesa. Da próxima vez que nos encontrarmos, será na batalha contra Vordia.

— Assim eu aguardarei — disse ela.

O cavaleiro deu ordem à seu animal e este virou-se para deixar a rua da estalagem. Nesse curto tempo, Adilan pôde olhar no rosto de Fenuella e no de sua mãe uma última vez, as duas mulheres importantes em sua vida.

Assim os Cavaleiros Irmãos e companhia partiram da fabulosa Cidade de Asmabel rumo ao Reino de Gandalar. A jornada a frente poderia ser árdua, mas seja como for, nada os impediria de lutar pelo o que tanto anseivam. Justiça.







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