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Parte 2


Semanas se passaram com Ariel e Eric se encontrando na pedra, ele contou que era um príncipe, mas ela não se disse princesa, a convidou para conhecer seu castelo por mais que soubessem que isso jamais seria possível, ela falou sobre as irmãs e o pai autoritário e ele se impressionou com as semelhanças. Uma vez ela levou Linguado quase morto de medo e numa outra o apresentou ao Sabidão, que lhe fez várias perguntas, traduzidas é claro, e não aceitou nenhuma das respostas de Eric. Depois que contou amar os objetos do humanos, ele lhe trouxe vários, pentes, espelhos, lenços e uma caixa transparente com uma imagem dentro, dele. Ficou apaixonada pelo fato de poder levá-lo com ela, de certa forma.

Passearam um pouco pelo mar, e Ariel mostrou peixes coloridos e corais. Ele fechou a praia, certa noite, só para eles e ela pode chegar na areia, nesse dia ele lhe trouxe um vestido que disfarçou sua cauda caso alguém os visse e ela pode tocar o fogo, comeu amendoins e fez castelos. Deitou-se de costas e viu os cabelos emaranharem, admirou as estrelas com Eric lhe explicando as constelações, de mãos dadas. Tudo parecia perfeito, mas sabiam que não era verdade. Um não podia viver no mundo do outro.

Ariel contou sobre a morte da mãe e Eric explicou o mito das sereias. Nenhum dos dois estava errado, não era nenhum mal entendido, o canto existia e a ganância humana também.

Em outro momento foi a vez de Eric ser analisado e ele ficou sobre a pedra, sem as calças. Ariel alisou suas pernas e lhe fez cócegas nos pés, mordeu seus dedos e levou seus sapatos com ela. Com isso estavam quites, ela disse, mas ele não se cansava de admirar a longa cauda brilhante, sempre que podia. Na verdade, ele a admirava inteira. Trocaram longos beijos e carícias, Ariel não se portava como uma dama, ela não tinha vergonha nem respeitava a etiqueta, ela era movida pela curiosidade e pelo prazer.

Num dia ela veio mais cedo, tinham um código para quando isso acontecesse, Sabidão ajudava, e avisou que o pai havia viajado, ela podia ficar o quanto quisesse e Erik pegou um barco maior e saiu para velejar, sob protesto de todos. Longe da costa puderam ficar juntos, ele a ajudou a subir a bordo e se espantou ao saber que ela comia peixes. Mas apesar da felicidade do dia, Eric estava estranho, ele vinha ficando cada vez mais soturno.

— Ariel, eu não posso conhecer sua casa, não é?

— Ah, Eric... eu acho que não — ele nunca perguntara isso, ambos sabiam que era impossível e evitavam tocar no assunto.

Estavam deitados no deque, juntos, encostados na amurada.

— Eu só queria ter certeza.

— ... — ela queria mais do que tudo que houvesse um jeito.

— Você lembra do nosso primeiro beijo?

É claro que ela lembrava, não só porque fora incrível, mas porque quase o tinha afogado. Ficou vermelha.

— É claro. — riu, sem graça.

— O que aconteceu daquela vez? — ele olhou para o mar, ao perguntar.

Ariel suspirou, sabia do que ele estava falando, mas não sabia que ele havia notado, na verdade, ela só tinha se lembrado desse detalhe alguns dias atrás. Na hora, não tinha pensado nisso. Suspirou, tinha que ter cuidado ao explicar, pois podia parecer algo que não era. Podia parecer uma solução.

— Na verdade, existe uma história... — ele continuou encarando o horizonte, evitando-la — que acreditamos ser lenda, porque não temos mais contato com os seres humanos, como no passado.

Eric se empertigou e virou o rosto.

— No passado?

— Sim, temos histórias de que, há muito tempo, nós e os seres humanos convivemos, mas tudo deu errado e nos escondemos no fundo do mar. Mas muitos de nós não aceitaram essa decisão e, por isso, há muitas lendas trágicas. — balançou a cabeça para afastar os pensamentos e uniu sua mão com a de Eric — Essa é uma delas, o "beijo da sereia".

O príncipe guardou uma nota mental para descobrir mais sobre essas histórias, se já houve convivência, deveria haver um jeito, então. E esperou que ela continuasse, por algum motivo tinha hesitação em seus olhos.

