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Capítulo. 6

Ningning acordou um pouco confusa, não estava mais no sofá, e sim na sua cama. Ela nem havia percebido quando dormiu. Ningning abriu a porta do seu quarto, saiu e desceu as escadas um pouco desengonçada pelo sono. Sentia um cheiro de chocolate na casa, então decidiu ir até a cozinha, viu Giselle sentada enquanto comia e se lembrou da infeliz existência de Aeri Uchinaga.

— Por que você tá me olhando assim? Se bater o vento você fica com essa careta pra sempre.— Giselle disse com um sorrisinho presunçoso. Ningning revirou os olhos.

— Foda-se.— Ningning disse ainda com a careta.

— Você não vai comer? Eu fiz bastante, não vou conseguir comer sozinha.— Giselle disse, o que, obviamente, era mentira. Ela havia feito a mais pensando na quantitade que não ficaria suspeito que ela havia feito para Ningning, mas também não tão pouco para que Ningning conseguisse comer bem.

— Você colocou veneno nisso?— Ningning perguntou encarando a comida.

— Ningning, é só pão e ovo.— Giselle disse.

— Vai saber se você não colocou veneno de rato no ovo.— Ningning disse.

— Ningning, eu tô comendo esse ovo.

— Vai que você é suicida ou o veneno não funciona em você, porque veneno de rato não mata cobra.— Ningning disse.

— Então você pode comer tranquila.— Giselle deu um sorriso presunçoso. Ningning decidiu engolir o veneno calada e se servir logo.

— Cadê o Chimchim oppa?— Ningning perguntou com a boca cheia.

— Saiu agora pouco para trabalhar.

— Oh, certo.— Ningning disse com uma expressão estranhamente normal para Giselle. Ningning olhou seu copo e cheirou o que havia dentro, havia costume de cheirar tudo antes de comer.— Chocolate?

— Eu gosto de chocolate de manhã.— Giselle deu de ombros.

— Sabe que isso faz mal se tomar todos os dias, né?
— Preocupada com a minha saúde, Yizhuo?— Giselle perguntou sorrindo.

— Não viaja.— Ningning disse e tomou o achocolatado. Giselle se levantou, colocou sua louça na pia, se aproximou de Ningning e sorriu.

— Será que eu não coloquei veneno no achocolatado?— Giselle perguntou sorrindo. Ningning imediatamente cuspiu tudo bem em Giselle.— Mas que caralho!

— Você colocou?

— Claro que não, idiota!— Giselle gritou, tirou sua blusa formal e sua regata rapidamente.— Queimou, você está feliz?

— Você quer... que eu seja sincera?— Ningning perguntou. Giselle bufou.

— Como eu vou trabalhar assim?— Giselle perguntou.

— Sei lá.— Ningning deu de ombros. Giselle se atreveu a tocar na parte que estava vermelha e fez uma careta de dor.

— Ai!

— A culpa foi sua, você que foi falar do veneno.

— Ningning disse tomando seu chocolate. Giselle suspirou.

— Como você não sente pena de ninguém? Você, literalmente, queimou minha pele.— Giselle perguntou com um biquinho e apontou para a sua barriga.

Ningning suspirou, se levantou, foi até a geladeira, pegou uma compressa de gelo, puxou Giselle para a sala, deixou ela no sofá, a entregou a compressa subiu e voltou depois de alguns minutos com uma caixinha de primeiros socorros nas mãos. Giselle a encarou confusa.

— O que tem aí?— Giselle perguntou.

— Um vibrador.— Ningning disse ironicamente. Giselle suspirou tentando se controlar, às vezes tinha vontade de voar na garganta de Ningning, e não do jeito bom.

— E o que você vai fazer com ele?— Giselle perguntou com um sorriso presunçoso, tentando deixar Ningning irritada também, o que não era difícil.

— Enfiar no seu cu. Eu hein, parece burra.— Ningning disse enquanto abria a caixa e pegava uma pomada e um algodão.

— Eu não sabia que você olhava pro meu corpinho desse jeito.— Giselle disse cobrindo seu sutiã com as mãos, ela não conseguiu evitar um sorrisinho para segurar o riso quando viu a careta de Ningning.

— Para de graça.— Ningning disse dando um tapa leve no local queimado.

— Ai! Você que começou!

— Você vai apelar pra isso agora? Quantos anos você tem, cinco?— Ningning perguntou enquanto colocava a pomada no algodão.

— Melhor do que ter noventa que nem você.— Giselle disse cruzando os braços. Ningning se ajoelhou, tirou a compressa de gelo e começou a passar o algodão mais forte do que deveria apenas por raiva. Giselle ficava se contorcendo.

— Fica parada, caralho.— Ningning disse sem paciência.

— É que faz cócegas.— Giselle disse com um sorriso sem graça. Ningning suspirou.

— Por que você sempre sorri com tudo? Chega a ser irritante.— Ningning disse e a encarou.

— Não sei, vai que se eu sorrir, algum dia você sorria pra mim também.— Giselle sorriu. O rosto de Ningning ficou um pouco vermelho, ela voltou o olhar para a queimadura e continuou a passar a pomada.

— Não vai dar certo.— Ningning disse.

— Não testei tempo o suficiente para dizer.

— Você que sabe.— Ningning deu de ombros.

Ningning passou a pomada por toda a pele queimada de Giselle, mas não pode deixar de reparar na tatuagem no abdômen de Giselle, chamava sua atenção. Os kanjis eram bem bonitos e a caligrafia era boa.

— E essa tatuagem aqui? “Tsuki ga Kirei”.— Ningning leu. Giselle se surpreendeu um pouco.— “A lua está bonita”, é o que está escrito, né?

— Você sabe japonês?— Giselle perguntou.

— Sou fluente. Você achou que eu fosse só uma idiota que saia brigando pela rua?— Ningning perguntou. Giselle deu um sorriso sem graça.

— Bem...

Ningning se aproximou do rosto de Giselle, deu um sorriso confiante e talvez um pouco irônico e a encarou nos olhos. Giselle engoliu à seco um pouco nervosa.

— Você não conhece nem metade de mim. Nos conhecemos há dois anos, e você é mais transparente do que pensa.— Ningning disse. Giselle sorriu.

— Talvez você seja mais transparente do que pensa, Yizhuo.— Giselle disse.— Mas já que eu não conheço nem metade de você...

— Giselle colocou sua mão sobre a de Ningning cautelosamente.— Você pode se apresentar para mim.

— Meu deus!— Uma risada e um grito escandaloso foram escutados. As duas olharam para porta e viram Jimin com um sorrisinho e um outro cara que estava rindo bem alto.

— Para, Taehyung... Pff.— Jimin deu uma cotovelada fraca em Taehyung e segurava a risada.

Ningning saiu de cima de Giselle rapidamente, a japonesa também se levantou sem graça.

— Eu vou me vestir.— Giselle disse saindo e subindo as escadas o mais rápido possível.

— Oi, Ning.— Jimin disse ainda tentando não rir. Taehyung já estava se arrastando na parade caindo lentamente de tanto rir.

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