[021] não sei...
Elizabeth
Acho que existem coisas na vida que você nunca vai estar pronto de fato para enfrentar, e essa era uma delas. Nada ia ser a mesma coisa e eu sabia disso, mas ainda assim era um choque. Depois que liguei pro Kol, eu me tranquei no quarto e fiquei lá matutando e chorando, pensando no que eu ia fazer. Nunca tinha ficado assim e muito menos me sentido assim, sem saber o que fazer, sem chão, tomada por um medo de sair daquela casa e não saber o que ia acontecer depois daquilo.
Depois de um tempo o Elijah apareceu, mas eu não conseguia falar uma palavra. Na verdade, nenhum dos dois. Ele me olhava com pena, eu só olhei pro chão e com os instintos de irmão protetor, rapidamente ele veio ao meu encontro e me abraçou.
Elijah - o que acha que vai acontecer agora? - a pergunta soou tão temerosa que vi que não era só eu quem estava perdida, mas ainda assim, o meu nobre irmão tentava disfarçar seu medo enquanto afagava meus cabelos em meio ao abraço.
Elizabeth - sinceramente? Eu não sei... meus planos, tudo que eu tinha... Eu não sei o que fazer. - finalmente o olhei e ele limpou minhas lágrimas - Kol está a caminho, ele tem medo de como eu possa ficar, já que eu estava bem com o Klaus
Elijah - Rebekah foi buscar o corpo do Klaus.
Elizabeth - o que? - como assim ninguém me avisa nada?!
Elijah - ela já deve estar chegando lá, mas se você usar magia...
Elizabeth - eu chego primeiro. - completei seu raciocínio e nos encaramos - pega minhas velas, RÁPIDO!
Saí correndo pela casa igual uma louca atrás do meu grimório. Assim que o encontrei, comecei a fazer o feitiço, que deu tão certo, que acabei aparecendo na frente da Rebekah que no susto, espero eu, me deu um tapa.
Elizabeth - AI! sou só eu bekah, ficou doida?! - falei esfregando o local atingido, a loira tem a mão pesada
Rebekah - você apareceu do além na minha frente, queria que eu soprasse você?! - vou perdoar
Elizabeth - foi mal. Anda, bora achar o corpo do Klaus - começamos a andar até que de repente, o Damon agarrou nos duas. Conseguimos pegar o caixão e quando estávamos chegando no carro o Ric apareceu e enfiou a estaca no coração do Klaus.
Elizabeth - NÃO, NÃO! - eu comecei a chorar muito, e Rebekah também. Nós duas fomos ao chão, porém Damon me segurou. Eu tava sentindo doer em mim, o Ric queria matar a Rebekah porém ela fugiu, já eu não consegui. Fiquei ajoelhada no chão, não sei se conseguia voltar pra casa usando feitiço, nem sei se eu ia conseguir voltar pra dentro daquela casa. O baque da realidade me atingiu com a mesma agressividade de uma onda em uma tempestade em alto mar, o estrago já estava feito, e a dor da briga entre negação e aceitação era dilacerante. Damon tava no telefone e depois ficou me olhando, o sentimento de culpa nublava seu olhar azulado. Até que ele cedeu, veio até mim e me abraçou.
Damon - o que vai fazer agora?
Elizabeth - eu não sei. A dor que eu tô sentindo agora é algo que eu nunca senti antes. Não sei se consigo voltar pra casa, nem sei se consigo voltar pra Mystic Falls agora, tudo lá me lembra ele. E não quero disser que vou voltar pra Nova York, pois sempre que digo que vou voltar e me enfiar naquele apartamento até apodrecer, eu nunca vou. Então eu tô perdida.
Damon - eu sei que eu tive culpa nisso tudo, mas eu quero que me perdoe, por favor! - pediu secando minhas lágrimas que ainda desciam aos montes
Elizabeth - eu perdoo você, só queria se proteger e proteger quem ama, pela minha família eu teria feito o mesmo.
