Primeira investida contra os nativos
Após alguns prazerosos dias de viagem pelo calmo rio Tietê, adentramos as águas do Rio Paraná e prosseguimos viagem rumo ao sul. Por vezes fazemos paradas às margens do rio para renovar nossos mantimento ao colher frutas frescas e caçar os animais das redondezas..
Devo dizer que o mais desgostoso dessa pequena viagem é o tratamento que me é relegado pelos selvagens mamelucos que nos acompanham na expedição. Sempre me contrariam e pedem auxílio nos custosos trabalhos braçais de acampamento às margens do rio, principalmente de manhã, que é o período que me retiro para colecionar minhas memórias, das quais esses brutos iletrados jamais terão a noção da importância.
No último acampamento que montamos próximo aos rios Pirapó e Paranapanema, pudemos notar uma campina próxima a margem do rio que claramente parecia ser o alojamento de nativos, não muito distante de onde estávamos. Era uma tribo de guaranis de pouco número e desprovida de defesa. Investimos em número maior e com uma opção razoável de armas de fogo como bacamartes e carabinas e pudemos facilmente subjugar os selvagens ao comando da esquadra, aumentando assim a nossa força de trabalho em cerca de vinte braços fortes.
Os caboclos da expedição todos descendem de cruzamentos entre portugueses e tupis, portanto conhecem bem o idioma dos conquistas e não veem problema algum com a assimilação deles para trabalho escravo. Por parte dos guaranis houve certa resistência até as cargas de bacamarte deram fim num número considerado de guerreiros. Eu particularmente não sou favorável a esses atos cruéis de violência, mas certamente não me voluntariaria para tomar o lugar de um só selvagem dessa terra.
Através dos novos cativos, descobrimos que existe uma guarnição jesuítica a oeste da tribo em alguns dias por terra. Uma informação retirada certamente a base da força e violência. O capitão da expedição decidiu manter as embarcações na tribo recém conquistada e que marcharíamos em direção a missão cristã.
Ainda não sei ao certo o que pretende o capitão com a vila jesuítica, mas minha posição simplória de escrivão não permite muitos questionamentos sobre os caminhos a serem tomado pela bandeira. Ainda que o Capitão Guimarães de Assis cultive uma certa cultura, discutimos poesia e literatura portuguêsa quando possível, não é muito propenso a ser contrariado.
Me reservei assim ao meu papel de relator e aqui estou enumerando os passos dessa expedição até prezado momento. Em julgamento próprio e reservado, somente me entristece a lembrança de não mais seguir o rumo dos rios, cansando demasiadamente meus pés na caminhada exaustiva mata adentro.
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