Pov Sina

Observava sorrindo o pequeno pacotinho dormindo feito um anjinho em meus braços. Passei o dedo devagar pelo narizinho de Charles que estava franzido e vi ele fazendo um biquinho.

Sina: é normal eu ser completamente apaixonada por cada mínimo movimento seu, filho?!- ele mexeu a cabecinha e eu alarguei ainda mais meu sorriso

Ainda era surreal pra mim pensar em tudo oque eu acabei de passar. A dor que eu senti ao entrar em trabalho de parto foi sem dúvidas a pior que eu já senti senti toda a minha vida. Mas olhar para essa pequena pessoinha, tão indefesa e delicada em meu colo, me faz pensar que tudo valeu a pena e que sem dúvidas eu faria tudo denovo se precisasse.

Percebi Charles se remexer em meu colo e seu rostinho começou começou ficar vermelho, indicando que ele iria acordar chorando.

Sina: oh meu amor, a mamãe está bem aqui, não precisa chorar...- disse assim que ele soltou o primeiro resmungo

O pequeno pareceu reconhecer minha voz e abriu os olhinhos que me encararam curiosos.

Sina: bom dia meu príncipe...- falei com a voz mais fina- você teve bons sonhos? Teve é?- ele abriu um sorrisinho terno derretendo meu coração

Charles ficou inquieto em meu colo e sua cabecinha procurava por algo. Sabendo que ele estava com fome, coloquei meu seio pra fora da roupa e encaixei a boquinha dele ali, que começou a mamar rapidamente.

Segurei em sua mãozinha e seus dedinhos minúsculos apertaram o meu. Os olhinhos azuis me encaravam o tempo todo, e nesse momento eu pude perceber que a conexão de uma mãe com seu filho era algo inexplicável.

Quando percebi que Charles estava satisfeito, deitei ele em meu peito de modo que sua cabecinha ficasse em meu ombro. Dei batidinhas leve em suas costas até que escutei um barulinho de arroto. Resolvi deixar ele nessa posição, ele parecia estar confortável e eu gostava de sentir sua pele quentinha em contato com a minha.

Sina: será que o papai vai demorar muito?- alisei suas costas por cima do macacão branco e Charles fez barulinhos com a boca- pelo visto você já está com saudades dele, assim como eu...

Durante essas duas últimas noites aqui no hospital, poucas vezes nosso bebê acordou chorando e eu conseguia acalma-lo dando de mamar. Mas hoje  pelas 06:30 da manhã ele acordou novamente e não quis o meu seio, então Noah ficou passeando com ele pelo quarto, dando leves batidinhas em sua banda e cantarolando baixinho.

Isso acalmou nosso filho e ele dormiu até agora pouco. Noah sabia exatamente oque fazer a cada reação que Charles tinha. Ele já havia passado por isso duas vezes, e na segunda vez teve que dar conta de tudo sozinho, então acho que ele está preparado e seguro com tudo.

Diferentemente de mim, que tenho medo de fazer qualquer coisa errada que acabe prejudicando meu filho.

Bom, mas falando em Noah, ele havia saído para buscar Emma e Lizzie em casa. Gisele e Joseph trouxeram elas pra casa ontem, mas como já estava tarde decidimos que seria melhor traze-las hoje pela manhã.

Eu já avisei meu pai que Charles havia nascido. Ele chorou muito quando eu lhe contei, chorou de alegria e desespero por não estar aqui agora, afinal eu havia dito para ele que Charles estava previsto para chegar apenas na semana que vem.

Estou bem ansiosa para ver a reação das meninas quando virem Charles pela primeira vez. Uma noite antes de elas irem para a casa dos avós, Emma chorou agarrada a mim com medo de que quando ela voltasse, nunca mais fosse me ver.

Meu coração se apertou ao ve-la daquela forma, tentei passar a ela toda a segurança que podia. Me dói ver que uma menininha dessa idade tem tanto medo de perder as pessoa e ficar sozinha. Ter traumas é uma coisa horrível que eu não desejo pra ninguém.

Pov Noah

Acabei de pegar as meninas em casa para leva-las ao hospital. Eu estava morrendo de saudades delas, ficar uma semana longe dos meus bebês é muito tempo pra mim.

Gisele e Joseph disseram que as buscariam lá mais tarde, já que Sina só terá alta amanhã e eu passarei a noite com ela.

