Capítulo 2 - Sussurros
Estava chovendo naquele dia e Esmee agradeceu por não ter que pisar na grande casa novamente. Ela gostava da chuva e do cheiro de terra molhada. Lembrava muito o daquele homem, o alfa que havia chego ali.
Ela se aproximou da cama, onde ele ainda dormia e torceu um pano o colocando na testa de Dareen, ele estava ficando um pouco quente mas, pelo menos seus ferimentos pareciam não ter infeccionado. Ela agradeceu por isso.
O dia passou e Esmee ficou ao lado do homem, lendo um livro de costura. Eram os únicos que mulheres da sua classe tinham acesso. E obviamente que qualquer coisa seria mais interessante do que aquilo.
Dareen falou algo em seu sono e como alguém curiosa e sem nada mais interessante para fazer, Esmee prestou atenção.
"Faren" Ele sussurrou em seu sono. "Encontrar os Faren".
Esmee sentiu algo estranho ao ouvir aquele nome, não lhe era uma palavra estranha. Se ela se lembrava bem das poucas aulas que tivera quando criança, os Faren eram um clã antigo que havia sido extinto. Qual seria o interesse de Darren neles?
Ela ficou esperando mais um pouco mas, o homem não disse mais nada e Esmee resolveu bordar algo diferente. As mulheres e ômegas tradicionais gostavam de bordar coisas simples.
No entanto, ela era diferente. Enquanto algumas mechas dos cabelos negros caiam sobre a testa, ela observou o homem e tentou imaginar que tipo de lobo ele seria. Algo em sua mente lhe dizia que ele era um lobo grande e poderoso de pelagem negra e olhos vibrantes. Digno de um alfa supremo.
O corpo de Esmee se arrepiou. Isso seria sinal de seu vínculo? Ela estava sendo boba. Mesmo que não houvesse um vinculo entre eles, qualquer um sentiria o poder supremo que Dareen emanava.
Alguém bateu na porta com urgência. A senhora Julieta estava debaixo da chuva com uma expressão de espanto, como se houvesse visto um fantasma.
Esmee abriu espaço para que ela entrasse, e senhora se sentou na cadeira bamba, fechando a sombrinha e a deixando no canto da sala.
"Esmee, não saia daqui hoje a noite. Houve um assassinato nas redondezas. Uma briga de alfas. Um deles foi morto, um do nosso clã."
Ao ouvir isso, Esmee levou as mãos à boca, surpresa. Eles haviam sigo atacados? Será que havia sido ele que feriu Dareen? Mas, quase ninguém era tão forte como um alfa supremo.
Esmee conteu a sua vontade de fazer perguntas. Ela era muito curiosa e tinha interesse em saber a verdade por trás das coisas. Porém, isso não era um lugar de uma ômega, mulher e ainda por cima, uma empregada.
Então, ela se conteve em fazer perguntas. Pelos menos por uma hora, até sua curiosidade não ser contida e ela escrever uma página para a senhora Julieta com perguntas sobre o incidente.
"Eu fui fazer compras como faço toda quarta feira, e ouvi um grito. Não apenas eu, o vilarejo todo. Como era de se esperar, todos correram em direção ao som para ver o que estava acontecendo."
A senhora tomou um gole de chá para se acalmar, ela não conseguia falar muito rápido mas, os olhos de Esmee a observavam com uma curiosidade incessante.
" Encontramos um lobo morto no chão. Um dos alfas da nossa alcateia. Ele havia sido jogado bem ao meio do vilarejo. Com certeza, foi morto em algum lugar. As pessoas criam teorias bobas, como briga por território." Ela respirou fundo para continuar. "Mas, se você quer saber a minha opinião, acho que foi um aviso e tem algo bem maior nisso."
Esmee ficou penando naquela frase. Poderia haver algo mais? Ela não sabia responder e disse à sua própria mente para não procurar por respostas também.
Desse modo, sua vida voltou ao normal, ela ajudou a senhorita Julieta a fazer o almoço e após ele, deu um pouco de água para o homem adormecido. Até, por fim, voltar à sua costura.
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Quando o lobo estava quase pronto, o vento se intensificou e a chuva amenizou. Esmee estava dando o último ponto no tecido quando olhos amarelos a fitaram.
Ela se levantou, assustada deu um passo para trás, com o intuito de se afastar dele.
"Espere, minha ômega." Ele disse em um gemido, como se estivesse com dor e segurou a mão dela.
Esmee bateu na cadeira para chamar a senhora Julieta, era a forma que ela tinha de se comunicar.
Quando a senhora chegou ela disse calmamante.
"Que bom que você acordou! Como se sente? Seu amigo estava muito preocupado e pediu que cuidassemos de você da melhor forma possível."
Dareen assentiu e soltou o pulso de Esmee, notando como ela estava assustada.
"Obrigado por cuidarem de mim . Eu me sinto um pouco tonto mas, ainda consigo ter educação." Ele deu um sorriso charmoso. "Me chamo Dareen Amil. E qual seria os nomes das senhoritas?" Ela perguntou de uma forma educada.
"Me chamo Julieta Anori e essa é Esmee, ela não pode falar. Por favor, seja cuidadoso com ela." A mulher ocultou o sobrenome da mais jovem de propósito. E claro, olhou para a mão do homem que ainda segurava a da jovem.
Esse olhar fez com que Dareen, soltasse Esmee, envergonhado.
" Novamente, fico feliz que o senhor esteja melhor. Vou preparar o almoço. Vamos, Esmee, venha."
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Na pequena cozinha, a senhora a olhou com uma expressão de preocupação, enquanto mexia o ensopado.
"Ele fez algo a você?" Ela perguntou com um ímpeto em sua voz.
Esmee negou, ele realmente não havia feito nada. Mas, ela contou o que ele havia falado, sobre os Feren e sobre tê-la chamado de ômega.
Julieta ficou surpresa e perguntou com certo receio:
"E você sentiu algo também?"
"Sim, senhora. Uma atração inexplicável, minha loba queria se aproximar dele. E senti um aroma único que nunca havia sentido antes. A senhora acha que estou enlouquecendo?"
"Eu confio muito em uma conexão entre alfa e seu ômega. Mas, nem sempre é como pensamos,querida. Eu acredito em você, Esmee. Porém, tome cuidado. Alfas bem sempre são pessoas nobres apesar de sua classe."
Esmee voltou os olhos para Dareen que sorriu para ela com um sorriso charmoso e acenou. Ela apenas desviou o olhar e lhe entregou a sopa. As palavras da senhora Juliana ainda em sua mente. Um sorriso bonito não poderia ser sua perdição.
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