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Briseida

                                                                                                      As sombras se movem lentamente nas                                                                   profundezas da noite e dos corações partidos

Samantha se jogou na cama e pegou o celular. Embora conhecesse Emília e Melissa havia pouco tempo, já tinham formado um grupo para trocar mensagens. Era fácil conversar com elas, como se as conhecesse desde sempre, e não sentia que precisava de ter vergonha..

Samantha [21:02]: Nossa, que cronograma de atividades difícil de acompanhar, e olha que eu gosto de ler. Dois livros pra cada 15 dias? É isso mesmo?

Mili [21:03]: Kkkk.

Mili [21:03]: Você se acostuma.

Samantha [21:03] 🥴🥴

Samantha [21:03]: Na minha outra escola mandavam ler José de Alencar, Machado de Assis ou Lygia Bojunga. Durante os três últimos anos lá a leitura do semestre foi A Bolsa Amarela. Daí era só fazer um questionário ou uma prova e correr pro abraço.

Mel [21:04]: 🙄

Samantha [21:04]: Nunca pensei em ler Jane Austen, não parece livro de escola.

Mel [21:04]: Não consigo imaginar estudar num lugar que pede pra ler o mesmo livro três anos seguidos.

Samantha [21:04]: Mas a gente também lia Cora Coralina. E é bem legal. O jeito como os professores pedem as coisas aqui é mais complicado.

Mel [21:04]: Então não gostou?

Samantha [21:04]: Ter que ler rápido foi meio intimidador, mas confesso que gostei muito Elizabeth e Mr. Darci no livro. Já o filme é muito chato, eu dormi kkk.

Samantha [21:04]: Mas minha mãe amou.

Mili [21:04]: Minha mãe também! ❤️❤️❤️

Mel [21:05]: Meu avô não gosta desse tipo de filme. Ele é do tipo que curte documentário.

Samantha [21:05]: Gente, eu vou ter que parar de conversar agora. Preciso terminar a mudança, aff. Até amanhã, beijo pra vocês.

Entre estudar todo conteúdo atrasado e terminar de desempacotar as coisas, não tinha sobrado muito tempo para a segunda opção. Depois de organizar outra parte da mudança, ela se sentou na borda da cama e olhou ao redor.

Gostava do quarto por ser bem maior que o antigo e ter um certo charme nas paredes de pedra e no armário de madeira espessa. Havia uma linda penteadeira vitoriana, uma cama grande e um banheiro só para ela. Mas nada disso era tão incrível quanto ter a sacada voltada para uma misteriosa paisagem, que começava em uma mata verdejante e seguia até o verde transformar em areia escarpa.

Samantha não conseguia escapar da estranha sensação de nostalgia sempre que se debruçava sobre a proteção da sacada, observando a noite cair e tingir a praia com tons de fogo enquanto o sol desaparecia, dando lugar a uma lua fria e branca, refletida nas águas distantes. Sentia saudade e não sabia de quê exatamente, mas doía fundo quando via a lua cheia beijando o mar escuro. Parecia possível ser engolida por aquelas águas distantes e abissais.

A única decepção que tinha em relação ao novo lar foi descobrir que não havia como chegar àquela praia. O bosque que começava no fundo da propriedade era proibido com uma grade de arame farpado, e mesmo que não fosse, a mata era tão densa que duvidava que encontraria o caminho de volta se entrasse no meio daquela bruma. Havia pensando em seguir a pedra que servia como base da casa, mas percebeu que também era impossível por não haver qualquer trilha.

Naquela noite, adormeceu com as portas da sacada abertas, sentindo o vento suave e ouvindo o farfalhar das copas das árvores. O que seus ouvidos não eram capazes de perceber era o murmúrio dos espíritos que atravessavam a noite para dentro do quarto.

— Me perguntava quando a fada branca viria! Cansou de ficar sob as árvores?

— Christopher adoraria pegá-lo aqui — respondeu Brisa.

— Como se eu fosse o único a ficar espreitando — retrucou e observou a adolescente mais uma vez. — Gosto dela.

— Claro que gosta, é uma garota jovem e bonita.

— Como se eu fosse superficial assim — queixou-se ele. — É uma pirralha destemida, soube disso no momento em que vi o animal que trouxe, aquela égua imensa ali fora. É uma verdadeira dama furiosa. — Vince riu. — Feroz suficiente pra rivalizar com aquela besta fera negra que chamam de Thor.

Os olhos de Briseida observavam não apenas a garota, mas aura em torno dela. Uma luz suave e sutil em diversos tons de prata cintilante, semelhante a uma estrela fria, pulsando sozinha no céu noturno.

— Acha que devemos permitir que se arrisque brincando com animais tão voláteis? E se algo ruim acontecer? Fazia décadas que não tínhamos uma família habitando de verdade nessa casa. Se algum deles se ferir, essa terra pode ficar abandonada sabe Deus por mais quanto tempo.

— Isso não é problema nosso.

Briseida deu os ombros.

— Mas é bom ter um pouco de vida quando tudo que nos cerca são lembranças de um passado tão distante que desapareceu da memória do mundo.

— Minha adorada Brisa de primavera, não devemos nos apegar aos mortais. A vida deles é apenas um sopro, um instante.

— Nos apegar e amar os tolos e autodestrutivos mortais são os únicos motivos de ainda existirmos aqui — retrucou ela. — E não faz mal nenhum apenas manter meus olhos abertos.

— Se meter com os humanos nunca acaba bem: eles enlouquecem e morrem.

— Nem todos eles — bufou Brisa. — Só os fracos.

Vince rolou os olhos.

— Eu não vou me mostrar. Sei bem o que Christopher disse depois da última vez, que nem foi culpa minha, só pra constar — argumentou ela.

— Espero que saiba mesmo. Detestaria que ele ficasse furioso conosco.

Briseida concentrou seu pensamento e energia em uma forma pequena e delicada. Deixou que seus pequenos pulmões se enchessem de ar e os pés transformados em delicadas patas felpudas tocassem o chão pela primeira vez em eras.

— Só pode estar brincando — esbravejou Vince entre a incredulidade e a preocupação. — Christopher não vai aprovar isso.

Os grandes olhos amarelos do pequeno felino piscaram para ele, encantadores e provocativos.

— O que pensa em fazer desse jeito? Grande protetora você vai ser! Brisa, seja razoável. Enquanto estiver sob essa forma estará mortal e indefesa e pior, não será capaz de se comunicar verbalmente sem que a humana pense que está louca.

—Tem alguém aí? — perguntou Samantha sonolenta.

— Ainda está em tempo de voltar comigo — pediu Vince. — Christopher nem precisa saber.

Brisa agitou a cabeça negativamente e se escondeu debaixo da cama. Samantha esfregou os olhos e olhou em volta, para o quarto iluminado apenas pela luz da lua que entrava pela sacada.

— Tem alguém aí? — perguntou ela mais uma vez. — Devo estar sonhando — disse para si mesma e puxou as cobertas até o queixo para se proteger do frio.

Vince recuou deslizando para fora da linha de visão.

— Ela não pode nos ver — disse ele —, ainda. 

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