Capítulo. 34
Ningning estava um pouco atordoada, estava difícil de abrir os olhos, a dor de cabeça era presente e a atrapalhava nisso. Quando abriu os olhos, tentou se acostumar com a luz e o branco do quarto, se virando e vendo Giselle a encarando com seu celular na mão. Ningning logo se sentou.
— A bonita já acordou?— Giselle perguntou.
— Não, ainda estou dormindo, ficou cega?— Ningning perguntou de volta, suspirou e fechou os olhos por um segundo.— Eu desmaiei por causa da bala?
— Não.— Giselle disse.
— Não?
— A médica disse que foi só um pico estresse e aquela cabeçada forte que você deu na naquele cara.— Giselle apontou para a testa de Ningning, que estava enfaixada.— A bala não chegou a entrar, só feriu a pele.
— Ah, entendi.— Ningning bocejou e abriu os olhos.— O plano deu certo?
— Deu, ele não imaginava que você estava indo por trás.— Giselle suspirou.
— Isso foi covardia da minha parte, mas ele me deu um tiro e foi muito mais covarde que eu na vida toda, então ele mereceu.— Ningning disse.— Pensei que tivesse desmaiado pela bala, isso seria vergonhoso.
— Para de ser idiota, eu fiquei preocupada!— Giselle disse.— Não vou mais te deixar ir nessas coisas envolvida com esse pessoal.
— Por quê? Você sabe que eu não morreria só com isso.— Ningning disse.
— Não seja insensível, se acontecesse o mesmo comigo, você não ficaria preocupada também?— Giselle perguntou.
— Sim, mas é porque você obviamente tem cara de que morreria pra isso.— Ningning disse.
— Ou é porque você ama muito sua namorada e se preocupa com ela mesmo sabendo que ela dá conta.— Giselle disse como se fosse óbvio.
— É, tanto faz.— Ningning deu de ombros.— Eu quero ir embora daqui.
Ningning tirou o esparadrapo do seu pulso e tirou a agulha com o soro.
— Ei, você ainda não teve alta.— Giselle disse se levantando com auxílio de uma muleta.
— E daí? Não quero ficar aqui, não gosto de hospitais.— Ningning disse.
— Eu sei, mas pode fazer um esforço até eu chamar o enfermeiro ou a médica? Por favor, eu prometo que vamos sair logo.— Giselle pediu.
— Hum...— Ningning murmurou sem muito vontade.
Giselle suspirou, colocou sua mão delicadamente na bochecha de Ningning, a deu um selinho e sorriu.
— Fique aqui só um instante, só mais alguns minutos até você sair, ok?— Giselle disse.
— Tá bom...— Ningning murmurou um pouco vermelha e não olhando para ela.
— Quer que eu traga água?— Giselle perguntou acariciando os cabelos de Ningning.
— Uhum...— Ningning assentiu com a cabeça.
Quando Giselle saiu, Ningning ficou quieta a esperando voltar. Suspirou e colocou seus dedos em suas têmporas para tentar amenizar a dor de cabeça.
Escutou a porta se abrindo, pensou que fosse Giselle, porém ficou confusa quando viu uma mulher extremamente parecida com Giselle, entretanto com os cabelos em tons mais escuros.
— Giselle?— Ningning perguntou estranhando.
— Oh, pensei que ela estivesse aqui. Me disseram que ela estava nesse quarto.— A mulher disse.
— Hum... ela acabou de sair.— Ningning murmurou observando a mulher, parecia muito.— Você é irmã dela?
— Ah, me desculpe, nem me apresentei.— Ela disse se aproximando.— Me chamo Wendy Uchinaga, prazer em conhecer. Sou mãe da Giselle.
— M-Mãe da Giselle?— Ningning disse impressionada, nunca chutaria que essa mulher seria a mãe da sua namorada.
— Sim, você deve ser a namorada dela, certo?— Wendy sorriu.— Está se sentindo bem? Disseram que você havia levado um tiro. Que perigo.
— A-Aham..— Ningning disse ainda um pouco chocada.
A porta foi aberta novamente, dando para ver Giselle, que estava falando enquanto fechava a porta e ainda não tinha visto nada.
— Nini, a médica vai vir daqui alguns minutos. Ela disse que você já pode ter alta depois que ela...— Giselle a olhou depois de fechar a porta, mas se surpreendeu vendo sua mãe.— Mãe?
— Olá, meu amorzinho. Como você está se sentindo?— Ela perguntou chegando perto de Giselle gentilmente.
