Capítulo. 38
Giselle entrou em casa e tirou seus sapatos, estava com bastante frio, o clima estava bem gelado do lado de fora.
— Comprou?— Ningning perguntou se levantando do sofá.
— Aham, tá aqui.
Giselle se levantou e entregou a sacola para Ningning, que pegou na hora.
— Se toda vez que fizermos sem ficarmos assim, eu nunca mais transo sem camisinha.— Ningning disse abrindo a sacola.
— Na última vez que eu disse isso eu tive essa aí.— Wendy riu apontando para Giselle.
— Por favor, nem cogite nessa ideia.— Ningning disse suspirando.
— Ah, seria tão ruim assim ver algumas réplicas de vocês correndo pela casa?— Wendy perguntou.
Por um segundo as duas imaginaram como seria, algumas criancinhas andando pela casa, às vezes brigando e às vezes se dando bem. Uma vida típica e feliz, sem dúvidas. Parecia confortável até demais.
— T-Toma a água, amor.— Giselle disse pegando rapidamente o copo que estava sobre a mesinha e entregando para Ningning.
— Obrigada! Vou beber como se minha vida dependesse disso!
— E depende!
— Ah, qual é, é realmente tão ruim?— Wendy perguntou.
Aeri foi até sua mãe, colocou suas mãos nos ombros da mulher e a encarou profundamente, como se fosse algo sério.
— Mãe, se eu for mãe, você vai ser vovó.— Giselle disse a encarando.
— O que você está esperando? Bebe logo essa pílula, garota! Bebe como se sua vida dependesse disso!— Wendy mandou, Ningning velozmente assentiu com a cabeça.
Ningning rapidamente tomou, o que fez todos suspirarem aliviados. Wendy encarou Giselle, estava a olhando um pouco emburrada, o que deixou Giselle confusa.
— O que foi?— Giselle perguntou.
— Você precisa ser mais cuidadosa! Isso tudo é porque você não encapam a sua coisinha!— Wendy disse irritada, porém colocou a mão no queixo e refletiu por alguns segundos.— Ou melhor, coisona. Eu realmente fiz um bom trabalho.
— Mãe, pelo amor de deus!— Giselle disse, estava muito vermelha.
Ningning começou a rir sem dúvidas, não aguentou a conversa. Enquanto isso Giselle ficava cada vez mais vermelha apenas por estar lá.
— O que foi? Eu sou sua mãe, já vi o Pokpak milhares de vezes.— Wendy disse.
— M-Mas eu já sou adulta! É diferente!
— Oh, realmente ele está bem grandinho, mas talvez ele estivesse maior por você estar animada logo de manhã. Talvez seja a única parte física que você puxou pro seu pai além dos seus olhos.— Wendy disse pensativa, Ningning não aguentava mais rir.
— Cala a boca! Para de ser nojenta! Eu não preciso escutar esse tipo de coisa vinda de você!— Giselle disse envergonhada.
Wendy cruzou os braços a encarando e ficou irritada, Ningning não conseguia parar de rir, segundo à ela, era “hilário pra caralho”.
— Ei, como você pode mandar sua mãe calar a boca? Eu não te ensinei a respeitar?— Wendy perguntou emburrada.— Eu ainda sou sua mãe.
— Então haja como se fosse!— Giselle disse bem vermelha.— Por que você tem que se parecer uma amiga adolescente? Isso é estranho! Você é minha mãe!
Wendy sorriu confiante e colocou a mão no peito orgulhosa. Giselle apenas se amaldiçoou por ter aumentado ainda mais o ego da mãe.
— Oh, então eu realmente pareço ser uma amiga adolescente?— Wendy perguntou confiante.
— Eu vou sair um pouco! Você não vai ter piedade de mim se eu ficar!
[...]
— Por que eu tive que vir com você? É bom escutar sua mãe falando sobre a sua infância e a sua adolescência rebelde.— Ningning disse com um sorrisinho no rosto apenas de se lembrar do álbum de fotos.
— Esquece aquilo, por favor.— Giselle disse envergonhada.
— Aigoo, mas eu gostaria que a minha mãe pudesse ter tirado mais fotos minhas quando eu era menor, meu álbum é bem pequeno.— Ningning reclamou com um biquinho enquanto era puxada por Giselle.— E pra onde estamos indo? Aqui fora é tão frio...
Giselle riu, apertou um pouco mais firme a mão de Ningning que estava segurando e a puxou um pouco mais para perto.
— É um lugar importante, achei que seria legal dar uma passadinha lá enquanto eu estou aqui. Eu quero te apresentar pra duas pessoas.— Giselle disse, um sorriso calmo estava em seus lábios, serenos como Ningning nunca havia visto. Ela parecia feliz.— É por isso que estou levando flores.
— Você tão feliz assim querendo entregar flores pra essas pessoas me deixa enciumada.— Ningning brincou com um biquinho.
Giselle negou com a cabeça e riu, principalmente quando sentiu Ningning apertar sua mão.
— Não se preocupe, você é a única que faz meu coração acelerar desse jeito.— Giselle disse tranquila, sua calma era passada em sua voz, chegando em Ningning como doces palavras e atingindo em cheio seu peito.
— Eu já entendi...— Ningning murmurou com um sorrisinho nos lábios.
— Ah, já chegamos!— Giselle disse animada.
Ningning se surpreendeu quando viu que estavam entrando em um cemitério, se as duas pessoas que Giselle comentou estão aí, significa que elas...
— Morreram.— Giselle disse tirando Ningning do seu transe.
— Ãh?
