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Grécia - Parte 1

Morgan Clark

Chego no apartamento e coloco as minhas coisas em cima da mesa, parece tudo muito silencioso e não sei o que está acontecendo, Nate não me avisou nada. Eu realmente não sabia o que estava acontecendo, ele me mandou flores e....

-Nate?- o chamo tirando o casaco.- Nate, isso é chato. Não quero mais brincar disso...

Abro a porta do quarto e vejo que tem uma caixa preta com um laço vermelho, me aproximo lentamente e puxo o laço para abrir a caixa. Puxo a tampa e suspiro quando vejo o que tem dentro da caixa.

Seguro o vestido verde escuro tomara que caia de seda, ele é completamente liso, apenas a cor verde escura o completa, coloco ele na cama e vejo que tem um colar de pérolas e brincos que combinam.

-Filho da mãe.- murmuro.

Olho ao redor e respiro fundo percebendo que não tem nada que me diga o que é isso, volto a olhar para a caixa e vejo que tem um bilhete em um papel bem chique.

O pego e vejo a letra de Nate.

"Quando terminar de se vestir, desça e vai ter um carro esperando você.

P.S: não adianta me ligar, não vou atender."

Sorrio lentamente e coloco o bilhete na caixa, então entro no banheiro e começo a tirar minhas roupas. Ligo o chuveiro e prendo meus cabelos com uns grampos, entro debaixo da água e relaxo.

Só Nate é doido o bastante para fazer algo, talvez seja um jantar em um restaurante chique para deixar a noite especial já que não transamos desde antes do meu pai morrer.

Termino o banho rápido e faço uma maquiagem rápida também, então volto para o quarto me secando, limpo a garganta abrindo o zíper do vestido e passo pelo meu corpo de forma cuidadosa. Sinto o tecido macio na minha pele e consigo subir o zíper de novo.

O vestido justo fica justo e me olho no espelho, a barra do vestido vai até pouco acima dos meus joelhos. Sorrio quando me vejo nele e percebo que gostei do que estou vendo, se Nate o escolheu, ele escolheu bem.

Coloco os saltos que escolhi e chego perto da caixa de novo, olho para aquelas jóias e mordo o lábio enquanto arrumo os cabelos, meus cabelos sempre são fáceis de se fazer um coque. Então faço um mais arrumado e fico surpresa por ficar bonita de verdade.

Pego o colar e passo pelo meu pescoço, ele é curto e parece completar o vestido e todo o resto, coloco os brincos e então acho que estou pronta para descer e encontrar o tal carro para ir logo para o tal restaurante.

-Eu vou matar ele.- pego um sobretudo cinza escuro.- Juro por Deus.

Morgan Clark

O carro chique para e o motorista sai para abrir minha porta, sorrio agradecida enquanto ele me ajuda a descer e percebo que não estamos em frente à um restaurante ou algo assim.

É um aeroporto particular, na minha frente tem um jatinho particular e fico parada sem saber o que fazer. O vento frio toca minhas pernas e respiro fundo realmente não sabendo o que fazer com o que estou vendo.

-Srta.Clark.- o motorista chama.- O Sr.Copeland está esperando você lá dentro.

-É bom mesmo.- começo a andar mais rápido.

Meus saltos batem no chão e não aceito a ajuda do cara que está no pé das escadas para entrar. Vou pisando até chegar lá em cima e quando entro vejo que tem uma outra caixa em cima de um sofá na frente de um bar.

Tudo isso em um jatinho.

-Puta merda.- murmuro me aproximando.

Sento no sofá e abro a segunda caixa, mordo o lábio e meus olhos parecem lacrimejar. Meus dedos tocam o metal gelado das chaves e franzo as sobrancelhas reconhecendo que são as chaves de um carro. Porsche, acho.

Embaixo dela tem outro bilhete.

"Olhe para trás."

Viro o rosto e me levanto com as chaves em uma mão e o papel na outra, Nate está ali com um sorriso idiota. Mas ele está lindo, uma calça preta social, uma camisa preta de botões e um blazer para dar um ar chique.

Os olhos esverdeados me observam com diversão e travo o maxilar com raiva. Ele franze as sobrancelhas e parece não entender por que eu estou assim tão temperamental.

-Vestidos? Jóias? Carros?- mexo as chaves.- Você me traiu?

-Não.- ele parece indignado.- Eu só estava tentando ser romântico.

-Nate, eu não tô entendendo.- tento sorrir.