Assim que cheguei ao hospital, tirei Lizzie da cadeirinha e a peguei no colo. Segurei na mão de Emma que tinha o olhar perdido e a apertei, tentando lhe passar segurança. Ela passou o caminho todo quieta, e eu sabia oque ela sentia.

Entrei no hospital e caminhei com as meninas pelo corredor até o quarto onde Sina estava. Mas antes que eu pudesse abrir a porta com o enfeite de coelhinho, minha filha mais velha parou e puxou minha mão.

Noah: oque foi filha?- perguntei me virando pra ela

Emma: da última vez que eu vim no hospital pra ver minha mãe... ela não estava mais aqui- disse me intercalando seu olhar entre mim e Lizzie

Suspirei e agaichei em frente a minha loirinha mais velha. Segurei em sua mão e ela me encarou com um olhar de medo e preocupação.

Noah: meu amor, eu te garanto que a sua mamãe está bem. Ela está lá dentro, juntinho com seu irmão que também está bem. Não precisa ter medo, ok?- ela assentiu dando um sorriso mínimo

Então, finalmente abri a porta tendo a visão de Sina carregando nosso pequeno Charles. Assim que ela nos viu, sorriu docemente e Lizzie foi a primeira a entrar no quarto.

Lizzie: mamãe!!- ela gritou animada e correu até a maca, por sorte Charles estava acordado

Fechei a porta atrás de mim e me aproximei de Sina junto de Emma que agora tinha uma expressão de alívio e felicidade.

Lizzie subiu as escadinhas ao lado da maca e se sentou ao lado de Sina que abraçou a pequena com carinho.

Lizzie: eu tava com muita saudadi de vucê mamãe!!

Sina: eu também senti muita saudade de você, meu amor...- ela beijou a testa de Lizzie que encarava o bebê no colo da loira- fala oi pra sua irmãzinha, filho...- ela pegou na mãozinha de Charles arrancando o olhar curioso de Lili

Lizzie: mamãe... quem é esse bebê?- enclinou o rostinho

Sina: esse é o Charles filha, seu irmãozinho que estava na barriga da mamãe...- explicou e Lili a encarou confusa

Lizzie: esse é o abatati?

Sina: sim Li, é o abacate- respondeu rindo- vem cá, filha...- ela chamou Emma com as mãos e a mesma se aproximou da maca devagar

Emma: como ele é pequenininho...- passou o dedo pela testa do irmão enquanto o observava atentamente- que bom que você está bem mamãe, fiquei com medo de te perder também...- ela deitou a cabeça no ombro de Sina que deitou a sua sobre a dela

Sina: eu faria o possível e o impossível pra nunca sair do lado de vocês- disse para Emma que sorriu e beijou sua bochecha

Emma: posso segurar ele?

Lizzie: eu também quelo!!- levantou a mãozinha

Noah: deixa a sissy segurar primeiro e depois a mamãe te ajuda, tudo bem?- disse para Lili que fez bico mas concordou

Emma se posicionou ao lado de Sina que colocou Charles com cuidado em seus braços, a auxuliando para que não o derrubasse. Lizzie se sentou ao lado de Emma e colocou o dedinho na bochecha do bebê.

Lizzie: vucê é bem fofinho, abatati!- disse espontânea nos fazendo rir

Charles possuía seu olhar vidrado nas irmãs, que também o olhavam com todo o carinho do mundo. Escutei uma fungada vindo de Sina e pude ver que ela chorava. Minha esposa estava com os braços rodeados em nossos filhos, e foi com esse cena, que eu percebi o quão abençoado eu sou.

Essa era sem dúvidas a imagem mais linda que já vi na vida. Meus filhos, meus pequenos tesouros ao lado da mulher que mudou minha vida, que trouxe de volta pra mim a alegria e que me mostrou que era possível voltar a amar novamente.

Só percebi que chorava quando toquei meu rosto e senti minhas bochechas molhadas. Sina abriu um dos braços me chamando e eu fui até ela, me sentando ao seu lado e envolvendo minha família no melhor abraço que eu podia dar.

Noah: eu amo tanto vocês...- sussurrei encostando minha cabeça em seu ombro e ela sorriu se acomodando em meu peito

Sina: nós também amamos você, papai...- ela sorriu e eu depositei um selinho em seus lábios e depois um beijo na testa de cada um dos meus bebês

Obrigado por fazer com que tudo isso fosse possível, Claire.

Oii
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