Capítulo. 45
- Mãe, olha o que eu fiz!- Ningning mostrou um papel com rabiscos de giz de cera. Tinha um sorriso orgulhoso no rosto.
A senhora Yizhuo se virou, tirando o olhar das roupas que estava dobrando e olhou para o desenho de sua filha em sua frente. Ela sorriu, afagou a cabeça de Ningning, assentiu com a cabeça e fez um sinal de positivo com a mão.
- Muito bem, está muito bom, meu amor!- Ela disse parabenizando Ningning.
Ningning sorriu confiante com seu desenho, mostrando seus dentinhos pequenos ainda de leite. Ela olhou para a televisão vendo alguma coisa sobre pais e ficou encarando por um tempo.
- Mamãe, eu tenho um pai?- Ningning perguntou e olhou de volta para sua mãe.
A senhora Yizhuo congelou na hora, ficou paralisada. Não sabia ao certo o que dizer para sua pequena filhinha de seis anos, não sabia até onde a garotinha aguentaria da verdade, então uma meia verdade seria algo melhor de se dizer.
- Por que você quer saber disse de repente?- Pergunta encarando a criancinha.
- É porque... toda vez que eu saio da escola, sempre são os pais dos meus amigos que vão buscar eles. E quando nós vamos no parque, sempre tem garotos brincando com seus pais, então eu queria saber se eu tenho um também.- Ningning disse a olhando esperançosa.
- Você... quer ter um pai, Ningning?
- Não sei, é muito caro ter um pai?- Ningning perguntou contando nos dedos alguma coisa relacionada a dinheiro, por mais que não soubesse nem somar direito. Sua mãe a olhou e fez uma expressão triste, que Ningning logo percebeu.- M-Mas nós não precisamos ter um pai! Se nós não podemos ter um pai, eu fico muito feliz só com a mamãe! Muitão! Esse tantão aqui, olha!
Ningning abriu os seus braços e os distanciou o máximo que conseguia, fazendo sua mãe rir e afagar sua cabeça. Sorriu ao ver o sorriso novamente no rosto de sua mãe.
— Claro que você tem um pai, meu amor. Você... só não pode o ver agora. Quando ficar mais grandinha, prometo que irá vê-lo.— A senhora Yizhuo a assegurou, deixando Ningning animada e com seus olhinhos brilhando.
— Ah? É sério, mãe? Então eu tenho um pai!— Ningning disse animada.— E como ele é? Ele é legal? Ele vai me carregar nas costas que nem os das minhas amigas fazem? Ele vai gostar de mim? Eu quero crescer mais rápido pra ver ele logo!
— Você não precisa crescer rápido, cresça no seu tempo.— Ela sorriu.— Você tem os mesmo olhos que ele. Ele é forte e alto, diferente de mim.
— Whoa! Que legal!
— Mas por enquanto, não tem problema ser só eu e você, não é?
— Nem um pouco.— Ningning sorriu e foi abraçar sua mãe, cabendo confortavelmente em seus braços.
— Você é a única coisa que eu tenho nesse mundo, Ningning. Meu maior tesouro.— A senhora Yizhuo murmurou afagando as costas da filha.— Você está crescendo tão rápido.
— A senhora acha?
— Sim, você está crescendo e virando uma bela moça, linda e gentil.
— Isso quer dizer que eu estou fazendo certo, né?— Ningning perguntou sorridente.
— Claro que está.— A senhora Yizhuo sorriu e deixou um beijo na testa de Ningning.— Quer ir no parquinho quando eu acabar de dobrar as roupas, meu amor?
— Sim!
As duas foram tiradas de sua conversa pelo som do telefone fixo tocando. A senhora Yizhuo se levantou, tossindo um pouco no caminho e indo até o celular para atender.
— Alô?— Ela diz calmamente antes de fazer uma expressão fechada.— O que você quer? Não, agora não é uma boa hora, Junyoon.
Ningning ficou encarando sua mãe falando no telefone, mas fez uma expressão confusa, por algum motivo o toque do telefone não parava de ecoar de jeito nenhum, mesmo sua mãe já tendo atendido o telefone. A voz de sua mãe foi ficando cada vez mais baixa, até Ningning não conseguir escutar nada.
[...]
Ningning abriu os olhos, se sentando depois de alguns segundos e olhando calmamente ao redor, colocando sua mão no olho e suspirando. Sentiu algo se mexendo em sua cintura, era o braço de Giselle que estava repousado sobre si e caiu por ela ter sentado. Ningning deu um sorriso fraco e afagou os cabelos ruivos de Giselle.
