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Lágrima de Ojezed

Ele veio a mim como o anjo de uma prece negra

O mundo lá fora continua seguindo em frente, e eu aqui parada no tempo — ela pensou. De trás da prateleira de livros, tirou uma garrafa de whisky e serviu uma dose. Quem poderia flagrá-la naquela parte vazia da escola em pleno sábado? Sentiu o próprio riso amargo morrer na garganta. Sentia que logo morreria de tédio e solidão, e não havia nada que pudesse fazer para evitar.

— Não estudei tanto pra acabar assim — disse para si mesma soltando os longos cabelos, que desceram pelos ombros como uma onda cor de fogo.

A própria imagem refletida no vidro da janela era selvagem e feminina de um modo que não mostrava diante dos alunos, colegas de trabalho ou para si mesma.

Estava cansada e frustrada a ponto de arremessar o copo contra a parede.

Odiava aquele reflexo.

— Essa não sou eu. — Deixou-se cair na cadeira.

O álcool ainda escorria pela parede, fazendo uma poça sobre os cacos. — O que diriam se me vissem assim? — Ela jogou a cabeça para trás com um profundo suspiro. Havia se esforçado para construir uma imagem impecavelmente forte, mas solidão e raiva a consumiam.

Esperam que eu arrume um marido a essa altura? — No celular, outra ligação perdida que olhou com desprezo. Filhos, marido... Houve um tempo que desejou essas coisas, mas a carreira consumiu esse tempo: não precisava disso, não quando tinha autoridade. Autoridade minada e questionada pelos padres dia a dia por ser mulher, por ser solteira, por existir.

Os dedos longos deslizaram pela garrafa como uma carícia. Pensava em pegar outro copo quando o vento ciciou em torno dela. Calla se virou para a direção da porta. Estava sozinha. Sentia calor. Devo estar bêbada — pensou, embora o calor fosse diferente do usual, queimando seu peito como um beijo.

— A solidão não precisa ser uma opção — murmurou a escuridão em torno dela.

— Quem disse isso? — Havia apenas uma lâmpada acesa e pilhas de papéis.

— Alguém com a certeza de que você merece mais — sussurrou a voz baixa, rouca, masculina e quase conhecida, roçando como seda em seus ouvidos.

— Onde você está?

— Embaixo — respondeu ele.

A voz acariciava seus sentidos de forma sensual.

— Estou bêbada e começando a ter fantasias.

— Eu sou real, minha querida Calla. — O vento soprou em seu pescoço como um beijo frio subindo até o lóbulo da orelha.

— Isso é loucura! — Ela olhou para o piso sob seus pés.

Sim, havia um andar mais abaixo, onde ficavam os velhos arquivos e o cemitério de carteiras, mas não tinha como estar ouvindo alguém falando lá embaixo. Não quando as paredes eram grossas o suficiente para isolar o som. Mesmo assim, desceu as escadas. A lâmpada estava queimada.

— Devo estar ficando louca. Vozes da minha cabeça! — Riu de si mesma.

— Não sou apenas uma voz — murmurou. — Você sabe. Você sente. — Uma força invisível estava atrás dela. — Venha até mim. Eu posso dar tudo o que deseja

— Você não sabe o que eu desejo. — Reconheceu a própria voz trêmula.

— Sim, eu sei. — As palavras dele eram carícias invisíveis descendo pelos ombros, afagando a linha da coluna até pararem na cintura, como se fossem abraçá-la. — Eu sei muitas coisas, coisas que abalariam os alicerces deste mundo. — Desta vez, um bafejar quente no ouvido.

— Quem é você? — gemeu.

— Eu sou o mistério. — As palavras dele soavam como fogo sob a pele.

Calla sentia que estava realmente enlouquecendo. Não se lembrava da última vez que sentira daquela maneira. Uma onda de frustração a fez cerrar os punhos.

— Nerian.