— A lenda diz que se alguém do nosso povo escolher beijar alguém do seu, isso pode salvá-lo... — viu a interrogação no rosto de Eric — de um afogamento. — e uma luz se acendeu em seus olhos, o peito dela apertou, não queria despertar nele essa esperança — Mas Erik, é temporário. O beijo da sereia permite que os seres humanos respirem debaixo d'água só enquanto estão juntos fisicamente, ao cortarem o contato, o efeito acaba e... — mordeu a ponta do lábio — eu acho que é daí que vem as suas histórias das mortes dos marinheiros, é muito fundo onde vivemos, propositalmente ou não, seria impossível... — estava ansiosa e angustiada, precisava fazê-lo entender, pois ela mesma já havia passado por esse dilema, sozinha em sua cama.

— Mesmo se eu for um excelente mergulhador? — riu, mas ela acenou com a cabeça — Entendo... e o que seria esse contato? — olhou para as mãos dos dois, juntas.

— E-eu não sei dizer, todo mundo acha ser lenda, então...

— Então podemos testar, não podemos? — continuou vendo a hesitação nela — Não é como se fossemos visitar o Kraken — riu — só passear por aí, o que acha? Ou a ideia de me beijar, assim, a constrange? — foi uma provocação, mas ela quase nunca entendia.

Ariel pensou na ideia, se for perto da superfície não teria problema algum e seria divertido descobrir finalmente a verdade por trás disso. Porque tudo o que sabia vinha de boatos, pois tudo o que fora registrado sobre o tempo com os humanos seu pai havia destruído e proibido os mais velhos de ensinarem. Sorriu.

— Esta bem, mas e o barco? — ela perguntou animada.

— Vou ancora-lo, um minuto.

Erik navegou para águas mais rasas e jogou a âncora. Era início da tarde ainda, tinham tempo, mas ele passava depressa quando estavam juntos. Deixou uma corda solta no mar, para facilitar, e amarrou o leme. Ariel pulou primeiro, foi em seguida, a ansiedade ameaçava transparecer em seu rosto junto a tristeza, estava se esforçando, rezava por um milagre.

Na água, ela segurou as bochechas vermelhas de sol, animada, e o beijou, suavemente no início, mas se deixou levar quando sentiu os braços fortes dele lhe envolverem a cintura. Sua cauda envolveu as pernas de Erik e eles afundaram, um tempo depois quebraram o beijo e ele estava ofegante, mas sob a água. Dessa vez não lutou, manteve os braços envolta da cintura feminina, ela devia ser a coisa mais linda jamais pintada, seus cabelos flutuavam como um halo e pareciam irradiar luz, sua pele cintilava suavemente e os olhos de diamante brilhavam para ele. Sorriu, não sentia qualquer diferença entre respirar o ar ou a água, além de um conforto que não havia na superfície, era como estar de volta em casa.

Era um pouco frio, tinha ido para águas mais rasas, mas isso não significava que estavam no raso. A lâmina de água brilhante, ao longe, devia estar a mais de um quarto de légua. Ariel o observava também, sorriu para ela e encostou suas testas, não queria mais ver aquela hesitação. Soltou a cintura feminina e se endireitou, quando começou a sacudir as mãos, na esperança de se comunicar, Ariel gargalhou.

— Eric, você pode falar. — riu — Bem, eu posso falar, então acho que você também deve poder.

Ele se sentiu um pouco idiota.

— Ah... — tentou — verdade, mas como eu ia saber disso. — a acompanhou no riso.

— É, mas ainda bem que pode, porque você é muito ruim com mímicas.

Riram juntos, enquanto espantavam o medo de se soltarem para nadar, mas ela libertou suas pernas quando ele a olhou, confiante, e segurou sua mão. Depois nadaram e ela carregou ele pra lá e pra cá, por perto, primeiro, deram cambalhotas e ele fez várias piruetas na água, parecia uma criança. Soltaram as mãos algumas vezes, mas rapidamente, evitaram as correntes mais fortes e Eric se encantou com a profundidade azul. Parecia tudo bem. Foram um pouco mais fundo e ele colocou os pés na areia, era escuro, mas ela tirou da bolsa as pulseiras de algas, ficou de olho enquanto ele se divertia com os pequenos siris que fugiam.