— Você estava se perguntando se as pessoas que eu vim ver estavam mortas, certo?
— Oh, e-eu falei em voz alta?— Ningning perguntou envergonhada.
— Talvez.
Giselle sorriu pelo constrangimento de Ningning.
— D-Desculpe!— Ningning disse nervosa.
— Tudo bem, você só estava curiosa — Giselle disse a tranquilizando.— Vem, vamos entrar.
As duas andaram um pouquinho até chegarem no primeiro lugar, Ningning observava calmamente os túmulos. Chegaram até um, que Giselle se abaixou para o ver, Ningning fez o mesmo.
— “Baekhyun Uchinaga” — Ningning leu.
Arregalou os olhos quando se deu conta, encarou Giselle um pouco surpresa, Giselle estava apenas com um sorriso calmo sem mostrar os dentes.
— Esse é...
— Meu pai.
Giselle deixou um dos buquês sobre o túmulo, acendeu o incenso que estava ao lado do túmulo e juntou suas mãos para rezar, Ningning fez o mesmo.
As duas pararam de rezar e abriram os olhos.
— Oi, pai. Faz um tempinho que eu não venho — Giselle disse com um sorriso calmo.— Eu só queria dizer que está tudo bem comigo, você não precisa se preocupar. Eu já estou bem grandinha.
Giselle pegou a mão de Ningning, a segurou e entrelaçou com a sua.
— Essa aqui é a Ningning, minha namorada, ela é bem bonita, não é?— Giselle disse como se estivesse se gabando.— Ela é um pouco esquentadinha, mal educada e imprudente, pra ser sincera. Mas tudo bem, afinal foi justamente isso que fez eu me apaixonar por ela.
Giselle sorriu da expressão constrangida que Ningning fez.
— Aliás, ela cuida muito bem de mim, afinal ela não é feita só de defeitos. Ela sabe cozinhar, gosta de coisas doces, tem um humor sugestivo e me ama muito. Ela é uma boa pessoa — Giselle disse acariciando a mão de Ningning com o polegar.— Enfim, precisamos ir visitar outra pessoa agora. Não sei quando volto, mas prometo vir aqui antes de casar, precisarei contar à você sobre o noivado.
Ningning corou ao ouvir a última parte, o que Giselle percebeu, porém não comentou, decidiu não atormentar Ningning por agora.
Ningning pegou o outro buquê do chão, as duas se levantaram e começaram a andar para o próximo túmulo, não demorando muito para chegar
Elas se abaixaram novamente, Ningning leu novamente o nome que estava gravado, porém Giselle foi mais rápida em dizer.
— “Jeon Somi” — Giselle disse.— Coloque as flores, amor.
— Oh, c-certo!— Ningning disse colocando as flores rapidamente.
Giselle acendeu o incenso, então as duas fecharam os olhos e juntaram as próprias mãos para rezar pela garota.
Quando acabaram de rezar, abriram os olhos e separaram as mãos, o que fez Giselle ficar livre para segurar a mão de Ningning, o fazendo logo depois.
— Oi, Somi. Eu demorei pra vir te visitar, não é? Me desculpe, você deve estar irritada — Giselle disse e sorriu triste.— Mas em compensação eu trouxe suas flores favoritas, então estou perdoada.
Giselle suspirou tentando encontrar as palavras certas para falar, Ningning segurou firme sua mão e assentiu com a cabeça a dando um sorriso consolador.
— Eu estou namorando agora. Você a acharia bonita, tenho certeza — Giselle sorriu.— Ela é a mais bonita de todas, mas você não precisa ficar enciumada, eu também tenho um espacinho pra você no meu coração. Sempre vou ter.
Giselle se levantou, o que fez Ningning se levantar também.
— Você gostaria dela...— Giselle murmurou.
Giselle separou as mãos, se aproximando de Ningning e deixando um beijo solitário em sua bochecha.
— Pode me esperar lá na frente? Quero falar a sós com ela.— Giselle disse.
— Você vai demorar?— Ningning perguntou.
— Não, eu te encontro logo.
— Certo.
Ningning assentiu com a cabeça e saiu devagar, estava pensativa, não sabia como consolar Giselle. Talvez palavras confortáveis e doces? Um abraço? Um beijo? Ou será que tudo junto? Realmente não sabia como se expressar.
Ningning suspirou e se encostou na parede do lado de fora esperando calmamente Giselle sair de dentro.
Após alguns minutos, Giselle saiu e olhou para Ningning com um sorriso, Ningning imediatamente percebeu que era falso, seus olhos estavam vermelhos, o que indicava que ela havia pedido para Ningning sair apenas para que não a visse chorando.
— Nini...
Ningning foi rapidamente até Giselle e a abraçou, tentando tirar as mágoas de Giselle lentamente.
— Eu amo você.— Ningning disse dócil.— Eu estou com você.
Giselle colocou seus braços ao redor de Ningning um pouco trêmula, seus lábios trêmulos finalmente se abriram e ela começou a lacrimejar, deixando seu choro cair na frente da namorada.
Ningning sentia o aperto forte, somente deixando Giselle se abrir para ela devagar, sem pressa alguma.
Quando Giselle finalmente parou de chorar, Ningning tirou seu cachecol, colocou confortavelmente no pescoço de Giselle, que parecia estar com frio, e a deu um selinho demorado.
— Você quer ir comer algo gostoso?— Ningning perguntou sorrindo.
Giselle assentiu com a cabeça enquanto esfregava um dos seus olhos infantilmente para limpar suas lágrimas.
— Ótimo! Vamos comprar algo delicioso pra sua mãe também no caminho.
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