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CAPÍTULO 3

*Sem revisão profissional, mas também sem erros grotescos, leia tranquilo.🌸

Rua Luís Adolfo, condomínio Bela Rosa, 20 de Agosto

Três dias foram suficientes para apagar o aviso da mente da ruiva.

Sentiu pânico no primeiro e provou do desconforto no segundo, porém, no último, teve certeza: algum vizinho adolescente idiota estava testando suas habilidades em pregar peças. E ela não iria sair naquilo.

Embora tudo isso, uma semana nunca passara tão lentos. A sorte era que Ayla tinha livros, cadernos de anotações e revistas suficientes para se distrair, o azar, no entanto, era que eles haviam sido os primeiros a serem empacotados em três caixas bem grandes. Em seguida, se foram as roupas, sapatos e outras coisas bobas que não fez questão de conferir.

Ainda não fazia ideia de onde ou como o apartamento era, pois, segundo sua mãe, deveria ser uma surpresa. Ayla não questionou , mesmo saber que iria comer cada cantinho das unhas de ansiedade. Dito e feiro.

Mas tinha válido a pena. Depois de infindáveis horas, o tão precioso momento chegou e parecia até trazer uma brisa refrescante, que entrava sorrateira pela janela.

Ayla estava encarar o mural na parede de pé. Várias fotos de família estampavam épocas diferentes da vida dela. Deixou os dedos deslizaram pelas imagens; relembrando alguns daqueles acontecimentos. Sorriu para uma das fotografias em que seu avô Lúcio e sua avó Vanessa estavam abraçados, enquanto o filho Gustavo segurava nos braços uma versão da Ayla de oito anos e uma cópia de dez anos de Benjamim.

Já não se lembrava a última vez que havia ido na casa dos avós paternos – havia evitado a casa depois da morte de Vanessa –, mas mesmo assim continuava nutrindo um amor sem medidas por eles. Se jogou tanto nas lembranças que nem chegou a notar que o irmão estava escorado na porta, a observando.

— Eles fazem muita faltam no dia a dia, principalmente ela. — A voz do Benjamim soou, fazendo-a olhar por cima do ombro. — Não vejo a hora de vê-lo novamente. Ela está em um lugar melhor, Ayla. — Sorriu, desgrudando-se do batente da porta e caminhando até ela. Ayla assentiu e começou a retirar as fotos uma por uma. Precisava guardá-las. Benjamim vislumbrou a última: uma onde ele e sua irmã estavam deitados na grama do quintal da casa de Valéria, sua avó materna, e não teve como não sorrir. — Me lembro desse dia.

— Eu também. Foi quando você me jogou no chão e fez cócegas em mim até eu urinar nas calças — Ayla comentou, puxando a foto e a colocando sobre as outras. Ela sorriu e guardou as fotografias na mala menor, a única que ainda não havia sido colocada no porta malas do carro. Benjamim aproveitou que a irmã estava distraída, se aproximou por trás e a puxou pela cintura, prendendo-a.

— Que tal repetir a dose? — Era uma pergunta, entretanto, não precisava de resposta. O mais velho ergueu a mais nova em meio a protesto e a lançou sobre a cama, fazendo cócegas na sua barriga e desviando dos chutes que Ayla tentava distribuir. A risada de ambos se propagou pelo quarto como se, por alguns segundos, voltassem a ser às duas crianças inocentes que brincavam em meio a grama.

— E-eu. Nã-não. Agu-aguento. Ma-mais. P-para, Be-n. — Ela riu tanto que as palavras saíram pausadas. Depois do que para a ruiva pareceram horas, Benjamim se esquivou para o lado e limpou as poucas marcas que os chinelos da irmã fizeram na sua calça. Ayla respirou fundo, completamente sem fôlego, na tentativa de preencher os pulmões com ar. — Você me machucou, Benjamim! — resmungou, sentando-se na cama e curvando-se em um esforço falho para aplacar a irritante dor no quadril. — Quando menos esperar, vou pegar você de surpresa e te fazer pagar por isso — ameaçou, elevando a sobrancelha em sua melhor expressão de raiva, o que apenas fez Benjamim rir.

— Vamos? Ou você desistiu de se mudar? — A voz dele alterou-se, ganhando um tom sério. Imaginava que para Ayla seria difícil se desprender do aconchego do lar.

— Nunca estivesse tão decidida em toda a minha vida! — afirmou com toda a convicção que poderia haver nela, porém, seu maxilar trincado e os lábios trêmulos discordavam avidamente.

— Então vamos, mademoiselle! — Benjamim fez um gesto com a mão, dando passagem. À ruiva engoliu em seco e saiu, carregando a mala menor na mão.