Damon - obrigado - ele olhou pro Ric - corre, eu seguro ele.
Elizabeth - não precisa, ele não pode me matar - me reergui
Damon - como?
Elizabeth - o Carvalho branco não pode me matar, a única pessoa que podia tá morta e não, não era o Klaus. - olhei pro teto e dei um suspiro pesado - eu vou ali fora.
Saí daquele lugar enquanto eu achava que Damon conversava com o Alaric. Assim que botei os pés fora daquele lugar, eu soltei um grito, um grito que estava entalado a muito tempo, e que acumulado com tudo que eu tava sentido e os poderes de bruxa, causou um "mini" terremoto. Me sentei no chão e fiquei encarando o nada, até que senti braços me rodeando o calor familiar que eu amava, mas não era de quem eu queria.
Damon - vamos embora. - me ajudou a levantar
Elizabeth - o feitiço que eu fiz para vir vai me levar de volta, relaxa. Te vejo depois?
Damon - com certeza - depois que ele falou isso eu voltei, mas voltei pra minha família, apareci no meio da floresta, onde estavam Elijah e Rebekah olhando pra mim.
Rebekah - ele se foi Elijah, nós não conseguimos fazer nada pra impedir... Liza... - ela chorou mais quando me viu
Elizabeth - eu podia ter feito alguma coisa mas não consegui... Eu podia ter conseguido, eu podia! - mais um dos estágios do luto, a culpa. Mesmo sabendo que eu não ia poder fazer muita coisa, eu me culpei e lá estava eu aos prantos de novo. Mas dessa vez, os dois vieram até mim e me abraçaram, Elijah se desfez do abraço porém eu permaneci abraçada com a Rebekah
Elijah - Tayler Lockwood está morto, mas o resto sobreviveu. Você tinha me dito que Niklaus tinha desfeito a linhagem dele
Rebekah - achei que tinha sido
Elijah - não fui eu, não foi o Kol, nem a Liza - dava pra ver as engrenagens girando em sua cabeça
Rebekah - não fui eu também, foi o Niklaus eu tenho certeza!
Elijah - então como eles ainda estão vivos? - algo não estava no lugar, mas agora eu tinha que descansar
Elizabeth - eu vou embora, eu não tô bem - me soltei da Bekah.
Elijah - eu acompanho você
Ao chegarmos naquela mansão, o baque da nova realidade de que nada ia ser como antes, me atingiu com força. Eu não sabia se conseguiria suportar saber que a pessoa que eu amei minha vida toda tinha morrido, mas, tinha algo errado. Se o Damon tava vivo e o Klaus não tinha desfeito a linhagem dele, ele não tinha "morrido" de verdade. Decidi parar de pensar nisso e apaguei na cama.
[...]
Era pra eu descansar, mas na primeira chance que tive fui pro Grill, e fiquei me entupindo de Bourbon, peguei mais duas garrafas e fui pro meio da floresta Forbes e fiquei lá deitada olhando pro céu. Ali eu não tava pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo. Até que eu ouvi um barulho, depois levei 4 tiros e uma flechada, apagando igual um dopado.
Quando acordei, estava em uma vã com a Rebekah e a Caroline. Todas estávamos amarradas, e tinha verbena nas cordas.
Caroline - o Ric entregou todos nós pro conselho. - me informou antes mesmo que eu lembrasse quem eu era
Elizabeth - o Conselho?! Sério?! Acham que vão fazer o que comigo?! - não era ignorância, realmente, o que iam fazer comigo? Me matar não conseguiriam
Até que do nada van capotou, e o Tyler apareceu. E como se não pudesse melhorar, eu começei a cuspir sangue. Depois disso me lembro só dele ter me tirado de lá. Bom, pelo menos tentado, já que a polícia apareceu, então ele me largou de volta na floresta, mas eu fui pega de novo.