Brincaram de bolhas e ele quis ver a qual velocidade ela podia nadar, o agarrou firmemente pela cintura enquanto ele enlaçou seu pescoço, tomou fôlego e impulsionou. Eric ficou impressionado, em certo momento fechou os olhos, pois ardiam com a pressão da água, e suas bochechas quase saíram da cara, O corpo dela ondulava com desenvoltura e os músculos da cauda tinham uma força impressionante, ela tinha passado de 35 nós, com certeza. Ela era incrível, poderosa e linda. A beijou no meio do nado, seu corpo formigava e ansiava por ela, a velocidade foi diminuindo enquanto o beijo ficou mais ardente. Queria ir adiante, fazer alguma coisa, mas o quê? Nem da mesma espécie eram. Conhecia a anatomia dos peixes, não eram assexuados, mas não funcionava da mesma forma que mamíferos, apesar dela ter seios. Frustrado, apartou o beijo. Não perguntaria nada daquilo a ela, era uma falta de respeito. Ariel estava de olhos fechados e seu peito subia e descia rapidamente, ofegante, ela também o queria. Aquela relação tinha muitos impedimentos. Uma lágrima misturou a imensidão do oceano.

Ele deslizou a mão pela nuca feminina e braços, beijou o pescoço delicado e ela suspirou, subiu e mordiscou sua orelha enquanto, com uma das mãos, massageou discretamente o seio direito. Sua reação foi instantânea, a cauda se enrolou em suas pernas e ela gemeu. Aquilo devia ser o equivalente de abraçar seu quadril com as pernas.

— Ah, Eric, isso é bom. — seus olhos brilhavam ainda mais, para ele. Passou os braços pelo pescoço forte e o beijou novamente, sem qualquer delicadeza, dessa vez.

Ele comprimiu mais o seio com a mão, enquanto a outra apertava o quadril feminino contra si. Ela gemia entre o beijo e, de vez em quando, ondulava o corpo. Eric se sentia enlouquecer e nada podia fazer além daquilo, era delicioso e frustrante. Um tempo depois, estavam angustiados, confusos e perdidos. Olharam um para a cara do outro, riram e se soltaram aos poucos. Eric não sabia o que fazer, tão pouco Ariel. Não viam mais o barco, e o sol já estava indo embora, foi preciso procurar um bocado até encontrarem. Antes de se despedirem, naquele dia, houve uma promessa implícita de resolverem aquilo. Devia ter um jeito.

Mas talvez não houvesse tempo.

Na semana seguinte Ariel ficou presa em Atlântida com eventos formais e um baile. Adella queria que convidasse Eric, sim, dissera o nome dele, e foi um custo afastar essa ideia dela. Aproveitou para procurar mais sobre o beijo da sereia, afinal, ficaram horas sob a água e nada acontecera, mas não tivera coragem de soltá-lo mais que alguns segundos. Tinha sido encantador ver o príncipe em seu mundo, era engraçado que ele amasse tanto o mar e ela tanto a terra. Sobre amar, também tinha feito pesquisas sobre outras coisas... voltou ao seu lugar secreto, mas não achou lá nada que ajudasse. Havia bibliotecas em dois navios abandonados, que conhecia, mas não achou nada nos livros sobreviventes. Bufou, chateada, não podia perguntar a Adella, que provavelmente sabia de alguma coisa, ou a irmã surtaria, nem a mais ninguém! Que saco! Sabidão, Sebastião, Linguado, ou a mãe dele... bem ela não era um peixe, tecnicamente, ne? Ou era? Nunca vira sereias pondo ovos, então não devia ser. Era como as baleias e golfinhos? Mas eles não respiravam dentro d'água. Bem, talvez ela pudesse fazer dos dois jeitos? Os tubarões! Respiravam dentro d'água e não colocavam ovos! Ótimo, como observaria tubarões?

Quando teve chance, voltou à superfície, foi mais ousada e chegou na praia, era noite, gritou por ele e voltou ao mar, rindo. Não funcionou. No dia seguinte ele a encontrou, passaram o dia na baía, ela lhe mostrou os corais, os peixes coloridos e procuraram tesouros juntos. No outro dia o achou num pequeno barco, estranhou, mas ele disse estar com saudades. Fizeram o mesmo e apostaram corrida, sem que ela usasse a cauda. Em mais um, ela levou para ele algumas coisas que comiam e Eric torceu a cara para a maioria, tudo era cru e gelado, mas ela concordava, amendoins e sanduíches eram muito melhores. Todos os passeios eram recheados de beijos. Até que Eric puxou sua mão, após um beijo e nadou para longe dela, aflita ela foi atrás, mas ele não a deixou tocá-lo e se afastou, era um teste, cerca de 15 minutos depois, ele sentiu um espasmo. Ela avançou, mas ele só lhe deu a mão, não funcionou, se beijaram sofregamente e ele pode voltar a respirar. Dessa vez ficou por perto dela, mas sem tocá-la, pode respirar por uma hora, assim.