O irmão andava em seu encalço, podia ouvir o som dos passos dele. Por dois segundos, teve vontade de virar e se trancar no quarto. Não foi gostoso o aperto no peito que sentiu ao pisar fora de casa. Afinal, aquelas paredes tinham visto ela crescer, aprontar, levar bronca, apaixonar e se magoar. Era sua vida desenhada em cada cômodo. Piscou os olhos, tentando evitar as lágrimas que ameaçavam surgir. Por mais que dois segundos, ficou imóvel vendo o irmã pegar a mala da sua mão e ir colocá-la no carro.

Na fantasia, tudo aquilo era muito mais fácil. Obrigou seu corpo a andar e parou ao lado do carro. Teve vontade de perguntar às horas ao irmão para saber quanto tempo faltava até seu pai não conseguir mais conter Ana Luísa na cozinha. Iria chorar. Não queria, mas era tão certo quanto dois e dois não eram três.

Ayla respirou fundo e fechou os olhos. Foi o tempo de uma negra de irís azul chegar por trás e tampá-los. Um pequeno pulo de susto, uma boca semiaberta e uma lágrima. A ruiva não obedeceu às regras da brincadeira; se desenvencilhou da pessoa e...

— Lena! — A ruiva apertou o pescoço da amiga em um abraço cheio de afeto. — Senti tanta sua falta. Não faz mais isso! Não fica tanto tempo longe! — Ayla implorou, se afastando da amiga e limpando qualquer rastro de pranto.

Benjamim ficou observando do outro lado do carro e contendo um pequeno levantar de lábios, mesmo que não fosse segredo que Helena mexia com ele.

— Você fala como se eu tivesse passado um ano na minha avó. — Riu, voltando-se para o irmão da moça. — Boa tarde, Benjamim — cumprimentou o rapaz com um sorriso que comprimia os olhos.

Ele, por sua vez, precisou dar um pigarro para se recompor.

— Oi, Helena. Como foi a viagem? — As palavras eram apressadas, mas possuíam um interesse sincero.

— Foi muito boa. Serviu para espairecer a mente. — A morena apoiou-se em uma das pernas e tirou um cacho da frente dos olhos. — Uma pena que não consegui cumprir alguns dos meus objetivos — comentou, parecendo tristonha, entretanto, o sorriso nos lábios acabava por contradizer a entonação da voz. Benjamim sentiu que tinha haver com ele e corou com isso.

— Pois eu fico muito feliz por isso. — Ayla aliou para a amiga, se intrometendo na conversa dos dois. Benjamim pareceu respirar aliviado, como se fosse o próprio titã Atlas e o peso dos céus estivessem sendo tirado dos ombros. Helena apenas deu risada. — Bem, ainda temos uma programação a seguir, portanto, qual de vocês sabe onde fica o prédio? — Os olhos verdes pularam de um para o outro, esperando a resposta.

— Eu sei. — Ambos disseram em uníssono, fazendo Ayla rir e esquecer de vez a pressão no peito.

— Pronto. Dois GPS ambulantes — gracejou a jovem, abrindo a porta de trás do carro e entrando. Arrumou-se no banco e abaixou o vidro, olhando para o lado de fora. — O que estão esperando? — A pergunta saltou dos seus lábios quando notou que Benjamim e Lena estavam parados, se encarando.

— Nada — Lena respondeu, engolindo em seco e dando a volta no carro, porém, quando ameaçou abrir a porta ao lado a ruiva, recebeu um olhar significativo dela.

— Ou vai no banco da frente ou vai no teto. Você já fugiu suficiente. Precisam se resolver  — sussurrou a amiga, apontando por fim para o banco do passageiro, e Helena não teve outra opção a não ser sentar-se onde Ayla exigiu. Enquanto isso, Benjamim recobrou o rumo e foi até o banco do motorista.

Antes que ligasse o carro, uma voz sobrepões qualquer barulho que pudesse haver ali. Ayla virou o pescoço para o lado, dando de cara com os cachos da mãe e a vendo caminhar apressada. Com a chegada da amiga, havia se esquecido que a Ana nunca a deixar ir embora antes de apertá-la uma vez mais.

— Ayla Lins! Nem pense em ir embora antes de se despedir adequadamente dos seus pais.— Escancarou a porta e arrastou a filha, a esmagando nos braços como se temesse nunca mais a ver. Ayla teve impressão que os pulmões saltaram pela boca e rumaram em direção ao horizonte, pois, se estavam dentro de si, precisavam ser lembrados das suas funções.