Dessa vez, acordei presa com verbena aos montes em um local que eu não sei nem onde fica, mas sei que era insalubre. Além de que dividia "cela" com a Rebekah, mas preferi não abri a boca.
Stefan - o que aconteceu com a Liza?
Rebekah - ela está de luto. Tá sendo difícil pra ela lidar com a suposta morte do Klaus. Se fosse com a Elena, você também perderia um pouco do seu brilho. - ele só sabia me olhar com culpa, Rebekah se arrastou até ficar próxima de mim e eu a abracei porém eu apaguei logo depois, estava fraca demais.
De repente, Rebekah me acordou e tentou me tirar de lá, mas tava difícil para as duas, e eu não tava nada bem.
[...]
Com muito esforço, ela conseguiu me trazer pra casa e me falou do Klaus, mas o alívio não vinha. A linha entre o alívio e a perturbação estava instável, ao mesmo tempo que me sentia feliz por ele não ter morrido, eu me sentia traída. Depois de todos os esforços para supostamente me reconquistar, ele ainda assim salvou a Caroline, e mesmo que tenha tentado me salvar depois, me largou na floresta pra ser pega de novo. Eu não sabia reagir a tanta coisa ao mesmo tempo.
Rebekah saiu furiosa atrás dele, porém ela não voltou, mas ele sim. Eu estava sentada meio encolhida na poltrona do meu quarto, encarando um dos quadros que ele tinha feito pra mim e eu pendurei lá, pra melhorar minha vida, ele ficou me olhando lá por uns 15 minutos sem disser nada, a única coisa que eu sei, é que ele não conseguia me ver daquele jeito, doía nele me ver sem meu brilho habitual.
Elizabeth - sei que não consegue olhar direito pra mim. Na verdade, ultimamente quase ninguém consegue. Parte do meu brilho se apagou... - disse para ele sem o olhar, mas podia o ver pelo reflexo do espelho próximo a onde eu estava - parece até que eu morri... de novo. Mas não, eu tô aqui... eu tô aqui agora, confusa e honestamente, me sentindo bem trouxa, por que não deixou que me pegassem junto com Rebekah na primeira vez? Você levou a Caroline - finalmente me virei para encontrar seu olhar - Eu ouvi algumas coisas antes de me pegarem de novo...
Klaus - Eu nunca vou ser merecedor nem de um fio de cabelo seu. Nunca achei que lhe veria assim, e me sinto o pior homem da terra, sabendo que você só está assim por minha culpa. - ele suspirou e começou a se aproximar, ele estava nervoso e inseguro - eu salvei a Caroline porque sabia que iam matar ela, e eu prometi ao Tayler que não faria mal a ela, então tentei salvar as duas... - ele ficou ao meu lado no sofá mechendo no meu cabelo - se aceitar minhas desculpas, eu queria te levar a um lugar - arqueei a sobrancelha - o que acha de irmos a Grécia?
Pois é, e depois dessa simples frase, eu sorri, pela primeira vez nesses dias horríveis. Pra um filho da puta, ele sabia como pedir desculpas do jeitinho que eu amo.
Klaus - ela sabe sorrir - revirei os olhos - suas malas já estão prontas, e tem um jatinho pronto, vem comigo?
Elizabeth - já aviso que vou na janela - ele riu e logo em seguida me beijou, e ao meu deus. Posso querer matar ele, e depois ser trouxa de novo, porque se tem uma coisa que eu sempre tive certeza, é que beijar Klaus Mikaelson é e sempre vai ser uma das melhores sensações do mundo. Sem dúvida uma pequena parcela do meu brilho se restaurou, e outra pode demorar um pouco ainda.
[...]
Já tínhamos embarcado naquele jatinho a um tempo, depois de uma briga sobre que ia na janela, óbvio que eu ganhei o que eu queria. Grécia que me aguente.
(...)
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(CAPÍTULO REVISADO)
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