— Nerian — repetiu ela em sussurro.

O chão tremeu, uma sensação avassaladora a percorreu, fazendo os joelhos cederem, e ela cair com as palmas sobre o chão frio. Não sentiu a dor do impacto, apenas a onda sombria fazendo a pele e músculos formigarem.

— Chame meu nome — incitou.

Calla sentia as ondas de poder percorrendo seu corpo, como promessas sem palavras.

— Nerian.

— Não com seus lábios, minha adorada, com sua alma.

— Nerian — chamou novamente com as palmas no chão frio, e a dor excruciante a atingiu entrando pelas palmas, rasgando a carne até a raiz dos ossos.

— Não resista. — A voz era feita de trevas que rompiam pelas frestas, enlaçando os braços, atando Calla não apenas ao chão frio, mas a algo mais profundo e profano. A pedra abaixo dela estalou, abrindo fendas no chão. Sabia que estava perdendo a consciência. Não rezaria para Deus, estava ressentida demais para dar a ele o que pensou que seria seu último suspiro.

Calla percebeu que estava em um lugar frio e escuro quando acordou. Todo seu corpo doía. À medida que recobrava a consciência, relembrava de ter caído.

Na escuridão profunda, ela tateava em busca de um apoio para se levantar. Suas mãos tocavam pedras lisas, e o ar tinha cheiro de coisa velha e apodrecida. Deslizando as mãos pelas paredes, havia finas linhas que pareciam formar letras antigas como runas e imagens.

Quando finalmente ficou de pé, uma tocha se acendeu, e ela viu que tocava um imenso portal de pedra maciça, lisa e cuidadosamente polida. Nele, estava entalhado um selo com um sol coberto de ouro e uma lua prateada.

— Estou preso no fundo desse abismo. Tenho estado na mais profunda solidão. Você entende o que é isso?

Estava fascinada, cada palavra ecoava como uma chama sedutora, que lentamente se espalhava dentro dela e a aproximava mais da pedra nua.

— Minha história começa nos primeiros dias da sua raça, quando a guerra entre os céus e as sombras varreu este mundo. — Ela deslizava a palma da mão sobre os entalhes, esperando sentir um pouco mais daquela voz. — Eu era um senhor de exércitos poderosos. O rei entre os reis.

Fechando os olhos, ela podia ver as sombras de um grande castelo sob as nuvens escuras, exércitos marchando pela terra manchada de sangue com um estandarte azul e negro.

Gavinhas feitas de escuridão enroscavam-se na pele branca, fazendo-a sentir como nenhum homem mortal fizera em toda a vida.

— O que quer de mim? — Ela ofegou entre o constrangimento e a excitação.

— Seja minha.

Calla tentou resistir. Recobrar o domínio sobre si mesma.

— Seja meus olhos e ouvidos no mundo dos mortais. — Havia uma centena de promessas não pronunciadas em meio aquelas palavras. A escuridão continuava constantemente traçando caminhos sobre a pele, roçando e afagando.

— Pare.

— Para minha adorada ficar sozinha novamente? Eu deveria permitir que fosse abandonada em uma sala vazia?

— O que quer de mim?

— Quero torná-la uma deusa entre os mortais — prometeu. — Mas preciso que também deseje.

O ar se moveu dentro da câmara. Ela sentiu o peito arder, levando a mão fechada na altura do coração. Em sua palma, um cristal se materializou, azul profundo, com uma gota cor de sangue em seu interior.

— Como é belo! — O brilho frio a entorpecia pelo prazer que subia por seus dedos.

— A lágrima de Ojezed — murmurou acendendo o interior do cristal.

Calla sentiu as pontas dos dedos formigarem com a essência da energia emanando dele. O toque da escuridão desaparecera.

— Uma gota do meu poder — murmurou. — Experimente o que ofereço e volte para mim quando tiver me aceitado como seu mestre e senhor. Quando estiver determinada a me liberta

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