— Mamãe, estou sem ar! — reclamou, tentando se soltar do aperto da mãe.

— Ana, vai matar a nossa pequena!— Gustavo tocou o ombro da esposa, a fazendo afrouxar os braços e permitir que a filha se afastasse um pouco. Era notório que a mulher estava emocionada; as lágrimas deslizando pela sua face não a deixavam mentir.

O marido apenas sorria, orgulhoso da sua pequena cópia estar finalmente seguindo com as próprias pernas. Pai e filha tão parecidos fisicamente e tão diferentes na personalidade. Contudo, a menina herdou dele, além da aparência, a vontade de ser alguém na vida através do seu próprio esforço.

Gustavo não resistiu e acabou envolvendo as duas mulheres da sua vida em um abraços apertado, o que fez Benjamim apontar na porta do carro, gritando:

— Desse jeito vou ficar com ciúme! — O tom era gracejo e fez as palavras soarem leves.

— Então, por que não vem aqui e se junta a nós? — Ana sugeriu, rindo e não demorou para que o filho aceitasse a sugestão, saltasse do carro e abraçasse os pais e a irmã.

Helena continuou apoiada na janela do carro, observando os quatro com extrema atenção e sem deixar de sorrir. Mas, no fundo, havia uma pontada no coração que queria fazê-la chorar.

Sentia falta daquilo; a sensação de ter alguém do seu sangue a quem contar, e mesmo que sempre fosse ter sua vó, não era bastante, precisava dos pais preenchendo aquele vazio enorme no peito, porém, não os teria mais. Nunca mais sentiria a mãe beijar a sua testa, ou veria o pai mexer nos seus cabelos.

Havia se tornado órfã muito nova, e por mais que estivesse bem ao lado daquelas pessoas, o branco na alma ainda estava lá e a cada dia sentia que nada mais poderia colorir sua vida com os pais faziam. Morar quatorze anos com a avó materna não tinha sido ruim, e ter herdado uma fortuna nunca foi um martírio, no entanto, preferia não ter dinheiro algum do que viver uma tela em preto e branco.

— O que está fazendo, Lena? — Ayla não demorou a notar que a mulher tentava não chamar atenção para si. A ruiva encarou Helena, que virou o rosto, enxugando as lágrimas que nem vira cair. — Essa família não está completa sem você. Agora saia daí e venha abraçar a sua família.

Foi preciso quinze minutos para que a negra de cachos vantajosos largasse suas crias.

Com a cabeça apoiada no encosto do branco de trás, a ruiva via os carros e prédios passarem como borrões. Era difícil embarcar em uma nova fase sem os pais, no entanto, tinha lutado muito pela sua independência, e não seria um maldito aperto no peito que a faria mudar de ideia. Só se deu conta que Benjamim estava a encarando pelo retrovisor quando o carro pendeu alguns centímetros para o lado e, no susto, o irmão acabou soltando um palavrão.

— BEN! Eu pretendo viver mais alguns anos. Obrigada, de nada! — A ruiva rosnou com a mão no peito, tentando acalmar seus próprios batimentos.

— Para de drama, Ayla — retrucou o irmão. — Eu só estou preocupado com essa sua cara de quem está indo para um enterro, pensei que esse fosse um dos seus sonhos — confessou, agora segurando firme o volante.

— E realmente é, mas eu me sinto mal por deixá-los. É como se estivesse abandonando um pedaço de mim.

Jogando a cabeça para trás, deixou que as pálpebras se fechassem e se permitir respirar fundo.

— Eu sei como se sente, maninha, mas as coisas são assim.

— Além do mais, você só vai se mudar para alguns quilômetros. Sempre que quiser, podemos pegar um táxi e ir visitar seus pais, bem? — Helena olhou para a amiga por cima do ombro e esperou que ela respondesse.

. — Um sorriso brincou nos lábios da garota, afinal, Helena estava certa; o apartamento não era em outra dimensão, portanto, estardalhaços exagerados não seriam necessários.

— Apenas aproveite o momento.

Lena voltou sua atenção para frente e sempre que podia, de soslaio dava breves olhadas no moreno ao seu lado.

Se existiu algo admirável na ruiva aventureira, com certeza, era a garra e a força de vontade que pareciam serem exaltadas pelas feições delicadas; um contraste um tão exótico que por alguns segundos pareceu não ser real.

Afinal, a jovem estava caminhando para abrir uma porta, e ela podia ou não gostar do que encontraria, no entanto, do mesmo jeito que não controlou o volante do carro que o irmão dirigia, seria difícil governar o rumo que a vida seguiria...

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