CAPÍTULO III - Reencontro
Na manhã seguinte, Samira acordou com o barulho estridente do celular tocando.
- Alô.
- Olá, Samira.
Atônita, pensou que talvez estivesse sonhando. Não! Aquela voz rouca estava novamente chamando por seu nome.
- Sam? Insistiu a voz impaciente.
- Si...sim. – Samira gaguejava, lutava contra ela mesma, seu coração estava disparado.
- Sou eu, Olie.
- Sei que é você. Como conseguiu o meu número?
- Isso é o de menos. Preciso te ver.
Samira desejava reencontrar Oliver, mas não iria ceder. Afinal, ele era um grande canalha.
- Desculpe, não posso. Por Favor, Oliver Ross, não me ligue mais.
Samira desligou o telefone, seus olhos estavam marejados de lágrimas. Como ele se atrevia a ligar para ela, depois de tudo o que fez? Não era possível, após 6 anos, o passado retornava para assombrá-la.
Os sentimentos de Samira estavam confusos, em partes era maravilhoso ouvir aquela voz chamando-a de Sam. Por outro lado, aquela ligação fazia-lhe lembrar de como fora traída por Oliver e de como seu mundo fora destruído por aquele homem.
Ainda ouvia a voz de seu pai, gritando " Você é uma desonra, Samira!" enquanto jogava suas roupas no chão e a expulsava de casa.
Samira entrou no banheiro e sob a água do chuveiro, não se conteve, chorou como uma criança perdida. Sentia falta de casa, da vida antiga, de sua mãe e uma falta absurda de Oliver Ross, seu Olie.
A água escorrendo por seu corpo, trazia à sua mente, lembranças de Oliver tocando-a, dizendo-lhe que não existia no mundo, alguém capaz de amá-la como ele á amava. A dor que sentia em seu peito parecia nunca cessar, seria capaz de arrancar o próprio coração se isso amenizasse seu sofrimento.
Quando finalmente se acalmou, enrolou-se em uma grossa toalha branca, quando ouviu alguém batendo na porta e ainda de toalha, fora atender quem chamava. Naquele instante sentiu seu coração parar de bater.
-Olá, Sam.- A voz de Oliver era grave.
- Oliver, o que faz aqui? – Samira tentava parecer séria.
- Bem, eu ... Sam, não vai me convidar para entrar? – estava extasiado com a imagem de Samira só de toalha e cabelos molhados.
- Entre, seja breve. - Samira não tinha certeza se seria sensato deixar que ele entrasse, mas consentiu.
Oliver fechou a porta, estava tentado a agarrar Samira ali mesmo. Sentia raiva dela por ter fugido, mas a vontade de tomá-la nos braços era maior do que qualquer outro sentimento que pudesse sentir. Ele amava aquela mulher, não podia negar. Respirou fundo, tentou manter o controle.
- Sente-se e aguarde um momento, preciso me trocar. – Samira notou o olhar de desejo de Oliver, sabia que era melhor vestir-se.
- Ah, Claro. Aguardarei. – Ele não queria aguardar.
Samira entrou no quarto com o coração batendo acelerado, suas mãos tremiam, estava muito nervosa. Ainda sentia vontade de chorar.
Enquanto Samira fora para o quarto, Oliver sentou-se em uma pequena poltrona amarela, ao lado da janela. Não pode deixar de notar a simplicidade do apartamento, o azul das paredes estava desbotado e apesar da simplicidade, era delicadamente decorada com fotografias da família de Samira e algumas paisagens do Oriente Médio.
O cheiro doce de Samira estava presente na pequena sala. Oliver não resistiu ao aroma que lhe trazia lembranças quentes daquela mulher, fazendo o lembrar dos banhos que tomaram juntos e das inúmeras vezes em que fizeram amor sob o suave toque da água quente.
Oliver levantou-se, seguiu o mesmo caminho que Samira fizera minutos antes. Era loucura, não podia negar, mas que culpa tinha se precisava dela?
Entrou no quarto e viu-a vestindo apenas um lingerie de renda preta com uma fita vermelha que seguia todo contorno dos seios, assim como na parte de baixo fazia o contorno das pernas de Samira.
