Mesmo sendo filha do alfa lider do clã Nebi, Esmee raramente pisava em sua casa. Afinal, uma mulher muda como ela não deveria ser vista e muito menos conhecida como filha de Ademir Nebi.

Por isso, ela se assustou ao ser chamada para a grande casa naquele dia. Suas mãos tremiam ao entrar no lugar duas vezes maior ao do que a casa minúscula que ela e os funcionários compartilhavam.

Os pés de Esmme que apenas vestiam um sapato simples, passam pelo chão de madeira polida do local. Seus olhos escuros observaram os grandes lustres que haviam no teto ordenado.

Ela observou a decoração belíssima com curiosidade, e teve coragem ao inspirar o aroma doce das flores que enfeitava cada corredor da casa.

"Ei menina. Pare de sonhar acordada. Não te chamei aqui para isso." Uma voz grave e potente a tirou de seus devaneios.

Ademir Nebi olhava para a filha com desdém. Esmee abaixou a cabeça para que não tivesse que encarar seus olhar severo. Ela o seguiu quando entrou em seu escritório.

O lugar era simples, típico masculino com poucos cacarecos para enfeitar o local. Havia apenas uma mesa, armário e cadeiras. E mesmo que houvesse um acento a frente de Ademir, Esmee não ousou se sentar.

"Presta atenção, menina." Ele disse com um olhar de pouco afeto. "Hoje a casa estará cheia, temos que preparar tudo para a chegada de Dareen Amil. Não pode haver nada que impessa ele de ser o alfa de Emilia  e desposa-la. Afinal, é uma das únicas ômegas que resta e a melhor."

"Eu também sou uma ômega disponível." Esmee pensou com certa raiva ao ter apenas a sua irmã considerada naquela casa.

"Entendeu?" O homem gritou e ela apenas assentiu com um aceno e saiu.

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Ademir não disse à ela onde seria necessária. Por isso, Esmee procurou por algum lugar que parecesse precisar de ajuda.

A saia do vestido bege claro passou pelo chão que parecia sujo. Ela viu uma vassoura por perto e resolveu que era algo viável no momento.

Após varrer o chão e passar o pano úmido, alguém chegou com as botas sujas de barro, estragando todo o seu trabalho.

Esmee olhou para a pessoa com raiva e quando percebeu a sua identidade, ficou ainda com mais raiva.

Emília, sua irmã, olhava para ela com um sorriso malvado no rosto. Ela riu, empurrando Esmee e falando com ela em um tom debochado:

"Então é você que está aqui? Eu deveria ter sujado mais o chão e trazido o cavalo até aqui." Emília riu, a olhando com um olhar de superioridade e desdém.

Elas eram super parecidas. Afinal, possuíam o mesmo sangue. Ambas com a pele cor de bronze e cabelos longos e negros. A diferença era que os de Emília eram bem mais tratados que os de Esmee.

Emilia olhou para ela com um sorriso maléfico. Um plano realmente estava em sua mente.

"Venha arrumar o meu vestido. É uma ordem."

Esmee não poderia contextar afinal, não tinha como falar. Ela tentou se livrar do aperto de Emília mas, a outra a arrastou com força para o quarto. A empregada apenas olhou para a sujeira no chão e e se preparou para a punição que viria mais tarde.

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Emilia fez com que Esmee limpasse o seu quarto mesmo ele já estando limpo. Também fez com aquela ela fizesse barras de seus vestidos, uma atrás da outra sem folga.

Enquanto costurava, Esmee era obrigada a ouvir Emília conversar assuntos fúteis com a sua ama. A mulher comentava sobre Darren e em como ele era prefeito, um verdadeiro príncipe. E claro, o mais importante para alguém tão fútil : como ele era rico.

Esmee revirava os olhos a cada palavra frivola e agradeceu ao pelo menos, ter aprendido a fazer algo de útil e não ter que depender de dinheiro do pai ou do marido. E também, ter um cérebro além do do tamanho de um ratinho tolo.

Após várias horas, finalmente Emília a deixou ir e Esmee pôde finalmente estiver seus braços e pernas e sair daquele quarto com aquelas falcão inútil.

Ao estar quase fora da casa, a jovem empregada foi recebida com um tapa dolorido. Obviamente por causa da sujeira que não havia sido limpa direto.

Esmee ouviu um longo sermão e apenas concordou com tudo. Porém, em seus pensamentos, ela xingava Emília até a sétima geração.

Finalmente, a governanta a deixou ir e Esmee pôde retornar à casa dos empregados.

"Esmee." ela ouviu a voz da senhora Julieta a chamando com urgência. "Venha rápido. Preciso de ajuda."

A senhora era como uma mãe para ela, baixinha de cabelos ruivos e doces olhos azuis. Ela andou apressada até em casa, o que significava que realmente havia algo errado.

Ao entrar na casa simples de piso de terra, Esmee sentiu algo que nunca havia sentido antes. Um aroma fresco da Floresta misturado a algo cítrico.

Era um odor inimaginável que ela com certeza não conhecia. Ela observou em todos cantos procurando da onde vinha tal cheiro. Até a senhora Julieta a informar o motivo da urgência.

"Esse homem se machucou na estrada. Ele é Dareen Amil, o alfa que viria nos visitar. Seu amigo nos pediu para mantê-lo escondido por enquanto. Eu não entendi a razão e realmente, não quero entender. Nós serviçais não devemos bisbilhotar nos assuntos dos nobres. "

Esmee se aproximou da cama onde o homem estava deitado inconsciente. Ele estava dormindo mas, ofegante. Sua testa estava coberta de suor, sua barba e seus cabelos negros que iam até o meio do pescoço estavam úmidos e sua pele morena estava pálida.

Ele parecia estar sofrendo e em um impulso, Esmee segurou a mão dele. Ela sentiu algo naquele momento uma conexão com aquele homem. Algo em seu interior gritou em sua mente:"Alfa."

Esmee se afastou, assustada. Aquele homem não poderia ser seu alfa. Ela não era boa o suficiente para alguém do nível dele. Porém, sua loba interior parecia insistir em se aproximar.

Esmee ficou momentos pasma, paralisada sem entender o que estava acontecendo e sem saber o que fazer. Aquila informação parecia uma pegadinha que sua mente a estava enviando.

"Esmee!" A senhora Julieta a chamou em um grito, a tirando de seu transe. "Busque água morna para limpar essas feridas. Se esse jovem morrer, cortarão nossas cabeças. Ande depresa."

E desperta, Esmee correu para buscar água. Porém, a possibilidade daquele homem ser seu alfa ainda a deixava incrédula.