Depois disso, Ariel foi a enseada por três vezes, mas não viu o príncipe.

Adella estava insuportável, já, e dizia que ajudaria a apresentar o namorado para papai. Ariel negava e por isso, num dia, ela a seguiu e percebeu que a irmã se afastava demais. Ficou com medo e voltou, mas a esperou na entrada da cidade. Quando Ariel retornou, a espremeu até que ela contasse. Ia fazer um escândalo, mas a caçula desabou no choro e Ariel não era de chorar, estava apaixonada mesmo. Aquele relacionamento não precisava de Adella para dar errado, era trágico e triste que Ariel amasse um ser humano, mas a ruiva tinha esperanças de encontrar um jeito. Prometeu não contar a ninguém, mas não podia fazer muito além disso, se havia um jeito, Adella não conhecia.

Quando voltou à baía Eric a estava esperando na pedra, ele parecia estranho, estava sem os sapatos e carregava algo nos ombros. Sorriu para ele e se beijaram, ele agarrou sua mão e pediu para conhecer algum outro de seus amigos. Bem, não que não quisesse apresentar, mas mais ninguém sabia de suas aventuras, com exceção da irmã. Falou para ele do interrogatório de Adella e ele ficou animado.

— Não posso te levar, lá, Eric! Se alguém mais descobrir eu viro estrela do mar!

Ele não entendeu e ela teve que explicar ser filha de Poseidon, o rei dos mares. O queixo dele demorou a fechar e ela ficou intrigada dos seres humanos ainda o conhecerem, seu pai realmente causava uma forte impressão. Mas concordou em levá-lo mais perto, agora que sabiam como funcionava o prazo do beijo da sereia.

Nadaram por entre as estruturas de pedra e se esconderam dos tubarões, visitaram o cemitério de navios e o príncipe conhecia o nome de cada parte e elemento. Num deles, Ariel brincou de se deitar nas camas e olhar os quadros, ainda presos na madeira podre. Nesse momento, Eric se sentou no colchão.

— Eu poderia viver aqui, para sempre. — disse, melancólico.

— Como assim?

— Ariel, eu não quero ir embora... — virou-se para olhá-la e mesmo sob a água, ela percebeu que ele chorava — nunca mais.

— Eric, o que foi? Ir embora como, do que você está falando? — seu coração apertou.

— Daqui, desse lugar. — e olhou em volta — Eu passei toda a minha vida no mar, conheço cada vento, cada cheiro, cada tom do oceano. As cores das nuvens, as marés, o balançar da água... e agora também conheço os corais, o nome dos peixes e as diferentes correntes. Eu amo o mar, Ariel e você. — focou seu olhar nela, se aproximando e lhe dando a mão — Não sei viver sem vocês, no seco, onde não posso ouvir as ondas e as gaivotas.

Ariel demorou a entender o que estava acontecendo, aquilo era uma despedida?

— Por que você viveria sem mim? — seus olhos corriam pelo rosto dolorido dele, sem saber o que fazer.

— Eu preciso me casar, com alguém de um reino muito distante, nas montanhas do interior, há vários dias daqui... — ajeitou uma mecha do cabelo dela, que flutuou entre eles. — pois precisamos de aliados e ouro.

Ariel se desesperou.

— Aqui tem tanto ouro que... — foi interrompida.

— Eu sei, meu amor, mas é impossível levar.

— Então eu posso ir para lá e... — de novo.

— Não pode, não há mar próximo, sequer uma lagoa. — balançou a cabeça — e eu jamais prenderia você assim.

— Mas então... — ela já chorava, lhe faltava a respiração, não perderia Eric.

— Shiiu, se acalme, eu não vou a lugar algum, vou ficar aqui com você.

Mais uma vez ela não entendeu, as lágrimas desciam. Ele segurou sua face, beijou as bochechas e os olhos, por último sua boca. A agarrou-se a ele, não podia deixá-lo ir, não podia prendê-lo ali. Depois de longos minutos eles se separam e ele sorriu triste, para ela.

— Depois que eu apagar, não me leve de volta — ela arregalou os olhos — Essa é a escolha que eu faço — segurou firmemente as duas mãos dela.

— Não, Eric, por favor, deve ter um jeito... — soluçou.

— Sim, deve ter, eu acredito nisso, mas infelizmente não temos mais tempo — sorriu para ela — Não fique tão triste, eu prefiro continuar com você há qualquer outra coisa.

— Por que não podemos ficar juntos? — ela o abraçou e chorou.