Sentiu-se enlouquecido. E antes que Samira pudesse falar qualquer coisa, tomo-a nos braços prendendo-a contra a parede e beijando-a. A doçura de seus lábios, o calor de seu corpo, fazendo com que ambos sentissem o coração disparado um do outro e a urgência em unir os dois corpos.
Deslizou as mãos pelo corpo de Samira, sentiu a ondulação de sua cintura, lembrou-se da dança sensual da noite anterior, a excitação tomava o corpo de Oliver. Fora a empurrando em direção á cama, queria amá-la ali, naquele instante.
Samira fora tomada por um desejo enlouquecedor, por alguns instantes até se esquecera de todo o passado de dor que Oliver havia lhe causado. Naquele momento desejou se perder naquele corpo tão perfeito.
Mas, ao notar que ele tentava leva-la em direção á cama. Samira fora tomada por um súbito momento de autocontrole e arrancou-lhe de seus lábios, empurrando-o para longe. Não, ela não deixaria que ele a ferisse novamente.
- Oliver, você enlouqueceu? Como ousa vir aqui e me agarrar assim? Não basta tudo que você já me causou?
- O quê? Eu não te causei nada. Foi você que me deixou!
- Você é louco, Oliver! Fora daqui, agora.
- Sam, por favor. Temos que conversar. - Oliver precisava entender o motivo por ela ter fugido.
- Não tenho nada para conversar com você, Oliver. O tempo de conversarmos já passou há muito tempo.
Samira estava segurando o choro, não iria aguentar muito tempo. Vestiu um roupão preto que estava em cima de sua cama e caminhou em direção à sala, Oliver seguiu-a.
- Sam, diga-me, por que fugiu? – Oliver segurou a mão direita de Sam e olhou-a nos olhos – Só me diga, por favor.
Samira respirou fundo, soltando sua mão e disse-lhe.
- Oliver, eu nunca te deixei. Só podemos deixar aqueles que temos. Você me teve de corpo e alma, mas você só me enganou.
As lágrimas de Samira escorreram. Oliver limpou-as com o polegar. Não entendia o que ela estava dizendo, não fazia sentido, já que ela fora a única à quem ele entregou seu coração.
- Eu faria qualquer coisa por você, Sam. Tudo que você me pedisse. Amei-te com loucura e quando você fugiu, eu te procurei em todos os cantos da cidade. Fui a tua casa e sua mãe não me deixou entrar. Um dos empregados me disse que seu pai estava à beira de um colapso nervoso e que você não morava mais ali.
-Você realmente acha que vou acreditar em você, Oliver?
- Sam, eu só quero que acredite que eu realmente amei você. – Oliver tentou pegar novamente as mãos de Samira, mas ela desviou.
- Não me toque. – ela estava furiosa.
-Olhe, façamos assim. Vamos sair para jantar e poderemos conversar tranquilamente. Prometo que não farei nada de imprudente.
- Entenda Oliver. Não quero te ver, te ouvir nem tampouco jantar com você.
-Por favor. Se você ao menos aceitasse conversar, quem sabe poderíamos reatar. Eu até te perdoarei por ter fugido.
- Me perdoar? Poupe-me. Acho que a situação é inversa.
- Sam, eu a amo. Quer uma prova? Peça-me qualquer coisa e eu te darei.
Oliver estava exaltado passou a mãos nos cabelos, a emoção e o desespero por Samira o estava deixando louco.
-Basta, Oliver. É isso que você fala para suas amantes? Não caiu mais na sua lábia. – Samira sentia que seu corpo precisava se encolher e chorar ainda mais.
- Amantes? Sam, do quê você está falando, eu não entendo.
- Fora da minha casa, Oliver Ross.- Samira caminhou em direção á porta abrindo-a, disse - Vá embora.
Relutante, Oliver saiu do apartamento e antes que Samira fechasse a porta, disse-lhe.
-Sam, eu não vou desistir de você!
Samira sentou na poltrona amarela, olhou pela janela e chorou enquanto via Oliver entrar em seu carro e partir.
Ela até podia fizer que não, mas ainda era perdidamente apaixonada por ele.
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