— Que sonho idiota, claro que ela não está viva.— Ningning murmurou para si mesma.
Foi interrompida de seus pensamentos quando escutou o toque do telefone novamente, olhando para a tela do seu celular e vendo uma ligação de Taehyung. Pegou seu celular e viu outras cinco chamadas perdidas, a fazendo revirar os olhos, então apenas atendeu e colocou o telefone no ouvido.
— Pode me dizer por que está me ligando loucamente? Está apaixonado por mim?— Ningning perguntou rindo, porém ficou confusa ao não receber um riso de volta como sempre recebia.— Ei?
— Ningning, eu preciso te dizer uma coisa.— Taehyung disse sem esperar muito, Ningning franziu o cenho.
— Fala.
— Não pode ser por ligação, me encontra daqui uma hora e meia no Aspargus.— Taehyung suspirou.— É sério. Por favor, não se atrase. Estou te dando tempo o bastante.
— Tudo bem, vou pra lá o mais rápido possível. Apareço logo, até mais.— Ningning desligou e suspirou, colocando seu celular na cômoda novamente.
Ningning olhou para Giselle e riu baixo ao ver sua namorada ainda dormindo com a boca toda aberta, logo viu Giselle dando um sorrisinho e abrindo seus olhos antes de ser jogada na cama novamente, sendo obrigada a se deitar pelo braço forte de Giselle. A Aeri ficou sobre Ningning a encarando com um sorriso travesso.
— Com quem você estava falando desse jeito? Algum homem que eu não conheço? Marcando de se encontrar com alguém daqui uma hora e meia?— Giselle sorriu em tom de brincadeira.— Você estava tão sexy daquele jeito.
— O que, você acha que eu estava te traindo?— Ningning perguntou sorrindo.
— Será? Não faço ideia.— Giselle disse dramaticamente.
— Era só o Taehyung me chamando pra almoçar, você sabe que horas são? Ficamos acordadas até tarde.— Ningning disse reparando no busto nu de sua namorada bem perto de seu rosto.— Vamos almoçar com ele.
— Uma hora e meia, não é? A gente bem que podia usar uns vinte minutinhos pra fazer outra coisa.— Giselle riu.
— E isso envolve você beijando minha boca enquanto me toca?— Ningning perguntou em um tom travesso.
— Talvez.— Giselle disse se abaixando para deixar um beijo nos lábios de Ningning.
[...]
— Ah, que fome.— Giselle reclamou com a mão sobre a barriga enquanto segurava a de Ningning com a outra.— Mal posso esperar pra comer no restaurante.
— Talvez devêssemos sair mais, não temos muitos encontros.— Ningning disse olhando para Giselle.— Tem algum lugar em mente para ir?
— Não realmente, qualquer lugar que eu esteja com você é bom.— Giselle sorriu.
— É, acho que você está certa.— Ningning disse sorrindo.— Ei, o que é esse amontoado na frente do restaurante?
— Não faço ideia.— Giselle disse olhando o amontoado.— Será que aconteceu alguma coisa?
— Vamos ver.
As duas adentraram facilmente no meio das pessoas para se aproximarem e enxergarem alguma coisa. Ningning paralisou ao ver a cena de seu amigo jogado no chão e coberto de sangue, que estava saindo por tudo que é lugar de seu corpo. Ningning foi correndo até ele e se abaixou.
— O que aconteceu? Taehyung! Taehyung, que merda é essa? Abre esses olhos, Taehyung! O que você queria me falar?— Ningning gritou puxando a camisa do amigo.— Porra, Taehyung, você tem filhos!
Ningning estava desesperada e trêmula, mal conseguia raciocinar direito o que estava acontecendo, mas a grotesca imagem de seu amigo no chão era a coisa mais horrível que poderia ter visto nesse dia ou em qualquer outro.
— Falaram que a ambulância já está vindo. Evite tocar ele, Ningning.— Giselle disse se agachando ao lado de Ningning, tirando seu casaco e colocando sobre o peitoral de Taehyung.
Giselle afastou Ningning do amigo com uma certa dificuldade e a abraçou para conseguir contê-la e acalmá-la. Como era investigadora, era acostumada a ver e lidar com esse tipo de situação quando era perito criminal, mas doía bem mais ver pessoas que ela conhecia daquele jeito, e ainda mais vendo o desespero da sua namorada.
— Calma, Ningning.— Giselle dizia palavras tranquilizadoras mesmo sabendo que não ajudariam muito, então apertou seu abraço e deixou um beijo sobre a testa de Ningning, que nem conseguia derramar lágrimas ainda.— Calma, meu amor. Eu prometo que descubro o que aconteceu.
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