-Você listou quase certo.- ele fala e a porta do jatinho fecha.- Vestido.- aponta para mim com um sorriso enquanto se aproxima.- Jóias.- ele toca o colar e meu corpo arrepia.- Viagem.- ele mexe a cabeça.- E depois você vê seu carro.

-Não precisava fazer nada disso...

-Precisava.- ele coloca as mãos dentro dos bolsos.- Porque você me deixa em paz, você é a única coisa que me faz dormir de noite.

-Nate...

-Hoje, você vai saber de tudo.- ele comprime os lábios.

-De tudo o que?- fico confusa.

-O capitão mandou colocar os cintos, já vamos decolar.- a comissária fala.

-Vem.- ele me puxa e coloca as chaves do carro no bolso do meu sobretudo.- Vou falar para você.

-Nate, você está me deixando com medo.- sento na poltrona confortável.

Ele senta ao lado da minha e me ajuda a colocar o cinto, olho para baixo e ver as mãos dele tão perto das minhas pernas e do meu corpo me deixa mais excitada do que eu gostaria de admitir.

O observo colocar o cinto dele e o jatinho começa a decolar, respiro fundo e percebo que nunca andei disso na vida. Levo minha mão até a de Nate e ele sorri deixando que eu a aperte com força.

-Vai me contar agora?- pergunto com a voz tremendo.

-Se quer algo para distrair.- ele acaricia minha mão.- Vou começar bem do começo.

-Ok.- começa a andar e engulo em seco.

-Minha mãe era uma stripper, pelo menos de acordo com as fontes de Ethan.- ele fala baixo e minha garganta seca.- Ela transou com o Copeland e eles me fizeram.- Nate tenta sorrir.- Ao que parece, ele não gostou e mandou minha mãe me dar para adoção, ela também aceitou o dinheiro e deu de bom grado.

-Sinto muito por isso.- mordo o lábio.

-Nem foi o pior.- ele ri baixo e meu coração se aperta.- Passei minha vida toda em lares adotivos, minha vida toda eu fui agredido e espancado e reprimido.- Nate franze as sobrancelhas.- Os garotos maiores não me deixavam comer, beber e nem dormir, os responsáveis por mim jogavam cervejas e coisas que machucavam em mim se eu fazia barulho...

-Nate...

-As tatuagens.- ele aponta.- Cada tatuagem cobre uma cicatriz de que não gosto.- sussurra.- Cada tatuagem é um tipo de libertação.- ele olha para mim.- Eu fiz dezoito e sai de casa, um tempo depois descobri que era um Copeland e vim para cá. Não vou mentir, estava desesperado, precisava de dinheiro.

-Não é para se envergonhar disso, depois de tudo que passou.- falo baixo e ele sorri para mim.

-Eles me acolheram, então eu conheci Ethan, Dean, Harper, Savannah, Carter e April.- ele sorri.- Eu conheci minha família, mas ainda sim tinha sonhos horríveis, sonhos que me faziam gritar e lembrar de tudo que eu tinha passado.

E ele ainda sorria, ele ainda tentava fazer com que eu sorrisse e me sentisse feliz, Nate deveria estar bebendo em algum lugar por aí. Invés disso, ele estava comigo e me levando para um lugar maluco só para a noite ser especial.

-Dormir com mulheres me ajudava, quando elas estavam dormindo comigo, eu ficava melhor e não sonhava.- explica com calma.- Então eu conheci você e parei de dormir com qualquer outra, minha família me obrigou a fazer terapia e ter você foi um bote salva vidas em um oceano imenso.

-Por que não me contou?- minha voz falha.

-Porque você tinha problemas demais e eu não queria te perturbar.- ele parece sem graça.- Mas melhorou, agora eu sei dormir sem ter pesadelos e quando eu durmo com você.... é um sonho melhor que o outro, Morgan.

-Os presentes...

-São um agradecimento.- o nariz dele toca o meu.- Por me fazer sonhar.

-Nate...

Avanço contra ele e beijo seus lábios quando o jatinho começa a planar, seguro sua nuca e meus lábios se movimentam contra os dele. Quero avançar em cima dele e beijar cada parte daquele corpo.

-Tudo no seu tempo.- ele se afasta sorrindo.- Podemos transar no ar quando voltarmos.

-Você planejou tudo, não?- mordo o lábio.

-É um plano ótimo, no final você nunca mais vai querer largar do meu pé.- ele beija minha testa.

-Já não quero largar.- beijo os lábios dele.- Vou ficar com você. Para sempre, lembra?

-Para sempre.

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