— Ei... — a afastou um pouco e tirou a mochila das costas, abriu e de dentro tirou uma caixinha com uma anel de safira — Era de minha mãe e eu devia dar à mulher com a qual vou me casar, mas ela não é a mulher que amo. — puxou a mão feminina e deslizou o anel no dedo anelar — Você é a minha princesa, eu te amo, Ariel.

Ariel o abraçou e beijou, várias vezes, até que ele ficou mole em seus braços. Em pânico, ela o chamou várias vezes, não sabia se dormindo o elo se quebrava, precisava de ajuda, mas a superfície estava longe demais. Abraçou-o pelo peito e nadou em direção à cidade, nada importava mais do que ele, agora. Passou tão rápido que atropelou algumas pessoas, entrou escondida no castelo, pela lateral que sempre usava, seu pai não estava na sala do trono, mas o tridente, sim.

Deitou o príncipe no chão e suspendeu o tridente de sua base, como se usava aquilo? Apontou para ele e sacudiu.

— Vamos, faça alguma coisa, faça alguma coisa! Deixe ele viver!

Mas nada aconteceu. Ela gritou e gritou, até que uma potente luz dourada emanasse do tridente.

— ARIEL! PARE! — gritou o rei Tritão.

Ele tinha ouvido os gritos e choro da filha, sua favorita, a mais rebelde e sentiu algo errado, correu à sala do trono e a encontrou com o tridente em mão e um mortal no chão, mas a arma tinha muita energia acumulada, era perigosa, podia matá-la.

— Papai, eu não me importo! Me transforme no que quiser, me prenda pra sempre, mas salve ele, salve o Eric! Por favor! — seu pai devia saber o que fazer.

O Rei se aproximou e olhou o humano, ele não respirava mais, não havia o que ser feito. Sentiu pena da filha e uma profunda tristeza, ela não merecia viver tal dor sendo tão nova. Não sabia de nada daquilo, mas por sua fala tinha medo dele, de sua rigidez. Sua teimosia tinha fadado a filha ao sofrimento.

— Filha... — se aproximou dela, lentamente — me de o tridente.

— Por favor, pai, por favor, por favor... — ela repetia.

— Ariel, não há mais nada que eu, ou qualquer um possa fazer. — suspirou, colocando a mão nos pequenos ombros.

— Ele queria ficar comigo... — chorou — queríamos ficar juntos... porque não pudemos... por quê?

— Peça ao tridente, filha, dessa vez ele lhe atenderá, como puder.

— Deixe Eric ficar comigo para sempre.

Ao terminar de falar, uma luz envolveu o corpo humano e, no lugar, surgiu uma linda estátua de mármore: Eric, de pé, sorria para ela e lhe estendia a mão. O tridente caiu das mãos de Ariel e flutuou até o chão, ela se ajoelhou e chorou. Suas irmãs não ousaram entrar, mas acompanharam de longe, assim como todos que passavam pelo castelo.

Ela levou a estátua para seu lugar escondido e chorou, pela história dos dois, do que podia ter sido. Não sabia se culpava o pai pela tragédia, ou a si mesma, por não ter ouvido os avisos. Eric tinha conseguido ficar com ela, para sempre, como queria e Ariel nunca mais teve ninguém, era casada com o príncipe.

Muito tempo depois, voltou ao cemitério dos navios e à embarcação em que estiveram e achou a mochila dele em cima da cama, esquecida naquele incidente. A abriu, curiosa, dentro dela tinha um livro amarrado em um saco de couro, todas as suas páginas eram envernizadas com parafina, não molhavam, sorriu da gentileza de Eric. Sua historia era sobre um lindo romance, com final feliz, onde eles viviam juntos, para sempre.

O castelo ficou de luto por muito tempo, um ano pelo príncipe, mais um pela guerra, depois disso, num fim de tarde, Grimsby foi à praia ouvir as gaivotas, sempre ia para se lembrar de Eric. Sentia tanta falta do alegre jovem. Ao chegar na areia viu, recortado pelo sol, a silhueta de uma mulher, no mar, que olhou para si, acenou e mergulhou. Eric vivia falando de uma mulher com quem se encontrava no mar! Correu e encontrou na beira d'água um lindo livro, desenhado, e reconheceu a caligrafia do príncipe. Engoliu o choro num soluço e olhou para o horizonte. Então era lá que ele estava, com ela, no lugar que sempre amou. Abraçou o livro e voltou para o castelo.

Desde então todos conheceram a história do casal que se amou apesar das diferenças e viveram juntos para sempre: A pequena sereia.


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