“Deus, por que se parecem tanto? E por que tão jovem?” Ningning se perguntou mentalmente vendo a cena. Eram quase idênticas, porém Giselle estava com o cabelo tingido e era mais alta.
— Eu estou bem, mãe. Mas o que você está fazendo aqui?— Giselle perguntou confusa.
— Minha filha levou um tiro na perna, isso já não é um motivo bom o suficiente pra sua mãezinha vir te ver?— Wendy perguntou.
— É... só me surpreendi em te ver aqui, não é como se você morasse por perto, você literalmente mora em outro país.— Giselle disse se aproximando de Ningning e a entregando uma garrafa com água.
— Vi o mais rápido que pude quando soube da notícia, fiquei preocupada.— Wendy disse.
— Eu estou bem, não precisa se preocupar.— Giselle sorriu sem mostrar os dentes.
— Você poderia ao menos ter ligado! Sabe quão preocupada eu fiquei quando soube?— Disse irritada dando soquinhos fracos no ombro de Giselle, que sorriu.
— Desculpe, desculpe, me esqueci totalmente.— Giselle disse acariciando os cabelos da mãe como se fosse uma criança.
“Se qualquer outro visse a cena, pensaria que Giselle é a mãe” Ningning pensou.
— Você nem me apresentou sua namorada...— Wendy disse com um biquinho emburrado.
— Vocês já se conheceram agora sem minha presença, não tem como eu apresentar mais.— Giselle disse.
— Claro que tem! Me apresente sua namorada!
— Tá bom, já entendi, já entendi.— Giselle suspirou.— Mãe, essa aqui é a Ningning, minha namorada. Feliz?
— Agora, sim.— Wendy sorriu.
Ningning puxou sutilmente a barra da camisa de Giselle, que a olhou vendo que Ningning queria chamar sua atenção. Ningning colocou sua mão curvada em sua boca, Giselle entendeu que era para se aproximar.
— Quantos anos sua mãe tem?— Ningning perguntou baixo no ouvido de Giselle.
— Hum... ela tem cinquenta e...
Giselle não conseguiu completar a frase, pois sentiu um cascudo forte em sua cabeça, conseguia jurar que formaria um galo mais tarde, colocou a mão na cabeça tentando aliviar a dor.
— É falta de educação dizer a idade de uma dama.— Wendy disse com um sorriso assustador, fazendo as duas se arrepiarem.
— F-Foi mal.— Giselle disse.
— Puxa, mais de cinquenta anos!— Ningning disse impressionada, porém logo levou um cascudo na cabeça também.
— É falta de educação dizer a idade de uma dama.— Wendy repetiu mais uma vez.— Vou levar isso como um elogio, ok? Quis dizer que eu pareço ser bem nova, não é?
— U-Uhum.— Ningning assentiu com a cabeça freneticamente enquanto suas mãos estavam no lugar onde havia sido atingida.
— Hum... ei, Aeri, você está de folga por esses dias, não é?— Wendy perguntou.
— Bem, tecnicamente até eu me recuperar.— Giselle disse.
— Então por que vocês não ficam lá em casa por alguns dias? Posso cuidar de vocês adequadamente até se recuperarem.— Wendy sugeriu.
— Não precisa, mãe. Estou em boas condições, consigo me cuidar sozinha.— Giselle disse.
— Giselle, você está com uma muleta.— Wendy apontou.
— Bem... Minha namorada cuida de mim.— Giselle disse.
— Ela também parece está se sentindo mal, como duas feridas vão melhorar rápida sem se cuidarem bem?— Wendy perguntou.— Aliás, faz muito tempo que você não vai em casa, seu avô vive perguntando sobre você. Nunca tenho o que falar, porque você não liga pra sua mãe!
Giselle fez uma careta ao escutar, sabia que era verdade.
— Se a Ningning quiser...— Giselle disse a olhando.
— Você vai, não é, Ninizinha? Precisam descansar um pouquinho.— Wendy disse.
— Ah... claro.— Ningning disse a olhando ainda um pouco confusa.
— Ótimo! Resolvido, vamos todas pra lá.— Wendy disse animada.
“Deus, por que essa mulher parece tanto uma adolescente?” Ningning se perguntou novamente.
— Oh, chame a Rosie para vir conosco também, Giselle. Também faz tempo que não vejo ela.— Wendy disse.
— Tá, vou falar com ela.— Giselle murmurou.
— Que bom! Espero que ela vá!
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